UMA ANÁLISE DO MERCADO MUNDIAL DE CERTIFICADOS DE CARBONO

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1 UMA ANÁLISE DO MERCADO MUNDIAL DE CERTIFICADOS DE CARBONO GODOY, Sara Gurfinkel Marques de 1 Doutoranda em Ciência Ambiental Procam/USP Bolsista CAPES RESUMO As preocupações em relação ao aquecimento global têm tomado uma dimensão maior nos últimos anos, saindo de um âmbito puramente ambiental expandindo para o econômico e social. Incertezas científicas quanto às mudanças climáticas ainda permanecem, mas vêm se reduzindo ano a ano, principalmente devido ao aprimoramento dos estudos científicos. Ainda persistem os cientistas que não corroboram com a idéia de que o aumento das temperaturas atuais se deve a causas antropogênicas (provocadas pelo homem), nem tampouco se realmente o aquecimento do planeta é um problema real. No entanto, os pensamentos que se destacam são de que a ação humana realmente está influenciando o efeito estufa da atmosfera, causando o aumento da temperatura, e conseqüentemente as mudanças climáticas. Como resultado da preocupação com o aumento de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, o mercado de carbono surge como um instrumento econômico na busca da resolução de um problema ambiental. Nessa linha, o Protocolo, firmado em 1997, determinou um teto de emissões para vários países desenvolvidos e propôs um aparato institucional para dar sustentação à implantação desse processo. Mesmo antes de sua criação, outros mercados de certificados já estavam estabelecidos, e outros surgiram depois. O comércio de créditos de carbono é um mercado em crescimento, e apesar de estudos prevendo o fracasso desse instrumento, ainda não é possível concluir a sua eficiência, uma vez que sua implantação é bastante recente. Em virtude da dimensão dos problemas causados pelo aquecimento global, e da importância dos mercados de carbono como tentativa de redução de emissões, é interesse deste trabalho apresentar as idéias de alguns países em relação ao aquecimento global, e analisar o desenvolvimento do mercado de carbono. Para tanto, apresenta um breve entendimento sobre o aquecimento global; o posicionamento mundial perante as consequências das mudanças climáticas; o Protocolo de Kyoto; e um panorama global dos mercado de créditos de carbono. Palavras-chave: MDL. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Protocolo de Kyoto. Redução de emissão. Mercado de carbono. Certificados de carbono. Mecanismos de flexibilização. 1 Orientadora: Profa. Dra. Sonia Maria Barros de Oliveira Disponível em: 1

2 ABSTRACT Lately, the global warming concerns have been taking a wide dimension, not merely environmental, otherwise, economic and social ones. Despite scientific uncertainties, they ve been being reduced year by year, mainly due to scientific studies improvement related to climate changes, and although some scientists don t agree with global warming idea, most of the studies believes that the increase in globally averaged temperatures is very likely due to the observed rise in anthropogenic (man-made) greenhouse gas concentration. As result of greenhouse gases emissions increase in the atmosphere, the carbon market appears as an economic mechanism to solve an environmental problem. In this line, Protocol firmed in 1997 determined a developed countries emissions ceiling, considering a strong institutional apparatus support. Even before its establishment, there were already other carbon markets in process and others appearing later. The carbon credits are an increasing market, and although studies foreseeing this instrument failure, it s not possible conclude its efficiency, because it is a very recent program. Due to global warming problems, and the carbon market importance as an emission reduction attempt, it is interest of this work to present the global warming countries view, and analyze carbon market development. For in such a way, it presents global warming issues and the world-wide positioning related to that; Kyoto Protocol information; and finally, a carbon credits global view. Keywords: CDM. Clean Development Mechanism. Kyoto Protocol. Emission reduction. Carbon credits. Flexibility mechanisms. Introdução Dentre as questões ambientais mais relevantes da atualidade, as mudanças climáticas se destacam, pois podem acarretar malefícios para muitos países e não somente a algumas regiões isoladas. Nos últimos anos, em virtude de uma maior acuidade dos estudos científicos em voga existem mais evidências que comprovam que as atividades produzidas pelo homem são as grandes responsáveis pelo aumento da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera, e conseqüentemente pelo aumento do aquecimento global, o principal causador das mudanças climáticas. Por outro lado, apesar de seremminoria, ainda persistem alguns teóricos que não corroboram com a idéia de que o aumento das temperaturas atuais se deve a causas antropogênicas, ou tampouco se realmente o aquecimento é um problema a ser enfrentado antecipadamente. Nesse contexto surge o mercado de certificados de carbono como um instrumento econômico para reduzir as emissões de GEE na atmosfera. Atualmente não há um único mercado de certificados podendo ser separadas em Kyoto compliance e non-kyoto compliance, ou seja, créditos de carbono que obedecem aos parâmetros impostos pelo Protocolo de Kyoto ou não, com instituições específicas ditando as regras e estruturas particulares. Disponível em: 2

3 O comércio de créditos de carbono é um mercado em crescimento, e apesar de estudos afirmando a baixa eficácia desse instrumento em reduzir as emissões de GEE, ainda não é possível traçar conclusões, uma vez que sua implantação é bastante recente. Em virtude da dimensão dos problemas causados pelo aquecimento global, e a importância dos mercados de carbono como tentativa de redução de emissões, é interesse deste trabalho apresentar as políticas existente nos diferentes países quanto ao aquecimento global, e analisar o desenvolvimento do mercado de carbono. Para tanto, apresenta um entendimento geral do aquecimento global; o posicionamento mundial perante a problemática; e por fim, um panorama dos mercados de créditos de carbono. 1. O aquecimento global 1.1. Os gases de efeito estufa Os gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera somente é prejudicial quando a quantidade dos gases é muito elevada, pois caso não existisse o efeito estufa natural, a temperatura média da superfície da Terra situar-se-ia na faixa de 15-20º C abaixo de zero. Os gases de efeito estufa (GEE) são compostos de moléculas que se encontram naturalmente na atmosfera e os mais relevantes são: dióxido de carbono (CO 2 ), vapor de água (H 2 O), metano (CH 4 ), ozônio (O 3 ) e óxido nitroso (N 2 O) 2 (BNDES, 1999; CQNUMC, 2004; IPCC, 2008). Para o melhor entendimento, segue uma explicação mais detalhada deste processo. A energia da radiação eletromagnética emitida pelo sol atinge a atmosfera principalmente na forma de radiação luminosa, de raios infravermelhos (calor) e raios ultravioletas. Uma parcela desta radiação é refletida pela atmosfera, outra é absorvida por ela e uma terceira parte atravessa e alcança a superfície terrestre. A superfície, por sua vez, reflete uma parte desta radiação e absorve o restante, e depois, devido a processos físicos, sua energia transforma-se em calor, sob forma de radiação térmica. É neste ponto que entra o papel dos gases chamados de efeito 2 Novos gases resultantes apenas das atividades antrópicas, principalmente industriais, passaram a acentuar o efeito estufa, sendo os principais: hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs), hexafluoreto de enxofre (SF6), clorofluorcarbonos (CFCs) e hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) (CQNUMC, 1997). Disponível em: 3

4 estufa, pois graças a eles parte do calor irradiado pela superfície é aprisionado na atmosfera garantindo assim a temperatura da Terra. Embora a existência do efeito estufa seja algo indispensável à vida no planeta, no entanto os problemas surgem porque sua concentração está aumentando muito rapidamente, principalmente devido às emissões antrópicas 3 (OLIVEIRA, 2008; IPCC, 2008) As economias mundiais e as mudanças climáticas Os países apresentam comportamentos diversos em relação ao problema do aquecimento global. Quanto maior a probabilidade de sofrer com os malefícios causados pelas mudanças climáticas, mais estão compremetidos com atividades de redução de emissões e melhorias ambientais. O Japão, por exemplo, propõe cortar 15% até 2020 em relação às emissões de 2005, e de 60% a 80% do nível atual de emissões de GEE até 2050, para isso intenciona alterar seu parque industrial, por meio de mudanças tecnológicas, também propondo alterações de hábitos de consumo mais consciente, como diminuição de disperdício de energia e incentivo ao transporte público. Além dessas medidas, o Governo sugere mudanças na arquitetura, consumo de energia renováveis, entre outras alternativas de melhorias (UNFCCC, 2009). Os países europeus ratificaram o Protocolo de Kyoto, e muitos utilizavam as metas de redução e metodologias especificadas no próprio Protocolo muito antes deste entrar em vigor. Já os Estados Unidos, durante o Governo Bush, eram bem resistentes em relação à implementação de Kyoto, apesar de serem grandes emissores de gases de efeito estufa. Os EUA ainda hoje alegam que caso tenham que se enquadrar ao Protocolo, seu crescimento econômico ficaria prejudicado, pois terão que fazer diversas alterações em sua economia acarretando custos elevados. Outra justificativa é que não aceitam o fato de países em desenvolvimento, como a China, Índia e Brasil não tenham objetivos de redução. Assim, ao não concordarem com as premissas básicas do Protocolo, colocam em cheque a eficácia da aplicação 3 O tempo médio de permanência do CO2 na atmosfera é de 200 anos, e do metano são 14 anos (informação coletada no seminário de carbono, realizada em novembro de 2004, em São Paulo, oferecida pela empresa Internews tendo como palestrante Thelma Krug cientista do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do INTER - American Institute for Global Change Research). Disponível em: 4

5 do tratado, uma vez que suas emissões correspondem a mais de 30% do global de GEE. A economia americana apresenta sinais de comprometimento de melhorias ambientais muito antes do Protocolo de Kyoto ser criado. Um dos exemplos data da década de 70, quando foi criado o Emissions Trading Program para controle de emissões de gases poluentes. Este programa tinha o objetivo oferecer maior flexibilidade às empresas atingidas pelo Clean Air Act 4. Qualquer empresa que conseguisse reduzir as emissões de um determinado poluente abaixo dos níveis exigidos poderia ofertar certificados de emissões reduzidas às empresas que não atingissem suas metas. Outra importante medida foi o combate à chuva ácida. Em 1993, a Environmental Protection Agency (EPA) criou o mercado de sulfur derivatives (SO 2 ). Neste caso as empresas poluidoras são controladas por meio de permissões máximas de emissões de SO 2, e estas permissões poderiam ser negociadas na Bolsa de Chicago. As empresas envolvidas são basicamente as empresas produtoras de eletricidade, responsáveis pelas emissões de SO 2. As permissões foram criadas com o objetivo de reduzir em 10 milhões de toneladas as emissões observadas de 1980 até As permissões são livremente negociadas entre as empresas e podem ser utilizadas em outros períodos, possibilitando à empresa estabelecer seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais. Neste sistema, caso as empresas emitam acima da quantidade estipulada receberão multa de US$ por tonelada de SO 2 excedente. Todo ano, a EPA retém 2,24% das permissões e as leiloa na Bolsa de Chicago em conjunto com as permissões oferecidas pelas próprias empresas. O programa está cumprindo seus objetivos iniciais, e conforme cálculos da EPA as emissões de dióxido de enxofre foram reduzidas em 30% até 2003 (EPA, 2005; PINDYCK e RUBINFELD, 1994; ROCHA, 2003; MAY, 2003). Outro programa que merece destaque foi também elaborado pela EPA com o intuito de eliminar o chumbo na gasolina, no período de 1982 a Segundo este 4 O Clean Air Act é uma lei criada nos EUA no ano de 1977 que tinha o intuito de apresentar uma série de medidas de melhorias ambientais contra a poluição do ar. Em 1989 houve uma grande revisão do Clean Air Act e novas medidas foram apresentadas incluindo-se penalidades no caso de não cumprimento das obrigações (EPA, 2005, online). Disponível em: 5

6 sistema, determinou-se uma quantidade fixa de permissões de chumbo por galão de gasolina para produção das diferentes refinarias existentes. Caso uma refinaria já tivesse alcançado a marca permitida poderia negociar as permissões excedentes com outras empresas. O resultado desse empreendimento foi além do benefício ambiental, pois gerou uma economia da ordem de US$ 65 milhões para as refinarias. Uma importante política americana adotada diz respeito às restrições impostas pelo Protocolo de Montreal, em 1987, que determinava a eliminação da utilização do clorofluorcarbono (CFCs), principal responsável pela destruição da camada de ozônio, até o fim de Para que as empresas pudessem cumprir o objetivo do Protocolo, em 1998 a EPA criou um sistema de permissões de emissões, com base nas emissões de As negociações das permissões são autorizadas entre produtores, consumidores e entre países. Um fato diferenciado foi que esse mercado gerou lucros para os grandes redutores e negociadores, mas para que o mercado não assumisse um perfil meramente especulativo, e se descaracterizasse como ferramenta ambiental, passou a incidir taxas sobre os poluentes. Este programa inovador permitiu trocas internacionais e agregou dois instrumentos distintos, taxas e permissões (ROCHA, 2003). Nos dias de hoje, existem mais de 15 estados americanos com regulamentações específicas em relação à redução de gases de efeito estufa, e outras medidas de melhorias ambientais. Com a nova administração Obama, diferentemente de seu antecessor, apesar de ainda não terem ratificado o Protocolo de Kyoto, o Governo americano têm apresentado medidas mais flexíveis de redução de emissões. Em outubro de 2009, o Senado americano apresentou uma proposta de redução de emissões de 20% das emissões registradas em 2005 até No entanto, este projeto deverá ser bastante discutido, antes de ser aprovado, uma vez que existem muitos pontos não esclarecidos ainda, como quais indústrias seriam mais ou menos afetadas e qual apoio dado pelo Governo americano para energia nuclear. Cabe ressaltar, que as metas propostas são inferiores à meta contida no Protocolo de Kyoto. O posicionamento dos países em desenvolvimento são relativamente semelhantes. O IPCC recomenda um corte de pelo menos 40% no total de emissões Disponível em: 6

7 mundiais para manter o aumento da temperatura inferior a 2 C. Os países em desenvolvimento seguem a linha de raciocínio do Protocolo de Kyoto, concordando com o princípio da responsabiblidade comum porém diferenciada, acreditando que os países em desenvolvimento não devem ter metas obrigatórias, no entanto devem apresentar medidas de mitigação, de acordo com suas possibilidades econômicas. A China se pronunciou em setembro de 2009, afirmando que pretende cortar suas emissões de gases de efeito estufa por uma margem notável até 2020, comparados aos níveis de 2005, porém condicionando essas redução ao aumento do PIB, e sem dar números de metas. Pretende também aumentar o uso de combustíveis renováveis em 15% do total até 2020, além de aumentar o ritmo de florestamento de seu país (CHINA, 2009; IPCC, 2009). Além desses países, outros também apresentarão medidas de mitigação dos GEE na próxima reunião sobre o clima na Dinamarca em dezembro de Breve relato sobre posicionamentos contrários à relevância dos problemas consequentes das mudanças climáticas Devido à incerteza ainda existente no campo científico em relação às mudanças climáticas, ainda não há um consenso sobre o entendimento de suas causas e conseqüências. Assim, existem estudiosos dentro da comunidade científica mundial, ainda que em menor número, contestando a existência de aquecimento global. Outros tantos rejeitam a tese de que o aquecimento está sendo provocado principalmente pelas atividades humanas, e não por fatores naturais. Muitos destes estudiosos comumente chamados de céticos, apresentam um leque amplo de argumentos contrários às teses apresentadas nos relatórios do IPCC (GROSSMAN, 2001, LINDZEN, 2005 appud VEIGA, 2007). Luiz Carlos Molion, por exemplo, doutor em física pela USP, tira as seguintes conclusões de alguns de seus estudos: por meio da avaliação da variabilidade natural do clima não é possível garantir que o aquecimento de 0,6 C seja decorrente da intensificação dos GEE na atmosfera; acrescenta também que não é possível afirmar, como os relatórios do IPCC apontam, que há uma tendência de aquecimento crescente e permanente nas próximas décadas. O único fato incontestável, segundo o autor, é que a concentração de CO2 aumentou de 35% nos últimos 150 anos, mas não é possível garantir que tenha sido Disponível em: 7

8 conseqüência das influências antrópicas. Assim, não é conclusivo colocar que o crescimento de temperatura observado nos dias de hoje é conseqüência do aumento de CO2 na atmosfera. Pode ter sido exatamente o contrário, ou seja, que o gás tenha aumentado como resposta a elevação de temperatura dos oceanos e do ar (MOLION, 2007). Outro autor que contesta as teorias atuais sobre as mudanças climáticas é John Lomborg, que não considera o aquecimento global (AG) um problema tão grave e relevante que mereça a atenção e preocupação que acompanha o tema nos dias de hoje. Primeiramente, o autor não aceita os cenários científicos que são projetados atualmente, afirmando que não são realistas, nem confiáveis e acrescenta que o AG pode trazer certos benefícios a humanidade e não apenas maléficos. As idéias do autor contestam muitos relatórios científicos, em especial os do IPCC, afirmando que os dados sobre as mudanças climáticas apresentam conclusões infundadas e questionáveis, pois desconsideram informações relevantes que poderiam influenciá-las. Para Lomborg, as análises de temperaturas oceânicas, noturnas e de inverno são extremamente importantes para entender as mudanças climáticas, e, no entanto, não são incluídas nos relatórios. O IPCC também desconsidera os efeitos resfriadores relevantes de certos elementos, que incluiríam estudos das nuvens, aerossóis, partículas de sulfato e vapor d água. Lomborg também afirma que as análises científicas existentes trabalham com uma base de dados muito limitada e de difícil consolidação, e este fato explica o número grande de estudos sobre o aquecimento global, com conclusões divergentes, colocando em risco a verossimilhança das análises. Outra crítica diz respeito ao prazo que os cientistas geralmente consideram para seus estudos, que é de anos, um tempo relativamente curto para pesquisas sobre padrões de clima. Dessa maneira, os episódios climáticos da atualidade poderiam ser conseqüentes de mudanças naturais de temperatura, e não de causas antrópicas. No mais, muitas catástrofes ambientais são causadas pelo aumento populacional indiscriminado, especialmente em regiões vulneráveis e anteriormente desabitadas. Por fim, ainda em relação às calamidades ambientais, as previsões futuras existentes são muito exageradas, e embasadas em fundamentos científicos não muito confiáveis. Disponível em: 8

9 Uma vez que Lomborg não concorda com a dimensão que os cientistas dão aos problemas que podem surgir consequentes das mudanças climáticas, o autor apresenta outras alternativas para direcionar os recursos financeiros que seriam gastos para a prevenção contra os problemas futuros em relação às mudanças climáticas. O capital deveria de outra forma, ser investido em energias renováveis e em pesquisas e desenvolvimento de novas alternativas menos poluentes. Lomborg argumenta também, que esse dinheiro deveria ser direcionado aos países em desenvolvimento que poderiam combater outros tipos de problemas mais eminentes, como diminuição da pobreza e educação. E por fim, outra solução seria aplicar os recursos hoje, para renderem juros bancários, e caso haja problemas ambientais no futuro, aí sim seriam utilizados. 2. O Protocolo de Kyoto Em 1990, a Assembléia Geral das Nações Unidas estabeleceu o Comitê Intergovernamental de Negociação que foi o responsável pela redação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima - CQNUMC (United Nations Framework Convention on Climate Change - UNFCCC). O acordo foi assinado em 1992, no Rio de Janeiro, durante a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Rio-92. A CNUMAD adotou outros compromissos específicos além da Convenção-Quadro que seriam: a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Declaração do Rio e a Agenda 21 (PEREIRA, 2002; RIBEIRO, 2003; ROCHA, 2003; UNFCCC, 2005). A Convenção-Quadro entrou em vigor em 21 de março de 1994, com a assinatura de diversos Chefes de Estado e outras autoridades de 154 países, além da Comunidade Européia (UNFCCC, 2005). Considerando as particularidades econômicas, sociais e ambientais de cada país, a Convenção julgou necessário separar as nações em dois grupos: os listados no seu Anexo I (conhecidos como "Partes do Anexo I") e os que não são listados nesse anexo (comumente chamadas "Partes não-anexo I"). Obedecendo à premissa da CQNUMC - o Princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada - as Partes do Anexo I são basicamente os países Disponível em: 9

10 industrializados, os que mais contribuíram no decorrer da história para as mudanças no clima atualmente observadas e os que contam com maior capacidade financeira e institucional para tratar do problema. Correspondem aos países que eram membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) em 1992, além dos países chamados de economias em transição (conhecidos como EITs), que compreendem a Federação Russa e vários outros países da Europa Central e Oriental. Durante a CQNUMC ficou definido que essas Partes comprometeríam-se em adotar políticas e medidas nacionais com a meta de retornar suas emissões de gases de efeito estufa aos níveis de 1990, até o ano 2000 (CQNUMC, 2004; FRANGETTO, 2002). Seguindo a reunião da CQNUMC, foi criada a Conferência das Partes (COP), que é o órgão supremo da Convenção, a autoridade mais alta para tomada de decisões, cujas reuniões ocorrem anualmente desde 1995 até os dias de hoje (CQNUMC, 2004a, online; PEREIRA, 2002, p.25). Durante a 3ª Conferência, realizada entre 1 e 12 de dezembro de 1997, em Kyoto, Japão, houve a criação do Protocolo de Kyoto. O Protocolo é um documento que apresenta uma linguagem de natureza técnica baseada no entendimento jurídico internacional. Trata-se de um acordo de difícil concordância de idéias entre as Partes negociantes. O documento resultante não é totalmente objetivo e em alguns pontos caracteriza-se pela ausência de definições claras e unívocas. As dúvidas em relação às informações são alvo constante de críticas e discussões em torno do Protocolo, e ocorrem desde sua criação até os dias de hoje. No entanto, é de interesse geral que melhorias sejam feitas para maior aceitação, e por essa razão, as discussões, ocorridas nas reuniões posteriores à criação do Protocolo, têm gerado atualizações numa tentativa de adaptação à realidade e ao interesse da maioria. Segundo o Protocolo de Kyoto os países industrializados (e demais Anexo-I da CQNUMC) deveriam reduzir suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em torno de 5,2% em relação aos níveis de 1990, no período compreendido entre 2008 e (CQNUMC, 1997). Como determinação deste Protocolo, cada país membro, definido pelo tratado como redutor de GEE, deve apresentar um inventário anual de emissões de gases de efeito estufa não controlados pelo Protocolo de Montreal. Disponível em: 10

11 O Protocolo define os gases que devem ser reduzidos, os setores da economia responsáveis por essas emissões e onde deveriam ser tomadas medidas de reduções. Em linhas gerais, a CQNUMC considera gases de efeito estufa (GEE) os constituintes gasosos da atmosfera naturais ou antrópicos, que absorvem e reemitem radiação infravermelha (CQNUMC, 2004). Para facilitar a mensuração, a quantidade de gases é expressa em toneladas métricas de carbono equivalente (tco2e), que é uma unidade indicativa do grau de poluição de cada GEE. Para tanto, é necessário multiplicar a qualidade do gás pelo fator de poluição, que equivale a quantas vezes é mais poluente que o CO2. Os setores que o Protocolo considera como responsáveis pelas emissões são basicamente: energia, transporte, emissões fugitivas de combustíveis, combustíveis sólidos, petróleo e gás natural, processos industriais, produtos minerais, indústria química, produção de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, consumo de halocarbonos e hexafluoreto de enxofre, agricultura, uso do solo, mudança do uso do solo e floresta, tratamento de esgoto Mecanismos de flexibilização Visando facilitar o cumprimento dessas metas de redução, o Protocolo criou instrumentos comerciais chamados de Mecanismos de Flexibilização, por meio dos quais um país Anexo I pode ultrapassar o seu limite de emissões sem que as emissões líquidas globais aumentem, desde que haja redução equivalente em outro país (CQNUMC, 1997; PEREIRA, 2002). Os mecanismos de flexibilização previstos no Protocolo são três: a Implementação Conjunta (Joint Implementation), o Comércio de Emissões (Emissions Trading) e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL (Clean Development Mechanism CDM). Os três instrumentos possibilitam a criação e o desenvolvimento do comércio de certificados de carbono, e têm algumas características comuns, mas com certas particularidades. A Implementação Conjunta permite aos países industrializados compensarem suas emissões participando de projetos e sumidouros em outros países Anexo I (CQNUMC, 1997). Disponível em: 11

12 O Comércio de Emissões explicita as transações referentes às emissões de GEE entre as Partes Anexo I. Trata-se da adoção de políticas baseadas em mercados de licenças negociáveis para poluir (Allowances - Tradable Permits). Esse mecanismo permite aos países desenvolvidos negociarem entre si as quotas de emissão acordadas em Kyoto por meio do qual, países com emissões maiores que suas quotas podem adquirir créditos para cobrir tais excessos. Por último, e o que afeta diretamente os países em desenvolvimento, é o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que possibilita que um país desenvolvido financie e/ou invista em projetos em países em desenvolvimento como forma de cumprir parte de seus compromissos. As reduções de emissões têm equivalência em créditos de carbono, chamados reduções certificadas de emissões (RCE) (BNDES, 1999; CQNUMC, 1997). O MDL tem como objetivo a mitigação de gases de efeito estufa em países em desenvolvimento, na forma de sumidouros, investimentos em tecnologias mais limpas, eficiência energética, fontes alternativas de energia, florestamento e reflorestamento, assegurando sempre o desenvolvimento sustentável do país hospedeiro do projeto 5. Para que um projeto seja implantado, ele deve cumprir algumas etapas comumente chamadas ciclo do projeto de MDL. 3. Uma abordagem introdutória dos certificados negociáveis de emissão O mercado de créditos de carbono emerge da idéia das permissões negociáveis de emissão, formulada inicialmente por Dales em 1968 e desenvolvida posteriormente por Tietenberg em 1985 e por Baumol e Oates em A criação de um certificado de carbono é uma tentativa de precificar a poluição do ar. Dentro da literatura acadêmica há basicamente três tipos de sistemas de certificados negociáveis de emissão: o ambient permit system (trabalha com base na exposição à poluição no ponto de recepção desta), o emission permit system (trabalha com base nas fontes de emissão) e o pollution offset system (combina características dos dois anteriores). Existem várias formas de regulamentação da comercialização dos certificados, destacam-se principalmente: políticas de compensação (offset policy), 5 País hospedeiro, também chamado de país anfitrião, é onde é implantado o projeto. Disponível em: 12

13 política da bolha (bubble policy), política de emissão líquida (netting policy) e câmara de compensação de emissões (emission banking) (ALMEIDA, 1998; MAY, 2003). A política de compensação foi criada pelo Environment Protection Agency (EPA) 6 na década de 80, e é um programa que permite que novas empresas poluidoras possam ser instaladas em regiões onde a qualidade do ar não atende aos padrões ambientais, desde que as novas emissões de poluição sejam no mínimo compensadas por uma redução das fontes de emissão de poluição já existentes. Ao invés de impor uma lei de zoneamento rígida, barrando a expansão de atividades na área, o ingresso de novas empresas é permitido, contanto que não seja prejudicada a qualidade ambiental local (ALMEIDA, 1998; PINDYCK e RUBINFELD, 1994). A política da bolha também criada pelo Environment Protection Agency (EPA) na década de 80 é um mecanismo que trata múltiplos pontos de emissão de uma planta poluidora existente em determinada área como se estivesse envolto numa bolha. O total de emissões de cada poluente lançado numa dada região específica é controlado, e enquanto esse valor estiver abaixo do total permitido, algumas empresas podem ainda poluir, contanto que a somatória geral de emissões de todas as empresas esteja dentro do limite. As empresas podem negociar entre si as reduções de emissão, ou seja, quando uma empresa não atinge o padrão fixado, ela pode comprar certificados de redução de emissão de outra que já tenha atingido o patamar necessário (ALMEIDA, 1998; PINDYCK e RUBINFELD, 1994). A política de rede ou de emissão líquida permite às empresas promover alguma reestruturação interna caso julguem necessário, desde que o aumento líquido das emissões - que seria o total de emissões descontados dos certificados que elas podem adquirir - esteja abaixo de um teto pré-estabelecido. A câmara de compensação, por fim, permite às empresas estocarem certificados para uso nas políticas de offset, bubble e netting ou vendê-las para terceiros (ALMEIDA, 1998; MAY, 2003; PINDYCK e RUBINFELD, 1994). O sistema de negociação de créditos de redução de emissões fornece às empresas um estímulo para negociarem suas permissões, de tal forma que aquelas que dispõem de menos 6 O EPA é uma agência governamental americana que tem intuito de prover pesquisas e educação ambiental, além de criar e ajudar na implementação de regulamentações para diminuir a poluição ambiental nos EUA (EPA, 2005, online). Disponível em: 13

14 meios para reduzir suas emissões localmente podem tornam-se compradoras de certificados e vice-versa. 4. Os mercados de certificados de carbono Os mercados de carbono espalhados pelo mundo nos dias de hoje seguem algumas linhas básicas comuns a todos embasadas nesses conceitos teóricos pensados muito antes da criação do Protocolo de Kyoto. Atualmente não há um único mercado de carbono 7, definido por uma única commodity, por apenas um contrato. O que é comumente chamado de mercado de carbono é uma coleção de diversas transações por meio das quais volumes de reduções de emissões de GEE são comercializados e diferenciam-se em relação ao tamanho, formato e regulamentação. Essas transações podem ser também separadas em Kyoto compliance e non-kyoto compliance, ou seja, créditos de carbono que obedecem aos parâmetros impostos pelo Protocolo ou não Transações de carbono além de Kyoto Existem muitas organizações que participam do mercado de carbono mundial, destacam-se: Bolsa Mercantil e Futuros (Brasil), Banco Mundial, Chicago Climate Exchange, UK ETS, EU ETS, CERUPT e ERUPT. a) Bolsa Mercantil e Futuros BM&F A BM&F em convênio com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e a Fundação Getúlio Vargas organiza o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que seria um conjunto de regulamentações, instituições, sistemas de registros de projetos e centros de negociações em processo de implementação no Brasil visando estimular o desenvolvimento de projetos de MDL e dar maior transparência ao mercado ambiental. Para participantes desse mercado a BM&F criou o banco de projetos de MDL, disponível na internet, no site da BM&F, desde o final de O banco de projetos da BM&F é um sistema eletrônico para registro de informações relacionadas aos projetos de 7 Crédito de carbono, certificado de carbono, certificado de redução de emissão é a nomenclatura utilizada nesse trabalho para designar genericamente os certificados resultantes das reduções de emissão dos CO2e, englobando reduções certificadas de emissões (RCE), do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), e os demais certificados de redução de emissões resultantes de outros mercados. Disponível em: 14

15 MDL, que já tenham sido validados ou que ainda estejam em fase de estruturação. Somado a isso, investidores pré-selecionados pela BM&F podem divulgar suas intenções de compra/venda dos certificados que serão gerados por projetos de MDL (BM&F, 2007). A BM&F é uma tentativa brasileira de formalizar o mercado de carbono. Possivelmente, em razão das indefinições ainda existentes sobre o perfil jurídico dos certificados, e de particularidades desse mercado o comércio de certificados ainda não está disponível para negociação via compra/venda livres na Bolsa de Mercadorias. De toda maneira, a BM&F é a primeira bolsa no mundo a fazer um leilão de créditos resultantes do projeto de MDL brasileiro, do aterro Bandeirantes. Assim, apesar da não total regulamentação do mercado de carbono (como existe para commodities, como café, algodão), já é possível a negociação de certificados resultante de leilão de vendas de créditos. b) Banco Mundial O Banco Mundial participa ativamente do mercado de carbono por meio principalmente de seus fundos de captação de recursos, financiando assim muitos projetos de reduções de emissão dos países em desenvolvimento. Os seus principais fundos relacionados com o mercado de carbono são: O The Prototype Carbon Fund (PCF); The Netherlands Clean Development Facility; The Italian Carbon Fund; The Bio Carbon Fund; Danish Carbon Fund. O Banco Mundial é um grande incentivador de projetos ambientais, e mais especificamente projetos redutores de emissão resultantes de Kyoto. Por meio de seus fundos há recursos disponíveis para financiamento e compra de certificados de carbono, e o montante de recursos está em franco crescimento, a contar pelo aumento crescente de fundos existentes. O Banco Mundial é também grande provedor de informações sobre esse mercado, fato importante, uma vez que é um programa incipiente e a população leiga é ávida de informações concretas e confiáveis (WORLD BANK, 2007). c) Chicago Climate Exchange (CCX) A Chicago Climate Exchange promove um comércio eletrônico de negociações referente à redução de emissões de carbono, desde dezembro de A CCX é Disponível em: 15

16 fruto de um interesse de seus membros (mais de 100) em reduzirem as emissões dos GEE e que fizeram um acordo voluntário entre eles com regras básicas de redução e padrões de comportamento específicos. Esta bolsa é resultado de uma associação de empresas de diversos setores como o químico, papel e celulose e automotivo, que se anteciparam à implantação do Protocolo de Kyoto, e formaram essa bolsa em Chicago que tem o intuito de efetuar negociações de créditos de carbono. Cabe ressaltar que as negociações que ocorrem na CCX não seguem totalmente os padrões propostos pelo Protocolo de Kyoto, portanto, o mercado da CCX caracteriza-se como non- Kyoto compliance. Os dois instrumentos financeiros comercializados no momento na CCX são Allowances (XA's), que são Permissão de Emissão, e Exchange Offsets (XO's), Redução de Emissão. As Exchange Allowances são emitidos de acordo com uma base de emissão permitida no âmbito de determinação da própria CCX (Member's Emission Baseline). As Exchange Offsets são emitidas em função da qualificação de projetos de mitigação que são registrados na CCX pelos membros participantes, interessados nas trocas de crédito. Todos os instrumentos financeiros devem ser registrados na CCX, e suas características são definidas em contrato. A CCX é uma iniciativa voluntária que está em funcionamento já mesmo antes de Kyoto. Muitas empresas contam com as facilidades e confiança de fazer parte de um mercado já regulamentado e estabelecido, com câmara de compensação, e uma gama de informações disponíveis e acessíveis a qualquer interessado. Isso é um diferencial nesse mercado, uma vez que a maioria dos créditos, os resultantes de Kyoto, por exemplo, são negociados em balcão, sem um órgão de compensação, com grandes incertezas sobre preços, pois estas informações não são disponíveis a todos interessados. Na mesma linha da CCX existem a European Climate Echange, e a Chicago Climate Future Exchange (CCX, 2009). d) Outros Mercados desenvolvidos pelos Governos mundiais Um importante mercado a se destacar é o do Reino Unido. Nos dias 11 e 12 de março de 2002, o Governo do Reino Unido lançou seu mercado nacional de carbono, sendo non- Kyoto Compliance (UK Emissions Trading Scheme UK ETS), por meio de um leilão de tco2e. Trinta e quatro empresas participaram Disponível em: 16

17 desse leilão e teriam a incumbência de cumprirem com as reduções propostas. As empresas podem negociar entre si as Allowances de modo a atingirem as metas estabelecidas (DEFRA, 2005; ROCHA, 2003; UK, 2002). Um outro mercado na mesma linha do mercado UK ETS é o europeu, EU Emission Trade Schame (EU ETS), que começou recentemente a operar, em janeiro de A primeira fase de cumprimento de reduções é de 2005 a 2007 e a segunda é de 2008 a 2012, coincidindo com a primeira fase do Protocolo de Kyoto (DEFRA, 2005). Em novembro de 2004, um importante fato contribuiu para o aumento da demanda por certificados ligados aos projetos de MDL. A Comissão responsável pelo EU ETS criou uma Diretiva de Conexão (Linking Directive), que é uma linha reguladora que determina a relação entre EU ETS e o Protocolo de Kyoto. A Linking Directive permite às instituições incluídas no EU Emission Trade Schame utilizarem certificados de MDL com o objetivo de atender seus compromissos de redução a partir de Este fato fez com que companhias européias tivessem maior interesse na compra de RCEs, para assim cumprirem seus compromissos de redução (IETA, 2005; POINT CARBON, 2005b; WORLD BANK, 2005). Outro importante programa criado foi o Certified Emission Reduction Unit Procurement Tender (CERUPT), criado pelo governo holandês. Este programa é resultado do interesse do Governo holandês em investir em projetos de MDL por meio da compra de RCEs. O Governo holandês também criou o Emission Reduction Unit Procurement Tender ERUPT, programa semelhante ao CERUPT, porém direcionados para projetos de Implementação Conjunta (CARBON TRADE, 2005). O EU ETS é o mercado de carbono de grande volume negociado, incluindo inclusive certificados resultantes de Kyoto para os cumprimentos de metas estipuladas. Sua implantação antecede Kyoto, e a segunda fase de cumprimento de reduções se iniciou em 2008, demonstrando assim uma solida participação nesse mercado. Além desses mercado, existem outros programas de mercados de carbono, como o que existe na Nova Zelândia, o New South Wales Market, além de mercado australiano, o Regional Greenhouse Gas Initiative (RGGI) nos EUA, dentre outros. Disponível em: 17

18 4.2. Panorama dos mercados de certificados de carbono Analisando somente o mercado Kyoto-compliance, em setembro de 2009 existiam projetos em alguma fase do ciclo de projetos do MDL, dos quais já registrados pelo Conselho Executivo do MDL e em outras fases do ciclo de aprovação do projeto. A China ocupa o primeiro lugar em número de MDLs com (37%), em segundo, a Índia com projetos (27%),e o Brasil com 416 projetos (8%) (MCT, 2009). Em termos do potencial de reduções de emissões associado aos projetos no ciclo do MDL, o Brasil ocupa a terceira posição, sendo responsável pela redução de de tco2e, o que corresponde a 6% do total mundial, para o primeiro período de obtenção de créditos (de 7 a 10 anos). A China ocupa o primeiro lugar com tco2e de reduções estimadas (48%), seguida pela Índia com de tco2e (22%) de emissões projetadas. A maior parte das atividades de projeto desenvolvidas no Brasil está no setor energético, o que explica a predominância dos projetos de redução de CO2. Considerando o mercado geral de créditos, incluindo Kyoto-compliance e non- Kyoto compliance, houve um crescimento entre 2007 e 2008, atingindo o valor de U$126 bi em 2008, principalmente em virtude das transações do mercado europeu, EUETS. Já o volume transacionado de créditos resultantes do MDL reduziu 12%, em torno de U$6.5 bi em 2008, comparado a U$7.4 bi em No entanto, o volume do mercado secundário cresceu. Tal qual outros mercados de transações, os preços dos créditos tiveram queda, como observada na média de preços negociadas na Bolsa de Chicago, Tabela 1. No entanto, os preços dos certificados resultantes dos MDL se elevou para uma média de U$ 17, apesar do volume total de certificados se reduzir, em virtude da queda no total dos certificados. Apesar desse declínio no mercado de transações de certificados resultantes dos projetos no âmbito de Kyoto, muitas países demonstram interesse em continuar comprando créditos, tais como Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Itália, Noruega, Portugal, Espanha, entre outros. Disponível em: 18

19 Tabela 1: Preço médio dos créditos de carbono Chicago Climate Exchange Ago/08 Ano Out/09 3,6-2- Preço 1,50-2,50 4,25 3,70 2-4,85 0,4 4,4 CCX (U$/tCO2e) Fonte: CCX (2009). É importante mencionar, que os preços dos certificados diferem-se de acordo com o mercado que participam, constatando-se que mercados Kyoto-compliance apresentam preços dos certificados mais elevados. Para se ter um panorama dos motivos que podem afetar as variações de preços, segue abaixo os principais determinantes: a) perfil dos agentes de comercialização dos certificados; b) risco de registro, que representa a possibilidade de um projeto não ser aprovado e registrado como MDL. À medida que mais projetos vão sendo registrados, este risco tende a diminuir; c) risco de projeto, que representa a possibilidade do projeto não gerar a quantidade esperada de RCEs; d) origem e data de obtenção prevista dos certificados; e) benefícios sociais e ambientais adicionais que o projeto pode trazer; f) risco empresa; g) risco país (ANDRADE, 2004, POINT CARBON, 2005). Os compradores de créditos de carbono atualmente podem basicamente ser separados em: instituições multilaterais, como o Banco Mundial; fundos do Governo, como da Áustria, Bélgica, Dinamarca; bancos de desenvolvimento; e setor privado em geral. Em 2008 os maiores compradores foram o Reino Unido, com 39% do total e países europeus bálticos, com17% (WORLD BANK, 2009). Disponível em: 19

20 Os maiores vendedores de créditos são os países asiáticos, principalmente a China, com 84% do volume total ofertado, Índia, com 4%, Brasil com 3% e com pequena participação dos países africanos, apesar desses últimos terem grande potencial para se desenvolver. Conclusão Os problemas ambientais estão dentro de um campo complexo amarrado a uma malha de interesses diversos e muitas vezes conflitantes. Para que se alcance o objetivo único de diminuição das emissões para evitar o aquecimento global é essencial que haja cooperação internacional, que abrange decisões políticas, éticas e econômicas. Ainda existem muitas dúvidas sobre esse tema, já que prevalecem incertezas em relação à mensuração do clima, e os reais malefícios que podem trazer à sociedade. Conseqüentemente, as projeções das emissões também são susceptíveis de questionamentos, de modo que as ações a serem tomadas diferem de país a país. Sem esquecer que os países podem apresentar interesses e posicionamentos diferenciados tanto em relação ao entendimento, quanto ao combate às emissões. De qualquer forma, apesar da falta de consenso dentro da comunidade científica, a tese que prevalece é a de que o aquecimento global realmente é um fato, e o aumento das atividades humanas dos últimos anos é o grande responsável pela elevação das temperaturas mediante as emissões dos GEE. Tomando como exemplo a premissa básica da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC), o princípio da precaução deve ser respeitado, o qual atesta que mesmo que não tenhamos totalmente certeza em relação aos problemas e magnitude do aquecimento global, o mundo deve adotar medidas para se precaver contra os possíveis malefícios que o aumento das emissões de gases de efeito estufa possam ocasionar. O Protocolo de Kyoto surge da tentativa de reduzir as emissões, e o mercado de carbono se desenvolvem como instrumento econômico usado na tentativa de atingir esse objetivo. Vale lembrar, que existem posturas contrárias em relação à utilização desses mecanismos como instrumento eficaz de redução de emissões, mas, Disponível em: 20

21 segundo dados disponíveis o comércio de certificados está em evolução. Para que esses mercados se desenvolvam e se solidifiquem cada vez mais, é importante a existência de instituições sólidas e eficientes, no intuito de sustentar e regulamentar da melhor forma possíve,l de maneira segura e eficaz. REFERÊNCIAS ALMEIDA, L. T. Política ambiental: uma análise econômica. Campinas: Papirus, Fundação Editora da Unesp, ANDRADE, C. M. Estruturação financeira de projetos de carbono. In: CURSO de como negociar créditos de carbono. São Paulo: Internews, setembro de BANCO MUNDIAL. Banco Mundial e as mudanças climáticas Disponível em: < Acesso em: jun BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL BNDES. Efeito estufa e a Convenção sobre a Mudança do Clima. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Assessoria Especial de Meio Ambiente e Ministério da Ciência e Tecnologia. Coordenação de Pesquisa em Mudança do Clima, BOLSA MERCANTIL E FUTUROS BM&F. Projetos para redução de emissões e desenvolvimento são debatidos na BM&F. Disponível em: < 2004/pages/imprensa1/destaques/2005/julho/DestaqueAgropauta.asp>. Acesso em: abr CARBON TRADE. CERUPT: the Netherlands CDM Programme. Disponível em: < Acesso em: ago CHICAGO CLIMATE EXCHANGE (CCX). Disponível em: < >. Acesso em: out CHINA. Diversos. Disponível em: >. Acesso em: out Disponível em: 21

22 CONEJERO, Marco Antonio. Seqüestro de carbono: uma solução para o problema de externalidades. FEA-USP, Monografia (Bacharelado em Economia) Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, CONVENÇÃO QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MUDANÇA DE CLIMA CQNUMC. Convenção quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima: o que isto significa? Editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia MCT com o apoio do Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: < Acesso em: out Protocolo de Kyoto à convenção sobre mudança do clima Editado e traduzido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia MCT com o apoio do Ministério das Relações Exteriores. Disponível em: < Acesso em: out DEPARTMENT FOR ENVIRONMENT FOOD AND RURAL AFFAIR (DEFRA). Emission Trading Schemes ETS. Disponível em: < >. Acesso em: jul ECOSYSTEM MARKET PLACE. Backgrounder: Kyoto Protocol: Clean Development Mechanism (CDM) and Joint Implementation (JI). 2005a. Disponível em: < aggregate=0>. Acesso em: jul FRANGETTO, Flavia W.; GAZANI, Flavio R. Viabilização do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil. O Protocolo de Kyoto e a Cooperação internacional. Instituto Internacional de Educação no Brasil. São Paulo: Editora Fundação de Peirópolis, GJERDE, J.; GREPPERUD, S.; KVERNDOKK, S. Optimal climate policy under the possibility of a catastrophe. Disponível em: < Acesso em: abril de GODOY, Sara Gurfinkel M. O Protocolo de Kyoto e o mecanismo de desenvolvimento limpo: uma avaliação de suas possibilidades e limites. São Paulo, Dissertação (Mestrado) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Disponível em: 22

23 INTERNATIONAL EMISSON TRADING ASSOCIATION (IETA). Disponível em: <Erro! A referência de hiperlink não é válida.>. Acesso em: jul INTRODUCTION TO THE INTERGOVERMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). Disponível em: < >. Acesso em: jul KOSSOY, A. Como negociar créditos de carbono? In: CURSO DE COMO NEGOCIAR CRÉDITOS DE CARBONO? uma abordagem prática e gerencial. São Paulo: Internews, setembro de MAY, Peter H.; LUSTOSA, Maria C.; VINHA, V. de (org.). Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, MAY, Peter H. Avaliação integrada da economia do meio ambiente: Propostas Conceituais e Metodológicas. In: ROMEIRO, A. R.; REYDON, B. P.; LEONARDI, M.L.A. Economia do meio ambiente: teoria, políticas e gestão de espaços regionais. Campinas: Unicamp/IE, MINISTÉRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Disponível em: Acesso em: out MOLION, Luiz Carlos B. Aquecimento global: uma visão crítica. Disponível em: Disponível em: Acesso em: jun OLIVEIRA, Sonia Dias. In: VEIGA, José E. Aquecimento global: frias contendas científicas. São Paulo: SENAC, VER: OLIVEIRA, S.; MOLION, L.; VEIGA, J.; VALE, P. Aquecimento Global: Frias Contendas Científicas. Organizado por José Eli da Veiga. São Paulo. Editora Senac, PEREIRA, André S. Do fundo ao mecanismo: gênese, características e perspectivas para o mecanismo de desenvolvimento limpo; ao encontro ou de encontro à equidade? Mestrado Programa de Planejamento Energético/COPPE/UFRJ, Disponível em: < >. Acesso em: mar Disponível em: 23

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