Região Sudeste concentra 41,5% dos investimentos



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Transcrição:

ESPECIAL O ano do futebol Região Sudeste concentra 41,5% dos investimentos A abertura da Copa de 2014 será em São Paulo e a grande final se dará no Rio de Janeiro. As escolhas demonstram a importância dessas cidades brasileiras. Ao lado de Belo Horizonte, as três ilustres representantes da Região Sudeste receberão 19 dos 64 jogos previstos no megaevento mundial de futebol. Do total de investimentos projetados para o torneio, que somam R$ 25,36 bilhões, 41,5%, ou R$ 10,5 bilhões, serão realizados na região. Esse volume deixa claro que, apesar de sua projeção, as metrópoles precisaram se preparar para sediar um evento de tal magnitude. A grande questão é: vai valer a pena? Em São Paulo, seguramente não, como mostra um estudo da Delta Economics & Finance. De acordo com a consultoria, são as obras de mobilidade urbana as mais capazes de gerar benefícios ao longo do tempo. Em São Paulo, que conta com o maior orçamento, de R$ 4,65 bilhões, apenas 11,78% dos recursos serão aplicados na melhoria das condições de deslocamento da população. Rio e Belo Horizonte poderão ter um legado melhor. Na Cidade Maravilhosa, 55,24% do orçamento de R$ 3,38 bilhões será aplicado em mobilidade urbana, enquanto a capital de Minas Gerais destinará a esse fim 55,36% dos R$ 2,54 bilhões previstos. São Paulo é a cidade-sede com maior desembolso: R$ 4,65 bilhões 80 AméricaEconomia Março, 2014

Em Belo Horizonte, preparativos para a Copa de 2014 consumirão R$ 2,54 bilhões No Rio de Janeiro, orçamento aplicado será de R$ 3,38 bilhões Fotos: Portal da Copa; Shutterstock; Ronaldo Almeida/Shutterstock

ESPECIAL O ano do futebol São Paulo Melhorias ficam na promessa rasil e Croácia vão realizar no dia 12 B de junho o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014 no estádio do Corinthians, que está sendo erguido pela construtora Odebrecht em Itaquera, no extremo leste da cidade, a um custo estimado de R$ 820 milhões, conforme o balanço de ações para a Copa, divulgado em setembro pelo governo federal. A escolha de São Paulo para abrir o evento é justificada. Com uma população de mais de 11 milhões de habitantes, entre brasileiros de quase todos os 5.561 municípios do país e imigrantes das mais variadas nacionalidades, a maior cidade da América do Sul é uma síntese da diversidade brasileira. São Paulo também é o maior centro de negócios latino-americano e recebeu a classificação de cidade global alfa pelo GaWC. A cidade é sede de 38% das 100 maiores companhias privadas brasileiras, de 17 dos 20 maiores bancos, de 31 das 50 maiores seguradoras. Hospeda 63% dos grupos internacionais instalados no Brasil, tem 1.769 estabelecimentos de saúde, abriga 240 mil lojas e 79 shoppings. É uma cidade acostumada a receber grandes eventos, como as corridas de Fórmula 1, Fórmula Indy e São Silvestre, a Parada Gay, megaeventos e shows internacionais, além de congressos e feiras de negócios. Cerca de 12 milhões de turistas chegam à cidade anualmente e hospedam-se em 42 mil apartamentos de 410 hotéis e encontram à sua disposição 12.500 opções de restaurantes e 15 mil bares. São Paulo é o principal hub aeronáutico do país, com conexões para todos os grandes destinos do Brasil e do mundo. Mas São Paulo também é uma cidade com trânsito caótico, com quase 7,5 milhões de veículos, dos quais 5,3 milhões são automóveis. Segundo cálculo de engenheiros de tráfego, se todos os veículos saíssem à rua ao mesmo tempo, não haveria espaço para que ficassem parados um atrás do outro nos 17 mil quilômetros de vias paulistanas. A oferta de transporte público é limitada. A frota de ônibus não chega a 15 mil veículos e a malha metroviária é de apenas 70,6 quilômetros em cinco linhas. A melhoria da oferta de transporte público seria o legado mais esperado da Copa para os paulistanos. Em um primeiro momento, as autoridades municipais e estaduais chega- São Paulo é o maior centro de negócios da América Latina 82 AméricaEconomia Março, 2014

Fotos: Portal da Copa; Juvenal Pereira/Portal da Copa; ABr Investimentos previstos na cidade de São Paulo set/2013 Áreas R$ milhões % Estádio (construção da arena do Corinthians) 820,0 17,61 Mobilidade urbana (intervenções viárias no entorno do polo de desenvolvimento da zona leste) Outros (intervenções no Aeroporto Internacional de Guarulhos, no de Viracopos e no cais de Santos) 548,5 11,78 3.286,8 70,60 Total 4.655,3 100,00 Fonte: Delta Economics & Finance com dados do Balanço da Copa Ministério do Esporte Cidade-Sede: São Paulo Número de jogos na Copa 6 Área da unidade territorial (km²) 1.521,10 População residente 11.253.503 População residente alfabetizada 10.033.341 PIB 2011 (em milhões) 477.005,60 Participação no PIB do estado (%) 35,30 PIB per capita a preços correntes 2011 (R$) 42.152,76 Pessoal ocupado total 5.899.412 Rendimento médio mensal dos domicílios (R$) 4.776,94 Estabelecimentos de saúde do SUS 678 Número de leitos para internação 26.273 Índice de alfabetização 89,16 Matrículas no Ensino Fundamental em 2012 1.531.007 Matrículas no Ensino Médio em 2012 504.615 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 2010 0,805 Fonte: IBGE Construção do Itaquerão, na zona leste: R$ 820 milhões ram a divulgar que dois problemas de mobilidade seriam atacados com prioridade. O primeiro deles é a integração dos aeroportos com a rede do Metrô e a de trens. Um monotrilho será construído ligando Congonhas às linhas Amarela do Metrô e Esmeralda da CPTM. O projeto de R$ 2,8 bilhões até foi iniciado, mas, por causa dos atrasos, foi retirado da Matriz de Investimentos da Copa e tem agora previsão de ser concluído em 2015. O governo também anunciou a construção de uma linha de trem para conectar a estação ferroviária Engenheiro Goulart, na zona leste, ao aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Mas essa ideia nem saiu do papel. Outra prioridade era melhorar as condições de acesso à zona leste. Afinal, Itaquera está distante da oferta de infraestrutura turística da cidade. Nas proximidades do novo estádio, não há bons hotéis, restaurantes ou opções de lazer e os turistas terão de se deslocar constantemente para acompanhar os jogos. Investimentos na compra de trens e em sinalização e segurança permitiriam ao Metrô reduzir o intervalo mínimo entre trens dos atuais 120 segundos para 82 segundos na Linha Vermelha, que atende à região, aumentando o fluxo de pessoas transportadas. A iniciativa também foi adiada. As únicas obras de mobilidade urbana na cidade são as de melhoria viária, projetadas para facilitar a locomoção de veículos no entorno do novo estádio. O investimento de R$ 548,5 milhões está sendo rateado entre o governo do estado e a prefeitura municipal. O aeroporto de Guarulhos, que foi repassado para a iniciativa privada em 2012, é o principal alvo dos investimentos para a Copa, com recursos que somam R$ 1,9 bilhão, segundo dados do governo federal. Junto com as intervenções previstas para Viracopos, na cidade de Campinas, no valor de R$ 1,1 bilhão, a área de aeroportos receberá quase 70% do total de R$ 4,6 bilhões de investimentos. Março, 2014 AméricaEconomia 83

ESPECIAL O ano do futebol Rio de Janeiro Canteiro de obras Obras de mobilidade urbana receberão mais da metade dos orçamentos idade que receberá o maior número C de jogos da Copa do Mundo sete, entre eles a grande final no dia 13 de julho, o Rio de Janeiro também se prepara para sediar os Jogos Olímpicos e os Paraolímpicos de 2016. A capital fluminense é um verdadeiro canteiro de obras, resultado de investimentos de R$ 3,38 bilhões em preparativos para receber o torneio de futebol e outros R$ 5,6 bilhões em infraestrutura para a Olimpíada. O Ministério do Turismo estima que dois em cada três turistas do mundial passarão pelo Rio entre junho e julho. São esperados 413 mil visitantes estrangeiros e outros 841 mil brasileiros. Não são poucos os encantos da Cidade Maravilhosa. O Cristo no Corcovado, o Pão de Açúcar, o bondinho da Lapa, as praias de Copacabana e Ipanema são temas de cartões-portais que há décadas encantam o mundo. É a cidade brasileira mais conhecida no exterior. Com seus 6,3 milhões de habitantes é a segunda mais populosa metrópole e também o segundo maior PIB, nos dois casos ficando atrás apenas de São Paulo. É a referência cultural do país, com capacidade de ditar as principais tendências de comportamento adotadas pelos brasileiros. Em 2012, a paisagem urbana da cidade foi considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. O principal investimento realizado para a Copa do Mundo foi na reforma do Maracanã. Originalmente construído para a Copa de 1950, por décadas foi classificado como o maior estádio do mundo, tendo recebido o maior público da história do futebol, quando 200 mil torcedo- 84 AméricaEconomia Março, 2014

Investimentos previstos na cidade do Rio de Janeiro set/2013 Áreas R$ milhões % Estádio (reforma da arenda do Maracanã) 1.050,0 31,07 Mobilidade urbana (BRT Transcarioca, reurbanização do entorno do estádio e modernização da Estação do Maracanã) 1.866,6 55,24 Outros (intervenções no aeroporto do Galeão) 462,6 13,69 Total 3.379,2 100,00 Fonte: Delta Economics & Finance com dados do Balanço da Copa Ministério do Esporte Cidade-sede: Rio de Janeiro Número de jogos na Copa 7 Área da unidade territorial (km²) 1.200,28 População residente 6.320.446 População residente alfabetizada 5.707.871 PIB 2011 (em milhões) 209.366,43 Participação no PIB do estado (%) 45,30 PIB per capita a preços correntes 2011 (R$) 32.940,23 Pessoal ocupado total 2.786.326 Rendimento médio mensal dos domicílios (R$) 4.402,35 Estabelecimentos de saúde do SUS 257 Número de leitos para internação 20.756 Índice de alfabetização 90,31 O Rio de Janeiro é a cidade brasileira mais conhecida no exterior Matrículas no Ensino Fundamental em 2012 803.315 Matrículas no Ensino Médio em 2012 239.708 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 2010 2010 0,799 Fonte: IBGE Fotos: Shutterstock; Portal da Copa res acompanharam um Brasil x Paraguai em 1969. A capacidade atual foi reduzida a 78 mil lugares, mas o estádio ganhou em conforto e segurança. O custo da obra, concluída em maio de 2013, porém, foi alto. Segundo dados oficiais, R$ 1,05 bilhão, sendo R$ 623 milhões dos cofres estaduais e o restante financiado pelo governo federal. A reurbanização do entorno do estádio custou outros R$ 109 milhões, bancados pelo município, e a nova estação de metrô e trem do Maracanã consumiu mais R$ 174,8 milhões, saídos do cofre estadual. Outra obra motivada pela Copa no Rio é o bus rapid transit (BRT), conhecido como Corredor Transcarioca. Ligará o Aeroporto Internacional do Galeão à Barra da Tijuca, com investimento de R$ 1,58 bilhão e previsão de conclusão em março de 2014, segundo o balanço de ações da Copa divulgado pelo governo federal em setembro de 2013. O Galeão, privatizado no final de 2013, recebeu investimentos federais para a reforma de seus dois terminais de passageiros e melhorias nos sistemas de pistas e pátio, cujos recursos somam R$ 425 milhões. A Matriz de Investimentos dos Jogos Olímpicos, de R$ 5,6 bilhões, contempla apenas as obras diretamente relacionadas ao evento, como construção ou refor- ma de centros para a prática dos esportes olímpicos e construção do centro de mídia e da Vila Olímpica, onde as delegações estrangeiras e a nacional serão hospedadas. Os Jogos Olímpicos também motivam investimentos urbanísticos importantes na cidade que não constam na matriz. Uma das principais iniciativas é o Porto Maravilha, projeto de revitalização da decadente área portuária da cidade, com modernização da estrutura viária e criação de novos espaços culturais. Outra obra prevista para 2016 é a construção da Linha 4 do Metrô, que ligará a Barra a Ipanema, conectando-se a Linha 1 na estação General Osório. Março, 2014 AméricaEconomia 85

ESPECIAL O ano do futebol Entre os atrativos, Belo Horizonte apresenta a arquitetura de Niemeyer Belo Horizonte Mobilidade como legado exemplo do que ocorre em quase todas as grandes metrópoles brasilei- A ras, a dificuldade de locomoção é um dos principais problemas que perturbam os 2,48 milhões de habitantes de Belo Horizonte. Pelas ruas da capital mineira circulam 1,5 milhão de veículos, dos quais pouco mais de 1 milhão são automóveis de passeio. Ao mesmo tempo, uma limitada frota de 8 mil ônibus se encarrega do transporte de 1,5 milhão de passageiros diários; e o metrô, com seus 28,2 quilômetros de extensão e 19 estações, transporta apenas 215 mil usuários por dia. As obras de infraestrutura anunciadas após a escolha da cidade como sede de seis jogos da Copa de 2014 prometem amenizar esse problema. A capital do estado de Minas Gerais já foi considerada a metrópole com a melhor qualidade de vida na América Latina pelo Population Crisis Commitee, da ONU, entre as 100 melhores cidades do mundo. Hoje tem o quinto maior PIB entre os municípios brasileiros. É conhecida por sua significativa influência nacional e internacional na cultura, na economia e na política. Ainda tem um papel político importante na história do país, que começou a exercer após a Inconfidência Mineira, no século XVIII, durante o ciclo da mineração. Aos turistas, Belo Horizonte mostra preservadas as primeiras criações de Oscar Niemeyer representadas pelo conjunto arquitetônico da Pampulha, composto pela Igreja São Francisco de Assis, Cassino (Museu de Arte da Pampulha), Casa do Baile e Iate Tênis Clube, situados na orla da Lagoa da Pampulha. No centro, oferece a lembrança da história da cidade na Praça da Estação, onde chegava o material para a construção da cidade onde hoje funciona o Liceu de Artes e Ofícios. Para fazer a cidade andar, os investimentos em mobilidade urbana em Belo Horizonte deverão chegar a R$ 1,4 bilhão, segundo dados do balanço dos investimentos da Copa divulgados pelo governo federal em setembro de 2013. O conjunto de ações terá como principal resultado a criação de vias segregadas, gerando prioridade ao deslocamento dos ônibus. Estão sendo implementados três corredores do tipo bus rapid transit (BRT). O BRT Antônio Carlos / Pedro I é o de maior extensão, com 16 quilômetros e nove estações. Ligará o aeroporto de Confins à região central da metrópole, passando pelas proximidades do estádio Mineirão, onde ocorrerão os jogos. O trajeto também facilitará o acesso a alguns dos principais hotéis da cidade. A obra está orçada em R$ 713,4 milhões. O BRT Área Central terá 1,5 quilômetro, seis estações e custará R$ 70,5 milhões, enquanto o BRT da avenida Cristiano Machado, com 6 quilômetros e três estações, demandará investimentos de R$ 57,4 milhões. As três obras ainda se encontram em execução sob responsabilidade da administração municipal, 86 AméricaEconomia Março, 2014

Fotos: Ronaldo Almeida/Shutterstock; Cristiano Machado/Portal da Copa Investimentos previstos na cidade de Belo Horizonte set/2013 Áreas R$ milhões % Estádio (reforma e adaptação da arena Magalhães Pinto Mineirão) 695,0 27,37 Mobilidade urbana (implantação de BRT e corredores, entre outras intervenções) 1.405,6 55,36 Outros (intervenções no aeroporto) 438,4 17,27 Total 2.539,0 100,00 Fonte: Delta Economics & Finance com dados do Balanço da Copa Ministério do Esporte Cidade-sede: Belo Horizonte Número de jogos na Copa 6 Área da unidade territorial (km²) 331,401 População residente 2.375.151 População residente alfabetizada 2.156.876 PIB 2011 (em milhões) 54.996,33 Participação no PIB do estado (%) 14,20 PIB per capita a preços correntes 2011 (R$) 23.053,07 Pessoal ocupado total 1.548.586 Rendimento médio mensal dos domicílios (R$) 4.647,73 Estabelecimentos de saúde do SUS 328 Número de leitos para internação 8.568 Índice de alfabetização 90,81 Matrículas no Ensino Fundamental em 2012 309.018 Matrículas no Ensino Médio em 2012 102.639 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) 2010 0,81 Fonte: IBGE Para fazer a cidade andar, será investido R$ 1,4 bilhão em mobilidade urbana com recursos rateados entre as três esferas de poder. A estimativa da prefeitura é que os novos corredores BRT beneficiem 750 mil pessoas. A Copa ainda deixará como legado aos belo-horizontinos uma ligação viária de 1,7 quilômetro conectando duas vias de grande tráfego, a do Minério e a avenida Tereza Cristina, com custo de R$ 130 milhões. Além das obras estruturais e a criação de um bulevar na avenida Tereza Cristina, por R$ 234 milhões, que é a única intervenção na cidade já concluída. O leilão para concessão à iniciativa privada do aeroporto de Confins só ocorreu no final de 2013, reduzindo os possíveis impactos positivos da medida para o trânsito aeroviário no período dos jogos. No cronograma de investimentos para a Copa, porém, constam R$ 430 milhões em recursos federais para a reforma em andamento dos terminais de passageiros, da pista de pouso e do pátio de manobras. A reforma do estádio Mineirão, de propriedade do estado e administrado por uma parceria público-privada (PPP), foi concluída em dezembro de 2012 após investimentos de R$ 695 milhões, sendo R$ 400 milhões de financiamento federal. A estrutura original foi inaugurada em 1965 e seu público recorde alcançou 132 mil torcedores. A modernização transformou o espaço em uma arena multiuso, capaz de receber jogos, shows e eventos culturais de grande porte. A nova arena também foi dotada de um sistema fotovoltaico que transformou o estádio em uma usina de energia capaz de gerar 1,42 MWp de potência que serão comercializados com a companhia energética local. Belo Horizonte é sede de dois clubes de futebol de grande torcida e tradição de conquistas, Cruzeiro e Atlético Mineiro, garantindo que público não faltará para gerar o necessário retorno financeiro ao investimento. (*) No mercado há 14 anos, a Delta Economics & Finance é uma empresa de consultoria econômica e financeira que elabora estudos e análises sobre macroeconomia e cenários setoriais. A consultoria também oferece soluções em finanças corporativas, posicionamento estratégico e desenvolvimento de projetos. Com um escopo de atuação diversificado, atende médias e grandes empresas, brasileiras e multinacionais, nos setores automotivo, bancário, óleo e gás, petroquímico, construção, imobiliário, energético, transportes e saúde. Março, 2014 AméricaEconomia 87