DIAGNÓSTICO SETORIAL DESIGN BRASIL

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Transcrição:

DIAGNÓSTICO SETORIAL DESIGN BRASIL 1 Setembo 2014

SUMÁRIO 01 Apresentação 02 Resumo 05 Nomenclatura do design 09 Breve relato sobre o design 12 Profissionais de design e seus mercados de atuação 18 Tipos de profissionais do design no Brasil 19 Atores do setor do design no Brasil A 20 O impacto do design na sociedade 24 Arranjo criativo do design no Brasil 25 Programas de incentivo ao design 29 Marco legal: design e econômia criativa 32 Formação 36 Conclusão 37 Bibliografia

APRESENTAÇÃO O presente documento é o relatório de diagnóstico para desenvolvimento do Plano Setorial de Design no marco das políticas públicas de cultura no Brasil desenvolvido junto à Secretaria da Economia Criativa, do Ministério da Cultura junto, e ao Colegiado de Design. As páginas seguintes contemplam a parte referente ao Diagnóstico Setorial do Design Brasileiro, cujo objetivo é conhecer o arranjo setorial atual para servir de base para o futuro Plano Setorial. Este relatório utilizou como fonte inicial o diagnóstico do Colegiado de Design realizado durante o ano de 2013 com o enfoque nas áreas de Produção Simbólica e Cultural; Cultura, Cidade e Cidadania; Cultura e Desenvolvimento Sustentável; Cultura e Economia Criativa e Gestão e Institucionalidade da Cultura, somado às pesquisas de fontes secundárias e conversas realizadas com especialistas na área durante o período de 02 de Abril a 15 de Abril de 2014. 1 Este relatório tem como base diversos textos do Colegiado de Design que buscavam analisar o cenário atual do design durante o ano 2013. Com base nesses textos, a pesquisa ampliou o seu escopo, trazendo uma visão socioeconômica do Brasil e do setor de Design. Esse levantamento ocorreu através de conversas com especialistas da área e levantamento de dados secundários. O objetivo foi, não apenas analisa o design, mas, suas fronteiras mais extensas e os impactos que tecnologia, economia, sociedade e mercado trazem para o setor, para assim, projetar possíveis implicações futuras.

RESUMO Em outubro de 2009 foi aprovada a criação de um assento específico para o Design no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) após gestão decisiva de João Roberto Peixe, designer que à época pertencia ao quadros do Ministério. O órgão tem como finalidade propor a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais no território nacional através da articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil organizada. 2 Uma vez criado o assento para o Design o próximo passo era a eleição de representante e a criação de um colegiado setorial para a formulação do Plano Setorial de Design. A eleição dos representantes se deu em uma das etapas da II Conferência Nacional de Cultura, a Pré-Conferência Setorial, ocorrida em fevereiro de 2010. As Pré-Conferências foram instâncias de articulação local e regional, organizadas pelo Ministério da Cultura, de agentes culturais de cada uma das áreas artísticas e de patrimônio com assento no Conselho Nacional de Políticas Culturais. Esta reunião contou com a presença de delegados e convidados do Poder público e da sociedade civil. Para participar como delegado nesta reunião os designers interessados se cadastraram em uma ferramenta virtual oferecida pelo Ministério. Nove dos dez nomes escolhidos para serem delegados setoriais do design na II Conferência Nacional de Cultura foram indicados por aclamação. As delegações de cada uma das cinco regiões, exceto o Sul, indicaram dois representantes da sociedade civil. Com apenas uma delegada, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina teve representação menor. A plenária decidiu que a décima vaga deveria ser disputada por votação entre os profissionais de todos os estados. Foram quatro candidaturas e, ao final da escolha, o Design ficou assim representado: Centro-Oeste - José Merege, do Distrito Federal e Rejane Luiza Koppenhagen Wamzer, do Mato Grosso; Nordeste - Manuel Teles de Oliveira Filho, do Ceará e Wagner Braga Batista, da Paraíba; Norte- Fernanda Martins e Sâmia Batista, do Pará; Sudeste - Enil Almeida Brescia, de Minas Gerais e Patrícia Penna, de

São Paulo; Sul - Ana Brun, do Paraná; a 10ª vaga ficou com Bruno Lemgruber, do Rio de Janeiro. Os delegados da pré-conferência elegeram então uma lista tríplice com nomes para ocupar a cadeira no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC). Os escolhidos foram: Ana Brun (Paraná), Freddy Van Camp (Rio de Janeiro) e José Merege (Distrito Federal). O ministro da Cultura Juca Ferreira então escolheu Freddy Van Camp como Representante Setorial e José Merege, suplente. Uma vez que neste processo não foram eleitos delegados setoriais para o CNPC, o Plano Setorial não pode ser elaborado. O mandato de 2 anos finalizou em junho de 2011, quando foi iniciado processo de eleição de novos representantes junto ao CNPC e dos Colegiados Setoriais (ou renovação no caso de áreas que já possuíam) que assumiram o desafio de discutir e aprovar o Plano Setorial de Design, diretrizes que orientarão o Ministério da Cultura em suas ações relativas ao Design. O processo eleitoral contou com duas etapas, virtual e presencial. O Ministério abriu ferramenta virtual para cadastro de eleitores e delegados estaduais. Os interessados, ao se cadastrar como eleitores, podiam manifestar seu interesse em ser delegados setoriais publicando plataforma temática para a área. Após processo de votação os eleitos seguiram ao Fórum Nacional Setorial para a escolha dos delegados do Colegiado Setorial de Design e dos representantes no CNPC. Fernanda Martins, titular, e Daniela Garrossini, suplente, foram eleitas para um mandato de 2 anos. Para o colegiado setorial foram eleitos da região nordeste, Bia Simon, Carlo Freitas, Denise de Castro, Agostinho Lira, Wagner Batista, Renata Gamelo e Ticiano Arraes; da região norte, Fernanda Martins e Sâmia Batista; da região centro-oeste, Daniela Garrossini e Cleomar Rocha; da região sudeste, Mauro Pinheiro, Adalberto Bogsan Neto, Bernadete Teixeira, Zoy Anastassakis, Cecilia Consolo, Ruth Klotzel; da região sul, Miriam Zanini, Tulio Filho, Carol Fujita, Érico Fileno, Roselie Lemos, João Eduardo Sobral e Paulo Cardoso. Apesar de conseguirmos representantes de todas as regiões, designers do estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazona, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Maranhão não se inscreveram para o processo. 3 O Colegiado Setorial reuniu-se em Brasília em março, ago e out no ano de 2013 e em duas ocasiões em 2014, 18 e 19 março e 12 e 13 de agosto 2014. Nestas ocasiões, além de assuntos relativos ao Ministério foram debatidos e construídos os temas

que comporiam o Plano Setorial. É importante ressaltar que foi necessário que grupo dedicasse a esta tarefa um tempo muito maior, à parte das reuniões do Colegiado, o que nos faz refletir sobre a necessidade de uma outra forma para a construção de Planos Setoriais. O Plano ora apresentado segue para consulta pública, consolidação das colaborações e posteriormente para a aprovação do CNPC. Uma vez aprovado orientará as políticas públicas para o Design no Ministério da Cultura. Espera-se que seja ferramenta de articulação com outras esferas do Governo de forma fortalecer a presença do Design no país e colaborar a sociedade brasileira como um todo. 4

NOMECLATURA DO DESIGN Palavra Design no Mundo Segundo Luiz Geraldo Ferrari Martins, a palavra desenho deriva da italiana disegno, vocábulo surgido em meados dos anos mil e quatrocentos, e que deu origem aos provincianismos usados em outras línguas tais como dessein, em francês, diseño, em espanhol, design, em inglês e desenho, no Brasil. Diferente das outras línguas, as palavras em italiano e português conservaram, basicamente, um sentido mais amplo ligado ao conceito originário, aquele que se referia não só a um procedimento, um ato de produção de um signo (de-signo), como também, e principalmente, ao pensamento, ao desígnio do mesmo ato. Como, por exemplo, no inglês, a existência de outras expressões como drawing, com outra raiz, trouxe um significado para cada um dos dois (designar\ projetar e desenhar) termos. 5 Mas, essa distinção, em inglês, entre drawing e design, acentua, ainda outra vez, o sentido original de disegno, no que se refere ao ato conceitual, estruturador do pensamento visual e de sua comunicação projetiva, que a língua inglesa soube, pode ou teve que destilar. (Martins, 2007) Tudo isso nos induziria a pensar como que praticamente estabelecida essa distinção entre o ato físico de desenhar ligado a to draw e o pensamento de produzir um plano, ligado ao termo design (idem, 2007), mas acontece que o design utiliza ferramentas de desenho e visuais para o exercício do seu fazer e também como forma de expressão do seu pensamento, criando, assim, uma relação quase indivisível do fazer e pensar através do desenho, visual e concreto.

Nomenclatura no Brasil A profissão de design, quando vem para o Brasil nas décadas de 50 e 60, chega com a tradução para Desenho Industrial. A maior razão para esta tradução se dá ao fato do vínculo da mesma com o objetivo inicial da profissão, que estava ligada ao desenho (em um sentido formal, projetual e de concepção) de objetos (escalonáveis) para a indústria (pesada, de bens duráveis e de consumo, principalmente). Desta forma, a tradução exerceria, em um primeiro momento, quase que um papel autoexplicativo do que viria ser a essa nova profissão que aportava no Brasil. Acontece que nem só objetos era (ou é) o resultado final do Desenho Industrial e, por isso, nem sempre a indústria (esse ponto será melhor explorado nos próximos capítulos) seria (e será) o cliente final do processo de Desenho Industrial (design) e, por isso, rapidamente esta expressão se demonstrou, e demonstra-se, limitadora. Design e inovação 6 Nesta tentativa de definição de nome e, por consequência, conceitual, vale ressaltar o caráter inovador do Design, que hoje vemos ganhando força como representado pelo texto a seguir. O design thinking é uma ferramenta que ajuda a empresa a pensar com a cabeça do consumidor. As aspirações do cliente são, então, decifradas e traduzidas em um objeto inovador, único. É como um design sob medida, não apenas pelo compromisso com a estética, mas, principalmente, pela funcionalidade. A essência desse processo de criação está em formular as perguntas certas. Para quem é esse produto? Quais são os concorrentes? Que hábitos e necessidades podemos identificar nas pessoas para diferenciar o portfólio? Todas essas questões podem ser resumidas em uma só sentença: de que produto as pessoas precisam? As respostas ajudarão os fabricantes a elaborarem uma estratégia eficaz de produção, distribuição e venda. O resultado deve seguir três requisitos. Precisa ser desejável, tecnicamente possível e mercadologicamente viável. (PADILHA, 2009) Aqui podemos perceber a ideia da abrangência de aplicação e também a valorização do pensar (thinking) design e como essa maneira de pensar e agir frente a um problema pode ser aplicada para diversos meios. Porém, o mais importante é capaci-

dade de criar e entender o novo, característica que está no cerne da profissão atual do design (Desenho Industrial). Design: Estética e lógica Desenho Industrial é uma atividade no extenso campo da inovação tecnológica, uma disciplina envolvida nos processos de desenvolvimento de produtos, ligada a questões de uso, produção, mercado, utilidade e qualidade formal ou estética dos produtos. (ICSDI apud CUNHA, 2000) Ao pensarmos em inovação e design, a qualidade formal estética, citada anteriormente em outros textos, tem peso igualitário às questões mais racionais, como uso e utilidade - que podem traçar aqui uma distinção ao exercício do artista que, conceitualmente, não vê a necessidade de colocar o caráter funcional em suas obras. Ou seja, para o designer o belo, apenas, não é o resultado final de seu trabalho, assim como, a função, não bela, também não o será. Outro ponto que vale uma reflexão está relacionado ao uso do conceito de inovação que, nesta definição, foca mais no caráter tecnológico do mesmo, deixando de lado o fator humano para qual todo o desenvolvimento foi focado e, como pudemos ver, superficialmente, em outros exemplos. 7 Conclusões preliminares Analisando as definições anteriores, podemos perceber interseções que ajudam a definir o campo central da profissão de design e salientar sua abrangência. Tais informações resultam na dificuldade de definição de atuação da área. 1) A palavra design é a que, hoje, melhor representa o exercício da profissão, assim como seus objetivos projetuais, neste relatório esta será a nomenclatura utilizada para todos os campos de atuação profissional, salvo quando houver a necessidade de ressaltar alguma prática especifica para auxiliar no diagnóstico setorial. 2) 2) Este diagnóstico também não tem como objetivo eleger nem formatar uma nova definição para o termo DESIGN, devido à amplitude que a profissão assume hoje no Brasil. Podemos considerar os vários aspectos, que ora são usados isolados, ora em conjunto, sob o conceito do DESIGN que permeia este documento. Os termos abaixo,

usados atualmente, no contexto dos negócios e meio acadêmico refletem a participação do Design no cenário econômico e cultural. Conceitos-chave: 8 Design - área de conhecimento, produção e ação; Design para inovação - design thinking - o design inserido nos processos para melhoria e desenvolvimento de ações, processos, produtos e serviços. Impacto econômico, social, cultural, simbólico, tecnológico, de uso. Gestão de Design - gestão de processos, sistemas, pessoas, produtos, serviços e ou marcas. Design centrado no ser humano (User Experience Design) (UxD ou UED) - processos, aplicações, métodos, técnicas e pesquisa para prever as experiências e torná-las sistematicamente satisfatórias para os usuários. Design de interação (Interation Design) (IxD) - processos, aplicações, métodos e projetos voltados para as diferentes plataformas tecnológicas de comunicação. Design de Produto - conceituação, concepção, formatação dos objeto, do uso, processo produtivo de fabricação. Design de Comunicação - códigos, símbolos, processos, aplicações, métodos e projetos voltados para as diferentes plataformas e sistemas de comunicação. Desde aplicações físicas em produtos à mídias impressas, digitais e audiovisuais. Design de Superfícies - pesquisa, desenvolvimento, processo, produção de materiais para superfícies táteis, simbólicas, culturais - econômico, social, cultural, estético, tecnológico, de uso, significado e humano. Design como criatividade - pesquisa, planejamento, produção e ação. Processo de conversão do aspecto econômico, social, cultural, estético, tecnológico, de uso, do manuseio, que gera significados para o ser humano.

BREVE RELATO SOBRE O DESIGN A história do Design se confunde com a própria história da humanidade, desde que o homem de forma consciente se apropriou de materiais disponíveis na natureza para conformar um produto com uma função específica. Da linguagem dos registros gráficos dos modos de viver e fazer, dos primeiros vasos elaborados para embalar água, vinho, ou azeite, até as sofisticadas plataformas tecnológicas de comunicação atuais, o Design tem estimulado a criatividade, a pesquisa de materiais, as técnicas e os processos produtivos. Ao longo de sua evolução assume diferentes conceitos, tomando feições diversas para se adaptar ao desenvolvimento do processo produtivo e às mudanças e exigências da sociedade. Como área, nasce quando as produções artesanais começaram a se organizar como indústria por volta do século XVIII, quando as fronteiras entre manufatura e arte ainda eram pouco definidas. Como profissão, propriamente dita, começa a ser disseminado na segunda metade do século XIX com a força do movimento Arts and Crafts na Inglaterra vitoriana. 9 Historicamente implicado na Revolução Industrial e associado ao século XX, o Design desenvolveu-se como protagonista da sociedade industrial para atender primeiramente às necessidades relacionadas aos aspectos formais e materiais dos objetos. Com as mudanças nas relações do homem com o seu meio e seus objetos, outros aspectos foram incorporados para assumir diferentes representações do contexto social. Se nos primeiros anos da Revolução Industrial os requerimentos do produto eram a produção em quantidade, à medida que a indústria entrou em plena operação, o Design integrou-se aos diferentes estágios do desenvolvimento do produto, introduzindo inovações, envolvendo questões relacionadas ao ambiente social, econômico e cultural, desde a concepção, passando por novas soluções no processo produtivo até a aparência final do produto. Decorrente do processo iniciado na Inglaterra, as experimentações pioneiras da Bauhaus na Alemanha, de 1920 a 1933, contribuíram para disseminação do Design, alinhando-o à arte, à técnica, ao marketing e às tecnologias, conforme as contingências econômicas ou quando a atividade se deslocava de um a outro contexto social, como

mediadora das outras áreas envolvidas na produção, concentrando todas as especificidades sob um mesmo eixo simbólico. Conduzido por diferentes correntes e direções, a inovação torna-se uma das principais razões para que o Design se integre à estrutura produtiva como vantagem estratégica e competitiva. Junto ao planejamento e à produção, a atividade passou a integrar as medidas e planos econômicos das grandes nações, desde os anos 1940, tornando- se o eixo de competitividade do século XXI. É parte integrante dos planos econômicos e considerado o fator responsável pelo sucesso da indústria de países como Japão, Inglaterra, Alemanha e Itália. A partir dos anos 1960, fica evidente que a dinamização e desenvolvimento das forças produtivas buscam a inovação, nos artefatos industriais aos sistemas complexos de comunicação. O Design se torna uma preocupação de todos que almejam o aumento da competitividade de seus produtos no cenário globalizado. 10 No Brasil, apesar de contar com iniciativas desde os anos 1950, quando Pietro Maria Bardi, abriu as portas da indústria paulista para os designers, os anos 1990 é que marcam a inserção do design no tecido econômico brasileiro, sendo oficialmente reconhecido como um dos mais importantes instrumentos para o aprimoramento dos bens aqui produzidos, através do Programa Brasileiro de Design do Ministério da Indústria do Comércio e do Turismo (1995). Integrado por instituições públicas e privadas, o programa se orientou com foco nas exportações e na promoção da Marca Brasil. No programa, a atividade convencionada como Design é a atividade especializada de caráter técnico científico, criativo e artístico, com vistas à concepção e desenvolvimento de projetos de objetos e mensagens visuais, que equacionem sistematicamente dados ergonômicos, econômicos, sociais, culturais e estéticos, que atendam de fato às necessidades humanas. Nessa perspectiva, desenha-se um conceito da atividade, que emerge do deslocamento da percepção dos valores tradicionais para outros que se relacionam ao bem-estar e qualidade de vida do indivíduo. É um instrumento de facilitação da interação humana com seu meio, seja transformando informações em códigos visuais, ou desenvolvendo ferramentas e equipamentos que ampliam a nossa capacidade física. É o desenvolvimento consciente do Design em toda sua complexidade, cuja premissa é a sustentabilidade social, cultural, econômica e ambiental, em todos os níveis das cadeias de valor. Desde o uso inteligente dos recursos materiais renováveis, até a gestão de resíduos e reuso dos objetos.

Uma das grandes mudanças historicamente observadas em relação ao processo do Design, refere-se a interrelação que deve existir entre os aspectos da concepção, produção e comercialização. Nesse processo abrange as vertentes articuladas do design - gráfico, produto, ambientes, web, dentre outras - para estabelecer as características externas e estruturais dos produtos e as suas propriedades comunicacionais e simbólicas. Nos objetos e equipamentos, na interface visual de uma máquina de lavar roupas, na orientação de pessoas dentro das cidades ou no painel do interior de um automóvel, o Design busca atender as expectativas do universo produtivo a partir dos anseios e necessidades da sociedade. Torna- se fator central para a humanização das tecnologias e para a troca econômica e cultural. Design é tanto um processo como um resultado, que traduz a cultura material e imaterial dos diferentes grupos e seus estilos de vida no contexto de um território. Design é cultura e identidade. É estratégia fundamental para agregar valor e conferir identidade a produtos, serviços e empresas. O Design brasileiro que ganha prêmios e tem visibilidade externa é, particularmente, portador de uma essência genuína que o torna distinto no ambiente da mundialização. Grandes empresas investem em Design. As pequenas unidades e comunidades produtivas também podem se beneficiar do Design, se ações forem implementadas para sua inserção. Distribuídas por todo o território brasileiro elas apresentam grande potencial de expansão. Com diferentes demandas, carregam implícitos valores produtivos locais, que podem ser ativados pela ação do Design, melhorando processos e destacando aspectos significativos das suas cadeias de valor e de suas identidades. 11

OS PROFISSIONAIS DE DESIGN E SEUS MERCADOS DE ATUAÇÃO O Brasil passa por um momento único em sua história, especialmente no que diz respeito a termos econômicos e sociais. De acordo com pesquisa PNAD/IBGE de 2012, o rendimento médio familiar aumentou em 23% nos últimos quatro anos, diminuindo o percentual das classes D e E, criando o losango social no lugar da pirâmide social que tínhamos até então. 12 O crescimento na renda familiar é responsável por impulsionar o consumo e trazer novas relações comportamentais com objetos e posses. Apesar do maior poder de compra, as camadas em ascensão social precisam fazer investimentos certeiros, suas compras devem trazer a melhor relação custo x benefício, ponderando questões como status de produto/marca e funcionalidade diante das necessidades cotidianas. Por sua vez, a população com alto poder aquisitivo busca se destacar da massa, então, preza por exclusividade, tanto em materiais quanto em processos produtivos e aspectos estéticos. Design em contexto Neste cenário, o design ganha papel fundamental no desenvolvimento de produtos e serviços que atendam a estes anseios populares, pois seu cerne está na observação e entendimento das capacidades humanas e na forma de interagir com o meio. O papel do designer é identificar, propor, eleger, projetar, soluções que ampliam nossas capacidades físicas (sensoriais e motoras) para promover uma melhor qualidade de vida. Para acompanhar esta oportunidade, vimos um crescimento no investimento do design, uma evolução dos seus significados e, por consequência, sua forma de atuação. Diversas empresa nacionais e multinacionais, dos mais variados portes, se prepararam para este cenário através do aumento dos times internos, da criação de

áreas ou setores específicos para atender a demanda interna de design e ou atuar como gestores na contratação de consultorias externas, no aumento do escopo das equipes, ou simplesmente, iniciando na contratação deste tipo serviço ou profissional. Além disto, diferentes fatores vêm contribuindo para a evolução do perfil profissional do designer. A carreira apresenta diversificação e especialização em razão de constantes transformações socioculturais e econômicas, e ainda há o impacto da aceleração científico-tecnológica. Nessa conjuntura dinâmica, o contexto de atuação do designer está progredindo em direção a uma perspectiva sistêmica. Desta forma, aliando a variedade de atuação do profissional à necessidade crescente de contratação e aos custos empregatícios, houve uma aceleração na consolidação do mercado de profissionais freelancers. Estes designers costumam trabalhar de forma informal, ou seja, sem qualquer registro ou contrato oficial com seu empregador. Assim, eles acabam por atuar em diversos campos, como consultores - para setor privado e ou público, como apoio a escritório e estúdios de design ou, como em muitos casos, de forma coletiva, junto com outros freelancers que tenham habilidades complementares, ou não, objetivando ter maior relevância frente ao mercado. Coletivos de design 13 Como uma forma de resposta à necessidade da industrialização aliada à nova realidade brasileira, ocorre a evolução do designer como construtor do sua própria ideia, o designer autônomo ou empreendedor. Estes profissionais costumam iniciar microempresas com seus pares e formar os chamados Coletivos de Design. A gênese destes ocorre por diversos fatores, tais como: crescimento profissional e pessoal, aprimoramento de ideias, aprendizado, experiência de trabalho em equipe ou, até mesmo, o reconhecimento diferenciado de seu trabalho. Normalmente possuem características e atividades mais relacionadas com as áreas de design gráfico, ilustração, desenvolvimento de trabalhos multimídia e o webdesign. Costumam reunir profissionais de áreas afins, como fotógrafos, redatores e programadores. A sua constituição acontece, geralmente, de maneira informal. E, na prática, por seu caráter informal enquanto empresa, não são encontrados dados consolidados sobre coletivos em levantamentos sobre o mercado atual de design no Brasil. Portanto, não temos medidas da grandeza destes em comparação a outras formas organizacionais.

Números do Design Nacional Vimos também nos últimos anos a dinâmica de aquisições, fusões e a criação de startups internas em empresas da indústria criativa já constituída. Toda esta nova dinâmica de mercado trouxe mudanças significativas no cenário do design atual, o que dificulta, ainda mais o levantamento de dados do setor, que já são escassos ou pouco aprofundados. As informações relativas ao ambiente profissional do design no Brasil encontram-se esparsas e parecem não revelar o real potencial panorama atual. Segundo dados definidos por meio de pesquisa no Relatório Design do Brasil, realizado pelo SEBRAE em 2011, e dados do site designbrasil.org.br, o Brasil contaria com aproximadamente 900 escritórios de design. Por este estudo, a Região Sudeste se apresenta como a que dispõe do maior número de empresas, contando com cerca 520 escritórios. Na sequência aparece o Sul com aproximadamente 200 empresas. O Nordeste possui cerca de 110 escritórios, o Centro-Oeste cerca de 60 empresas e o Norte conta com aproximadamente 20 escritórios. 14 À princípio, estes números poderiam ser validados através do cadastro na Receita Federal, por meio dos Códigos Nacionais de Atividades Econômicas (CNAE) ou pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Porém a informalidade, a busca pela redução da carga tributária, ou mesmo a proximidade com outras categorias como a Publicidade e o Desenvolvimento de Sistemas, por exemplo, acaba tornando inviável a validação. As estatísticas oficiais apontam que, quando analisada a CNAE 7410-2 referente ao Design e decoração de interiores, verifica-se em 2012: 3.101 empregos de design em todo o território nacional. Quando avaliados os registros de empregos relacionados ao design, efetivados na CBO, no ano de 2012, visualiza-se somente um montante de 296 trabalhadores formais. Outro aspecto que contribui para que a validação não seja possível, é o fato dos escritórios possuírem muitas vezes, mais de um cadastro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, pratica também atribuída, em muitos casos, com o objetivo de redução de carga tributária. Associações e demais instituições O design nasce multifacetado e caminhará cada vez mais para uma entrega total sob um mesmo guarda-chuva, mais amplo, do design. Há indícios de um futuro promissor e mais abrangente para o design. Onde este será cada vez mais utilizado por empresas como ferramenta de inovação, pesquisa, estratégia e forma de pensar.

As especialidades de moda, produto, gráfico e interação vêm convergindo em soluções únicas de produtos e serviços voltados para indústria ou para a sociedade, através de dinâmicas participativas ou pelo simples processo criativo construtivo do design. Desta forma, as fronteiras que limitam e classificam o design tendem a desaparecer, aumentando sua capilaridade e, consequentemente, a complexidade de mapeamento do setor no Brasil. Este levantamento buscou as unidades de design dentro de empresas e instituições. Mas há poucas informações disponíveis, tampouco indicadores sobre este assunto, até o momento. Não há um banco ou qualquer ferramenta que congregue informações sobre os profissionais. Nem mesmo as associações profissionais existentes também são capazes de fornecer com exatidão o número de profissionais associados. Existe uma dificuldade natural no entendimento e delimitação do campo do design por parte de grande parcela da população e das outras linguagens da cultura, justamente pelo design se encontrar na interseção entre a cultura e as expressões da vida cotidiana, com a participação na indústria e impacto na economia. A própria natureza da área é a transversalidade, ou seja, o campo do design permeia as outras linguagens, estabelece relações e, muitas vezes, materializa a própria cultura. 15 O mercado também é formado por entidades representativas atuantes no setor através de diversas iniciativas. Essas instituições correspondem, também, a essa visão do design como linguagem transversal entre a cultura e economia. Possuem corpo diretivo, conselhos, e associados formais - todas com o intuito de difusão e melhoria das práticas profissionais e da cultura da profissão. As associações abrem a participação para profissionais do setor específico e a maioria busca criar um corpo crítico na região ou cidade onde estão instaladas. Algumas abrem a participação para estudantes em fase de conclusão de curso, professores da área, e outras filiam empresas fornecedoras do setor, mas a maioria busca, geralmente, apoio financeiro junto a essas empresas. O principal objetivo é conseguir representatividade para obter voz junto aos órgãos governamentais, não governamentais e a setores industriais. De forma geral, as associações trabalham para demonstrar a capacidade de contribuição do design para a inovação, o crescimento sustentado e o incremento na qualidade de vida, sendo através de metodologia e ferramenta de diferenciação de produtos, serviços e políticas públicas. Algumas concentram sua ação na promoção