O LEITE NOS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO



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Transcrição:

O LEITE NOS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO Sebastião Teixeira Gomes 1 A partir de 1986 a economia brasileira experimentou nada mais nada menos que cinco planos de estabilização, com a moeda trocando de nome também cinco vezes, conforme indica a Tabela 1. Com certeza todos os setores da economia foram muito afetados com estas mudanças. Entretanto, este artigo se propõe a examinar apenas alguns aspectos dos efeitos dos planos de estabilização sobre o leite tipo C ao nível do produtor. Todos os quatro planos anteriores ao real caracterizaram-se por recrudescimento da inflação, após um período inicial de baixa, e por forte recessão econômica. Em razão da recessão econômica os preços dos principais insumos e serviços utilizados na atividade leiteira caíram, significativamente, conforme indica a Tabela 2. Nesta Tabela existe a exceção do grupo de medicamentos, cujos preços subiram muito de 1986 até hoje. Neste período as quedas mais fortes aconteceram com o salário, 36% em valores corrigidos, e sal comum, 58%. O custo de produção, que representa a agregação ponderada de todos os insumos e serviços, caiu 22% entre o primeiro e o último plano. Os dados apresentados, anteriormente, podem dar a falsa idéia de que após o plano cruzado a situação da pecuária leiteira nacional melhorou muito. Isto não aconteceu porque tanto o preço do leite quanto o de animais também caíram muito neste período. Entre o início do primeiro e do último plano o preço do leite ao produtor caiu 27% e o de animais, 40%. Na busca da maximização do lucro o produtor está mais interessado no comportamento dos termos de troca (preço do leite dividido pelos preços dos insumos e serviços), que no preços do leite e dos insumos, individualmente. Por isto, os dados da Tabela 3 dão melhores informações que os da Tabela 2. O poder de compra do produtor de leite melhorou muito para salário, sal comum e adubo químico; praticamente não mudou em relação a concentrado e piorou, significativamente, para medicamentos. No agregado, representado pelo custo de produção, o 1 Professor da UFV e Consultor da EMBRAPA. Escrito em 07-09-94. 1

poder de compra do produtor em relação do plano cruzado (índice 100), piorou no início do plano verão(88), melhorou no início do plano Collor (110), voltou a base inicial no início do plano Itamar (102) e piorou no início do plano real (93). Em resumo, em conseqüência da queda dos preços de insumos e serviços e também do leite, o poder de compra do produtor, na média, pouco alterou. Além dos termos de troca, outro elemento que condiciona o lucro é a produtividade. As evidências indicam que o comportamento da produtividade não é homogêneo em toda pecuária nacional. Existe um grande número de produtores com produtividade estagnada. Este grupo participa cada vez menos da oferta de leite no mercado. Entretanto, existe um outro grupo que vem aumentando, significativamente, a produtividade de seu rebanho. Este segundo grupo participa cada vez mais da oferta de leite no mercado. A correlação entre produtividade e lucro é positiva. Isto é, maior produtividade está associada a maior lucro. Como o próprio nome já diz, plano de estabilização objetiva estabilizar a economia ou, mais precisamente, estabilizar os preços da economia. Em relação ao leite, os resultados dos planos de estabilização anteriores ao plano real estão registrados nas Tabelas 4 e 5. A estatística utilizada para dimensionar a estabilidade do preço do leite foi o coeficiente de variação. Ele indica a porcentagem do desvio padrão em relação a média. Assim, maior coeficiente de variação significa que há muito desvio em relação a média e, que há grande dispersão dos elementos que entram no cálculo da média. O exame dos dados da Tabela 5 mostra que, ao contrário do que se desejava, os planos de estabilização aumentaram a instabilidade do preço do leite. O coeficiente de variação médio passou de 6,38%(antes dos planos) para 9,07% (depois dos planos), correspondendo a um aumento de 42%. Neste aspecto os planos de estabilização foram danosos ao setor leiteiro, porque maior instabilidade de preço significa maior risco de retorno aos investimentos. Outra conclusão importante que se pode tirar a partir dos dados da Tabela 5, diz respeito a estabilidade do preço do leite após a liberação do mercado do tabelamento do governo. O coeficiente de variação histórico do preço do leite é 6,77%. Após a liberação ele passou para 12,88%, representando um aumento de 90%. Com a saída do governo do tabelamento de preços o 2

mercado passou a operar com preços elevados no período da seca e preços baixos na época das águas, dando pouca importância a diferenciação entre preço do leite-cota e do leite-excesso. Tal comportamento é prejudicial ao produtor especializado que tem custos estáveis durante todo o ano. Outra análise interessante diz respeito a comparação entre os planos de estabilização com grandes mudanças na economia (cruzado, Collor e real) e a situação do mercado do leite no inicio destes três planos. Nos planos cruzado e Collor o preço do leite era tabelado e no plano real o preço era definido nas negociações entre produtor e indústria. O procedimento adotado na determinação do preço do leite do primeiro mês dos plano foi diferente quando tabelado e agora com o mercado livre. O preço nominal do leite, ao produtor, em fevereiro de 1986 era Cr$ 1.783,00/litro e passou para CZ$ 1,783/litro em março de 86, com a simples divisão por mil, no início do plano cruzado. O preço nominal do leite, ao produtor, em fevereiro de 1990 era NCZ$ 14,75/litro e passou para Cr$ 14,75/litro no início do plano Collor. No início do plano real o procedimento foi diferente porque nas negociações dois conceitos foram incluídos: preço no dia da entrega (preço negociado) e preço no dia do pagamento. Com inflação elevada, antes do plano real, estes dois preços são muito diferentes. Para o mercado de São Paulo, por exemplo, antes do plano real o preço médio ao produtor de leite C, no dia da entrega, correspondia a 0,29 URV (ou R$ 0,29/litro) e no dia do recebimento, 0,23 URV (ou R$ 0,23/litro). De acordo com este raciocínio o preço nominal, expresso na moeda real, passou de 0,29 antes do plano, para 0,23, depois do plano. Em outras palavras, o preço nominal do leite no inicio dos planos cruzado e Collor foi igual ao do mês anterior, mudando apenas o nome da moeda. Entretanto, no inicio do plano real o preço do leite foi menor que o do mês anterior. A lógica deste procedimento é que o preço corrigido não alterou. Evidentemente que tal lógica só prevalecerá se não houver inflação após o lançamento do plano real. Se isto acontecer volta a diferença entre os preços de entrega e de recebimento. Finalmente, a principal conclusão deste trabalho é que os planos de estabilização anteriores ao real, aumentaram a instabilidade do preço do leite. Isto é ruim para toda a pecuária leiteira, porém os efeitos são mais danosos para os produtores mais especializados na produção 3

de leite. A partir desta constatação o que se deseja é uma realidade diferente do plano real. É esperar para ver. Tabela 1 - s de estabilização da economia brasileira Nome do plano Data de início Moeda Alteração na moeda do período anterior Cruzado 28/02/86 CZ$ Dividir por mil Verão 15/01/89 NCZ$ Dividir por mil Collor 15/03/90 Cr$ - Itamar 01/08/93 CR$ Dividir por mil Real 01/08/94 R$ Dividir por 2.750 4

Tabela 2 - Índices de preços de insumos e serviços, do custo de produção e do preço do leite tipo C ao produtor, no início dos planos de estabilização * Especificação Cruzado Verão Collor Itamar Real 1. MÃO-DE-OBRA Salário mínimo 100 93 85 73 64 2. CONCENTRADOS Farelo de trigo 100 90 80 96 74 Fubá de milho 100 122 63 64 61 Farelo de algodão 100 100 65 116 82 Uréia 100 92 67 75 69 3. MINERAIS Sal comum 100 39 55 24 42 4. ADUBOS Sulfato de amônia 100 94 76 81 64 Superfosfato simples 100 86 84 64 52 Cloreto potássio 100 94 77 65 60 5. MEDICAMENTOS Vermífugo 100 98 113 236 165 Carrapaticida 100 101 104 99 88 Vacina aftosa 100 100 132 115 100 Vacina brucelose 100 98 96 265 347 6. CUSTO TOTAL DO LEITE 100 100 79 83 78 7. PREÇO DO LEITE 100 88 87 85 73 Fonte: Dados originais da Planilha da EMBRAPA. * Dados originais corrigidos pelo IGP-DI. 5

Tabela 3 - Índices dos termos de troca no início dos planos de estabilização econômica Especificação Cruzado Verão Collor Itamar Real 1. MÃO-DE-OBRA Salário mínimo 100 95 102 117 114 2. CONCENTRADOS Farelo de trigo 100 98 109 88 98 Fubá de milho 100 72 138 132 120 Farelo de algodão 100 88 134 73 89 Uréia 100 96 130 113 106 3. MINERAIS Sal comum 100 226 158 358 174 4. ADUBOS Sulfato de amônia 100 93 114 105 114 Superfosfato simples 100 102 104 132 140 Cloreto potássio 100 94 113 130 122 5. MEDICAMENTOS Vermífugo 100 90 77 36 44 Carrapaticida 100 87 84 86 83 Vacina aftosa 100 88 66 74 73 Vacina brucelose 100 90 91 32 21 6. CUSTO TOTAL DO LEITE 100 88 110 102 93 Fonte: Dados originais da Planilha da EMBRAPA Termos de troca = (preço do leite) (preço de insumos e serviços). 6

Tabela 4 - Preço médio do leite tipo C ao produtor e coeficiente de variação, no período 1970-93 Ano Preço (R$/l) C.V. (%) 1970 0,34 4,71 1971 0,34 4,53 1972 0,32 2,89 1973 0,37 8,05 1974 0,47 11,41 1975 0,55 3,66 1976 0,47 4,57 1977 0,50 9,27 1978 0,48 4,87 1979 0,46 5,02 1980 0,49 9,47 1981 0,50 8,40 1982 0,41 5,49 1983 0,40 7,27 1984 0,36 6,20 1985 0,35 6,36 1986 0,33 10,07 1987 0,41 11,50 1988 0,32 3,43 1989 0,29 5,99 1990 0,27 10,97 1991 0,26 4,84 1992 0,28 12,03 1993 0,28 13,74 Fonte: SUNAB e Cooperativa - preço do leite. 7

Tabela 5 - Média do coeficiente de variação e do preço ao produtor de leite tipo C em período selecionados Especificação Momento (%) C.V. (R$/l) Preço s de estabilização econômica antes (1970-85) 6,38 0,43 depois (1986-93) 9,07 0,30 Tabelamento preço do leite antes (1970-91) 6,77 0,39 depois (1992-93) 12,88 0,28 Fonte: Dados da Tabela 4. 8