(Perguntas e (Respostas sobre (Concessões (Florestais
Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente da República José Alencar Gomes da Silva Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc Secretário-Executivo João Paulo Ribeiro Capobianco Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro Tasso Rezende de Azevedo Conselho Diretor do Serviço Florestal Brasileiro Cláudia de Barros e Azevedo-Ramos José Natalino M. Silva Luiz Carlos de Miranda Joels Tasso Rezende de Azevedo Produção Assessoria de Comunicação do Serviço Florestal Brasileiro Revisão Maria Alice Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Raruti Comunicação e Design Fotos Arquivo do Serviço Florestal Brasileiro e Bento Viana Edição Ministério do Meio Ambiente Serviço Florestal Brasileiro
Florestas públicas: sempre públicas, para sempre florestas Essa cartilha foi elaborada pela equipe do Serviço Florestal Brasileiro a partir das dúvidas que têm chegado até nós por pessoas interessadas em saber mais sobre as concessões florestais. Aqui se encontram reunidas as 25 perguntas mais recorrentes, as quais tentamos responder de forma clara e direta. Esse material não pretende encerrar todas as dúvidas da população sobre o tema das concessões. Pelo contrário! Queremos que essa cartilha sirva, antes de tudo, para ampliar os canais de comunicação entre a população e o Serviço Florestal Brasileiro. Nossa equipe está empenhada em conciliar o uso sustentável e a conservação das florestas públicas brasileiras. Sabemos, no entanto, que só teremos êxito nesse compromisso se mantivermos mecanismos de transparência de nossas ações e efetiva participação da população. Informação é chave nesse processo. Serviço Florestal Brasileiro
Créditos Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva Vice-Presidente da República José Alencar Gomes da Silva Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc Secretária Executiva do Ministério do Meio Ambiente Izabella Monica Teixeira Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro Tasso Rezende de Azevedo Revisão Gramatical Maria Alice Monteiro Fotos Bento Vianna Arquivo Serviço Florestal Brasileiro Arquivo IFT - Instituto Floresta Tropical 2 Projeto Gráfico e Diagramação Raruti Comunicação e Design
Índice (1) Qual a diferença entre concessão florestal e privatização da floresta? (2) Que atividades econômicas PODEM estar incluídas numa concessão florestal? (3) Que atividades econômicas NÃO podem estar incluídas no contrato de concessão florestal? (4) O que é manejo florestal? (5) Qual a diferença entre unidade de manejo e lote de concessão? (6) Que critérios estão envolvidos no estabelecimento do tamanho das unidades de manejo? (7) É possível sugerir áreas para concessão florestal? (8) Como garantir o acesso das comunidades tradicionais do entorno da concessão aos recursos florestais tradicionalmente usados? (9) Como é feito o reconhecimento dos recursos florestais tradicionalmente usados pelas comunidades do entorno? (10) Como estão previstas as atividades de responsabilidade social de forma direta fora da área de concessão florestal? (11) Como garantir a capacitação da população local como fonte de recursos humanos para empregos gerados pela concessão florestal? (12) Como a sociedade pode interferir no processo de concessão florestal? (13) Há um tratamento diferenciado para pequenas empresas ou cooperativas no processo de licitação para concessão florestal? (14) Na concorrência pela concessão, como é a divisão entre o critério técnico e o critério preço? (15) O que são indicadores eliminatórios, classificatórios e bonificadores no processo de licitação de uma concessão florestal? (16) Qual o valor máximo de redução nos preços da concessão florestal que o concessionário pode conseguir através de bonificação? (17) No que se baseia a definição do preço dos recursos ou serviços oriundos da concessão? E como é reajustado ao longo do contrato? (18) Como são divididos os recursos financeiros oriundos da concessão florestal? (19) Em quê o recurso proveniente da concessão pode ser utilizado e como a sociedade pode interferir e monitorar esse uso? (20) Por que o contrato de concessão florestal é tão longo (de até 40 anos)? (21) Quando as garantias depositadas pelo concessionário são utilizadas e o que acontece com elas no final do contrato? (22) Por que produtos madeireiros, não madeireiros e serviços são incluídos no mesmo edital? (23) Para participar do processo de licitação, poderá ser feito consórcio entre empresas? Há limites no número de empresas em cada consórcio? (24) O concessionário pode construir serrarias e outras unidades beneficiadoras dentro da Unidade de Conservação ou unidade de manejo? (25) Como será feita a fiscalização das concessões para garantir a qualidade da floresta que será entregue ao final do processo de concessão florestal? 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 15 16 17 18 19 20 20 22 24 25 27 28 29 29 30
(1) Qual a diferença entre concessão florestal e privatização da floresta? Concessão Florestal É o direito que o Governo (federal ou estadual) concede a particulares, mediante licitação, para exploração de produtos e serviços de uma determinada floresta pública, mediante pagamento pelo uso desses produtos e serviços e com a obrigação de praticar o manejo florestal sustentável, sob regras estabelecidas pelo Governo e por um período de tempo claramente estabelecido no contrato. A concessão florestal não pressupõe a transferência da titularidade da terra. Nesse caso, a floresta continua sendo pública. Privatização da Floresta É o processo de venda de uma área pública (pertencente ao governo) para particular, que passa a possuir o título de propriedade da terra e todos os direitos de exploração da floresta. Nesse caso, a floresta passa a pertencer ao particular que a comprou. 4
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (2) Que atividades econômicas PODEM estar incluídas numa concessão florestal? Podem ser explorados árvores para produção de madeira, produtos não-madeireiros (óleos, frutos, resinas, plantas ornamentais, plantas medicinais, etc.) e material lenhoso residual da exploração. Também podem ser explorados serviços florestais, tais como ecoturismo, incluindo hospedagem, visitação, observação da natureza e esportes de aventura. Em cada Unidade de Manejo, somente as atividades previstas no contrato poderão ser realizadas na área de concessão florestal. 5
(3) Que atividades econômicas NÃO podem estar incluídas no contrato de concessão florestal? O contrato de concessão nunca inclui: acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou constituição de coleções; uso dos recursos hídricos acima do especificado como insignificante, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997; exploração de recursos minerais; exploração de recursos pesqueiros ou da fauna silvestre; comercialização de créditos decorrentes da emissão evitada de carbono em florestas naturais. Essas atividades seguem regulamentação própria. Os produtos tradicionais e de subsistência que são utilizados pelas comunidades locais também ficam excluídos da concessão florestal. 6
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (4) O que é manejo florestal? Manejo florestal é a utilização da floresta de forma planejada, para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando sua capacidade de recuperação e funcionamento. O manejo sustentável inclui o uso de múltiplos produtos e subprodutos madeireiros e nãomadeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços naturais da floresta, com o menor impacto possível. No manejo florestal não há, em hipótese alguma, a remoção total da floresta. A exploração florestal obedece a ciclos de cortes ou de exploração que visam à manutenção da capacidade de recuperação da floresta. Em termos ambientais, o bom manejo contribui para que a floresta mantenha sua forma e função o mais próximo possível de seu estado original. Assim, a floresta pode continuar a desempenhar serviços ecológicos essenciais, como proteção do solo contra a erosão, preservação da qualidade da água, manutenção da biodiversidade, entre outros. 7
(5) Qual a diferença entre unidade de manejo e lote de concessão? Unidade de Manejo é um perímetro localizado em uma floresta pública, objeto de um Plano de Manejo Florestal, podendo conter áreas degradadas para fins de recuperação por meio de plantios florestais. Numa Unidade de Manejo Florestal só pode haver um concessionário. Lote de Concessão é um conjunto de Unidades de Manejo a serem licitadas juntas. As unidades podem ser contíguas ou não. Num Lote de Concessão Florestal sempre haverá vários concessionários. 8
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (6) Que critérios estão envolvidos no estabelecimento do tamanho das unidades de manejo? No estabelecimento do tamanho das unidades de manejo estão envolvidos critérios técnicos, socioculturais, econômicos e ambientais definidos por especialistas, e que consideram as necessidades do setor florestal, as peculiaridades regionais, a estrutura das cadeias produtivas, as infraestruturas locais e o acesso aos mercados. Para garantir acesso de pessoas jurídicas de pequeno porte, micro e médias empresas às concessões, os lotes conterão unidades de manejo de tamanhos diferentes. A distribuição e forma das unidades são debatidas em audiências públicas previamente à publicação do edital de licitação. 9
(7) É possível sugerir áreas para concessão florestal? Sim, é possível. Entretanto, é necessário verificar se a área é de domínio público federal, estadual ou municipal. Sendo municipal ou estadual, a sugestão de inclusão deve ser encaminhada para o órgão estadual ou municipal responsável. Esse órgão poderá então considerar a inclusão da área no seu plano (estadual ou municipal) anual de outorga florestal (PAOF). Apenas as florestas públicas inseridas no PAOF são passíveis de concessão florestal durante o período de vigência do plano. Se a área for de domínio federal, as sugestões devem ser enviadas ao Serviço Florestal Brasileiro a qualquer momento, mas em especial durante a fase de elaboração e consulta pública sobre o PAOF, no primeiro semestre de cada ano. 10
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (8) Como garantir o acesso das comunidades tradicionais do entorno da concessão aos recursos florestais tradicionalmente usados? A Lei de Gestão de Florestas públicas (lei 11.284/2006) foi elaborada tendo como um de seus princípios básicos o respeito ao direito da população local - em especial as comunidades locais - de acesso às florestas públicas e aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação. Desta forma, em uma área de concessão, caso existam produtos que sejam tradicionalmente explorados pelas comunidades do entorno, o direito de coleta destes produtos continua sendo assegurado. Neste caso, o ganhador da concessão deve garantir o acesso da população à área para que essa continue exercendo suas atividades. Em contrapartida, as comunidades devem seguir as regras de acesso à área, em especial aquelas relacionadas à segurança do trabalhador. No contrato de concessão são especificados os produtos de uso da comunidade local que são excluídos da lista de produtos que o concessionário pode explorar ou que têm restrições especiais de uso. 11
(9) Como é feito o reconhecimento dos recursos florestais tradicionalmente usados pelas comunidades do entorno? Antes que uma área entre em processo de licitação, são realizados uma série de estudos preliminares, tanto para identificar a existência de populações tradicionais na área, como o uso que elas fazem da floresta. Esses estudos são conduzidos de forma participativa. Caso seja uma Unidade de Conservação, o uso tradicional é em geral apontado quando da elaboração do Plano de Manejo da Unidade. Caso entenda que algum produto não foi identificado como de uso tradicional, a comunidade pode solicitar sua inclusão na lista de produtos dessa natureza e a imposição de restrições ou exclusão de seu uso pelo concessionário. Esta solicitação pode ser feita no momento das consultas públicas prévias ao lançamento do edital de licitação. As demandas serão criteriosamente avaliadas pelo Serviço Florestal Brasileiro. 12
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (10) Como estão previstas as atividades de responsabilidade social de forma direta fora da área de concessão florestal? A proposta do Serviço Florestal é procurar fazer com que haja uma sinergia entre as atividades florestais nas concessões e as atividades comunitárias. Esta interação permite a consolidação de uma economia florestal forte, capaz de gerar postos de trabalho, renda e desenvolvimento aliado à conservação dos recursos florestais. Assim, sempre que existirem comunidades próximas às áreas de concessão, serão realizadas atividades de apoio ao manejo da floresta pelas comunidades. 13
Para tanto, parte dos recursos arrecadados no processo de concessão são recolhidos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Os recursos deste fundo serão, prioritariamente, destinados ao apoio ao desenvolvimento de atividades florestais pelas comunidades locais, principalmente para capacitação, assistência técnica e pesquisa. Além disso, a seleção dos concessionários é feita por um processo que analisa um conjunto de indicadores técnicos, não apenas o preço. Para essa avaliação técnica, é elaborada uma lista de indicadores possíveis e, a cada licitação, são analisados os melhores indicadores a serem utilizados naquele caso específico. Os critérios sociais terão sempre um peso importante. Por exemplo, há tanto critérios que asseguram a qualidade de trabalho para os empregados do empreendimento quanto os que avaliam a relação do concessionário com a comunidade local, pontuando quem traga maiores benefícios para comunidade, seja por meio de compras locais, instalação de benfeitorias de interesse da comunidade, entre outros. 14
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (11) Como garantir a capacitação da população local como fonte de recursos humanos para empregos gerados pela concessão florestal? No momento da licitação para concessões florestais, as propostas dos potenciais concessionários podem ser classificadas e pontuadas em função da capacitação que oferecem aos empregados e à comunidade local. Além disso, em alguns casos, o Serviço Florestal Brasileiro pode exigir que, em determinadas unidades de manejo (em especial nas de grande porte), o concessionário seja obrigado a instalar e assegurar o funcionamento de um centro de treinamento para a comunidade. 15
(12) Como a sociedade pode interferir no processo de concessão florestal? A gestão florestal de uma dada região só será efetivamente sustentável se a população participar desta gestão. Isto implica o envolvimento da população em diversas fases do processo. Só podem receber concessão florestal as áreas previstas pelo PAOF, o Plano Anual de Outorga Florestal. O PAOF deverá, durante sua elaboração, passar por processo de consulta pública para aprovação. O Plano também é discutido na Comissão de Gestão de Florestas Públicas, que tem representantes dos diferentes setores da sociedade envolvidos com a atividade florestal. Cada edital de licitação passa ainda por processo de consulta pública, durante a população pode opinar via internet e/ou nas audiências públicas organizadas em todos os municípios onde há áreas em processo de licitação. Qualquer cidadão pode participar e opinar neste processo. 16
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (13) Há um tratamento diferenciado para pequenas empresas ou cooperativas no processo de licitação para concessão florestal? As micro-empresas, as pessoas jurídicas de pequeno porte e as associações de comunidades locais são dispensadas do pagamento dos custos do edital de licitação. Além disso, no caso de saírem vencedoras, elas só prestarão garantia de 75% do valor fixado para as demais empresas. No pagamento de auditorias, há também uma forma alternativa que toma como referência a área do lote de concessão florestal, com indicação da entidade auditora pelo Serviço Florestal Brasileiro. É facultada, ainda, a participação de consórcios nas concessões, o que permite que pequenas empresas possam formar parcerias para competir. 17
(14) Na concorrência pela concessão, como é a divisão entre o critério técnico e o critério preço? No julgamento da licitação, a melhor proposta será considerada em razão da combinação do maior preço ofertado e da melhor técnica, sendo que o peso da técnica é sempre maior ou igual ao peso do critério preço. A cada ano, o Serviço Florestal Brasileiro definirá, de forma participativa, um conjunto de indicadores que permita avaliar a melhor oferta. Esta, obrigatoriamente, levará em conta o menor impacto ambiental, os maiores benefícios sociais diretos, a maior eficiência e a maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na região da concessão. 18
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (15) O que são indicadores eliminatórios, classificatórios e bonificadores no processo de licitação de uma concessão florestal? A parte técnica é avaliada pelo uso de critérios e indicadores. Os indicadores serão eliminatórios quando tiverem um padrão mínimo de desempenho a ser atingido para a qualificação do concorrente. Os indicadores classificatórios vão pontuar os concorrentes e definir a posição da licitante na concorrência, identificando quem será a vencedora. Já os indicadores bonificadores dão direito a descontos ao concessionário durante a execução do contrato caso ele cumpra determinados níveis de desempenho superiores às obrigações do contrato. Todos os parâmetros para a aplicação de bonificação são préestabelecidos no edital e no contrato de concessão. 19
(16) Qual o valor máximo de redução nos preços da concessão florestal que o concessionário pode conseguir através de bonificação? Os indicadores bonificadores são cumulativos, porém, não poderão resultar em valores inferiores aos preços mínimos definidos no edital. Por exemplo, o valor vencedor da licitação para um determinado produto por R$ 50,00 por unidade de volume e o preço mínimo no edital era de R$ 40,00. Neste caso, o desconto máximo resultante dos bonificadores seria de 20%. (17) No que se baseia a definição do preço dos recursos ou serviços oriundos da concessão? E como é reajustado ao longo do contrato? O Serviço Florestal Brasileiro manterá atualizado um sistema de acompanhamento de preços e outros aspectos do mercado de produtos e serviços florestais. Baseado nele, estabelecerá os critérios para definição dos preços mínimos nos editais de licitação. Esse sistema também será utilizado para definir os índices de reajuste dos preços vencedores das concessões. 20
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais Os preços são estabelecidos em função do volume ou peso (ex. m3, Kg) ou do faturamento ou receita da atividade. A definição varia de acordo com os produtos ou serviços que estão sendo objeto da concessão. Por exemplo, os produtos madeireiros, dependendo de suas características, são classificados conforme diferentes categorias de preço por m3. O concorrente pode fazer propostas dentro dessas faixas de preço. O preço final a ser pago é o estabelecido na proposta vencedora. Os produtos não-madeireiros podem ser pagos com base em um percentual sobre os valores de pauta da Secretaria de Fazenda do Estado onde ocorre a concessão. Já os serviços podem ser pagos de acordo com o faturamento líquido da empresa que os exploram. Estas definições são sempre explicitadas no edital de licitação para concessão florestal. 21
(18) Como são divididos os recursos financeiros oriundos da concessão florestal? No caso das florestas públicas federais, esta distribuição está definida na Lei 11.284, da seguinte maneira: a) Se a concessão ocorrer FORA de Florestas Nacionais: Do valor mínimo pago anualmente pelo concessionário (correspondente a até 30% do valor total): 70% será destinado ao Serviço Florestal Brasileiro para execução de suas atividades; 30% será destinado ao IBAMA para utilização restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental de atividades florestais, de unidades de conservação e do desmatamento. 22
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais Do valor restante pago anualmente pelo concessionário (correspondente a no mínimo 70% do valor total): 30% para o Estado onde estão localizados os lotes de concessão florestal 30% para os Municípios onde estão localizados os lotes de concessão florestal 40% para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. b) Se a concessão ocorrer DENTRO de Florestas Nacionais: O valor mínimo pago anualmente pelo concessionário (correspondente a 30% do valor total) será destinado ao Serviço Florestal Brasileiro para execução de suas atividades; Do valor restante pago anualmente pelo concessionário: 40% será destinado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 20% para o Estado onde estão localizados os lotes de concessão florestal, 20% para os Municípios onde estão localizados os lotes de concessão florestal 20% para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. 23
(19) Em quê o recurso proveniente da concessão pode ser utilizado e como a sociedade pode interferir e monitorar esse uso? O uso dos recursos provenientes da concessão florestal é definido em lei (Lei 11.284/2006): O Serviço Florestal Brasileiro utilizará os recursos financeiros para a execução de suas atividades; O Instituto Chico Mendes, os utilizará na gestão das unidades de conservação de uso sustentável. O IBAMA, para atividades de controle e fiscalização ambiental de atividades florestais, de unidades de conservação e do desmatamento. Os Estados e Municípios utilizarão os recursos para o apoio e promoção da utilização sustentável dos recursos florestais e serão monitorados por conselhos de meio ambiente, com participação social. Esses conselhos deverão aprovar a programação da aplicação dos recursos. O Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal pode utilizar os recursos no fomento do desenvolvimento de atividades sustentáveis de base florestal no Brasil e para promover a inovação tecnológica do 24
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais setor, o que será monitorado por um conselho consultivo, com participação dos entes federativos e da sociedade civil. (20) Por que o contrato de concessão florestal é tão longo (de até 40 anos)? Para garantir a sustentabilidade do manejo florestal, o prazo dos contratos de concessão florestal é estabelecido de acordo com o ciclo de corte ou de exploração, que considera o tempo de regeneração da floresta. No caso dos produtos madeireiros, que exigem o corte da árvore, este período foi estabelecido com o tempo médio de 30-35 anos. Como por lei apenas as árvores com diâmetro acima de 50 cm podem ser exploradas, as árvores que estejam abaixo desse valor no momento da primeira exploração devem ser mantidas na floresta. 25
Estas continuam a crescer até que, no início do segundo ciclo de corte, algumas já terão atingido o diâmetro de corte permitido, garantindo a manutenção dos estoques e a saúde da floresta. Contratos longos também trazem segurança ao gestor da concessão e ao concessionário. Ao primeiro, porque é mais fácil monitorar e estabelecer parâmetros técnicos apropriados numa relação de longa duração. Ao concessionário, porque, ao ser recompensado pela manutenção dos estoques e por potenciais bônus previstos no edital, aumenta seu interesse em explorar os recursos da floresta de forma a respeitar sua capacidade de regeneração, bem como desenvolver o uso múltiplo da floresta e de outros serviços, promovendo o menor impacto ambiental e o máximo benefício social possível além de estimular o investimento em maior agregação de valor. 26
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (21) Quando as garantias depositadas pelo concessionário são utilizadas e o que acontece com elas no final do contrato? O contrato de concessão prevê várias situações em que descumprimento do contrato leva à execução da garantia. Toda vez que é executada a garantia, o concessionário tem um prazo definido para repor as garantias, sob pena de ter o contrato suspenso ou cancelado. No final do contrato a garantia pode ser resgatada pelo concessionário. 27
(22) Por que produtos madeireiros, não-madeireiros e serviços são incluídos no mesmo edital? O contrato de concessão florestal estimula o uso múltiplo da floresta, buscando sempre a melhor e mais ampla utilização econômica dos recursos florestais, desde que de forma sustentável. Como não é possível ter dois concessionários na mesma área concedida, o melhor é incentivar o máximo de usos múltiplos dos recursos florestais, facultando ao concessionário a formação de parcerias (incluindo envolvimento de comunidades) caso julgue necessário. Sobre o concessionário continua recaindo toda a responsabilidade pela manutenção das condições do contrato. 28
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais (23) Para participar do processo de licitação, poderá ser feito consórcio entre empresas? Há limites no número de empresas em cada consórcio? O consórcio é permitido, podendo, inclusive, ser feito entre empresas e cooperativas. Porém, devem ser observadas as seguintes condições: (1) nenhuma empresa participante de consórcio poderá participar na licitação de forma isolada ou em outro consórcio e; (2) se o consórcio for vencedor, deverá se constituir em empresa para a assinatura do contrato. (24) O concessionário pode construir serrarias e outras unidades beneficiadoras dentro da Unidade de Conservação ou unidade de manejo? Pode, desde que tenha anuência dos órgãos gestores e esteja previsto no edital de licitação. 29
(25) Como será feita a fiscalização das concessões para garantir a qualidade da floresta que será entregue ao final do processo de concessão florestal? Durante todo o período de vigência do contrato ocorrerão monitoramentos, fiscalizações e auditorias periodicamente. Os prejuízos ao meio ambiente serão punidos nas esferas administrativa, civil e penal, inclusive com a possibilidade de utilização da garantia pela Administração de forma a compensar atos que produziram dano. O monitoramento das atividades nas concessões florestais inclui os seguintes sistemas: Sistema de Detecção da Exploração Florestal (DETEX), que por meio de imagens de satélite, identifica onde esta havendo exploração florestal ; controle de cadeia de custódia, no qual o concessionário deve manter o controle da origem dos produtos da floresta até a unidade de processamento; rastreamento por satélite da frota de caminhões do concessionário. 30
Perguntas e Respostas sobre Concessões Florestais A fiscalização é feita principalmente pelo IBAMA e pelo Serviço Florestal. O IBAMA fiscaliza o cumprimento do Plano de Manejo Florestal Sustentável e o Serviço Florestal, o cumprimento do contrato de concessão Florestal. Dentro de Florestas Nacionais, o ICMBio também é um agente importante no monitoramento já que é o gestor da área. Além disso, é obrigatória uma auditoria independente, no mínimo a cada três anos, realizada por entidade credenciada pelo INMETRO e reconhecida pelo Serviço Florestal Brasileiro. 31
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