ENSINO DE MATEMÁTICA PONTO BLOG



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Transcrição:

ENSINO DE MATEMÁTICA PONTO BLOG Moema Gomes Moraes 1 RESUMO: Este trabalho faz uma reflexão sobre os aspectos relacionados ao uso de Blogs no ensino de Matemática. Para isto, ele inicia fazendo uma reflexão sobre a web2 e a Educação Matemática, destacando as características dos recursos que a compõe, em especial aquelas que são bases na conceitualização dos blogs. Estas características permitem a aproximação do perfil dos jovens nascidos e criados utilizando as tecnologias digitais. Nesse contexto, o termo Homo Zappiens, surge para contribuir com o estudo do perfil dos alunos no contexto atual. Este texto apresenta também, uma análise inicial de alguns blogs de Matemática que estão presentes na internet. Esta análise aliada ao estudo do perfil do aluno atual conduz a uma perspectiva de construção de propostas pedagógicas para o uso do blog no ensino dos conteúdos de Matemática. O resultado apresentado neste texto contribuirá futuramente com a análise dos dados coletados no projeto Leitura na Tela ao refletir sobre a forma como algumas instituições de ensino da rede pública de Goiás utilizam estas tecnologias. PALAVRAS-CHAVE: Blog; Tecnologias digitais; Diário-eletrônicos, Ensino de matemática na web2. INTRODUÇÃO A participação do pesquisador no projeto LEITURA NA TELA 2 foi um dos fatores que contribuíram para o estudo do uso das tecnologias digitais e a reflexão acerca das possibilidades destes recursos na Educação Matemática, na relação entre professor-aluno e seus respectivos perfis diante de novas propostas metodológicas que atendam tantos aspectos desafiantes para a formação de professores. Desta forma, as leituras referentes a explosão de diversos recursos que surgiram com a web2, além de observar o comportamento dos alunos diante destas mídias, permitiram a visualização destes recursos em ambientes de ensino da matemática também. 1 Mestre em Educação, professora da UEG, integrante do projeto de pesquisa LEITURA NA TELA. Participação das bolsistas Dayanne Gonçalves Flores da Silva e Érica Erica Veras Lemos na coleta dos dados. 2 Projeto financiado pela CAPES, que está analisando 25 escolas da rede estadual, localizadas em 8 cidades do estado de Goiás. A pesquisa está observando os aspectos pedagógicos do uso do computador e da internet na educação básica e faz parte da REDUCATIVA. 1

A web 2.0, de acordo com O Reilly (2005), tem como princípio o desenvolvimento de aplicativos que aproveitam os efeitos de rede para se tornarem melhores a medida que são utilizados por outras pessoas, aproveitando assim a concepção do termo: inteligência coletiva. Entre as principais características da web2, destacamos: - Contribui para uma internet mais participativa, ou seja, todos os usuários podem se comunicar com todos; - O conteúdo criado por um usuário pode ser alterado mediante os comentários ou alterações de outros usuários; - O usuário não é apenas leitor de informações disponibilizadas na rede, ele poderá escrever alterar, publicar constantemente; - A perspectiva é de que a interação seja permanente: troca de informações entre seus usuários permanentes. Além disto, é relevante destacarmos que o aumento da velocidade da internet e a utilização de novas linguagens de programação contribuíram para o surgimento de novos aplicativos que não exigem instalações ou conhecimentos avançados no planejamento, elaboração e disponibilização de informações na rede. Estes aspectos relatam evidenciam o aparecimento de um perfil de usuário da internet mais significativo, pois ele deixa de ser apenas o leitor, para ser autor, colaborador e criador de projetos disponibilizados na web. Refletir sobre estas características está relacionado ao uso destes recursos e a forma com que eles podem contribuir com possibilidades de interação e comunicação mediante custos reduzidos e em velocidades satisfatórias. O conceito de Web2, criado por Tim O Reilly, e está relacionado às possibilidades que os novos sistemas e ferramentas digitais permitem para a criação e participação on-line de diferentes usuários. Portanto, ao pensarmos neste recurso em ambientes educacionais, é importante valorizarmos as propostas pedagógicas que ampliem o espaço físico da sala de aula ao promover a construção do conhecimento em diferentes mídias de comunicação e envolvendo diferentes atores presentes fisicamente ou virtualmente nos ambientes de aprendizagem. Este novo fazer coletivamente, que surge nestes ambientes de aprendizagem, exige novas competências tecnológicas e hipermidiáticas na leitura e na produção dos hipertextos, uma vez que a web2 permite ao usuário (aluno), individual ou coletivamente, possibilidades de armazenamento, escrita, alteração e publicação contínua. Esta nova produção poderá acontecer em diferentes combinações de signos contendo textos, imagens, desenhos, sons, animações e vídeos, presentes em alguns serviços gratuitos da web2, como por exemplo: 2

- Sites de pesquisa e busca; - Portais; - Correio eletrônico (email); - Publicação de textos, fotos, vídeos, slides; - Pesquisa em mapas e imagens satélites; - Redes sociais (Orkut, facebook); - Comunicadores instantâneos (MSN, messenger); - Ambientes 3D; - Wikis enciclopédias on-line colaborativas; - Criar e compartilhar documentos, apresentações e planilhas googledocs. Outro fator relevante para a reflexão sobre estas tecnologias digitais em ambientes educacionais, está relacionado a rapidez de desenvolvimento de novos recursos e a forma como seus usuários apropriam-se deles. Este movimento acelerado gera mudanças no perfil dos usuários da rede. Ter acesso a esta mídia não implica mais em tê-lo em sua própria casa. Seu uso acontece de forma não linear e muitas vezes reforçando as relações sociais formadas presencialmente ou não. Além disto, é importante destacarmos que esta nova geração nasceu e cresceu na era digital. Thieme ( ), identifica esta nova geração como Homo Zappiens, destacando que a maneira como eles utilizam as tecnologias digitais evidenciam a necessidade da existência de novas competências tecnológicas por parte de seus usuários, o que contribui para pensarmos no desenvolvimento de propostas pedagógicas que não se limitem a sala de aula, mas que favoreçam a um processo de construção do conhecimento coletivo dinâmico e permanente. Os alunos Homo Zappiens, são aqueles que utilizam vários recursos digitais disponíveis na internet, para acessar as informações (sites, blogs, ipods, jogos de rede, telefones celulares e outros). Eles usufruem dos recursos da internet que permitem novas relações sociais em espaços nãopresenciais. A escola, portanto, é apenas um ambiente de estabelecimento de relações sociais. O autor ainda destaca que a perspectiva do desenvolvimento cognitivo destes jovens é baseada em atividades lúdicas e processos de investigação. Conseguem interpretar as mensagens transmitidas por imagens antes mesmo de aprender a ler e escrever e por isto, muitas vezes, para eles, é mais fácil expressar suas idéias por meio de imagens e sons. Não tendo problemas em decifrar idéias dispostas por meio de conexões. Nesta perspectiva, os diários eletrônicos, podem oferecer possibilidades que contemplem estas características do perfil desta nova geração, para isto, é importante analisarmos as potencialidades destes recursos ao pensar em um ambiente de ensino da Matemática interativo, autônomo e dinâmico. 3

O BLOG E A MATEMÁTICA A origem do termo weblog (web = página da internet, log = diário de navegação) é americana e tem como principal finalidade, permitir que seus usuários façam relatos públicos, chamados de post, de qualquer assunto organizando de forma cronológica. Atualmente o termo blog é utilizado com maior freqüência. Na década de 90, surgiram os primeiros blogs publicados por pessoas da área de informática ou que possuíam familiaridade com os códigos da web. Em 1999 surge por intermédio das empresas pontocom e Pitas.com e a Blogger a possibilidade de confeccionar e disponibilizar gratuitamente estas páginas pessoais de forma simples para usuários que não tenham o domínio avançado com linguagens como HTML. Em 2004, acontece o Big Bang virtual. Ene e Querido (2003), apontam que neste ano surgiram mais de 1,5 milhões de blogues no mundo. Atualmente, calcula-se que cerca de 1,4 blogs são criados a cada segundo todos os dias. Enquanto isso, no Brasil, seu aparecimento foi em 2001 e atualmente existem mais de 4 mil usuários cadastrados. A justificativa do crescimento do número de blogs no ciberespaço está no fato de permitirem que qualquer pessoa que tenha acesso a internet, disponibilize algum tipo de conteúdo utilizando este recurso da web2 facilmente. Muitas classificações surgem diante das possibilidades de confecção destes diários virtuais. Até o presente momento, o objetivo desta pesquisa, está partindo das características básicas que definem o blog, destacadas por e que estão relacionadas a forma de adicionar arquivos, comentários e a autoria das postagens: - Arquivo são as entradas das postagens feitas nas páginas dos blogues. Eles são acessíveis na página de entrada. - Os Comentários são apresentados em ordem cronológica, são textos curtos, com diferentes gêneros de escrita e geralmente os últimos conteúdos postados serão os mais visíveis. O administrador do blog poderá definir se os leitores poderão comentar os conteúdos das postagens. - A autoria é uma obra de um autor ou vários autores que se revezam na publicação das mensagens. Alguns autores identificam que são sistemas evoluídos de fóruns. A perspectiva da investigação é a partir da análise de alguns blogs de Matemática e o confronto das idéias relacionadas à forma como esta nova geração aprende, propor algumas recomendações que contribuam com a construção de propostas que valorizem o uso do blog na Educação Matemática. 4

ALGUNS BLOGS DE MATEMÁTICA Durante a análise dos blogs, pudemos constatar o rápido crescimento destas páginas na internet. A cada dia novas comunidades sociais, surgem apresentando assuntos relacionados a Matemática de maneira diferente. Observamos que muitos diários eletrônicos são construídos em servidores que oferecem este serviço gratuito. Quando utilizados serviços não gratuitos, geralmente seus proprietários são profissionais com perfil diferente dos alunos do ensino médio e fundamental. Em relação ao tipo de arquivos postados nos blogs de matemática, encontramos: curiosidades, links para acesso a softwares matemáticos gratuitos, links para sites de matemática, entretenimentos relacionados a matemática, jogos on-line, vídeos de matemática, tarefas e provas de matemática, desafios e adivinhas, História de alguns conteúdos de matemática, e alguns autores estão planejando a postagem de uma Novela de Matemática no blog. Encontramos blogs que possuem apenas um proprietário, ou blogs com grupos de usuários que administram o blog. Alguns são formados por alunos de determinadas turmas e são organizados em um blog administrado pelo professor de matemática da turma. Foi possível observar também, que os blogs criados mais recentemente (após o ano de 2008), possuem recursos para os leitores deixarem seus comentários para os proprietários dos blogs. Esta perspectiva aproxima o seu uso ao de um fórum de discussão. Os blogs encontrados destacam o surgimento de um movimento por parte de muitas escolas e professores em buscar novas propostas para ambientes de ensino-aprendizagem de Matemática, no entanto, o momento é ainda é de construção. Percebemos que muitos blogs observados, acabam reproduzindo metodologias utilizadas com outros tipos de recursos didáticos, como por exemplo, os conteúdos e imagens dos livros didáticos são transcritos para a tela do computador. Diante disto, percebemos que o desafio para o professor do Homos Zappiens, se inicia refletindo sobre as potencialidades que os blogs podem trazer para o processo de ensinoaprendizagem. Para Thieme (2000) um ponto de partida são os jogos digitais em função de dois aspectos que são atrativos para estes alunos. Para o autor, os jogos apresentam uma série de desafios e atividades exploratórias que despertam o interesse dos alunos. As mídias digitais estão repletas de possibilidades de acesso a recursos que podem promover situações desafiadoras, lúdicas ou mesmo exploratórias em contextos diferentes daqueles encontrados na sala de aula presencial. 5

Estes usuários usufruem de acesso a diferentes fontes de consulta e comunicação com diferentes parceiros virtuais, permitindo assim, a formação de diversos um ambiente interativos que possam incentivar a troca de idéias e valorizem a expressão dos alunos em um ambiente de hipertexto social para a construção de conceitos elaborados colaborativamente. A próxima etapa, portanto, será a de reflexão e elaboração de propostas que busquem alternativas de utilização de blogs em uma perspectiva em que o aluno possa estar mobilizado para buscar soluções de problemas propostos pelo grupo. A perspectiva é de que a interação entre diferentes pessoas que acessam o blog possam favorecer para a constituição de um local de encontro que vivencie a Matemática utilizando de diversas linguagens e símbolos durante o processo de comunicação entre os atores. Neste contexto, a educação e a escola poderão beneficiar-se de possibilidades para a formação de ambientes de construção do conhecimento de forma intuitiva e mediados por práticas pedagógicas que valorizem perspectivas de aprendizagem significativas entre os membros desta comunidade virtual: professor e alunos. A perspectiva deste trabalho é pensar no uso de recursos da internet e dos blogs para o ensino de Matemática que venham de encontro com uma perspectiva de aprendizagem significativa, ou seja, que valorize a construção de idéias de forma dinâmica e mediante a interação entre quem ensina e quem aprende ao utilizar os recursos e serviços da internet em novas formas de desenvolvimento de atividades didáticas. Antes de concluir o texto, destacamos ainda que, as anotações desta análise, contribuirão com a análise maior, que será realizada dentro do projeto LEITURA NA TELA. Estes aspectos poderão ser relevantes para a compreensão da forma como as imagens e símbolos matemáticos podem ser lidos na tela do computador. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VEEN, Wim, BRAKKING, Bem. Homo zappiens: educando na era digital. Porto Alegre: Artmed, 2009. QUERIDO, Paulo e ENE, Luis. Blogs. Centro Atlântico. PT. 2003. VALENTE, Carlos, MATTAR, João. Second Life e Web2 na educação. O potencial revolucionário das novas tecnologias. São Paulo, Novatec, 2007. PARASKEVA, João M. e OLIVEIRA, Lia Raquel. Tecnologia Educativa. Portugal, Edições Pedagógicas, 2006. 6