UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIREITO À DIVERSIDADE Por: Patrícia Barbosa de Araújo Orientador: Prof. Luiz Cláudio A. Lopes Niterói 2005

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO A VEZ DO MESTRE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIREITO À DIVERSIDADE Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Orientação Educacional, são os objetivos da monografia perante o curso e não os objetivos do aluno. Por: Patrícia Barbosa de Araújo

AGRADECIMENTOS A Deus sem o qual nada seria possível, a minha tia e madrinha,miriam, pois a gratidão é a memória do coração, e a minha mãe pela paciência e carinho.

DEDICATÓRIA Dedico aos meus alunos com quem a cada dia aprendo a ser mais humana, pois cada um que passa em nossas vidas leva um pouco de nós e deixa um pouco de si.

RESUMO Esta monografia tem por objetivo abordar a questão da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais em escolas regulares. Para tanto, examina como vem sendo desenvolvido este processo ao longo dos anos numa sociedade altamente competitiva. Para se falar em educação inclusiva, temos que abordar, antes, a questão da inclusão social, ou seja, o processo de tornar participantes do ambiente social total ( a sociedade humana vista como um todo, incluindo todos os aspectos e dimensões da vida- o econômico, o cultural, o político, o religioso e todos os demais, além do ambiental ) todos aqueles que se encontram, por razões de qualquer ordem, excluídos. A inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais é uma realidade, uma necessidade e um compromisso para toda a sociedade. Sua prática, no entanto, ainda necessita de muitos estudos e investimentos, pois ela apresenta limitações reais de ordem humana e material.

METODOLOGIA A coleta de dados será feita através de pesquisa teórica e da prática vivenciada na instituição na qual trabalho.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I- A Educação Inclusiva 09 CAPÍTULO II Concepções,princípios e diretrizes 16 CAPÍTULO III Aspectos educacionais para a prática pedagógica inclusiva 24 CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRAFIA 35 ÍNDICE 37 ANEXOS 39

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I EDUCAÇÃO INCLUSIVA- O QUE É E COMO OCORRE...Deus é maior que todos os obstáculos. A chamada Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, já se encontra na sua segunda década de implementação. Há em todo Estados Unidos o estabelecimento de programas e projetos dedicados à Educação Inclusiva tais como: O departamento de Educação do Estado da Califórnia iniciou uma política de suporte às escolas inclusivas já implantadas; Há um cruzamento entre o movimento da Educação Inclusiva e a busca de uma escola de qualidade para todos;

Há propostas de modificações curriculares visando a implantação de programas mais adaptados às necessidades específicas das crianças portadoras de deficiência. Tendo sido dada uma ênfase especial no estabelecimento dos componentes de autodeterminação da criança portadora de deficiência. As equipes técnicas das escolas também tem sido trabalhadas para fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum. Fora dos Estados Unidos a situação também não é diferente. O mais conhecido centro de estudos a respeito de Educação Inclusiva é o CSIE(Centre for Studies on Inclusive E ducation) da Comunidade Britânica, sediado em Bristol. É dele que tem partido os principais documentos a respeito da área de Educação Especial: 1. O CSIE- Internacional Perspectives on Inclusion; 2. O Unesco Salamanca Statement ( 1994). Wernek,Claudia, cita que:

... com o objetivo de promover uma educação para todos se reuniram na Espanha em 1994, mais de 300 representantes de 92 governos para participar da conferência de Salamanca. A Declaração de Salamanca recomenda que as escolas se ajustem as necessidades dos alunos quaisquer que sejam suas condições físicas, sociais e lingüísticas... Um dos documentos mais importantes atualmente é o Provision for Children with Special Educational Needs in the Ásia Region que inclui países como China, Itália, Canadá entre outros.

CAPÍTULO I Educação Inclusiva O que é e como ocorre A vida nos foi dada e nós a merecemos doando-a.

Educação Inclusiva O que é e como ocorre A chamada Educação Inclusiva teve início nos Estados Unidos através da Lei Pública 94.142, de 1975 e, atualmente, já se encontra na sua segunda década de implementação. Há em todo Estados Unidos o estabelecimento de programas e projetos dedicados à Educação Inclusiva tais como: O departamento de Educação do Estado da Califórnia iniciou uma política de suporte às escolas inclusivas já implantadas; Há um cruzamento entre o movimento da Educação Inclusiva e a busca de uma escola de qualidade para todos; Há propostas de modificações curriculares visando a implantação de programas mais adaptados às necessidades específicas das crianças portadoras de deficiência. Tendo sido dada uma ênfase especial

no estabelecimento dos componentes de autodeterminação da criança portadora de deficiência. As equipes técnicas das escolas também tem sido trabalhadas para fornecer um atendimento mais adequado ao professor de classe comum. Fora dos Estados Unidos a situação também não é diferente. O mais conhecido centro de estudos a respeito de Educação Inclusiva é o CSIE(Centre for Studies on Inclusive E ducation) da Comunidade Britânica, sediado em Bristol. É dele que tem partido os principais documentos a respeito da área de Educação Especial: 1. O CSIE- Internacional Perspectives on Inclusion; 2. O Unesco Salamanca Statement ( 1994). Segundo Wernek,Claudia, 1997, p.48:... com o objetivo de promover uma educação para todos se reuniram na Espanha em 1994, mais de 300 representantes de 92 governos para participar da conferência de Salamanca.

A Declaração de Salamanca recomenda que as escolas se ajustem as necessidades dos alunos quaisquer que sejam suas condições físicas, sociais e lingüísticas... Um dos documentos mais importantes atualmente é o Provision for Children with Special Educational Needs in the Ásia Region que inclui países como China, Itália, Canadá entre outros.

1.1 A Escola Inclusiva Por Educação Inclusiva se entende o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus. Da pré- escola ao quarto grau. Através dela se privilegiam os projetos de escola, que apresenta as seguintes características: Vanguarda Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional. O seu maior objetivo é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte. Um direcionamento para a comunidade Na escola inclusiva o processo educativo é entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.

Altos padrões Há em relação às escolas inclusivas altas expectativas de desempenho por parte de todas as crianças envolvidas. O objetivo é fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo. O processo deverá ser dosado às necessidades de cada criança. Mudando papéis e responsabilidades Os professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação das suas maiores dificuldades. O suporte aos professores da classe comum é essencial, para o bom andamento do processo de ensino-aprendizagem. Estabelecimento de uma estrutura de serviços Gradativamente a escola inclusiva irá criando uma rede de suporte para superação das suas maiores dificuldades. Parceria com os pais Os pais são os parceiros essenciais no processo de inclusão da criança na escola.

Ambiente educacional flexível Os ambientes educacionais tem que visar o processo de ensinoaprendizagem do aluno. Acesso O acesso físico à escola deverá ser facilitado aos indivíduos portadores de deficiência. Segundo Sassaki, Romeu, 1997, p.34: Educação Inclusiva é uma atitude de aceitação das diferenças não uma simples colocação de sala de aula... 1.2 O estabelecimento dos suportes técnicos Deverão ser privilegiados os seguintes aspectos na montagem de uma política educacional de implantação da chamada escola inclusiva: Desenvolvimento de políticas distritais de suporte às escolas inclusivas; Assegurar que a equipe técnica que se dedica ao projeto tenha condições adequadas de trabalho; Oferecer oportunidades de desenvolvimento aos membros participantes do projeto através de grupos de estudos, cursos, etc.

Fazer com que os professores entendam a necessidade de ir além dos limites que as crianças se colocam, no sentido de leva-las a alcançar o máximo da sua potencialidade; Propiciar alternativas aos professores no sentido de implementar formas mais adequadas de trabalho.

1.3 O conceito de inclusão Como diz Werneck, Claudia, 1999, p.59: Incluir não é favor mas troca Quem sai ganhando nessa troca? Todos em igual medida. Conviver com as diferenças humanas é direito Do pequeno cidadão deficiente ou não. Juntos construiremos um país diferente. A inclusão é: Atender aos estudantes portadores de necessidades especiais na vizinhança da sua residência ; Propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes comuns; Perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos diferentes; Propiciar aos professores da classe comum suporte técnico.

1.4 Algumas barreiras para a inclusão Confusão conceitual; Qualificação profissional dos educadores em geral; Prática pedagógica de cunho conteúdista; Atitudes preconceituosas em relação às incapacidades impostas pelas deficiências; Carência de materiais didáticos transcritos para o Braille; em tipos ampliados e em relevos, para cegos e pessoas com visão sub-normal; Acessibilidade, em geral, com ênfase para as barreiras arquitetônicas, em detrimento das atitudinais; Desenvolvimento de competências motoras e sociais em detrimento das cognitivas... 1.5 Diferenças entre o princípio da normalização e da inclusão O principio da normalização diz respeito a uma colocação seletiva do individuo portador de necessidade especial na classe comum. Nesse caso, o professor de

classe comum não recebe um suporte do professor da área de educação especial. Os estudantes do processo de normalização precisam demonstrar que são capazes de permanecer na classe comum. O processo de inclusão se refere a um processo educacional que visa estender ao máximo a capacidade da criança portadora de deficiência na escola e na classe regular. Envolve fornecer o suporte de serviços da área de Educação Especial através dos seus profissionais. A inclusão é um processo constante que precisa ser continuamente revisto. Rosa, João,1999, p.78, cita que: O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.

CAPÍTULO II Concepções, princípios e diretrizes de um sistema educacional inclusivo O futuro pertence aqueles que acreditam na beleza de seus sonhos.

Concepções, princípios e diretrizes de um sistema educacional inclusivo Nas últimas décadas inúmeras e significativas têm sido as reflexões acerca da educação escolar e que, no contexto mundial, tem gerado reformas nos sistemas educativos. Tais transformações inspiram-se no direito de todos à educação, em igualdade de condições de acesso e permanência na escola, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho ( art. 205 e 206, inciso I da Constituição Brasileira de 1988 ). Além desses dispositivos, verdadeiros princípios que constam de nossa Carta Magda, vários outros podem ser mencionado, extraídos de documentos internacionais, tais como: A Declaração Universal dos Direitos Humanos que, há mais de cinqüenta anos, proclamou que toda pessoa tem direito à educação; A Declaração Mundial sobre Educação para todos, Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem que relembra que a educação é um direito fundamental de todos, homens e mulheres, de todas as idades no mundo inteiro; A Declaração de Salamanca e Linha de Ação, elaboradas na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: ação para conseguir escolas para todos, isto é, instituições que reconheçam e incluam as diferenças, promovam a aprendizagem e atendam as necessidades de cada um.

Segundo a Declaração de Salamanca, 1994, p. 17:... independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras, crianças deficientes e bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou marginalizados.. As mudanças no pensar, no sentir e fazer educação para todos não ocorrem num estalar de dedos, nem dependem da vontade de alguns, apenas. Estas devem estar articuladas com as demais políticas públicas, particularmente com as responsáveis pela distribuição de recursos financeiros, por programas de saúde, nutrição, bem-estar familiar, trabalho e emprego, ciência e tecnologia, transportes, desporto e lazer para mencionar algumas. Assim, a concepção de um sistema educacional inclusivo não se restringe, unicamente, às providências a serem decididas no âmbito educacional. Em que pese este represente a instância mais qualificada para identificar e satisfazer necessidades, nem todas as ações dependerão, apenas, dos respectivos órgãos responsáveis pelas políticas públicas e sociais de educação. E, no interior do próprio sistema de educação, faz-se necessário assegurar a desfragmentação existentes de planejamentos, nem sempre tão articulados quanto seria desejável, envolvendo a educação infantil, o ensino fundamental, médio, educação de jovens e adultos, educação profissionalizante e a superior. Por outro lado, é indispensável que a educação especial deixe de ser um subsistema que se ocupa de um determinado tipo de alunos com deficiências,

para converter-se num conjunto de serviços e de recursos de apoio orientado para a educação regular, em beneficio de todos os aprendizes. Segundo Martinelli, Marilu, 1996, p.47: A mais bela obra humana é ser útil ao próximo. 2.1 O que se concebe com o um sistema educacional inclusivo? Pode-se afirmar que o mundo atual caracteriza-se por vertigens pósmodernas (Fridman,2000), devido à enorme velocidade com que ocorrem as mudanças no nosso dia-a-dia, especialmente as decorrentes dos avanços da ciência e tecnologia que colocam a serviço do homem recursos e possibilidades até então utópicos. Em decorrência, na área de educação, apesar de os dirigentes dos diferentes países compartilharem de interesses comuns que encaminham para a superação do fracasso escolar expresso em alto índice de evasão, repetência e baixo rendimento, vivemos um enorme desafio: como efetivar, na prática, os direitos assegurados a todos, para que possam se beneficiar da educação de qualidade? Em outras palavras como garantir que os sistemas educacionais criem escolas inclusivas, isto é, escolas com as condições necessárias e indispensáveis para um de seus aprendizes?

A letra das leis, os textos teóricos e os discursos que proferimos asseguram os direitos, mas são as efetivas ações, na medida em que concretizam os dispositivos legais e todas as deliberações contidas em textos de políticas públicas. Para tanto, mais que prever há que prover recursos de toda a ordem, permitindo que os direitos humanos sejam respeitados, de direito e de fato. Inúmeras são as providências políticas, administrativas e financeiras a serem tomadas para que as escolas sem discriminação de qualquer natureza, acolham a todas as crianças. 2.2 Que princípios fundamentam os sistemas educacionais inclusivo? São os princípios democráticos que fundamentam os sistemas educacionais inclusivos. Sistemas educacionais inclusivos estabelecem programas, projetos e atividades que favorecem o desenvolvimento pleno da personalidade humana, fortalecendo o respeito aos direitos e às liberdades fundamentais, proclamadas na já citada Declaração Universal dos Direitos Humanos, 2000, p.10: Esses programas devem favorecer o entendimento, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos éticos e religiosos; hão de ser sensíveis às identidades culturais e lingüísticas e respeitosos à diversidade e, por último devem reforçar uma cultura de paz. A educação tem que promover não só a aquisição de habilidades, como a prevenção e a solução pacífica dos conflitos como, também, valores sociais e éticos.

Todos os valores estão implícitos nos princípios. Estes, por sua conceituação como causa primária, razão fundamental, representam os fundamentos que inspiram e orientam os sistemas inclusivos. A educação inclusiva pode ser considerada como um processo que permite colocar valores em prática, sem pieguismos, caridade, filantropia, pois está alicerçada em princípios que conferem igualdade de valor entre todas as pessoas. Todas. Como transformar discursos politicamente corretos em práticas, traduzidas por efetivas ações? Não se trata de tarefa fácil, mas felizmente também não se trata de missão impossível. A crença no potencial humano, a certeza de que todos podem aprender e a vontade determinada de provocar mudanças, alicerçadas nos princípios democráticos e sustentadas por marcos conceituais e resultados de pesquisas, iluminarão nossos caminhos, assegurando decisões e ações compartilhadas que nos encaminham para nossos objetivos. Ainda que, por caminhos distintos, todos os educadores de boa-vontade, lutam por escolas responsivas e que exercitem a cidadania de sujeitos solidários, participativos, emancipados e com capacidade crítica e reflexiva para dirigir, eticamente, seu destino.

2.3 Diretrizes de um sistema educacional inclusivo Segundo o dicionário, diretriz significa orientação, guia, rumo... Diretrizes apontam caminhos, mas as estratégias de ação deverão ser, rigorosamente, adequadas às necessidades de cada país e, nestes, a cada região, preservandose o principio da equidade. No Encontro Regional sobre educação para todos na América Latina, ocorrido em Santiago do Chile no período de 2 a 5 de abril de 2002, a Sra. Rosa Blanco- especialista de programa da UNESCO-OREALC propôs que a elaboração de planos nacionais de educação para todos deveria seguir as diretrizes do Marco de Ação de Dakar e as de Santo Domingo (2000), destacando a importância deste último que foi alem do de Dakar, ao contemplar objetivos como a educação inclusiva Dentre as orientações propostas no Chile (2002) destacam-se : - Estabelecer uma estreita relação entre as evidencias identificadas na análise dos dados estatísticos e a tomada de decisões. - Garantir a equidade na distribuição de recursos públicos e privados para a educação e para o desenvolvimento social. - Promover a formação continuada de técnicos que atuam nos diferentes Ministérios, bem como dos que trabalham em órgãos de planejamento e coordenação de políticas públicas. - Valorizar o magistério por meio de melhoria de condições de trabalho. - Divulgar informações e usar todos os meios para conscientizar pessoas e grupos. - Desenvolver avaliações constantes sobre o impacto das propostas de educação inclusiva.

- Sustentar e ampliar as possibilidades de acesso à educação básica e, nela, identificar os grupos ainda excluídos, particularmente aqueles que nunca tiveram acesso às escolas. - Estimular ações de educação para o trabalho, conferindo aos estudantes graus de empoderamento para que possam exercitar, contributivamente, sua cidadania. Estas são algumas das diretrizes, fundamentadas nos princípios democráticos. Elas podem nortear a elaboração de Plano s Nacionais de Educação para Todos, a partir do diagnóstico da situação de cada país, região, cidade, bairro... Cabe aos gestores, em parceria com os educadores, famílias e comunidade estabelecer as prioridades e adequa-las à realidade. Como processo, a educação inclusiva está se desenvolvendo, apesar das inúmeras dificuldades que os sistemas têm enfrentado, particularmente pela complexidade dos desafios. Destes os mais significativos são os atitudinais. Segundo Freire, Paulo, 2001, p. 71: Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita.

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WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA. 1997. SASSAKI, Romeu Kasuka. Inclusão Construindo uma sociedade para todos. 3ª ed. Rio de Janeiro: WVA. 1997. UNESCO. Marco de Ação de Dakar. França, Unesco, 2000.

ÍNDICE INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 09 EDUCAÇÃO INCLUSIVA- O QUE É E COMO OCORRE 10 1.1 A escola Inclusiva 12 1.2 O estabelecimento dos suportes técnicos 13 1.3 O conceito de Inclusão 14 1.4 - Algumas barreiras para a inclusão 14 1.5 Diferenças entre o princípio da normalização e da inclusão 15 CAPÍTULOII 16 CONCEPÇÕES, PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DE UM SISTEMA EDUCACIONAL INCLUSO 17 2.1 O que se concebe por um sistema educacional incluso? 19 2.2 Que princípios fundamentam os sistemas educacionais inclusivo? 20 2.3 Diretrizes de um sistema educacional inclusivo 22 CAPÍTULOIII 23 ASPECTOS EDUCACIONAIS IMPORTANTES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA 24 3.1 O educador e o diagnóstico detectando dificuldades 26 3.2 Um ganho qualitativo para todos 28 3.3 Afetividade 29 3.4 O papel da família 30

CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRAFIA 35 ÍNDICE 37