PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS Disciplina: Direito do Trabalho II Professora: Cláudia Glênia JUR: MATERIAL APENAS PARA ROTEIRO DISCIPLINAR, NÃO DEVE SER USADO COMO CONTEÚDO DE ESTUDO, NÃO DEVE SER USADO SEM AS DOUTRINAS E AS LEGILAÇÕES PERTINENTES PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO Quando a parte fica inerte na busca de seu direito, dizemos que ocorreu a prescrição onde o direito extinguiu-se ficando o seu titular sem ação para assegurá-lo, vale lembrar que na prescrição o direito em si sobrevive, mas a exigibilidade do mesmo é retirada do seu titular, na decadência extingue-se o próprio direito. Assim, ainda que tenha motivo justo o autor da pretensão, este terá um prazo legal para pleitear judicialmente os seus direitos, pois caso assim não o faça perderá ocorrer a perda do direito de ação, não conseguindo, consequentemente, alcançar a prestação jurisdicional referente aos supostos direitos.. O referido instituto tem como escopo a manutenção da ordem jurídica e da segurança pública, alcançando-se com isso a paz social, vez que desprezando o autor seu direito, não poderá depois de longa data pleitear o mesmo ferindo o que há de mais forte que o interesse individual, que é a paz social e o interesse público. REQUISITOS DA PRESCRIÇÃO - inércia do titular de um direito - decurso do tempo, estabelecido por lei. Tamanha a relevância do instituto em questão que a prescrição trabalhista faz parte dos Direitos Sociais elencados na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 7º inciso XXIX, alíneas a e b : 1

2 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;(redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) A título de curiosidade vale lembrar que existia uma distinção entre o empregado urbano e rural, diferenciação esta revogada pela EC nº28 de 2000, que unificou os prazos prescricionais, validos inclusive para a categoria dos trabalhadores domésticos. Analisando o referido artigo tem-se que os créditos trabalhistas devem ser pleiteados de forma retroativa nos 5 anos anteriores à data da propositura da ação, tendo também o prazo prescricional de 2 anos contados da data da extinção do contrato de trabalho. Existem, dessa forma dois prazos prescricionais: - 5 anos como prazo máximo para receber os créditos (CHAMADA prescrição total) - 2 anos a contar da rescisão contratual CHAMADA prescrição extintiva) As referidas prescrições poderão ser alegadas de ofício, por o referido instituto de interesse público, dessa forma o empregado terá 2 anos a contar da extinção do contrato após o término do aviso(indenizado ou trabalhado) para pleitear seus direitos, respeitando os créditos dos últimos 5 anos., quinquênio contado da data do ajuizamento da ação para trás. OJ 83 SDI1 TST AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO. Inserida em A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio.art. 487, 1º, CLT. PRESCRIÇÃO DO FGTS Quanto a prescrição do FGTS era aplicada a STST 362 prescrição trintenária, observando-se a prescrição bienal, porém o STF alterou o seu entendimento sobre o prazo prescricional, votando pela inconstitucionalidade sumular e do artigo 23 da Lei 8.036/1990 e do artigo 55 do Decreto /1990 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade das normas que previam prazo prescricional de 30 anos para ações relativas a valores não depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O entendimento é o de que o FGTS está expressamente definido na Constituição da República (artigo 7º, inciso III) como direito dos trabalhadores urbanos e rurais e, portanto, deve se sujeitar à prescrição trabalhista, de cinco anos. A decisão foi tomada na sessão plenária do STF de quinta-feira (13), no julgamento do recurso extraordinário com agravo (ARE) , com repercussão geral 2

3 reconhecida. Até então, o STF adotava a prescrição trintenária. O novo entendimento se aplicará a todas as ações que tratam da mesma matéria. O processo foi levado ao STF pelo Banco do Brasil, condenado pela Justiça do Trabalho da 10ª Região (DF) a recolher o FGTS de uma bancária no período em que ela trabalhou no exterior. O caso chegou ao Tribunal Superior do Trabalho, mas a Oitava Turma não conheceu do recurso do banco por entender que a condenação estava de acordo com a Súmula 362 do TST, que estabelece a prescrição de 30 anos para o direito de reclamar o não recolhimento da contribuição para o fundo, observado o prazo de dois anos após o término do contrato de trabalho. No recurso ao STF, o BB defendeu a não aplicação da prescrição trintenária para a cobrança do FGTS, com o fundamento de que o direito deriva do vínculo de emprego e, portanto, deveria estar sujeito ao prazo prescricional de cinco anos previsto no artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição. O relator do ARE 70912, ministro Gilmar Mendes, assinalou que o artigo 7º, inciso III, da Constituição prevê expressamente o FGTS como um direito dos trabalhadores urbanos e rurais, e que o inciso XXIX fixa a prescrição quinquenal para os créditos resultantes das relações de trabalho. Assim, se a Constituição regula a matéria, a lei ordinária não poderia tratar o tema de outra forma. De acordo com o ministro, o prazo prescricional de 30 anos do artigo 23 da Lei 8.036/1990 e do artigo 55 do Decreto /1990, que regulamentam o FGTS está "em descompasso com a literalidade do texto constitucional e atenta contra a necessidade de certeza e estabilidade nas relações jurídicas". Os ministros Rosa Weber e Teori Zavascki votaram pela validade da prescrição trintenária, e ficaram vencidos.( /asset_publisher/ngo1/content/stf-altera-entendimento-sobre-prescricao-para-cobrancade-fgts) PRESCRIÇÃO EM RELAÇÃO AO MENOR DE IDADE Como dito vastamente nos estudos dos direitos do menor, contra este não corre prescrição (artigo 440 CLT), iniciando a contagem do prazo prescricional somente a partir do momento em que o empregado menor fizer 18 anos de idade. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE Matéria subsidiária do CPC, a prescrição intercorrente ocorre durante o curso do processo judicial quando a parte deixa de dar andamento ao processo ou não realiza diligência que lhe competia, com prazo de 2 anos para os contratos extintos e 5 anos se o pacto ainda estiver vigente. A doutrina não concorda com a aplicação subsidiária do referido instituto, que ocorre principalmente nas execuções trabalhistas, mas infelizmente os juízes tem aplicado vastamente o referido instituo. S TST PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente. Matéria conturbada e com precedentes diferentes conforme abaixo transcreve do site do TRT 18 região. 3

4 1.ENTENDIMENTOS NO ÂMBITO DO TRT 18ª REGIÃO 1.1. Entendimento 01 Não se pronuncia a prescrição intercorrente quando constatada a impossibilidade de prosseguimento na execução em razão das infrutíferas diligências de persecução de bens do devedor. Nesta situação, não se configura a inércia do exequente, mormente quando expedida em seu favor a certidão de crédito (arts. 242, 243, 246, 248 e 335 do PGCTRT-18ª Região), o que lhe confere a possibilidade de prosseguimento da execução a qualquer tempo. -TRT-AP Rel.(a) Des.(a) Kathia Maria Bomtempo, 1ª Turma, Disponibilização no DEJT: TRT-AP Rel.(a) Des.(a) Kathia Maria Bomtempo, 1ª Turma, Disponibilização no DEJT: TRT-AP Rel. Des. Gentil Pio de Oliveira, 1ª Turma, Disponibilização no DEJT: Entendimento 02 É aplicável a prescrição intercorrente na Justiça do Trabalho, na hipótese de o reclamante ter concorrido na paralisação da execução, pela sua inércia, por prazo superior a 02 (dois) anos, após o arquivamento do processo, nos moldes do art. 40, 4º, da Lei 8.630/80. -TRT-AP Rel.(a) Des.(a) Kathia Maria Bomtempo, 1ª Turma, Disponibilização no DEJT: TRT-AP Rel. Des. Gentil Pio de Oliveira, 1ª Turma, Disponibilização no DEJT: TRT-AP Rel. Des. Platon Teixeira de Azevedo Filho, 2ª Turma, Disponibilização no DEJT: 07/03/ Entendimento 03 A prescrição intercorrente é admissível na Justiça do Trabalho nas hipóteses em que incumbe exclusivamente ao credor a prática do ato de que depende a regular marcha processual e do qual ele não se desvencilha, ocasionando a paralisação da execução, no lapso temporal de 05 (cinco) anos, após o arquivamento provisório. O direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 05 (cinco) anos, a teor dos artigos 7º, inciso XXIX, da CF/88 e 11, inciso I, da CLT, portanto, deve ser considerado o prazo em comento no cômputo da prescrição intercorrente na execução. Precedente s -TRT-AP Des. Rel. Mário Sérgio Bottazzo, 3ª Turma, Data da Disponibilização no DEJT: 05/08/2013 -TRT-AP Des. Rel. Mário Sérgio Bottazzo, 3ª Turma, Data da Disponibilização no DEJT:07/05/ PRECEDENTE NORMATIVO Nº 01 EXECUÇÃO TRABALHISTA. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE CRÉDITO. A execução trabalhista prescreve em cinco anos após a 4

5 expedição de certidão de crédito. (Publicado no Caderno Administrativo do DEJT: , , ) 2. ENTENDIMENTO DO TST Súmula nº 114 do TST PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (mantida) Res. 121/2003, DJ 19, 20 e É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição intercorrente. : ROAR 306/1976, Ac. TP 2249/1976 Min. Lomba Ferraz DJ Decisão unânime ERR 1831/1974., Ac. TP 1028/1976 Min. Orlando Coutinho DJ Decisão unânime Entendimento A prescrição intercorrente não é aplicável no processo do trabalho, nos termos da Súmula 114 do TST. Na seara trabalhista, a execução não se forma por meio de ajuizamento de ação executiva autônoma, podendo ser promovida de ofício pelo próprio magistrado (artigo 878 da CLT), razão pela qual não há justificativa para punir o exequente por inércia, porque o processo se desenvolve sob a égide do princípio do impulso oficial. A decisão que pronuncia a prescrição intercorrente, extinguindo a execução com resolução do mérito, afronta o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, por impedir indevidamente a produção dos efeitos materiais da coisa julgada. -TST-ED-E-RR Rel Min. Lélio Bentes Corrêa, SBDI-I, Data da Disponibilização no DEJT:07/01/2013 -TST-RR Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, 1ª Turma, Data da Disponibilização no DEJT:26/04/2013 BIBLIOGRAFIA BARROS, Alice Monteiro. Curso de Direito do Trabalho. BASILE, César Reinaldo Offa. Duração do trabalho a direito de greve. CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do Trabalho. CASSAR, Vólia Bonfim. Direito do Trabalho. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. MANUS, Pedro Paulo Teixeira. Direito do trabalho MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Direito do trabalho NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho VENEZIANO, André Horta. Direito e processo do trabalho. Site TRT, TST e outros 5