Contextualização do Plano e Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) Bases para Estimativas de Mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE)
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- Helena de Caminha de Almeida
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1 Contextualização do Plano e Programa ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono) Bases para Estimativas de Mitigação de Gases de Efeito Estufa (GEE)
2 Efeito Estufa, Aquecimento Global e Mudanças Climáticas Efeito natural do aprisionamento de parte da radiação solar (calor) na atmosfera pelos Gases de Efeito Estufa (GEE): permite temperatura média de 15 o C (mantém a vida!) Acredita-se que o homem aumentou o efeito estufa de forma não-natural ao emitir mais GEE provocando Aquecimento Global, ou seja, o aumento de temperatura em todo o planeta Terra. Isto pode gerar Mudanças no Clima.
3 Variações nas concentrações globais dos principais GEE devido à atividades humanas (1750 à 1998). (Gás Carbônico) 2 CH 4 (Metano) 3 N 2 O (Óxido Nitroso) 3 Concentração em ppm 700 ppb 270 ppb Concentração em ppm 1745 ppb 314 ppb Taxa de Alteração 1 1,5 ppm/ano 7,0 ppb/ano 0,8 ppb/ano Residência na Atmosf. (anos) Fonte: ROCHA (2003) adaptado de Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas IPCC (2001); Third Assesment Report - TAR - WG1 (2001). 1 Taxa calculada durante o período de 1990 a ppm = partes por milhão 3 ppb = partes por bilhão
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5 Temperatura Global (T o C) Concentrações de (ppmv) Anos Fonte: Climate Research Unit University of East Anglia Reuno Unido (2006)
6 Aquecimento Global é resultante da superconcentração na atmosfera de GEE 76% CH 4 15% N 2 O 8% Emissões de GEE por atividades humanas 4 / 5 combustíveis fósseis 1 / 5 desmatamento e outros
7 Fonte: European Space Agency (2006)
8 Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima Fonte: MCT/FBMC (2010)
9 Emissões de GEE pela Agropecuária N 2 O CO CH 2 4 N 2 O CH 4 N 2 O CH 4 N 2 O CH 4 CH 4 CH 4 CH 4 CH 4
10 Cultura: Soja / Cenário A2 Ano Cultura: Soja / Cenário A2 Ano Fonte: Assad et al. (2008)
11 Soluções Alternativas Mitigação Seqüestro de Carbono (vegetação, biomassa e solos) Reduzir emissões de GEE Adoção de Sistemas Sustentáveis Adaptação Geração de novas cultivares (melhoramento/biotecnologia) e tecnologias Adaptar sistemas produtivos, comunidades Prever e reduzir vulnerabilidades
12 Estoque de Carbono no Solo Parte aérea C-palha C-raízes MOS A matéria orgânica do solo é o resultado líquido da deposição de resíduos e de sua decomposição (Greenland et al 1992). Fonte: Robert Boddey (Embrapa Agrobiologia)
13 Fonte: Sá, J.C.M. (UEPG, Ponta Grossa-PR) PREPARO CONVENCIONAL DO SOLO Perdas de C (Oxidação da MOS) O 2 Rompimento dos macroagregados Aumento da taxa de O 2 Aumento da atividade microbiana no solo Elevado fluxo de para a atmosfera Aumento do Efeito Estufa e Aquecimento Global
14 Sistema Plantio Direto (SPD) gera vários benefícios ambientais e agronômicos: 1. Ausência do revolvimento total do solo 2. Cobertura permanente do solo (palhada ou planta viva) 3. ROTAÇÃO DE CULTURAS Plantio Direto Plantio Convencional
15 Efeito do preparo do solo na perda de matéria orgânica do solo mg CO2 m -2 hora PC PD * * * * * * Tempo (Dias após 28/09) * Fonte: Franchini,J. 2009
16 Perda de (g/m 2 ) em 19 dias Emissão de GEE em função do sistema de manejo do solo (Reicoski, 1993) Apresentação de Dirceu Gassen Pdireto Aiveca Arad+grade Grade Escarific
17 Plantio Direto
18 Plantio Direto
19 Estoque de Carbono (t/ha) Teor de matéria orgânica e estoque de carbono (0-20 cm) em função do manejo do solo, 15/10/2008, Querência, MT 32 Fonte: Franchini et al. (Embrapa Soja) 30 g/kg Preparo do solo Plantio direto Sistemas de Manejo
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21 Evolução do teor de matéria orgânica do solo em sistemas com e sem pastagens Fonte: Sousa et al. (1997)
22 Carbono no Solo e Biomassa Melhorada + 0,2 Mg de C ha -1 ano -1-0,2? + 1,1 + 16,500 Jacovini, ,2 Fonte: Carvalho et al. (2010) Revisão de literatura
23 Recuperação/Renovação da Pastagem
24 Lavoura sob SPD Pastagem Degradada
25 Pastagem Degradada Pastagem Recuperada
26 Qual a pegada do carbono de Sistemas ILP e ILPF?
27 Estoque C no solo = (Entrada C) (Saída C) 15 anos de experimento Embrapa Agropecuária Oeste Camada do solo 0 a 30 cm 0 a 100 cm Estoque de C Taxa de acúmulo de C Custo equivalente C Taxa de sequestro de C t/ha t/ha/ano SC 52,1-0,074 - SPD 55,3 0,21 0,126 0,11 ILP 62,2 0,67 0,033 0,66 SC 102,1-0,074 - SPD 104,1 0,13 0,126 0,03 ILP 115,8 0,92 0,033 0,91 Zanatta & Salton (2010)
28 Equivalente de - ciclo da soja 2009/10 Valores de N 2 O e CH 4 acumulados no período de 147 dias (03/12/2009 a 27/04/2010) nos sistemas plantio convencional (PC), plantio direto (PD) e integração lavoura-pecuária (ILP) durante o ciclo da soja em Dourados MS Sistema N 2 O CH g N ou C ha kg C ha -1 PC 591,2-548,6 0 SPD 504,8-366,1-105 ILP 481,3-263, kg ha PC 275, ,2 + 0 = 253,8 PD 234, , = -164,4 ILP 223, , = ,3 Fonte: Zanatta e Salton, 2011
29 Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 1. LAVOURA-PECUÁRIA (Agropastoril) 2. PECUÁRIA-FLORESTA (Silvipastoril) 4. LAVOURA-FLORESTA (Silviagrícola) 4. LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA (Agrossilvipastoril)
30 CH 4 Biomassa Florestal Fermentação Entérica Pastagem Recuperada
31 Neutralização da emissão de CH 4 pelo gado na ilpf (250 árvores/hectare) Fonte: Gráfico elaborado por Porfírio-da-Silva (não publicado) baseado em dados da estimativa de fixação de C em um sistema agrossilvipastoril (Tsukamoto Filho, 2003)
32 Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) N 2 O
33 Florestas Plantadas
34 Na COP-15, realizada pela UNFCCC Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o governo brasileiro divulgou o compromisso de redução das emissões até 2020, entre 36,1% e 38,9%, deixando de emitir 1 bilhão de ton equivalente (t eq). Para tanto, será implementado um programa de ações voluntárias. 1) Reduzir em 80% a taxa de desmatamento na Amazônia e em 40% no Cerrado (redução de emissões de 669 milhões de t eq). 2) Adotar intensivamente na agricultura a recuperação de pastagens degradadas; promover integração lavoura-pecuária-floresta; ampliar plantio direto e fixação biológica de nitrogênio (redução de emissões 133 a 166 milhões t eq). 3) Ampliar a eficiência energética, uso de bicombustíveis, oferta de hidrelétricas e fontes alternativas de biomassa, eólicas, pequenas centrais hidrelétricas, e uso de carvão de florestas plantadas na siderurgia (redução em emissões entre 174 a 217 milhões toneladas de eq).
35 Política Nacional sobre Mudança do Clima Esse compromisso acelerou a Política Nacional sobre Mudança do Clima PNMC (Lei n.º , de 29 de dezembro de 2009). Poder Executivo estabelecerá os Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação na Agricultura e em outros setores da economia. Prevê medidas fiscais e tributárias, incluindo alíquotas diferenciadas, isenções, compensações e incentivos, a serem estabelecidos em legislação específica. Formas de Monitoramento, Reporte e Verificação (MRV) e Adaptação.
36 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos DECRETO Nº 7.390, DE 9 DE DEZEMBRO DE Regulamenta os arts. 6 o, 11 e 12 da Lei n o , de 29 de dezembro de 2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima - PNMC, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 6 o, 11 e 12 da Lei n o , de 29 de dezembro de 2009, DECRETA: Art. 1 o Os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos das políticas públicas e programas governamentais deverão, sempre que for aplicável, compatibilizar-se com os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima o As revisões do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e a elaboração dos planos setoriais tomarão por base a Segunda Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, com foco no Segundo Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa Não-controlados pelo Protocolo de Montreal ou a edição mais recente à época das revisões.... Art. 3 o Para efeito da presente regulamentação, são considerados os seguintes planos de ação para a prevenção e controle do desmatamento nos biomas e planos setoriais de mitigação e de adaptação às mudanças climáticas: I - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal - PPCDAm; II - Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado - PPCerrado; III - Plano Decenal de Expansão de Energia - PDE; IV - Plano para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura; e V - Plano de Redução de Emissões da Siderurgia.
37 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL Plano Setorial Agricultura ABC: Processo Tecnológico Compromisso (aumento de área/uso) Potencial de Mitigação (milhões Mg eq) Recuperação de Pastagens Degradadas 1 15,0 milhões ha 83 a 104 Integração Lavoura-Pecuária-Floresta 2 4,0 milhões ha 18 a 22 Sistema Plantio Direto 8,0 milhões ha 16 a 20 Fixação Biológica de Nitrogênio 5,5 milhões ha 10 Florestas Plantadas 3 3,0 milhões ha - Tratamento de Dejetos Animais 4,4 milhões m 3 6,9 Total 133,9 a 162,9 1 Por meio do manejo adequado e adubação. 2 Incluindo Sistemas Agroflorestais (SAFs). 3 Não está computado o compromisso brasileiro relativo ao setor da siderurgia; e, não foi contabilizado o potencial de mitigação de emissão de GEE.
38 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL Plano Setorial da Agricultura 1. Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal 2. Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado 3. Energia 4. AGRICULTURA 5. Substituição do Carvão de Desmatamento por Florestas Plantadas na Siderurgia 6. Transportes 7. Indústria de Transformação e de Bens de Consumo Duráveis 8. Indústria Química Fina e de Base 9. Indústria de Papel e Celulose 10. Mineração 11. Indústria da Construção Civil 12. Serviços de Saúde Em andamento 2010 e 2011
39 Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura Coordenação: Presidência da República/Casa Civil, MAPA e MDA. Grupo de Trabalho Nacional (elaboração da proposta): Casa Civil, MAPA, MDA, Ministério da Fazenda MF, Ministério do Meio Ambiente MMA, Secretária de Assuntos Estratégicos da Presidência da República SAE, Embrapa, representantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e setor produtivo. Importante participação dos Estados e Municípios no processo de implantação deste Plano Setorial.
40 Plano ABC Objetivo Geral: Promover a mitigação da emissão de GEE na agricultura, no âmbito da Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC), melhorando a eficiência no uso de recursos naturais, aumentando resiliência de sistemas produtivos e de comunidades rurais, e possibilitar a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas.
41 Objetivos Específicos: Contribuir para a consecução dos compromissos de redução da emissão de GEE assumidos voluntariamente pelo Brasil no âmbito dos acordos climáticos internacionais e previstos na legislação; Garantir o aperfeiçoamento contínuo e sustentado das práticas de manejo que reduzam a emissão dos GEE e adicionalmente que aumentem a fixação atmosférica de na vegetação e no solo dos setores da agricultura brasileira; Incentivar a adoção de Sistemas de Produção Sustentáveis que assegurem a redução de emissões de GEE, enquanto elevem simultaneamente a renda dos produtores, sobretudo com a expansão das seguintes tecnologias: (i) Recuperação de Pastagens Degradadas; (ii) Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); (iii) Sistema Plantio Direto (SPD); (iv) Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN); e, (v) Florestas Plantadas; Incentivar o uso de Tratamento de Dejetos Animais para geração de energia e compostagem; Incentivar os estudos e aplicação de técnicas de adaptação de plantas, de sistemas produtivos e de comunidades rurais aos novos cenários de aquecimento atmosférico, em especial aquelas de maior vulnerabilidade; e, Promover esforços para se reduzir o desmatamento de florestas decorrente dos avanços da pecuária e outros fatores, nos Biomas Amazônia e Cerrado.
42 Programas do Plano ABC 1. Recuperação de Pastagens Degradadas 2. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) 3. Sistema Plantio Direto (SPD) 4. Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) 5. Florestas Plantadas 6. Tratamento dos Dejetos Animais 7. Adaptação às Mudanças Climáticas
43 Ações Previstas Mitigação, Monitoramento e Adaptação 1. Divulgação; 2. Capacitação (técnicos e produtores); 3. Transferência de Tecnologia; 4. Assistência Técnica e Planejamento Rural; 5. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; 6. Disponibilização de insumos; 7. Regularização fundiária e ambiental; 8. Fomento a viveiros e redes de coletas de sementes; 9. Monitoramento (MRV); 10. Adaptação, redução de vulnerabilidades e aumento de resiliência; 11. Ações transversais (sensibilização, articulação, etc.); 12. Crédito e Linhas de Financiamento (p.e. Programa ABC).
44 Programa ABC Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC): é uma linha de crédito criada pelo MAPA. Valor disponibilizado = R$ 3,15 Bilhões (5,5% a.a.). Finalidade: financiar investimentos fixos e semi-fixos, além do custeio, destinados à: (i) recuperação de áreas e pastagens degradadas, (ii) implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuáriafloresta, e, (iii) implantação e manutenção de florestas comerciais ou destinadas à recomposição de reserva legal ou de áreas de preservação permanente.
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46 Casa Civil, Ministérios e Sociedade Lei e Decreto (PNMC) Planos Setoriais de Mitigação e Adaptação Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) Desmatamento Amazônia Desmatamento Cerrado Agricultura Eficiência Energética Carvão na Siderurgia Outros Planos Setoriais OEPAs ATER Universidades 1.Recuperação de Pastagens Degradadas 2.Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ilpf) 3.Sistema de Plantio Direto (SPD) Tecnologias, Serviços e Produtos 4.Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) 5.Florestas Plantadas 6.Tratamento de Resíduos Animais
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