FACULDADE 7 DE SETEMBRO - FA7 CURSO GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO NATÁLIA TAVARES ARAÚJO



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Transcrição:

FACULDADE 7 DE SETEMBRO - FA7 CURSO GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO EM JORNALISMO NATÁLIA TAVARES ARAÚJO JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL JANGADEIRO ONLINE FORTALEZA 2011 1

NATÁLIA TAVARES ARAÚJO JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL JANGADEIRO ONLINE Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social Habilitação Jornalismo. Orientador: Prof. Ismar Capistrano Costa Filho, Ms. FORTALEZA 2011 2

JORNALISMO NA INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL JANGADEIRO ONLINE Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social Habilitação Jornalismo. Natália Tavares Araújo Monografia aprovada em: / / Prof. Ismar Capistrano Costa Filho, Ms. 1ºExaminador: Prof. Dilson Alexandre Mendonça Bruno, MSc. (FA7) 2ºExaminador: Prof. Ana Cesaltina Marques MSc. (FA7) Prof. Dilson Alexandre Bruno, MSc. (FA7) Coordenador do Curso 3

Dedico este trabalho a meus pais pelo amor incondicional; minha irmã, o amor da minha vida, meu átomo; meu padrasto que me mostrou o jornalismo, e acertou! Minha bisavó Geraldina (Vó Dina) e ao vovô Zuza (in memoriam) pelo afeto e exemplo. 4

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente ao meu orientador Ismar porque sem ele eu não teria conseguido. Foi ele que me incentivou quando eu não tinha nem um objeto de estudo e permaneceu do meu lado, aconselhando mesmo que discretamente e conversando quantas vezes fossem necessárias até o esclarecimento das minhas dúvidas, que não foram poucas. A Cesaltina e ao Dilson por terem aceitado prontamente o nosso convite para a banca. Em especial a Cesaltina que durante a qualificação mostrou que o trabalho estava num rumo muito complexo e que eu precisaria de muito mais tempo pra concluí-lo, mas logo em seguida me mostrou que o que eu já tinha podia ser usado e aproveitado com outro foco de estudo. A coordenação do curso ao qual atravessei três gestões desde 2007 com o Ismael, Alessandra, Juliana e Dilson; e que sempre esteve de portas abertas para qualquer coisa, até aquele copinho de café tão necessário nas manhãs. Aos meus professores que me aturaram todos esses anos e me ensinaram o fazer jornalístico na prática, Miguel Macedo, Ismar Capistrano, Kátia Patrocínio, Dilson Alexandre, Paulo Germano, a elegante Elis e o Márcio Acselrad que já saíram há tempos. Ao meu pai porque ele foi minha bolsa durante esse quatro anos e meio de faculdade e sem ele esse feito não teria sido realizado. E ele que sempre me disse que eu ia conseguir, mesmo quando nem eu mesma acreditava nisso. Ao meu padrasto, Simon, que me incentivou a cursar jornalismo quando eu ainda pensava em letras ou direito, e me instigou a seguir a carreira jornalística. Minha mãe que se mudou um pouco antes de eu entrar na faculdade e não pode estar presente fisicamente no meu desenvolvimento como pessoa, mas que sempre esteve presente entre idas e vindas. Minha irmã, meu átomo, que sempre esteve do meu lado e por causa dela estamos onde estamos hoje. Meu namorado, Miguel Haddad, que foi muito mais que paciente nesses árduos quatro meses de produção acadêmica e me deixou segura para continuar. E meus únicos amigos da faculdade Cristina Pontes e Mateus Rocha que entraram junto comigo e comigo mudaram, mas permaneceram também. Aos meus amigos Thaisa Driele, Samuel Harami, Leonardo Brandão, Thiago Teixeira, Eduardo Soares, Rodolfo Autran, Elaine Aranha, Martiniano Fonseca, Karynna Maia, Tamara e Luana Moreira, Carolina Sixel e Luiza Gerbasi pelo companheirismo e amizade. Meu avô (in memoriam) que não está mais aqui, mas que deve estar muito orgulhoso de mim. E ao meu ex-chefe por ter me demitido e assim permitido que eu concluise esse trabalho. E finalmente a todos que me concederam entrevistas e compartilharam das suas experiências no portal Jangadeiro, Moema Soares, Dilson Alexandre, Antino Silva, Marco da Escóssia e Thiago Sampaio. A todos vocês meus sinceros agradecimentos e afeto. 5

RESUMO TAVARES, NATALIA. JORNALISMO E INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DO PORTAL JANGADEIRO ONLINE 2010. 75 F. MONOGRAFIA (GRADUAÇÃO EM JORNALISMO). CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO, FACULDADE 7 DE SETEMBRO, FORTALEZA, 2011. Este trabalho surgiu da necessidade de se analisar a produção jornalística na Internet, seus usos e características nos portais de notícias. Para esse estudo escolhi o Portal Jangadeiro como estudo de caso para ser analisado dentro das categorias de Jornalismo na Internet e como funciona sua produção e publicação nessa mídia. Escolhi esse portal e não outro por questão de afinidade por ser leitora; e também por ser um portal de produção local, o qual eu poderia ter fácil acesso as fontes que produzem seu conteúdo. O presente estudo tem o intuito de mostrar as categorias nas quais o portal Jangadeiro Online se insere dentro do Jornalismo praticado na internet, que são: Jornalismo online, Jornalismo Digital, Ciberjornalismo e as redes sociais, assim como suas falhas. Palavras-chave: Jornalismo, Internet, Portal Jangadeiro 6

SUMÁRIO Agradecimentos... 03 Resumo... 06 Sumário... 07 Lista de figuras... 09 Introdução... 10 1. Jornalismo e internet... 13 1.1 O surgimento da Internet... 13 1.2 Internet no Brasil... 15 1.3 Jornalismo e Internet no Brasil... 16 1.4 Jornalismo Online... 22 1.5 Jornalismo Digital... 24 1.6 Ciberjornalismo... 26 1.7 Redes Sociais e Jornalismo... 28 2. O Portal Jangadeiro Online... 31 2.1 Do surgimento do portal... 31 2.2 O portal hoje... 33 2.2.1 Sobre a rotina do portal... 37 2.2.2 Da linha editorial do portal... 38 2.2.3 Da audiência do portal... 39 2.2.4 Da parte comercial do portal... 40 2.3 Das características do portal... 41 2.3.1 Vídeos, TV e FM Jangadeiro... 43 2.3.2 A linguagem para internet... 44 2.4 Das seções do portal... 45 2.4.1 Dos blogs do Portal... 46 2.4.1.1 Dos blogs: Blog da Janga... 46 2.4.1.2 Dos blogs: Blog Polítika com K... 47 2.4.1.3 Dos blogs: Blog Jangadeiro Esporte Clube... 48 2.4.1.4 Dos blogs: Blog Pra elas... 49 2.4.1.5 Dos blogs: Comunidade... 49 2.4.1.6 Dos blogs: Emprego... 50 2.5.1 Vídeos... 51 2.5.2 Notícias... 51 2.6 Das mídias sociais no portal... 52 2.6.1 Primeira fase... 52 2.6.2 Segunda fase... 54 2.6.3 Twitter... 55 2.6.4 Da localização de fontes pelas mídias sociais... 56 2.6.5 Da publicação de notícias e promoções nas mídias sociais... 58 3. Estudo de caso do Portal Jangadeiro Online... 60 3.1 Do Jornalismo Online... 60 7

3.2 Do Jornalismo Digital... 62 3.3 Do Ciberjornalismo... 64 3.3.1 Orkut... 65 3.3.2 Facebook... 66 3.3.3 Twitter... 69 Considerações finais... 72 Referências bibliográficas... 75 8

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Blogs do Portal.... 34 Figura 2: Exemplo de manchete principal.... 35 Figura 3: Seção de slides... 37 Figura 4: Seção de vídeos no Portal Jangadeiro... 44 Figura 5: Espaço para a grade de programação da TV jangadeiro... 44 Figura 6: Espaço para a grade de programação da jangadeiro FM... 44 Figura 7: Da seção de Blogs, Blog da janga... 47 Figura 8: Da seção de Blogs, Política com K... 47 Figura 9: Da seção de Blogs, Blog jangadeiro Esporte Clube... 48 Figura 10: Da seção de Blogs, Blog Pra elas... 49 Figura 11: Da seção de Blogs, Seção Comunidade... 50 Figura 12: Da seção de Blogs, Seção Canal Emprego... 50 Figura 13: Da seção de Blogs, Seção de Vídeos... 51 Figura 14: Da seção de Notícias... 52 Figura 15: Perfil no twitter do Portal Jangadeiro online... 56 Figura 16: Perfil do facebook do Sistema Jangadeiro de Comunicação... 58 Figura 17: Promoção de ingressos no twitter do jangaonline... 59 Figura 18: Resultado da promoção... 59 Figura 19: Exemplo de vídeo transcodificado da TV pro portal... 60 Figura 20: Canal no youtube do jangadeiro online... 61 Figura 21: Destaques dos jornais do dia com manchetes e leads... 62 Figura 22: Destaques dos jornais do dia com a digitalização das capas... 62 Figura 23: Comentários no blog Polítika com K... 64 Figura 24: Enquete na Comunidade do Orkut do portal jangadeiro... 65 Figura 25: Profile do portal jangadeiro no Orkut... 66 Figura 26: Profile do portal jangadeiro no Facebook... 67 Figura 27: Exemplo de post e curtir no Facebook... 67 Figura 28: Exemplo de compartilhar uma notícia no Facebook... 68 Figura 29: Exemplo de comentário no Facebook... 68 Figura 30: Exemplo de promoção no Facebook... 69 Figura 31: Exemplo reply de leitor no twitter... 70 Figura 32: Exemplo reply do administrador no twitter... 71 9

INTRODUÇÃO A internet como a conhecemos não surgiu já com o posto de rede mundial de computadores. Esse status foi um aperfeiçoamento de vários anos de tentativas, testes e acertos. A forma como a usamos hoje se deu devido a uma necessidade de adaptação dos usos da comunicação contemporânea que tem como o acesso, conexão e rapidez as suas principais bases. Mas primeiramente foi preciso retroceder na história da evolução do jornalismo na internet, que no Brasil chegou apenas em 1995, e apresentar o conceito de portal fundamental para esse estudo. Depois de compreender como essa nova mídia influenciou e transformou a produção e publicação de notícias dentro das várias plataformas midiáticas que a rede oferece, e como os portais se adaptaram a esse novo espaço midiático sem território que é a internet, foi que podemos apresentar o Portal Jangadeiro online que é nosso estudo de caso. O objetivo geral desse estudo é conhecer o Portal jangadeiro, portal de notícias do Estado do Ceará, apresentá-lo em todas suas seções e estudá-lo em suas manifestações dentro do jornalismo na internet que compreendem: jornalismo online, jornalismo digital, ciberjornalismo e redes sociais. O objetivo especifico é categorizar o portal Jangadeiro dentro de cada uma das manifestações do jornalismo na internet e discutir se o portal tem ou não as características inerentes a cada uma delas. Assim como criticar e sugerir melhoramentos para que as interações com os leitores ocorram de forma bilateral visando sempre a comunicação democrática independente da mídia na qual ela ocorra. A metodologia usada foi a consulta bibliográfica em livros e artigos sobre o assunto que por ser de vasta e continua atualização é impossível de continuar sendo atualizado, uma vez que quando arquivado esse trabalho vão surgir outros estudos sobre jornalismo na internet e suas constantes transformações. No capítulo um foi apresentado o trabalho, seus conceitos e problemáticas com o auxílio dos autores: Manuel Castells, para apresentar a história da internet como ela surgiu e se desenvolveu, Pollyana Ferarri, para mostrar como o jornalismo se manifesta na internet e como surgiram os portais de notícias; Iuri Pereira, Rafael Rodrigues e Reinaldo Marango que explicaram como que nos primeiros momentos os jornalistas foram produzindo e publicando notícias dentro desse novo espaço midiático até então desconhecido; J.B Pinho para explicar como os jornalistas depois desse primeiro momento de estranhamento se adequaram a essa 10

nova mídia e começaram a produzir efetivamente nela e para ela; Luciana Moherdaui que mostrou as primeiras características desse novo jornalismo praticado na internet; Raquel Recuero que mostra elegantemente o que são redes sociais, seus laços e atores e em que nó elas se mesclam com a produção de notícias; e finalmente Magaly Prado que juntou tudo o que os outros autores já haviam falado em um brilhante livro sobre Webjornalismo, que foi de vital importância para este trabalho, e o qual ainda vou ler na integra. O capítulo dois, após a apresentação do cenário de interação e integração ao qual o jornalismo evoluiu dentro do ciberespaço, apresenta o portal de notícias do Jangadeiro Online que tem interatividade, atualização constante e notícias regionais, seu ponto forte e de maior destaque com seu público. Nesse capítulo foram usados os atores do portal e o método utilizado para a apresentação foi uma visão de dentro para fora da redação, começando com uma entrevista com a coordenadora de Jornalismo do Sistema Jangadeiro Moema Soares, passando para o ex-coordenador Dilson Alexandre e o atual Marco da Escóssia para, em seguida, entrevistas os editores chefes do portal e das redes sociais que são Thiago Sampaio e Antino Silva, respectivamente. É importante salientar que a escolha da ordem das entrevistas ocorreu de forma aleatória e aconteceu naturalmente dentro da própria redação quando fui visitá-la. Sendo apenas a da Moema Soares, marcada com data e horário, todas as outras foram conversas informais e troca de emails. Mas após o término do trabalho, percebi que ela seguiu a ordem de hierarquia dentro do portal, porém foi apenas uma coincidência. No capítulo três foi aprofundado o estudo de caso do portal, já que devidamente apresentado em todas suas seções, ele pode ser analisado e inserido dentro de cada uma das categorias de jornalismos na internet previamente apresentadas no capítulo um. Nesse último capítulo escolhemos o recorte de uma semana aleatória (16-23 de Maio de 2011) para analisar a produção e publicação do portal e criticá-lo dentro de cada uma das categorias respondendo se ele possui as características inerentes a cada uma delas. Foi quantificado o número de postagens no formato de Jornalismo Online que no portal ocorre com a transcodificação de notícias da TV Jangadeiro para o portal, de Jornalismo Digital com o número de posts postados em cada Blog do portal e de Ciberjornalismo com o número de tweets no twitter, posts no facebook e análise do desuso do Orkut pelo portal. 11

Com a pesquisa acadêmica e a produção de trabalhos como esse, são gerados relatórios dos sintomas das relações entre jornalismo e internet, que a cada dia se mesclam criando novos formatos, oportunidades de criação e publicação de conteúdo. E se separam quando criam brechas, fissuras e até mesmo conflito no conteúdo produzido. O jornalista não mais figura central tenta coexistir entre malabarismos dos universos online e o offline. Antes bons profissionais escreviam textos de qualidade e ganhavam reputação, prestígio por isso. Agora, os bons profissionais escrevem seus textos e depois de disponibilizá-los nas diversas plataformas online, seja portais de notícias, blogs ou twitter, passa a ser direito de todos os usuários julgarem esse conteúdo e criticá-lo, acrescentar, corrigir ou mesmo reescrever as notícias. A veracidade e a credibilidade da informação é por conta desse leitor conectado/crítico/participativo da nova web 2.0 Portanto é importante que os estudos acadêmicos e consequentemente seus diagnósticos guiem essa relação entre jornalismo e internet para que essa mescla, que diverge e converge diariamente possa gerar (in) formação aos leitores que são os principais atores envolvidos. 12

1 JORNALISMO E INTERNET O jornalismo surge à partir da invenção de Johannes Gutenberg, em 1447, com os jornais modernos, que tiveram grande circulação entre comerciantes, para a divulgação de notícias mercantis. O que ocorreu muito antes do avanço tecnológico que possibilitou a invenção da internet, mas com essa nova mídia o jornalismo ganhou uma dimensão muito maior. Trataremos neste capítulo da relação entre o jornalismo e internet em três itens que cuidam de apresentar a história da internet e a inserção do jornalismo nessa mídia. E apresentar as categorias nas quais o jornalismo praticado na internet se divide com o Jornalismo Online, Digital, Ciberjornalismo e as redes sociais. 1. 1 O SURGIMENTO DA INTERNET O objetivo desse estudo é conhecer o Portal jangadeiro, portal de notícias do Estado do Ceará, mas para isso precisamos primeiro compreender o conceito de portal e consequentemente retroceder na história para entender como o jornalismo surgiu na internet e como se adequou a esse novo espaço midiático sem território. A internet como a conhecemos não surgiu já com o posto de rede mundial de computadores. Esse status foi um aperfeiçoamento de vários anos de tentativas, testes e acertos. A forma como a usamos hoje se deu devido a uma necessidade de adaptação dos usos da comunicação contemporânea que tem como o acesso, conexão e rapidez as suas principais bases. Para entender essa evolução da internet, primeiramente precisamos saber um pouco da sua estória de como, porque e em que condições ela surgiu. [...] A internet nasceu da improvável interseção da big science, da pesquisa militar e da cultura libertária. Importantes centros de pesquisa universitários e centros de estudos ligados à defesa foram pontos de encontro essenciais entre essas três fontes da Internet. (CASTELLS, 2001) Tudo começou em 1969 quando o governo americano imerso no clima de espionagem da Guerra fria encomendou a empresa Arpa (Advanced Research and Projects Agency) uma rede que permitisse a conexão dos departamentos de pesquisa do governo, essa rede foi 13

batizada pelo nome de Arpanet. Antes da Arpanet, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação era frágil. Uma vez que se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava lançar uma bomba no Pentágono fazendo com que a comunicação inteira fosse cortada justamente por te sede em um só lugar. A Arpanet foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone (espinha dorsal) que passava por baixo da terra (o que o tornava mais difícil de ser interrompido), ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se quase indestrutível. Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à Arpanet. Em 1975, existiam aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores. Já que não basta ter uma velocidade constante quando não se tem redes em bom estado para serem conectadas. No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol (NCP), tornou-se inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no sistema postal. Assim também como os cartões-postais, os pacotes possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis. Os pacotes são enviados de um computador para outro até alcançarem o seu destino. Se algum deles for perdido, ele poderá ser reenviado pelo emissor original. Para eliminar retransmissões desnecessárias, o destinatário confirma o recebimento dos pacotes. Esse sistema de divisão de partes é usado atualmente por site de download como o torrent, por exemplo, onde é baixado uma pequena parte por vez de qualquer computador que 14

a tenha e que também esteja conectado na mesma rede. Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de computador. Segundo o Instituto Ibope/Nielsen Online atualmente no mundo o número de usuários de computador vai dobrar até 2012, chegando a 2 bilhões. A cada dia, 500 mil pessoas entram pela primeira vez na Internet, a cada minuto são disponibilizadas 35 horas de vídeo no YouTube e cada segundo um novo blog é criado. 70% das pessoas consideram a Internet indispensável. Em 1982 havia 315 sites na Internet, hoje existem 174 milhões. 1. 2 INTERNET NO BRASIL Já no Brasil a internet demorou um pouco pra chegar e começou bem mais tarde só em 1987 quando foi realizada uma reunião na Universidade de São Paulo, na qual estavam presentes representantes do Governo e da Embratel, com o objetivo de criar uma rede que visava interligar a comunidade acadêmica e científica do Brasil com outros países com a finalidade de trocar informações. No ano seguinte o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) conseguiu se conectar a Universidade de Maryland, acessando a Bitnet (Because It's Time Network), uma rede que permitia a troca de mensagens. No mesmo ano, em São Paulo a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) se conectou ao Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab) em Chicago, também por meio da Bitnet. Em 1989, a Universidade Federal do Rio de Janeiro também se conectou à Bitnet através de uma universidade americana, tornando-se a terceira instituição a ter acesso a essa tecnologia. Nesse ano, foi criada, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que durante a década de 90 foi à responsável por fornecer acesso à internet a aproximadamente 600 instituições, ou seja, por volta de 65 mil usuários. Dois anos depois em 1991, o acesso a rede de informações, já denominada internet, era utilizada também por órgãos do governo e instituições educacionais de pesquisa. Nessa época a internet era utilizada para transferências de arquivos, debates e acesso a base de dados 15

nacionais e internacionais. Em 1992, ocorreu à implantação de uma rede que cobria grande parte do país. Inicialmente interligava onze estados, uma rede de equipamentos e linhas de comunicação que compunham o que se pode chamar de central da RNP. Nos anos seguintes seguiu o processo de divulgação dos benefícios da internet entre os estudantes e empresas privadas. Em 1994 a EMBRATEL lançou o serviço experimental a fim de conhecer melhor a Internet. No mesmo ano alunos da USP criaram inúmeras páginas na Web, estima-se que mais da metade de páginas existentes no país haviam sido elaborados pelos mesmos. Foi somente em 1995 que foi realizada a primeira transmissão a longa distância entre os estados entre São Paulo e Rio Grande do Sul, e finalmente foi liberada a operação comercial no Brasil, mas ainda assim sem alcançar grande desenvolvimento. No mesmo ano, foi criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), com a atribuição de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. O grande "boom" da rede no Brasil acontece ao longo do ano de 1995. Um pouco pela melhoria nos serviços prestados pela Embratel, mas principalmente pelo crescimento natural do mercado, a Internet brasileira cresceu vertiginosamente, tanto em número de usuários quanto de provedores e de serviços prestados através da rede. 1. 3 JORNALISMO E INTERNET NO BRASIL Os jornais impressos tentaram acompanhar essa revolução tecnológica lançando na rede versões digitais dos seus impressos, começando de forma bem simples com a transcodificação de conteúdo e depois aperfeiçoando à medida que se tinha conhecimento sobre a nova mídia, no caso a internet. Logo, surgiu um novo tipo de Jornalismo, o jornalismo online que seria uma transcodificação do jornalismo impresso para o novo meio de comunicação: a internet. A Internet despontou como um novo e fascinante campo de trabalho para jornalistas. Após a fase de deslumbramento, quando proliferaram projetos mirabolantes, é hora de colocar os pés no chão e perceber que a grande rede continua oferecendo vastas possibilidades para os profissionais da comunicação. Afinal, milhões de pessoas ao redor do mundo navegam à procura daquilo que o bom jornalismo é capaz de oferecer: informação. (FERARRI, 2003) 16

O ano de 1995 foi um marco no jornalismo na internet no Brasil foi nele que se descobriram as maravilhas dessa nova ferramenta de comunicação diferente de qualquer outra já inventada e tendo em si o som do rádio, as cores da TV e as informações do impresso todas em um mesmo lugar. A entrada de jornais e revistas na Internet inaugura um novo veículo de comunicação que reúne características de todas as outras mídias e que tem como suporte as redes mundiais de computadores. O jornalismo digital representa uma revolução no modelo de produção e distribuição de notícias. O papel (átomos) vai cedendo lugar a impulsos eletrônicos (bits) que podem viajar a grandes velocidades pelas auto-estradas da informação. Estes bits podem será atualizados instantaneamente na tela do computador na forma de textos, gráficos, imagens, animações, áudio e vídeo. Recursos multimídia que estão ampliando as possibilidades da mídia impressa. (PINHO, J.B, apud MANTA, 2002) O primeiro site jornalístico brasileiro foi o do Jornal do Brasil, criado em maio de 1995, seguido pela versão eletrônica do jornal O Globo. Nessa mesma época, a Agência Estado, agência de notícias do Grupo Estado, também colocou na internet sua página seguidos pelo Folha de São Paulo, O Estado de Minas, Zero Hora, Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste. Primeiro surgiu o Jornal do Brasil e não outro jornal por condições históricas da própria evolução da mídia no país. As empresas, em sua maioria, familiares que detém maior poder aquisitivo, são as que se lançam primeiro em novas mídias, são denominadas de Barões da internet brasileira (FERARRI, 2003, p 25). Com esse novo cenário com o advento da Internet a comunicação passou a ser muito mais rápida entre jornalista e fonte, que agora não precisavam mais de telegramas e cartas e poderiam simplesmente passar um email para trocas de informações. A difusão de idéias na rede espalha vários pensamentos e acontecimentos o que abrange o estoque de idéias do jornalista aumentando seu potencial criativo, o que pode gerar novas notícias. O acesso a arquivos e documentos no mundo inteiro no levantamento de informações sobre determinado assunto de uma matéria gerou um enorme banco de dados disponíveis a qualquer hora. E o acesso as bibliotecas também através de uma prestação de serviço online. Portal é um site que reúne características específicas como: apresentar na página inicial chamadas para conteúdos díspares de várias áreas e várias origens formando um grupo de leitores com diversos interesses distintos. Esses leitores formam comunidades de interesses 17

em comum que buscam um detalhamento de uma categoria de conteúdo e seus respectivos hiperlinks, que ao serem clicados surgem em novas janelas. O portal por permitir a possibilidade de milhões de pessoas estarem conectadas ao mesmo tempo acaba assumindo o comportamento de mídia de massa por ser um conjunto de canais e versões onde são oferecidos diversos conteúdos onde o objetivo é justamente o de atrair e influenciar as opiniões. As sessões mais comuns no portal são: ferramenta de busca, comunidades, comércio eletrônico, e-mail gratuito, entretenimento e esportes, notícias, previsão do tempo, chat, espaço para armazenamento de dados, home page pessoais, jogos, páginas amarelas, mapas, cotações financeiras, canais, e um mapa do site. Esse mapa geralmente se localiza na parte inferior do site com todos os nomes de canais, serviços e seções dispostos em ordem alfabética e grifados por links. É usado por usuários que não gostam de perder tempo olhando imagens ou chamadas e vão direto a seção desejada. O portal permite assim a personalização e interatividade com o usuário. Apresenta audiência segmentada e público constante e dirigido, com custo zero e grande abrangência de temas e personalização. E exige código visual e organização de dados. A personalização é a característica que se destaca por que garante a sobrevivência de um portal da internet porque com o aumento das informações no mundo virtual o internauta migrará para sites que ofereçam serviço customizado as suas necessidades. Com acesso a esses perfis que visitam o site o gerenciador ganha a fidelidade do usuário que vê em seu site m espaço confortável por ser justamente o que ele deseja e precisa. O ano de 1997 veio consolidar a Internet brasileira. Novas revistas sobre o assunto foram lançadas, os provedores chegaram a diversas centenas, o conteúdo em língua portuguesa na rede tornou-se significativo. Empresas, bancos, universidades e até o governo fizeram questão de marcar presença na rede. Algumas estimativas mais otimistas diziam que o número de usuários no Brasil passou de um milhão naquele ano, mas não há certeza. Internet tornou-se um fenômeno de massa em meados dos anos 1990, essa estrutura mcluhanista provou flexibilidade e escalabilidade conforme milhões de novos utilizadores se conectavam. Embora grande parte da população mundial ainda vivesse na pobreza, um grande número de pessoas especialmente no Norte possuía tanto os recursos quanto o tempo livre para 18

participar desse novo fenômeno midiático participativo. No decorrer da década posterior, os usuários da Internet começaram a tronar realidade a profecia marxista-mcluhanista da ágora eletrônica. Assim como os jornais alternativos da década de 1960, os servidores de listas de discussão eletrônica Nettime e Rhizome forneceram espaço para artistas e intelectuais publicarem seus artigos e discutirem suas idéias. Como nas rádios comunitárias e livres da década de 1970, o Centro de Mídia independente e o Oh my News não só forneceram um ângulo mais radical dos eventos políticos da época, mas também motivaram seus apoiadores a contribuir com seus próprios relatos e comentários. (PRADO, 2010 apud BARBROOK, 2007, p. 379) Em 1998 tanto a Folha de S.Paulo quanto Datafolha estimam o número de internautas brasileiros em 2 milhões. Com esse número, o Brasil fica em oitavo lugar no ranking de países com maior número de pessoas conectadas, atrás apenas de EUA, Japão, Canadá, Grã- Bretanha, Alemanha, Austrália e Suécia. Ainda segundo a pesquisa, o volume de dinheiro movimentado pelos negócios que envolvem a Internet no país é de 2 bilhões por ano. A pesquisa revelou, também, o perfil médio do internauta brasileiro: adulto (jovem), com renda familiar e escolaridade alta e morador de um dos estados da região Sudeste. Em 1999 o Grupo Globo anuncia criação da Globo.com, portal que irá disponibilizar todo o conteúdo jornalístico e de entretenimento produzido pelos diversos veículos do grupo. Já são 3.250 jornais online. O polêmico Napster surge para revolucionar a maneira como se consome música. A Folha publica contribuições dos leitores sobre o conflito em Kosovo. A Globo e Microsoft anunciam uma série de acordos para acelerar a oferta de serviços avançados de banda larga e Internet no Brasil. As duas companhias vão desenvolver serviços de redes digitais de banda larga, softwares e tecnologia de Internet, além de trabalhar juntas para combinar os conteúdos produzidos pelas Organizações Globo em notícias, esportes, entretenimento e educação com os atuais serviços da Microsoft. No final de 1999 o Brasil e o mundo se preparam para a chegada do ano 2000 e com ela a ocorrência de possíveis erros de computador. O governo diz estar preparado para o "Bug do Milênio". O webjornalismo foi sendo implementado a partir a segunda metade dos anos 1990; porém apenas no final da década PE que se estabeleceu de forma abrangente, detectando um verdadeiro boom contratação de novos profissionais com altos salários, aumento de equipes etc. -, período que também marca a bolha ocorrida na virada de 1999 para 2000, quando a web foi, de forma precipitada, superestimada economicamente. Era a chamada nova economia, ou seja, economia gerada pela internet. O webjornalismo e seus portais eram considerados um novo negócio. (PRADO, 2010, p 25). No ano de 2000 com a chegada do século XXI o Napster proporciona o 19

compartilhamento de músicas em mp3 entre usuários. Tem início uma batalha de direitos autorais com a indústria fonográfica. A Banda larga finalmente chega ao Brasil. E o IG lança o primeiro provedor de acesso grátis à internet. No mesmo ano, chegariam vários jornais migrando definitivamente para a Internet, lançando seus portais de notícias. O jornal o Estadão, o mais antigo dos jornais em circulação no Estado de São Paulo, lança em março de 2000, o portal www.estadao.com.br, com informativo em tempo real. Convergem para o portal os sites da Agência Estado, do Estado de São Paulo e do Jornal da Tarde. Nesses primeiros anos de internet no Brasil entre 1997 até 2000 os portais de notícias competiam entre sim para ver quem conseguia postar mais informação mais rápida em menos tempo, mas com o passar dos anos por volta do ano 2000 passou a se ter outra necessidade a de ter um conteúdo de qualidade, com um design acessível e viabilidade financeira. Primeiro a versão impressa foi sendo transposta para a internet, algo apenas como conversão de uma plataforma de mídia para a outra. Começou aos poucos também, entravam apenas os abres de página. O design era muito simples, digamos até simplório, e, em comparação aos dias de hoje, era de um leiaute muito feio. Além disso, ele vinha com as subs, e só mais para frente foram entrando as matérias de outras páginas. As fotos, pesadas até então, eram publicadas pequenas, e no início nem todos tratavam o peso da foto parar melhorar o tempo decorrido para visualizá-las. (PRADO, 2010, p 31). Em 2001, o país contava com cerca de 6 milhões de usuários, enquanto em todo mundo existiam aproximadamente de 349 milhões de usuários. É lançado a Wikipédia. Surge a globonews. Já são 500 milhões de PCs e 400 milhões de internautas. No ano seguinte surgem às primeiras conexões wireless assim como provedores sem fio e ondas de serviços online modificam o comportamento do internauta, como álbum de fotos, e-mail, blogs e instant messengers. Em janeiro de 2003, já existiam no Brasil 22,4 milhões de usuários enquanto nos Estados Unidos são 120,5 milhões de internautas. Neste ano a Mozilla desenvolve o browser gratuito Firefox e a Apple lança o itunes, loja virtual de música. Nasce o Myspace e, a partir dele, as demais redes sociais. Em 2004 com a febre de redes sociais, o Brasil dispara como líder de inscritos no Orkut e atingimos 30 milhões de internautas. O uso de webcams começa a se popularizar e do wireless 2004 é também o ano do Facebook. 20