A CULTURA CORPORAL PATRIMONIAL NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SUBSÍDIOS DE UM MULTICUTURALISMO CRÌTICO RESUMO

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Transcrição:

A CULTURA CORPORAL PATRIMONIAL NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SUBSÍDIOS DE UM MULTICUTURALISMO CRÌTICO Franz Carlos Oliveira Lopes Licenciado e Bacharel em Educação Física Professor da rede Municipal de São Paulo RESUMO Este estudo teve como objetivo investigar a Educação Física Escolar em uma abordagem sociocultural. Para subsidiar tal abordagem, o multiculturalismo crítico e as teorias críticas da educação sustentam a presente investigação da apropriação do patrimônio da cultura corporal de movimentos dentro e fora da escola, uma vez que a Educação Física como componente curricular, está inserida em boa parte da Educação Básica. A análise em uma perspectiva sociocultural e crítica do movimento humano é contemplada por entender que a Educação Física Escolar transcende as dimensões biológicas e motoras nas aulas, e remete a estudá-la como forma de linguagem, viabilizando sua análise na área das ciências humanas. Nessa ótica, priorizar um modelo ideal de sujeitos é infundada nas questões escolares, afinal, a democracia e o respeito à construção social devem ter espaço na escola. Contudo, as teorias crítica e pós-crítica da educação serão analisadas para uma prática pedagógica dialética com a comunidade e realidade escolar, além disso, a cultura corporal patrimonial de movimentos sustenta o desenvolvimento de novas propostas para a construção do currículo da Educação Física escolar. Palavras Chaves: Escola;Currículo;Cultura Imersos nos debates contemporâneos apresentamos nesse texto um pequeno recorte da pesquisa realizada, em síntese, enveredamos pelos caminhos políticos e socioeconômicos para entender algumas práticas escolares no que tange as questões curriculares e culturais. Em meio a transformação das sociedades, e as diversas culturas que à constitui, identificamos que as comunidades perdem suas identidades com relação ao seu patrimônio cultural, a industria cultural contemporânea introjeta diretrizes com a intenção de globalizar as relações da humanidade, impondo intrinsecamente as práticas dominante, reforçando o etnocentrismo e ditando as ideologias hegemônicas de certos grupos. Em meio as disputas ideológicas de diferentes posições sociais e culturais, algumas classes encontram campo fértil dentro das escolas para introduzir suas ideologias intrinsecamente, isso se da por entender que essas instituições possibilitam a ação social que coloca a educação e a cultura lado a lado. Dentro das escola grande parte das crianças e dos adolescentes passam um longo período de suas vidas, nesse

decorrer o desequilíbrio social e cultural é grande, boa parcela da população que esta no processo de educação escolar vivem as relações de desigualdade, nesse sentido a escola pode ser entendida como palco primário de confrontos socioculturais. PROBLEMA Por conseqüência das idéias acima argumentamos que esse trabalho tem o objetivo de investigar a apropriação da cultura corporal patrimonial no âmbito da Educação Física Escolar. Para tanto, partiu-se dos subsídios trazidos pelo multiculturalismo-critico e teorias criticas da Educação para corroborar a abordagem sócia cultural da Educação Física será o pilar fundamental da analise. CULTURA, SOCIEDADE, ESCOLA Quando colocamos a humanidade em questão podemos distinguir a mesma além dos termos biológicos, de certa maneira, certamente pela noção da cultura podemos pensar na humanidade em sua diversidade. Todos nós somos iguais fisicamente, possuímos a mesma estrutura biológica básica ossos, músculos, articulações, enfim os diversos sistemas funcionais do corpo. Porém, as diferenças que ocorrem entre as pessoas são proporcionadas pelas suas opções ou influências culturais, pelo modo como cada individuo ou grupo social enfrentou e resolveu historicamente seus problemas. Sendo assim, a humanidade é entendida pela compatibilidade biológica e pela diversidade cultural, nesse sentido entendemos cultura como sendo todas as práticas sociais agenciadas por uma comunidade (NEIRA e NUNES, 2006). Ao que se refere as relações socioculturais, Betti (1991, p.17) retrata de tal maneira um sistema sociocultural é dotado de alto potencial adaptativo e requer um nível ótimo não só de estabilidade, mas também de flexibilidade. A estabilidade referese às bases sócio-psicologicas das relações interpessoais e dos significados culturais e hierarquias de valor que mantêm juntos os membros dos grupos no mesmo universo de discurso, e a flexibilidade refere-se às relações estruturais, caracterizando-se pela ausência de sólidas barreiras à mudança e por certa propensão a reorganizar a estrutura institucional coerente, caso advenham desafios ambientais ou condições internas emergentes. Precisamente o trabalho docente deve ser enraizado de visões de mundo sem preconceitos ou distinções, para isso conhecer o lócus em seus aspectos históricos, culturais e sociais, resultara em possibilidades de ampliação dos conhecimentos por parte do professor, alunos e comunidade.

Entendemos que no currículo da educação física a materialidade corpórea foi historicamente construída e, portanto, existe uma cultura corporal. Essa é resultado de conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade, dessa forma, há uma emergente necessidade de retraçar e transmitir esses conceitos para que sejam entendidos na sociedade e não descaracterizados em sua gênese (SOARES et.al 1992). O MULTICULTURALISMO CRÍTICO EDUCAÇÃO FÍSICA Para uma educação libertadora o multiculturalismo-critico é inserido no currículo como uma proposta pedagógica para uma educação abrangente integrando as diferentes praticas da cultura corporal nas aulas de Educação Física, no currículo sugerido pelo multiculturalismo Neira e Nunes (2006) contemplam todos os níveis de ensino, em uma perspectiva sociocultural. Para isso toma princípios norteadores os conceitos de formação humana, ensino e conteúdos da Educação Física. Como Formação Humana contempla-se o conjunto de conhecimentos e normas, regras e regulamento que servem de bases para a organização de um grupo social. Assim que a escola deve preparar seus sujeitos, para o presente para o agora, e para o futuro. Preparar as pessoas para que elas façam seu próprio futuro Fazê-las vivenciar agora as responsabilidades, a cooperação, a honradez e etc., para que assim elas construam seu próprio futuro com autonomia, responsáveis do seu viver e pelo que elas farão, cocientes do seu ser social. Fazer as pessoas entenderem que o mundo em que vivemos, é feito pelos próprios seres humanos no seu viver, capazes de aprender qualquer coisa, já que sua identidade não esta no fazer, mas na sua forma de ser. Formar as pessoas para presente, qualquer presente, formar seres em quem qualquer outro ser humano possa confiar e respeitar. Formar seres capazes de pensar em tudo e fazer necessário para a procura de soluções, como um ato responsável da sua consciência social.

A partir desses princípios, ao ensinar a Educação Física, a postura didática adotada devera viabilizar as trocas entre a cultura corporal construídas historicamente e a cultura corporal que o educando traz para a escola. E assim, é importante que o currículo da Educação Física considere as experiências e vivencias, a socialização e a sociabilização na cultura do educando e, principalmente, os elementos característicos das relações familiares do educando na Educação Infantil, os elementos da cultura patrimonial para os educandos do ensino fundamental e no Ensino Médio, os elementos da cultura corporal mais amplo que, se devidamente estudados, poderão retornar de forma mais sistematizada e organizada à comunidade onde vivem os alunos. O interesse pedagógico dessa proposta consentirá no domínio conceitual dos conteúdos relativos á cultura corporal que, trazido pelos alunos, pela mediação do professor, serão socializados e ampliados no currículo escolar, configurando um espaço culturalmente adequado para os diversos saberes possam ser vivenciados e os valores que aumentam os graus de confiança e de respeito entre os integrantes dos grupos possam ser socializados (NEIRA e NUNES, 2006). Para perspectiva da cultura corporal patrimonial dos alunos e um multiculturalismo critico pode-se inferir portanto que a educação escolarizada atingirá seus objetivos se atuar dialeticamente com todos os aspectos do conhecimento sendo capaz de organizar o conhecimento histórico patrimônio da humanidade -, o conhecimento social fruto da experiência de outros indivíduos ou grupos e, também, o conhecimento pratico fruto da experiência real do próprio grupo e da cultura escola. Para que isso seja possível, o método de ensino deve ser suficientemente plástico, construído efetivamente mediante/durante o processo educativo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A abordagem sociocultural da Educação Física exige considerações conceituais da cultura vigente; história cultural da humanidade; cultura dos conteúdos abordados, e a cultura de cada sujeito dentro da instituição de ensino. O processo ensino aprendizagem leva em consideração uma das funções da escola, nesse caso a democrática. Para uma direção teórico e prática da Educação Física entende-se o seu currículo como sendo todas as situações práticas e teóricas que estão inseridas dentro e fora da escola tendo o princípio que cultura são todas as relações sociais, de certo, o

estudo de movimentos das práticas corporais da humanidade se identifica como linguagem. O multiculturalismo procura entender e analisar as diversificações culturais e sociais que vem sendo enfrentada por certas classes, no que tange a Educação Física, o multiculturalismo crítico acontece como um movimento para que as temáticas históricas e contemporâneas da cultura corporal venham a ter espaço nas aulas com lentes para ampla analise do movimento humano em seus aspectos sociais e culturais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BETTI,M. Educação Física e Sociedade. São Paulo: Movimento, 1991. NEIRA,M.G; NUNES,M.L.F. Pedagogia da Cultura Corporal: Criticas e Alternativas. São Paulo: Phorte, 2006. SOARES, C.L, Metodologia do ensino a educação física/ coletivo de autores. São Paulo: Cortez, 1992.