Irritabilidade ou agitação; Choro persistente; Recusa alimentar;



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Transcrição:

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS S Ano de 2013 - CID-10: A17.0 (M. tuberculosa); A39.0 (M. meningocócica); A87 (M. virais); G00.0 (M. haemophilus); G00.1 (M. pneumocócica); CASO SUSPEITO: Paciente maior de um ano com febre e vômito de início súbito, sem foco de infecção aparente, acompanhado de cefaléia intensa, rigidez de nuca, sinais de irritação meníngea (Kernig e/ou Brudzinsky) petéquias ou erupção purpúrica. Em crianças menores de um ano os sintomas podem não ser tão evidentes, sendo comum encontrar prostração, febre ou hipotermia, vômito, sinais de irritabilidade, convulsões, choro persistente, diminuição da sucção e/ou abaulamento de fontanela, com ou sem erupção petequial. CASO CONFIRMADO: Todo caso suspeito confirmado através de exames laboratoriais e/ou todo caso suspeito com história de vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente. Todo caso suspeito com bacterioscopia positiva (Diplococos Gram Negativo) ou clínica sugestiva com presença de petéquias (meningococcemia). Onde não há confirmação laboratorial (devido ao início precoce de antibióticos no paciente) ou por nexo epidemiológico, o caso é classificado como clinicamente confirmado quando sua evolução é consistente com um quadro de doença meningocócica. Este diagnóstico deve ser ratificado por especialistas clínicos. A meningite é um processo inflamatório das meninges que pode ser causada por agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos, entre outros) e os agentes não infecciosos (traumatismo). As meningites causadas pelos agentes infecciosos, principalmente bactérias e vírus, constituem um problema de saúde publica, devido a sua potencialidade em causar surtos (facilidade na forma de transmissão pela via respiratória), havendo a necessidade de contato íntimo (pessoas da mesma residência, alojamento ou dormitório; creche; escola; companheiro (a); profissionais da saúde ou cuidadores que mantem contato com as secreções respiratórias do paciente). Os principais agentes infecciosos causadores das meningites bacterianas são: Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo), Haemophilus influenzae e Mycobacterium tuberculosis. O período de incubação da meningite dura em média 10 dias, podendo ocorrer variações por causa do agente etiológico. Sua transmissibilidade é variável, dependendo do tipo de agente infeccioso, diagnóstico e tratamento envolvido. As manifestações clínicas da meningite são consideradas graves. Seguem alguns sintomas observados em pacientes maiores de um ano de idade: Febre de início abrupto; Cefaléia; Náusea; Vômito; Rigidez de nuca; Prostração; Confusão mental; Sonolência; Torpor; Sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski); Alteração das características do líquor (LCR líquido cefalorraquidiano); Delírios; Coma. Em crianças menores de um ano de idade as manifestações clínicas acima descritas podem não estar presentes, assim, observa-se outras características: Irritabilidade ou agitação; Choro persistente; Recusa alimentar;

Convulsões; Presença ou não de vômitos; Grito meníngeo (a criança grita ao ser manipulada quando ocorre a troca de fraldas); Abaulamento da fontanela. Se a doença não for diagnosticada e tratada adequadamente, o paciente poderá apresentar convulsão, paralisia, tremor, transtornos pupilares, hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais; e em casos mais extremos podem ocorrer sinais de choque, coma ou morte. O estudo epidemiológico das meningites é de grande importância do ponto de vista da saúde púbica, devido suas altas taxas de sequelas e mortalidade. Sendo assim, a simples suspeita deverá ser notificada no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e investigada adequadamente, salientando que é de responsabilidade de todos os profissionais de saúde, laboratórios públicos e privados, realizarem a notificação. Para que a vigilância epidemiológica seja efetiva, todas as ações devem ser cuidadosamente realizadas, desde a identificação dos casos suspeitos até o seu encerramento, assim como a adoção de medidas de prevenção e controle pertinentes. Algumas das estratégias de prevenção e controle das meningites: Orientar a população sobre a importância da higiene pessoal e ambiental, bem como a manutenção de ambientes domiciliares e ocupacionais ventilados e evitar aglomerados em ambientes fechados; Informar sobre os mecanismos de transmissão da doença; Capacitar profissionais de saúde para o diagnóstico e o tratamento precoce; Notificar todos os casos suspeitos às autoridades de saúde; Investigar imediatamente todos os casos notificados; Realizar, de forma adequada e em tem hábil, a quimioprofilaxia dos contatos íntimos, quando indicada; Manter alta cobertura vacinal no municipio; Detectar precocemente e investigar rapidamente situações que indiquem possibilidade de surto. O diagnóstico e o tratamento precoce são fundamentais para um bom prognóstico! É possível utilizar algumas medidas de prevenção primária para a meningite, como a vacina e a quimioprofilaxia. Vacina Atualmente existem vacinas que previnem alguns tipos de meningite. As que estão disponíveis no Calendário Básico de Vacinação da Criança são: Vacina BCG, que previne contra as formas graves de tuberculose; Vacina Pentavalente (Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e H. influenzae tipo b);

Vacina Pneumocócica 10 Valente, previne a meningite pneumocócica e outras infecções pelo pneumococo; Vacina meningocócica do sorogrupo C, previne a infecção invasiva pelo meningococo tipo C. Quimioprofilaxia É considerada a principal medida de prevenção da ocorrência de casos secundários, porém não assegura uma proteção absoluta e prolongada. Indicada somente para os contatos íntimos dos casos confirmados de meningite pela Doença meningocócica (Neisseria meningitidis) e meningite por Haemophilus influenzae. O antibiótico padronizado pelo Ministério da Saúde para a realização da quimioprofilaxia é a Rifampicina. Deve ser administrado na dosagem e no tempo adequado, simultaneamente em todos os contatos íntimos, preferencialmente até 48 horas da exposição à fonte de infecção. Aceita-se um prazo máximo de 10 dias no caso da Doença Meningocócica e 30 dias no caso do Haemophilus influenzae. Indicações de quimioprofilaxia: Todos os contatos íntimos de um caso de doença meningocócica, independente do estado vacinal; Poderá ser utilizada pelas gestantes, pois não existe evidência que a Rifampicina seja teratogênica, devendo o médico avaliar o seu uso; Profissionais da saúde que realizaram procedimentos invasivos sem a utilização de equipamentos de proteção individual adequado ou expostos a secreções do paciente; Contatos íntimos de caso suspeito com clínica característica: presença de petéquias e/ou sufusões hemorrágicas e evolução grave, sugestiva de meningococemia ou óbito (principalmente se não houver exames disponíveis que confirmem a etiologia, exemplo: coleta de líquor contraindicada, exames iniciais inconclusivos ou duvidosos); Contatos íntimos de caso suspeito com bacterioscopia mostrando diplococos gram negativos, independente da presença ou não de manifestações hemorrágicas; Em caso de suspeita de meningite por Haemophilus influenzae: Crianças com o esquema vacinal para Haemophilus b incompleto, não vacinado ou imunocomprometido, neste caso independente do estado vacinal; Qualquer adulto deverá receber a quimioprofilaxia; Na alta hospitalar, os pacientes que foram confirmados com a meningite por Haemophilus influenzae deverão receber a quimioprofilaxia, exceto se tiverem sido tratados com ceftriaxona ou cefotaxima; Pessoas que não deverão receber a quimioprofilaxia: Crianças com esquema vacinal para Haemophilus b completo; Profissionais da saúde que não estiveram em contato direto com o paciente; Contatos indiretos, pessoas que não se encaixam na relação dos contatos íntimos, neste caso devem receber orientações.

Importante: A quimioprofilaxia deverá ser providenciada pela Vigilância Epidemiológica Municipal o mais rapidamente possível, a partir da notificação, administrada preferencialmente e simultaneamente em 24 a 48 horas; Os contatos íntimos de todo caso suspeito de meningite devem ser devidamente orientados e monitorizados por 10 dias, independente de utilizar a quimioprofilaxia ou não; As crianças menores de um ano que estão com o esquema vacinal para Haemophilus b incompleto ou não, deverão ser vacinadas para completarem o quadro vacinal. Aspectos epidemiológicos das Meningites em Minas Gerais, ano de 2013 No Estado de Minas Gerais, em 2013, foram notificados 1.654 casos suspeitos meningite, destes 1.042 casos confirmados, o que corresponde a um coeficiente de incidência de 5,1/100 mil habitantes. Constatase a ocorrência de 142 óbitos, gerando uma taxa de letalidade de 13,6%, conforme demonstrado na Tabela 01. Tabela 01 Casos confirmados, óbitos, incidência e letalidade das Meningites por etiologia, Minas Gerais, 2012 e 2013 1. Etiologia 2012 2013 Casos Inc. % Óbitos Letal. % Casos Inc. % Óbitos Letal. % M. Bacteriana 581 2,9 119 20,5 406 2,0 85 20,9 D. Meningocócica 152 0,8 38 25,0 111 0,5 24 21,6 M. Hemófilo 13 0,1 2 15,4 11 0,1 0 0,0 M. Pneumocócica 109 0,5 35 32,1 94 0,5 24 25,5 M. Tuberculosa 35 0,2 4 11,4 24 0,1 5 20,8 M. Outras bactérias 272 1,4 40 14,7 166 0,8 32 19,3 M. Não especificada 263 1,3 27 10,3 306 1,5 34 11,1 M. Viral 357 1,8 11 3,1 247 1,2 11 4,5 M. Outras etiologias 99 0,5 15 15,2 83 0,4 12 14,5 TOTAL 1300 6,5 172 13,2 1042 5,1 142 13,6 Fonte: SINAN/CDAT/DVE/SVEAST/SES-MG (1) Dados parciais, sujeitos a alteração/revisão.

Fonte: SINAN/CDAT/DVE/SVEAST/SES-MG (1) Dados parciais, sujeitos a alteração/revisão. Fonte: SINAN/CDAT/DVE/SVEAST/SES-MG (1) Dados parciais, sujeitos a alteração/revisão.

Conforme observa-se no gráfico 01, ocorreu redução da incidência na maioria das etiologias, evidenciando que as ações de controle estão sendo pertinentes. Porém, em relação às meningites não especificadas, a incidência apresentou elevação. Este fato demonstra uma maior necessidade de melhoria do diagnóstico laboratorial, bem como a adequação da investigação dos casos suspeitos. Tabela 02 - Frequência de casos notificados de Meningite segundo Gerência/Superintendência Regional de Saúde, Minas Gerais, 2011 a 2013 1. GRS 2011 2012 2013 Belo Horizonte 725 745 669 Barbacena 53 27 36 Diamantina 17 9 8 Juiz de Fora 33 30 42 Montes Claros 91 64 54 Patos de Minas 34 29 23 Ponte Nova 22 32 13 Itabira 10 12 8 Pouso Alegre 112 98 72 Varginha 59 70 50 Uberlândia 201 189 195 Uberaba 97 107 48 Sete Lagoas 31 30 20 Divinópolis 46 38 35 Governador Valadares 41 49 42 Teófilo Otoni 40 40 38 Ubá 47 43 39 Pedra Azul 5 8 11 São João Del Rei 13 12 7 Alfenas 33 33 16 Passos 16 23 28 Coronel Fabriciano 78 70 74 Manhumirim 46 53 58 Ituiutaba 19 34 15 Unaí 16 25 13 Leopoldina 15 12 14 Pirapora 18 5 14 Januária 13 12 12 TOTAL 1931 1899 1654 Fonte: SINAN/CDAT/DVE/SVEAST/SES-MG (1) Dados parciais, sujeitos a alteração/revisão. Avaliando a tabela 02, pode-se notar que houve uma queda nas notificações comparadas com os anos anteriores. Este fato pode sugerir subnotificação dos casos, havendo sempre a necessidade de realização de busca ativa nos prontuários e nas fontes notificadoras. Da mesma forma, é extremamente importante a sensibilização dos profissionais de saúde, sendo que na simples suspeita de meningite é obrigatória a notificação, não devendo esperar a confirmação laboratorial para realizá-la.

De acordo com o Projeto de Fortalecimento da Vigilância em Saúde no Estado de Minas Gerais, contemplado na Resolução SES/MG 3.717 de 17 de abril de 2013, a vigilância epidemiológica das meningites está inserida nas ações do Elenco 02, conforme abaixo: Percentual dos casos confirmados de meningite por critério laboratorial (cultura, aglutinação por látex, PCR, bacterioscopia e quimiocitológico). Todo caso confirmado deverá ter amostra clínica coletada (líquor, sangue, soro) para identificação do agente etiológico e adoção de medidas de controle e prevenção em tempo hábil, bem como o encerramento adequado. Percentual dos casos confirmados de doença meningocócica com sorogrupo identificado. Todo caso suspeito de doença meningocócica deverá ter amostra coletada (líquor, sangue e soro) para identificação do agente etiológico e adoção de medidas de controle e prevenção em tempo oportuno, bem como encerramento adequado. Tabela 03 - Casos de Meningites confirmados por Critério Laboratorial segundo Gerência/Superintendência Regional de Saúde, Minas Gerais, 2012 e 2013 1. 2012 2013 GRS s Casos confirmados Critério laboratorial Porcentagem Casos confirmados Critério laboratorial Porcentagem Belo Horizonte 625 520 83,2 503 434 86,3 Barbacena 14 12 85,7 10 9 90,0 Diamantina 2 2 100,0 5 3 60,0 Juiz de Fora 27 22 81,5 41 35 85,4 Montes Claros 18 11 61,1 14 11 78,6 Patos de Minas 15 13 86,7 8 7 87,5 Ponte Nova 14 9 64,3 5 4 80,0 Itabira 7 3 42,9 4 3 75,0 Pouso Alegre 35 28 80,0 51 40 78,4 Varginha 49 44 89,8 29 25 86,2 Uberlândia 185 150 81,1 143 117 81,8 Uberaba 92 54 58,7 41 28 68,3 Sete Lagoas 15 12 80,0 13 12 92,3 Divinópolis 23 18 78,3 19 11 57,9 Governador Valadares 28 17 60,7 24 20 83,3 Teófilo Otoni 20 17 85,0 19 15 78,9 Ubá 14 8 57,1 10 8 80,0 Pedra Azul 0 0 0,0 3 3 100,0 São João Del Rei 3 2 66,7 2 2 100,0 Alfenas 16 15 93,8 4 4 100,0 Passos 12 6 50,0 17 13 76,5 Coronel Fabriciano 30 24 80,0 38 37 97,4 Manhumirim 25 16 64,0 16 9 56,3 Ituiutaba 18 17 94,4 10 6 60,0 Unaí 3 1 33,3 3 3 100,0 Leopoldina 5 5 100,0 5 5 100,0 Pirapora 1 1 100,0 4 3 75,0 Januária 4 3 75,0 1 1 100,0 TOTAL 1300 1030 79,2 1042 868 83,3

Para que ocorra a correta identificação do agente etiológico nas amostras enviadas para o laboratório, é necessário observar vários fatores, como: acondicionamento e temperatura adequada; transporte em condições ideais e o envio das amostras em tempo hábil. Os erros de encerramento e classificação dos casos são observados com frequência, mesmo estando com o resultado laboratorial disponível. A vigilância epidemiológica das meningites tem como eixo principal a detecção precoce dos casos para prevenção de surtos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado possiblitam redução das sequelas e da mortalidade. O sucesso das ações da vigilância epidemiológica das meningites está relacionado a uma adequada investigação epidemiológica, manejo clínico do paciente e a investigação laboratorial. Para ocorrer uma intervenção eficaz, deve-se ter um entrosamento destes eixos, garantindo a redução da morbidade e mortalidade gerada pelo agravo. Belo Horizonte, 19 de fevereiro de 2014 Thaysa de Moraes Garofalo Fernandes Referência Técnica Estadual Coordenação das Doenças e Agravos Transmissíveis Diretoria de Vigilância Epidemiológica/SVEAST/SVPS/SES