Palavras chave: monitor, interação, cultura tecnológica, autonomia, afetividade



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Transcrição:

1 O Monitor como Colaborador na Construção da Rede de Aprendizagem, em cursos de formação de professores. Cláudia Coelho de Camargo Hardagh Lucila Mara Sbrana Sciotti Maria Beatriz Galvão da Fonte Resumo O objetivo deste artigo é mostrar a experiência de monitores em cursos de Formação de Professores a Distância. A intenção é registrar como até este momento, pelo olhar de monitor, tais cursos contribuíram para a mudança de postura dos professores e alunos frente à tecnologia e ao papel de cada um no processo de ensino-aprendizagem. Para isso, é preciso analisar as dificuldades e avanços dos alunos nos ambientes virtuais para a formação de professores. O papel do monitor em EaD (Educação a Distância), é limitado ou ampliado de acordo com a postura do professor coordenador do curso, auxilia nas interações e colabora na avaliação dos alunos e do curso. Dependendo da autonomia do monitor ele pode interagir diretamente com os alunos e discutir estratégias com o professor coordenador. Os cursos analisados o monitor trabalhou com total liberdade de ação, já que os professores responsáveis pela turma tinham o objetivo em formar novos professores para atuarem em cursos a distância. O monitor assumiu o papel de formador e profissional em formação. Monitor e professor coordenador formam uma segunda rede colaborativa de aprendizagem, para que os alunos não se sintam desmotivados em sua participação e o monitor tenha autonomia para assumir novos cursos. Palavras chave: monitor, interação, cultura tecnológica, autonomia, afetividade

2 UM NOVO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM AMBIENTES VIRTUAIS O uso do computador na educação, em cursos totalmente a distância ou em cursos onde o computador é mais uma das ferramentas de interação, tornou-se imprescindível na sociedade da informação. Na educação, apesar das dificuldades em assimilar e acompanhar mudanças - encontradas nos seus diversos níveis - despontam contribuições positivas proporcionadas pelas Tecnologia de Comunicação e Informação, e uma delas é a Educação a Distância (EaD). Esse recurso vem sendo usado para formação de professores ou em cursos universitários e de pós-graduação. Em um país com diferenças sociais gritantes, no qual grande parte da população não tem acesso ao computador, a EaD pode facilitar e amenizar problemas como a extensão territorial, o grande número de pessoas para formar e até mesmo as dificuldades de acesso às universidades para alguns alunos e professores de regiões longínquas. Com esta preocupação, alguns cursos a distância de Formação de Professores foram oferecidos pelo MEC Ministério da Educação e da Cultura, em parceria com a OEA Organização dos Estados Americanos. Relataremos, então, os programas dos quais participamos, desenvolvidos pelo Projeto de Cooperação Internacional OEA/MEC PUC-SP (especificamente a Oficina de Pesquisa e Comunicação na Internet e a Oficina de Projetos Educacionais), procurando levantar e analisar as contribuições dos mesmos, respeitadas as especificidades de cada ambiente virtual : público atendido, tempo de duração e objetivos específicos. ESPAÇOS VIRTUAIS DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR Apontaremos alguns desafios enfrentados em nossos cursos, devido à falta de cultura virtual por parte dos alunos-professores, que tiveram seu primeiro contato com o computador durante o curso de formação. Se por um lado isso foi um elemento complicador, por outro foi uma grande conquista para todos que conseguiram chegar até o final dos cursos. Muitos resistiram

3 no começo, por insegurança, medo de errar e de enfrentar o novo. Por outro lado, a necessidade de participar auxiliou no rompimento do modelo tradicional de ensino, no qual o professor é o centro do ambiente de aprendizagem. A interação constante por parte do professor e monitor, estimulou o grupo a desenvolver um novo olhar diante dos desafios desse espaço desconhecido, o virtual, que exige também uma postura colaborativa e curiosa para desvendar os vários caminhos da aprendizagem em EaD. Uma dificuldade enfrentada pelo monitor no começo do curso, é a criação de vínculo com os alunos. O monitor não participa do momento presencial e sua interação é toda virtual, por isso, a confiança desse aluno com o professor coordenador é maior. Conseguir formar um espaço de afetividade durante as interações, faz parte da formação para se trabalhar nesses tipos de curso. Por isso, como foi levantado anteriormente, a linguagem e o cuidado com as trocas de mensagens são fundamentais na construção da rede colaborativa de aprendizagem. Aos poucos monitor e aluno, mediados pelo professor, rompiam com as dificuldades de comunicação e de insegurança em trabalhar e estudar em um novo espaço. Algumas características desses alunos foram se desvelando durante o curso: a ousadia e humildade em reconhecer as limitações tecnológicas, a colaboração entre participantes, saber articular e trocar informações, curiosidade para entrar e percorrer pelos caminhos (links) do curso, selecionar os espaços relativos às necessidades da tarefa, ou seja, saber usar fórum, chat e e-mail de maneira correta e com linguagem própria. A tarefa não é fácil e muitos infelizmente não conseguem romper com as barreiras impostas pelo novo, o medo da incerteza e de errar, infelizmente às vezes superam a vontade em aprender. Os espaços virtuais exigem certo domínio da escrita, já que as expressões corporal e facial não são usadas. É na escrita, então, que cada um se revela e expõe suas idéias, sentimentos e emoções, possibilitando a formação de elos afetivos e de grupos colaborativos. A troca de mensagens requer cuidado com a qualidade do texto, que precisa ser objetivo e ao mesmo tempo motivador, evitando-se interpretações

4 desnecessárias. Há a necessidade da organização de uma linguagem própria para os espaços virtuais. Outras características e contribuições da EaD, estão na questão do tempo e da autonomia. Este é um ponto muito importante, pois se percebe que a maioria das pessoas crê no mito de que educação a distância se encaixa em qualquer espaço do dia. Há uma crença nas facilidades proporcionadas pelo virtual, o que significa que há um equívoco no dimensionamento da atividade. A partir dessa falsa idéia, quando muitos participantes em um curso a distância, encontram dificuldades para equacionar o tempo necessário e para a realização dos trabalhos. Por vezes, o resultado dessa falta de organização leva ao descumprimento das responsabilidades exigidas, levando ao acúmulo de trabalhos e à evasão em grande número. A disponibilidade de tempo e atenção nos cursos virtuais, diz respeito aos alunos e também ao professor, na EaD a atenção é individualizada por parte do professor e monitor. Tudo fica registrado na memória do computador e podemos traçar um mapa de dificuldades, avanços e tempo despendido pelos alunos. Por outro lado o contexto dos cursos em EaD desenvolve a autonomia dos alunos na organização da sua aprendizagem, pois quanto tempo é necessário para um tipo de atividade. No ambiente virtual cada um constrói seu próprio percurso de aprendizagem. Não há como impor um tempo único para todos os alunos, e o respeito à individualidade é um pressuposto importante para o acompanhamento das atividades. Como forma de ilustrar as referências obtidas para análise e reflexão, serão apresentadas informações mais detalhadas dos dois cursos citados anteriormente. 1. Oficinas de Pesquisa e Comunicação na Internet Períodos : Oficina I: 08/11 a 17/12/01 Oficina II: 08/04 a 16/05/02 Tempo revisto para as atividades:20 horas Objetivos: - Utilizar a Internet como ferramenta de pesquisa e comunicação;

5 - Criar circunstâncias para a autoria, individual e/ou coletiva; - Formar um grupo de aprendizagem colaborativa; - Construir com os participantes um ambiente de aprendizagem significativo e prazeroso, que possibilite ao grupo a alegria de vencer desafios em conjunto. Ferramentas de interação: - Site criado para a Oficina, com informações sobre os objetivos, as atividades propostas e interação por meio de fóruns e contato privado com moderadores; - Contato privado com os formadores, por e-mail; - Página do Yahoo para organização da produção da Oficina, para divulgação de comunicados, pastas e arquivos de textos, links e arquivo de fotos. Espaço destinado à publicação das produções individuais e coletivas; - Lista de discussão (participação de todos); - Listas de e-mails por Grupo de Trabalho. O mesmo grupo trabalhou nas duas Oficinas, havendo dois formadores e dois monitores para o acompanhamento. O grupo reunia-se regularmente durante o desenrolar das Oficinas, pois a EaD era uma experiência nova para todos. Os que já tinham alguma experiência em EaD, tinham alguma experiência, ou seja, todos tinham consciência de estar fazendo e aprendendo EaD simultaneamente. As experiências entre formadores e monitores eram complementares, seja do ponto de vista técnico, seja do ponto de vista didático. A proposta de trabalho foi de reflexão permanente sobre a ação, de forma a analisar e agir com a rapidez que o curso exigia. Durante os dois percursos, algumas questões foram se destacando e ganhando importância, como: - Clareza na informação: foi percebida a necessidade da máxima clareza e objetividade possível nas informações passadas aos participantes, com o cuidado para haver espaço para interpretações equivocadas das mensagens enviadas. A qualidade da redação das mensagens era fundamental;

6 - Animação do moderador: o moderador tem o papel de animador do grupo. De sua atuação depende o grau de envolvimento: ele pode orientar, instigar, provocar, questionar, compartilhar. Esta posição, que era assumida ora pelo formador, ora pelo monitor, não podia deixar de existir; - Uso de ferramentas: o uso simultâneo de várias ferramentas de interação (email, listas de discussão, fóruns, chats) deve ser avaliado com muito cuidado antecipadamente. O que se quer com cada uma delas? Para quê vai servir cada uma? Comunicação bidirecional? Comunicação multidirecional? Sem a visualização prévia dos usos pretendidos, o sentido de cada ferramenta ficará difuso e seu uso disperso ou ineficiente; - Improviso e imprevisto: a comunicação virtual não tem paredes definindo seus limite. Assim, a possibilidade de surgirem situações não previstas parece ser muito grande. Não há o domínio absoluto de um script inicial, já que o ambiente permite a autoria; - Compromisso com a presença: o nível de compromisso com a presença, com a participação total nas atividades, é difícil de avaliar; parece ainda haver um impulso gerado pela vontade de participar do novo ou pela idéia de que a educação a distância dá para ser encaixada em qualquer horário disponível no dia-a-dia. O que percebemos é o contrário: educação a distância exige mais tempo de dedicação (até em função de não ter os limites espaço-tempo que a educação presencial traz), seja de professores ou de alunos. O tempo despendido parece ser muito maior do que o tempo que foi previsto. Será que quando se inscrevem em um programa de educação a distância os participantes têm essa noção? - Domínio técnico: o domínio no uso das ferramentas parece ser baixo frente à quantidade de usuários. A maioria parece ter as noções básicas de uso, o que atravanca um pouco alguns processos, exigindo mais tempo de dedicação; alguns procedimentos que parecem óbvios ou básicos precisam ser trabalhados, pois os grupos não são necessariamente homogêneos no quesito domínio técnico ; - A escrita: escrever permite uma forma diferente de expressão dos sentimentos. Pelo menos diferente de quando estamos juntos presencialmente. Muitas mensagens enviadas vêm carregadas de palavras carinhosas, como que

7 compensando o fato de não se estar junto fisicamente, mas criando, mesmo assim, um certo nível de intimidade. Essa intimidade permite a criação do laço afetivo; - Panelinhas virtuais: Contrapondo-se à proposta de criação de grupos colaborativos, em turmas nas quais uma parte significativa já se conhece, podem ser criadas algumas panelinhas virtuais, inibindo a participação mais ativa de um ou outro membro. Os componentes passam a trocar mensagens sobre atividades que já tiveram juntos e criam grupos fechados que acabam por desestimular os demais participantes; - Conversas de bastidores: no caso das listas de discussão, muitas mensagens particulares e sem ligação com o tema da atividade são trocadas e enviadas ao grupo todo. Isso acarreta uma grande perda de tempo para aqueles que têm de abrir as mensagens e descobrem que elas não têm utilidade e não lhes dizem respeito. Seria importante uma discussão clara sobre essa questão, pois ela auxiliará na otimização do tempo disponível para as atividades do grupo. - Tempo de acompanhamento: o tempo necessário para acompanhar uma atividade a distância com um grupo de cerca 20 pessoas é muito grande; o formador é chamado o tempo todo, pois como cada um trabalha no horário que quer ou pode, durante as 24 horas do dia, 7 dias por semana, as mensagens e solicitações podem chegar (e chegam!!) e quando não são respondidas prontamente causam uma certa angústia no aluno. É importante determinar algumas regras para esta questão, para o formador ter fôlego para o acompanhamento do curso e poder também organizar seu cotidiano. Conforme mencionamos, foram realizadas duas Oficinas de Pesquisa e Comunicação na Internet que, devido às diferenças de perfil de cada participante e do grupo como um todo, apresentaram trajetórias e movimentos diferenciados, retratados no quadro abaixo:

8 Quadro Comparativo Primeira Oficina Comunicação entre formadores e participantes e entre os próprios participantes ocorreu de forma satisfatória Organização das monitoras com algumas falhas por inexperiência das mesmas Ambientes variados provocando muitas formas de interação e dificultando o acompanhamento pelo pouco domínio das ferramentas Duração da oficina: muito prolongada (ampliação do tempo proposto no início) Época de desenvolvimento da Oficina não adequado (Nov/Dez), período de muitas atribuições para todos (Nov /Dez). Falta de definição prévia dos critérios para avaliação dos participantes. Tempo de atendimento, dos formadores e monitores para os participantes, não definido previamente. Estes, requisitavam esclarecimentos e orientações a qualquer dia/hora, aguardando com ansiedade e prontamente as respostas. Grupos e trabalho formados por afinidade e/ou por interesse de assunto. Houve aprendizagem colaborativa principalmente na atividade de construção de site Segunda Oficina Comunicação entre formadores e participantes satisfatória e entre os participantes insatisfatória Maior organização e acompanhamento das monitoras no decorrer das atividades desenvolvidas pelos participantes Ambientes variados provocando muitas formas de interação, com menor dificuldade no acompanhamento (maior domínio das ferramentas) Duração da oficina: respeitado o proposto no início, com pequena alteração. Época de desenvolvimento da Oficina mais adequado (Abril/Maio). Critérios pré definidos com maior clareza, em relação à avaliação das atividades propostas. Maior compromisso dos participantes em apresentar as atividades. Tempo de atendimento dos formadores e monitores dedicado ao acompanhamento definido previamente, minimizando a ansiedade dos participantes dos próprios formadores e monitores. Não aconteceram trabalhos em grupos, apenas individuais. Houve aprendizagem colaborativa no que se refere às trocas de experiências.

9 Número pequeno de participação efetiva até o final das atividades. Objetivos atingidos Quase em sua totalidade Número pequeno de participação efetiva até o final das atividades. Objetivos atingidos quase em sua totalidade 2. Projetos Educacionais: PROINFO / OEA / PUC-SP Professora responsável: Maria Elizabeth B. Almeida Ambiente http://eproinfo.proinfo.mec.gov.br/ Período de realização: Turma 1: 12.11 a 20.12.2001 Turma 2: 04.2002 a 05.2002 Carga horária: 20 horas Público alvo: professores das escolas atendidas pelo Projeto OEA, pesquisadores da PUCSP, professores-multiplicadores do ProInfo OBJETIVOS Desenvolver o conceito de projeto em educação, suas distintas dimensões e características; Analisar exemplos de projetos desenvolvidos com o uso do computador; Propiciar aos alunos a proposição de projetos de trabalho em sala de aula. PROPÓSITO Esta atividade tem como propósito atender às inúmeras solicitações de educadores em relação ao significado e viabilidade do trabalho com projetos na escola com vistas a tornar alunos e professores autores e construtores ativos de conhecimento com o uso da tecnologia. CONTEÚDO Projetos educacionais: conceitos, experiências, potencialidades e novas propostas.

10 ATIVIDADES As atividades foram organizadas e construídas a partir do levantamento do perfil dos alunos e em função do número de alunos inscritos. Para incluir todos os alunos que se inscreveram, organizamos o curso com seis grupos, sendo cada grupo assistido por um monitor/aluno que já havia participado no ano anterior do mesmo curso. Essa experiência foi interessante porque além de preparado os futuros formadores, esses alunos puderam colaborar na construção do curso com seu olhar de aluno. 1. Familiarização com o ambiente virtual e-proinfo e apresentação dos participantes No módulo denominado espaço de integração, os participantes fizeram suas apresentações em um fórum, cujo tema é Iniciando Nossa Integração, com questões a respeito das expectativas, da origem/ história do interesse por esta atividade e uma apresentação individual aos colegas. No fórum denominado, Questões Técnicas os participantes colocaram suas dúvidas relacionadas com a parte técnica do e-proinfo e foram devidamente orientados. Na turma 2, foi incluído um fórum no qual os alunos escolhiam frases da música pela Internet, de Gilberto Gil, para representar a sua percepção sobre a participação neste seminário a distância. 2. Relatos de experiências com projetos No módulo denominado; Relatos de Experiências com projetos, os participantes foram convidados a descrever suas experiências com projetos em documento do Word ou página da Web, os quais foram disponibilizados em MATERIAL DO ALUNO, da ferramenta Biblioteca.

11 Ao mesmo tempo, iniciou-se a análise dessas experiências em fóruns nos quais foram explicitadas: palavras-chave que caracterizam a experiência desenvolvida; levantamento de questões sobre os projetos relatados. 3. Fundamentos No módulo Fundamentos, as experiências relatadas foram analisadas a partir de fundamentos de projetos apresentados em textos teóricos. Os fóruns foram distribuídos em três temáticas: Fundamentos: foram discutidos os aspectos das experiências de projetos relatadas que podem ter ajudado a transformar algo na instituição ou na escola Conceito de projetos: projetos em outras áreas de atividades; projetos em sala de aula; participantes na etapa de um projeto. Contexto de projetos: contribuições das TIC aos projetos. 4. Análise coletiva dos relatos de projetos Os participantes foram divididos em turmas com 5 ou 6 pessoas em cada uma e selecionaram e analisaram dois relatos utilizando textos da fundamentação teórica e responderam, em grupo, às questões propostas. O monitor transita em todos os grupos e participa diretamente das discussões, apesar de não ter tido o momento presencial, nessa fase já foi construído um vínculo de confiança com esse personagem que está mais distante do que o professor responsável. Os alunos aceitam a sua interferência e o papel de motivador é reconhecido na troca de dúvidas e pedido para comunicação por e-mail. Alguns continuaram escrevendo e trocando mensagens após a conclusão do curso.

12 CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A CARACTERIZAÇÃO DOS CURSOS DE EAD Destacamos a seguir, de forma livre, ocorrências, características, obstáculos, percepções e constatações referentes aos ambientes de aprendizagem de EaD: 1) Ocorre evasão em grande número na maior parte dos cursos totalmente a distância. Há necessidade constante de animá-los a participar, para que não ocorram desistências. No ambiente virtual o aluno não se sente mais um, como na sala de aula, e espera atendimento individualizado. 2) O número de alunos deve ser compatível com o ambiente e com a dinâmica do curso, o que facilita o retorno das interações. 3) A organização do curso é importante tanto para o acompanhamento do professor como para o aluno se sentir à vontade no ambiente. Se o curso se basear em um número excessivo de textos, especialmente longos e pouco adequados ao nível de compreensão dos professores em formação, muitos deles poderão se desinteressar pelo curso, e até mesmo abandoná-lo. 4) O ambiente deve ser simples, de modo a favorecer a movimentação mais segura do aluno. Oferecer muitos espaços de interação dificulta a organização da aprendizagem, fazendo com que o aluno despenda muito tempo para situar-se no ambiente, tentando achar o local que deve ser acessado para encontrar o material, outros recursos ou atividades. 5) A caracterização de cada espaço deve ser feita logo no início do curso. É fundamental que o aluno entenda como funciona fórum, chat, lista de e-mail, etc. Sendo o ambiente virtual um espaço novo para a maioria, esse esclarecimento previne ansiedade e desânimo por parte dos alunos. 6) A EaD pode tornar- se um espaço de repetição do que vem ocorrendo na escola há décadas, reforçando uma prática de educação fordista, isto é, fragmentada, diretiva, mecânica, sem espaço para a reflexão. Ela por si só não garante as mudanças possíveis que o ambiente proporciona (autonomia, construção e registro de percursos próprios, autoria etc.). Faz-se necessária a consciência sobre os

13 seus recursos e possibilidades e a explicitação da intenção de uso, se quisermos avançar nas práticas pedagógicas. 7) Há um problema inicial, de cursos a distância serem vistos como uma atividade que pode ser feita a qualquer hora. Partindo deste pressuposto, tanto alunos quanto professores podem ter dificuldades no acompanhamento da atividade, pois mais do que em qualquer outra modalidade de curso, exige-se autonomia quanto à organização, horário e cumprimento de etapas. Esse é um dado positivo se os envolvidos estabelecerem uma rotina de trabalho. 8) A não linearidade de alguns ambientes virtuais de aprendizagem potencializam a autonomia do aluno, otimiza-o a percorrer caminhos outros, através dos links, que não são necessariamente os indicados pelo professor, mas construídos pelo aluno. Essa não linearidade, exige por parte do aluno-professor e do professor um dinamismo na troca de papéis e na constante construção e reconstrução do curso. 9) Os monitores após os cursos citados estavam preparados para atuar como professores coordenadores. A rede colaborativa de formação se concretizou. A EAD E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES Os profissionais em atuação, na Educação a Distância para Formação de Professores, estão construindo suas concepções e seus valores na prática. É sobretudo através do fazer, muitas vezes sem referências anteriores, que os professores refletem sobre o que é atuar em educação a distância. Nesse movimento de reflexão sobre a prática pedagógica em EaD, levantamos alguns aspectos que, ao serem analisados e discutidos, poderão contribuir para a efetivação de uma prática educacional transformadora : - ruptura com o modelo tradicional de educação: a atividade docente está fortemente arraigada ao modelo aula expositiva, no qual o professor, detentor do saber, apresenta as verdades incontestáveis aos alunos. Na EaD, é essencial a reflexão sobre conceitos como parceria, autoria, autonomia, pois são ocorrências inerentes ao próprio ambiente ;

14 - professor mediador, parceiro na aprendizagem: o detentor do saber tem seus dias contados. As tecnologias da informação permitem que qualquer pessoa tenha acesso a bancos de dados, instituições e profissionais em qualquer lugar do planeta. Não há mais a hierarquia rígida na construção do conhecimento, nem a linearidade que havia nesse processo. O papel de professor é o do mediador, é o daquele que auxilia o aluno (e a si próprio!) a explorar as suas potencialidades e a ultrapassar os seus limites; - quebra de resistência: o uso da tecnologia força a quebra de resistências (resistência a posturas há muito estabelecidas e a formas de trabalhar consagradas ) e a quebra do medo pelo novo ou desconhecido. É preciso enfrentar esta nova situação, pois a disseminação e o uso das tecnologias de informação já fazem parte do cotidiano da educação; - novas relações de trabalho: tempo e espaço, em EaD, são ampliados, não têm limites fixos. E o trabalho do professor? Como estabelecê-lo, quantificá-lo com justiça, já que impera a cultura do presencial na maior parte das instituições educacionais? Escrever sobre EaD, é refletir sobre a construção e reconstrução da aprendizagem virtual. Acertos e erros, planejamento e replanejamento, desafios e conquistas fazem parte nossa prática diária. Podemos ousar defender que a formação de professores em ambientes virtuais facilitaria o uso da tecnologia por parte desses mesmos professores nos programas presenciais, permitindo a expansão dos espaços de aprendizagem, a ampliação de horizontes internos e externos, o estabelecimento de novas relações professor-aluno e a revisão das metodologias conservadoras usadas no presencial. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, M. E. B. Tecnologia de informação e comunicação na escola: novos horizontes na produção escrita. São Paulo, 2002. (não publicado).

15 ALMEIDA, M. E. B. Formando professores para atuar em ambientes virtuais de aprendizagem. Paper para curso OEA. 2002. DEMO, P. Educação & Conhecimento: relação necessária, insuficiente e controversa. Petrópolis, Vozes, 2000. FAZENDA, I. (org.).dicionário em construção: Interdisciplinaridade. São Paulo. Ed. Cortez, 2001. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 2000. MORAES, Cândida Moraes. O Paradigma Educacional Emergente. 5ª edição. Campinas.S.P, Papirus, 2000. MAZETTO, M; MORAN,J M e BEHRENS,M. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica.Campinas. SP,Ed. Papirus, 2000. MORAN, José Manuel Educação inovadora presencial e a distância Artigo a ser Publicado no Boletim Técnico do SENAC, Rio de Janeiro, 2002. MORIN, Edgar. A Religação dos Saberes. O desafio do século XXI.Rio de Janeiro,Bertrand Brasil,2001. NARDI, B. A. & O Day V. L. Information Ecologies. 2ª ed. Cambridge. MIT Press. 1999 PERRENOUD, P.; Paquay L.; Altet, M. e Charlier, E. Formando Professores profissionais Quais estratégias? Quais competências? Trad.Fátima Murad e Eunice Gruman. 2. ed. rev. Porto Alegre, Artmed, 2001. THURLER, Mônica Gather. Inovar no Interior da Escola.Porto Alegre. Ed. Artmed,2001. TARDIF, M.; Lenard, C. e Gauthier, C. Formação de professores e contextos sociais. Porto, Portugal, Ed. Rés, 1997. Sites: Projeto Nave: http://www.nave.pucsp.br Projeto OEA/MEC-PUCSP: http://www.nied.unicamp.br/oea Ambiente do ProInfo: http://eproinfo.proinfo.mec.gov.br/