DC14 - Demonstração dos Fluxos de Caixa (1) Directriz Contabilística nº 14



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Transcrição:

DC14 Demonstração dos Fluos de Caia (1) Directriz Contabilística nº 14 Julho de 1993 Índice 1. Introdução 2. Objectivos 3. Definições 4. Componentes da Demonstração dos Fluos de Caia 4.1. Actividades operacionais 4.2. Actividades de investimento 4.3. Actividades de financiamento 5. Métodos Utilizados para Apresentar a Demonstração dos Fluos de Caia Operacionais 5.1. Método directo 5.2. Método indirecto 6. Tratamento Específico de Algumas Situações 6.1. Recebimentos e pagamentos numa base líquida 6.2. Recebimentos e pagamentos em moeda estrangeira 6.3. Recebimentos e pagamentos relacionados com as rubricas etraordinárias 6.4. Juros e dividendos 6.5. Imposto sobre o rendimento 6.6. Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos ("joint ventures") 6.7. Aquisições e alienações de filiais e outras actividades empresariais 6.8. Operações que não envolvam movimentos de caia 6.9. Componentes de caia e equivalentes a caia 6.10. Outras informações 7. Modelos da Demonstração dos Fluos de Caia 7.1. Método directo 7.2. Método indirecto 8. Aneo à Demonstração dos Fluos de Caia Pág. 1

1. Introdução A adaptação do Plano Oficial de Contabilidade à Directiva 78/660/CE (4ª Directiva do Conselho, de 25 de Julho de 1978), consubstanciada no DecretoLei nº 410/89, de 21 de Novembro, veio introduzir nas demonstrações financeiras as quantias relativas ao eercício anterior. Este facto, associado à circunstância de a contabilidade se processar em regime de acréscimo, logo influenciada pelas políticas contabilísticas adaptadas, terá contribuído para algum esvaziamento da utilidade da demonstração da origem e aplicação de fundos. Assim, nos últimos anos, tem vindo a assumir relevância para os utentes da informação financeira o conhecimento do modo como a empresa gera e utiliza o dinheiro num determinado período. Nesta linha de orientação se inscreve a posição assumida pelo Internacional Accounting Standards Committee (IASC) que substituiu, em Outubro de 1992, a norma internacional nº 7 Demonstração das alterações na posição financeira, pela norma nº 7 (revista) Demonstração dos fluos de caia. No plano nacional a CNC entendeu conveniente e oportuno normalizar o campo da informação histórica, relativa às variações nos fluos de caia de uma empresa, através de uma demonstração financeira apropriada demonstração dos fluos de caia. De realçar que a concepção que emerge da presente Directriz, em matéria de fluos de caia, não é coincidente com a que usualmente tem sido associada à epressão "cash flow". Nestas condições, dependerá das entidades que o possam eigir a aplicação da presente Directriz. 2. Objectivos É um dado adquirido que nem sempre eiste uma correlação entre os resultados apurados e os fluos de caia; por eemplo, o facto de uma empresa apurar lucros não significa necessariamente que disponha de dinheiro para, designadamente, pagar dividendos, empréstimos, impostos e investir. A informação àcerca dos fluos de caia reveste grande utilidade, pois permite aos utentes das demonstrações financeiras, por um lado, conhecer as fontes de caia a que a empresa teve acesso durante um determinado período de tempo e, por outro lado, verificar o destino que lhes foi dado. Em suma, dá a possibilidade de saber como foi gerado e utilizado o dinheiro no período em análise. A demonstração dos fluos de caia, quando apresentada juntamente com as demais peças das demonstrações financeiras, permite aos utentes melhorar o conhecimento das variações ocorridas na estrutura financeira (incluindo a liquidez e a solvabilidade) e a capacidade de gerar meios de pagamento e em que tempo, com vista, designadamente, a adaptarse a situações de mudança e de oportunidade de mercado (fleibilidade financeira). Na estruturação desta demonstração financeira é adoptada uma classificação por actividades, em ordem a permitir aos utentes avaliar o impacto destas na situaçao financeira e conhecer as correspondentes quantias geradas e utilizadas, bem como as interligações entre as actividades. 3. Definições Para efeitos da presente Directriz, aos termos a seguir indicados é atribuído um significado específico, a saber: Caia: Pág. 2

Compreende o numerário e os depósitos bancários imediatamente mobilizáveis. Equivalentes a caia: Compreende os outros depósitos bancários e os investimentos de curto prazo cuja conversão em numerário possa efectuarse sem grandes riscos de alterações de valor no prazo máimo de três meses a contar da data da sua constituição ou aquisição. São ainda de considerar como componentes negativos dos equivalentes a caia os descobertos bancários ("overdraft"). Fluos de caia: São as entradas em caia (recebimentos) e as saídas de caia (pagamentos) e seus equivalentes. Actividades operacionais: São as que constituem o objecto das actividades da empresa e outras que não sejam de considerar como actividades de investimento ou de financiamento. Actividades de investimento: Compreendem a aquisição e alienação de imobilizações corpóreas e incorpóreas e aplicações financeiras não consideradas como equivalentes a caia. Actividades de financiamento: São as que resultam de alterações na etensão e composição dos empréstimos obtidos e do capital próprio da empresa. 4. Componentes da Demonstração dos Fluos de Caia Os fluos de caia devem ser classificados de acordo com o tipo de actividade que os originou. As classes de actividades identificados numa demonstração dos fluos de caia são as operacionais, as de investimento e as de financiamento. Cada uma destas classes compreende elementos específicos dos fluos de caia, em ordem a possibilitar um quadro completo das diferentes actividades económicas da empresa. 4.1. Actividades operacionais Os fluos líquidos gerados/utilizados pelas actividades operacionais são um indicador da capacidade da empresa gerar meios de pagamento suficientes para manter a capacidade operacional, reembolsar empréstimos, pagar dividendos e fazer investimentos de substituição sem ter de recorrer a capitais alheios. A informação àcerca dos componentes específicos de recebimentos e pagamentos é útil, juntamente com outras informações para planear os futuros fluos de caia operacionais. Apresentamse seguidamente eemplos de fluos de caia de actividades operacionais: a) Recebimentos provenientes de vendas e de prestações de serviços; b) Recebimentos relativos a royalties, honorários, comissões, e outros proveitos; Pág. 3

c) Pagamentos referentes a compras de bens e serviços; d) Pagamentos a empregados e por conta deles; e) Pagamentos e reembolsos de imposto sobre o rendimento, a menos que este se relacione com as outras actividades; e f) Recebimentos e pagamentos inerentes a contratos relacionados com a actividade normal da empresa. Algumas transacções, tal como a alienação de um elemento do imobilizado, originam ganhos ou perdas que são incluídos na demonstração dos resultados. Contudo, os fluos de caia relacionados com estas transacções são classificados como pertencentes a actividades de investimento. A aquisição de títulos para fins de transacção tem tratamento idêntico àquele que é dado aos bens adquiridos para venda; por conseguinte, os fluos de caia originados por compras ou venda destes títulos são classificados como actividades operacionais. 4.2. Actividades de investimento A informação relativa aos fluos de caia das actividades de investimento é relevante, posto que representa a etensão dos dispêndios feitos para obtenção de recursos que tenham em vista gerar resultados e fluos de caia futuros. Apresentamse seguidamente eemplos de fluos de caia originados por actividades de investimento: a) Pagamentos relativos à aquisição de imobilizações, corpóreas e incorpóreas, bem como de outros activos de longo prazo.incluemse nestes pagamentos os relacionados com custos capitalizados (de desenvolvimento, financeiros e outros) e com activos fios autoconstruídos; b) Recebimentos relativos à alienação de imobilizações, corpóreas e incorpóreas, bem como de outros activos de longo prazo; c) Pagamentos relativos à aquisição de partes de capital, de obrigações e de outras dívidas, qualquer que seja a forma como se encontrem representadas; d) Recebimentos relativos à alienação de partes de capital, de obrigações e de outras dívidas, qualquer que seja a forma como se encontrem representadas; e) Adiantamentos e empréstimos concedidos; f) Recebimentos resultantes do reembolso de adiantamentos e de empréstimos concedidos; g) Pagamentos inerentes a contratos de "futures", "forward", "options", e llswaps", ecepto quando tais contratos constituam actividade operacional ou os pagamentos sejam classificados como actividade de financiamento; h) Recebimentos inerentes a contratos de "futures", "forward", "options", e "swaps", ecepto quando tais contratos constituam actividade operacional ou os recebimentos sejam classificados como actividade de financiamento. Pág. 4

Quando um contrato for contabilizado como cobertura (protecção) de uma posição identificável, o fluo de caia originado por esse contrato deve ser classificado de modo idêntico ao efectuado aquando da posição que está a ser coberta (protegida). 4.3. Actividades de financiamento A informação dos fluos de caia gerados/utilizados por actividades de financiamento permite estimar as necessidades de meios de pagamento e de novas entradas de capital, bem como proporcionar aos financiadores informação sobre a capacidade de serem reembolsados. Apresentamse seguidamente eemplos defluos de caia originados por actividades de financiamento: a) Recebimentos provenientes da realização de acções (quotas), prêmios de emissão e prestações suplementares; b) Pagamentos por aquisição de acções (quotas) próprias, redução do capital ou amortização acções (quotas); c) Recebimentos provenientes de empréstimos obtidos, qualquer que seja o prazo e a forma como se encontrem representados; d) Reembolso dos empréstimos obtidos; e e) Pagamento das amortizações relativas a contratos de locação financeira. 5. Métodos Utilizados para Apresentar a Demonstração dos Fluos de Caia Operacionais A apresentação dos fluos de caia operacionais pode ser efectuada utilizando um dos dois seguintes métodos: a) Método directo b) Método indirecto 5.1. Método directo É aquele em que são divulgados os principais componentes, dos recebimentos de caia e dos pagamentos de caia, em termos brutos, permitindo aos utentes compreender o modo como a empresa gera e utiliza os meios de pagamento. Os principais componentes dos recebimentos e dos pagamentos, em termos brutos, podem ser obtidos por uma de duas vias: i) directamente dos registos contabilísticos da empresa, mediante a adopção de rubricas apropriadas (2); ii) pelo ajustamento das vendas, custo das vendas e outras rubricas da demonstração dos resultados que respeitem a: variações ocorridas, durante o período contabilístico, nas eistências e nas dívidas operacionais de e a terceiros; Pág. 5

outras rubricas não relacionadas com caia; outras rubricas cujos efeitos de caia respeitem a fluos de caia de investimento ou de financiamento. 5.2. Método indirecto É aquele em que o resultado líquido do eercício é ajustado por forma a ecluiremse os efeitos de transacções que não sejam a dinheiro, acréscimos ou diferimentos relacionados com recebimentos ou pagamentos passados ou futuros e contas de proveitos ou custos relacionados com fluos de caia respeitantes às actividades de investimento ou de financiamento. A determinação do fluo líquido de caia das actividades operacionais é feita a partir do resultado líquido do eercício ajustandoo pelos efeitos de: i) variações ocorridas, durante o período contabilístico, nas eistências e nas dívidas operacionais de e a terceiros; ii) rubricas não relacionadas com caia tais como amortizações, provisões, impostos diferidos, diferenças de câmbio não realizadas, resultados não distribuídos de associadas e interesses minoritários; iii) todas as outras rubricas cujos efeitos de caia respeitem a fluos de caia de investimento ou de financiamento. O fluo líquido de caia das actividades operacionais pode também ser apresentado pelo método indirecto, seriando os custos e proveitos relacionados com caia incluídos na demonstração dos resultados e as variações ocorridas, durante o período contabilístico, nas eistências e nas dívidas operacionais de e a terceiros. É desejável que as empresas utilizem o método directo na elaboração dos fluos de caia das actividades operacionais, dado que este proporciona informações mais detalhadas e completas. Além disso, facilita a preparação de estimativas sobre futuros fluos de caia que não são possíveis pela mera utilização do método indirecto. 6. Tratamento Específico de Algumas Situações 6.1. Recebimentos e pagamentos numa base líquida Podem ser considerados em termos de fluo de caia, numa base líquida, a título eemplificativo, os seguintes movimentos: a) os recebimentos e os pagamentos relacionados com impostos e taas em que a entidade actua como responsável pela liquidação, retenção e entrega das respectivas importâncias; b) os recebimentos e os pagamentos feitos por intermediários de conta de outrém; c) os recebimentos e os pagamentos relativos à reforma e amortização sistemática de letras sacadas sobre clientes; d) os recebimentos e os pagamentos relativos à renovação sistemática de empréstimos obtidos e concedidos que não sejam de considerar como equivalentes a caia. Pág. 6

6.2. Recebimentos e pagamentos em moeda estrangeira Os fluos de caia provenientes de operações em moeda estrangeira devem ser registados em escudos, pela aplicação da taa de câmbio à data dos respectivos recebimentos ou pagamentos. 6.3. Recebimentos e pagamentos relacionados com as rubricas etraordinárias Os fluos de caia relacionados com as rubricas etraordinárias são classificados e divulgados separadamente no âmbito de cada uma das actividades (operacionais, de investimento, e de financiamento), a fim de habilitar os utentes a compreender a natureza e o efeito, actual e futuro, nos fluos de caia. 6.4. Juros e dividendos Os juros pagos e os juros e dividendos recebidos devem ser classificados como um componente dos fluos de caia das actividades de financiamento e de investimento, respectivamente, uma vez que são custos da obtenção de recursos financeiros ou retorno dos investimentos. Os dividendos pagos devem ser considerados como fluo de caia das actividades de financiamento, porque constituem o custo da obtenção de recursos financeiros. 6.5. Imposto sobre o rendimento Os fluos de caia relativos a imposto sobre o rendimento devem ser divulgados separadamente e considerados como fluos de caia das actividades operacionais, salvo os que puderem ser especificamente identificados como actividades de financiamento e de investimento. 6.6. Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos ("joint ventures") Quando a contabilização de um investimento financeiro numa filial ou numa associada for efectuada pelo método de equivalência patrimonial ou do custo, a empresa participante deve restringir a sua divulgação na demonstração dos fluos de caia aos fluos entre ela e a participada, como é o caso dos dividendos e adiantamentos. Uma empresa que utilize o método da equivalência patrimonial deve incluir na demonstração dos fluos de caia os fluos relativos aos investimentos na participada, bem como as entregas e outros pagamentos ou recebimentos que a esta se destinem. Quando seja utilizado o método da equivalência patrimonial na contabilização de "joint ventures" devese incluir na demonstração dos fluos de caia os fluos relativos aos investimentos na participada, bem como as entregas e outros pagamentos ou recebimentos que a esta se destinem. 6.7. Aquisições e alienações de filiais e outras actividades empresariais Os fluos de caia agregados relativos a aquisições e a alienações de filiais e outras actividades empresariais devem ser apresentados separadamente e classificados como actividades de investimento. A empresamãe deve divulgar, de forma agregada, relativamente às compras e à alienação de filiais e outras actividades empresariais, durante cada período, o seguinte: Pág. 7

i) Preço total da aquisição ou da alienação; ii) Parcela do preço indicado em i) que foi pago/recebido por meio de caia e seus equivalentes; iii) A quantia de caia e equivalentes a caia eistente na filial ou na actividade empresarial adquirida ou alienada; e iv) As quantias dos activos e passivos adquiridos (alienados) que não sejam caia e seus equivalentes, classificados nomeadamente por trespasse, imobilizações, eistências, dívidas a receber e dívidas a pagar. O montante total das importâncias pagas ou recebidas pela compra ou alienação de filiais ou outras actividades empresariais é divulgado na demonstração dos fluos de caia pelo montante líquido de caia e seus equivalentes adquiridos ou alienados. 6.8. Operações que não envolvam movimentos de caia As operações de investimento e financiamento que não eijam a utilização de caia e seus equivalentes devem ser ecluídas da demonstração dos fluos de caia. Tais operações devem ser divulgados no aneo a esta demonstração de modo a proporcionar todas as informações relevantes acerca das actividades de investimento e de financiamento. Muitas actividades de investimento e de financiamento não têm impacto directo nos fluos de caia embora afectem a estrutura do capital e do activo da empresa. A eclusão da demonstração dos fluos de caia das operações que não sejam por caia é consistente com o objectivo desta demonstração financeira, dado que esses elementos não envolvem fluos de caia no período corrente. Constituem eemplos destas operações: i) A compra de activos, quer pela assunção de passivos directamente relacionados com aqueles, quer através de operações de locação financeira; ii) A compra de uma empresa através da emissão de acções; iii) A conversão de dívidas em capital. 6.9. Componentes de caia e equivalentes a caia Devem ser divulgados no aneo a esta demonstração os componentes de caia e equivalente a caia e apresentada uma reconciliação dos montantes evidenciados na demonstração dos fluos de caia com as correspondentes rubricas do balanço. 6.10. Outras informações Deve ser divulgado, juntamente com o relatório de gestão e as demonstrações financeiras, o montante dos saldos significativos de caia e seus equivalentes que não estejam disponíveis para utilização pelo grupo. É o caso, por eemplo, de uma filial que opera num país onde os controlas cambiais ou outras restrições legais impeçam transferências de capitais para a empresamãe ou outras filiais. As informações adicionais podem ser relevantes para compreensão da posição financeira e liquidez Pág. 8

da empresa.constituem eemplos de informações adicionais: i) O montante dos créditos bancários concedidos e não sacados que possa ser utilizado para futuras actividades operacionais e para satisfazer compromissos financeiros, indicando quaisquer restrições na utilização destas facilidades; ii) A divulgação dos montantes agregados dos fluos de caia das actividades operacionais, de investimento e de financiamento relacionados com os interesses em "joint ventures", caso seja utilizado o método da consolidação proporcional; iii) O montante agregado dos fluos de caia que representam acréscimo da capacidade operacional, em separado dos fluos que sejam eigidos para manter a capacidade operacional; iv) O montante dos fluos de caia originados pelas actividades operacionais, de investimento e de financiamento, separado por ramos de actividade e por zonas geográficas. A divulgação, em separado, dos fluos de caia que representem acréscimo da capacidade operacional e dos fluos de caia que sejam necessários à manutenção daquela, é útil aos utentes para determinar se a empresa está a investir adequadamente na mantenção da capacidade operacional; a empresa que não invista adequadamente na manutenção da actividade operacional, pode prejudicar a rendibilidade futura favorecendo a actual liquidez e a distribuição de dividendos. A divulgação dos fluos de caia por segmentos auilia os utentes a obter uma melhor compreensão das relações entre os fluos de caia da actividade empresarial como um todo e dos seus componentes, bem como ainda a disponibilidade e a variabilidade dos fluos de caia por segmentos. 7. Modelos da Demonstração dos Fluos de Caia Por ser desejável assegurar a uniformidade da demonstração dos fluos de caia, apresentase de seguida o modelo mínimo a que deverá subordinarse a sua divulgação. Admitese, assim, a criação de rubricas, nos casos evidenciados por reticências. É ainda aplicável o disposto no nº 2.11 do Plano Oficial de Contabilidade. 7.1. Método directo ACTIVIDADES OPERACIONAIS: Recebimentos de clientes (a) Pagamentos a fornecedores (b) Pagamentos ao pessoal Fluo gerado pelas operações ± Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento (c) Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional (d) ± Fluos gerados antes das rubricas etraordinárias ± Recebimentos relacionados com rubricas etraordinárias Pagamentos relacionados com rubricas etraordinárias Pág. 9

Pagamentos relacionados com rubricas etraordinárias Fluo das actividades operacionais [1] ± ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO: Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros (e) Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas Subsídios de investimento Juros e proveitos similares Dividendos Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Fluos das actividades de investimento [2] Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de emissão Subsídios e doações Venda de acções (quotas) próprias Cobertura de prejuízos Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Amortizações de contratos de locação financeira Juros e custos similares Dividendos Redução de capital e prestações suplementares Aquisição de acções (quotas) próprias Fluos das actividades de financiamento [3] ± ± Variações de caia e seus equivalentes [4] = [1] [2] [3] Efeito das diferenças de câmbio Caia e seus equivalentes no início do período Caia e seus equivalentes no fim do período ± ± Pág. 10

Legendas: (a) Compreende as importâncias recebidas de clientes e respeitantes à venda de mercadorias, de produtos e de serviços, com ecepção do recebimento de juros e preveitos similares, que são de incluir nas actividades de investimento. (b) Compreende as importâncias pagas a fornecedores e respeitantes à compra de bens e serviços, com ecepção do pagamento de juros e custos similares, que são de incluir nas actividades de financiamento. (c) Compreende as importâncias pagas e recebidas relativas a imposto sobre o rendimento, salvo as que puderem ser especificamente identificadas como actividades de investimento e de financiamento. (d) Compreende as importâncias recebidas e pagas que sejam de considerar no âmbito das actividades operacionais e que não tenham sido relevadas sob as denominações anteriores. (e) Compreende as importâncias recebidas pela venda de partes de capital e pelo reembolso de empréstimos concedidos. Pág. 11

7.2. Método indirecto ACTIVIDADES OPERACIONAIS: Resultado líquido do eercício ± Ajustamentos: Amortizações (a) Provisões (b) Resultados financeiros (c) Aumento das dívidas de terceiros (d) Diminuição das dívidas de terceiros (d) Aumento das eistências Diminuição das eistências Aumento das dívidas a terceiros (d) Diminuição das dívidas a terceiros (d) Diminuição dos proveitos diferidos Aumento dos acréscimos de proveitos Diminuição dos custos diferidos Aumento dos acréscimos de custos Ganhos na alienação de imobilizações Perdas na alienação de imobilizações ± ± Fluo das actividades operacionais [1] ± ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO: Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros (e) Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas Subsídios de investimento Juros e proveitos similares Dividendos Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Fluos das actividades de investimento [2] ± Pág. 12

ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO: Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos Aumentos de capital, prestações suplementares e prémios de emissão Subsídios e doações Venda de acções (quotas) próprias Cobertura de prejuízos Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Amortizações de contratos de locação financeira Juros e custos similares Dividendos Redução de capital e prestações suplementares Aquisição de acções (quotas) próprias Fluos das actividades de financiamento [3] ± Variações de caia e seus equivalentes [4] = [1] [2] [3] Efeito das diferenças de câmbio Caia e seus equivalentes no início do período Caia e seus equivalentes no fim do período ± ± Legendas (a) Com eclusão das amortizações incluídas nos Resultados financeiros. (b) Com eclusão das provisões incluídas nos Resultados financeiros. (c) Com eclusão das operações relacionadas com as actividades operacionais. (d) Inclui sómente as dívidas relacionadas com as actividades operacionais. (e) Compreende as importâncias recebidas pela venda de partes de capital e pelo reembolso de empréstimos concedidos. 8. Aneo à Demonstração dos Fluos de Caia Em aneo a esta demonstração devem ser feitas as seguintes divulgações: 1. Relativamente à aquisição ou alienação de filiais e outras actividades empresariais, quando se tratar de operação materialmente relevante, deve ser divulgado, para cada caso, o seguinte: a) Preço total da aquisição ou da alienação; b) Parcela do preço indicado na alínea a) que foi pago/recebido por meio de caia e seus Pág. 13

equivalentes; c) A quantia de caia e equivalentes a caia eistente na filial ou na actividade empresarial adquirida ou alienada; d) As quantias dos outros activos e passivos adquiridos (alienados), classificados por trespasse, imobilizações, eistências, dívidas a receber e dívidas a pagar. 2. Discriminação dos componentes de caia e seus equivalentes, reconciliando os montantes evidenciados na demonstração dos fluos de caia com as rubricas do balanço: Numerário Depósitos bancários imediatamente mobilizáveis Equivalentes a caia Outras disponibilidades (a) Caia e seus equivalentes.. Disponibilidades constantes do balanço ano n ano n 1 (a) A desenvolver segundo as rubricas do balanço 3. Divulgação de informações respeitantes a actividades financeiras não monetárias, designadamente, as relativas a: a) montante dos créditos bancários concedidos e não sacados que possa ser utilizado para futuras actividades operacionais e para satisfazer compromissos financeiros, indicando quaisquer restrições na utilização destas facilidades; b) compra de uma empresa através da emissão de acções; c) conversão de dívidas em capital. 4. Repartição do fluo de caia por ramos de actividade e zonas geográficas, caso tenha sido adoptada a mesma divisão segmentada nas demais peças das demonstrações financeiras. 5. Outras informações necessárias à compreensão da demonstração dos fluos de caia, designadamente as relativas às situações constantes no ponto 6.10. e a rubricas que sejam criadas por iniciativa da própria empresa. Aprovada pelo Conselho Geral da Comissão de Normalização Contabilística de 7 de Julho de 1993. O PRESIDENTE DA COMISSÃO EXECUTIVA, (António Domingos Henrique Coelho Garcia) Pág. 14

Notas de Fim 1 (Janelaflutuante Notas) Publicada no Diário da República n.º 79, II Série, de 5 de Abril de 1994. 2 (Janelaflutuante Notas) Por eemplo através da criação de um subsistema informativo integrado no sistema de contas previsto no POC, utilizando nomeadamente a classe 0 para a relevação dos movimentos dos fluos de caia. Pág. 15