A RELIGIÃO TEM RAZÕES QUE A RAZÃO DESCONHECE



Documentos relacionados
FORMAÇÃO INICIAL EM ENSINO RELIGIOSO. Ma. Simone Riske Koch FURB/FONAPER

Tipos de Conhecimento

SOCIEDADE E TEORIA DA AÇÃO SOCIAL

FORMAÇÃO DOCENTE: ASPECTOS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E INSTITUCIONAIS

A Sociologia de Weber

Universidade Federal do Amapá Pró-Reitoria de Ensino de Graduação

O que são Direitos Humanos?

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Unidade II FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL. Prof. José Junior

Redes de Computadores

LÍDER: compromisso em comunicar, anunciar e fazer o bem.

Idealismo - corrente sociológica de Max Weber, se distingui do Positivismo em razão de alguns aspectos:

ESPIRITISMO, CIÊNCIA E AMOR

MÉTODO CIENTÍFICO. BENEFÍCIOS DO MÉTODO: execução de atividade de forma mais segura, mais econômica e mais perfeita;

As ciências da natureza: Ciência, Tecnologia e Sociedade

3º Bimestre Pátria amada AULA: 127 Conteúdos:

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

NOTÍCIA INSTITUCIONAL: IMAGEM INSTITUCIONAL

OFICINA DA PESQUISA DISCIPLINA: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Fonte: Correio Cathólico 11 de maio de 1935

ÁREAS DE ATUAÇÃO, PERFIL E COMPETÊNCIAS DOS EGRESSOS DOS NOVOS CURSOS

Pressupostos e diferenciações em relação ao senso comum

Os Quatros Elementos Ter, 02 de Dezembro de :12

Juliana Cerqueira de Paiva. Modelos Atômicos Aula 2

DIMENSÃO 8 ATENDIMENTO AOS ESTUDANTES

O relacionamento amoroso em «ARRET»

Roteiro VcPodMais#005

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

Avanços na transparência

REGRAS PARA SUBMISSÃO DE TRABALHOS

ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR? ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR?

A Sociologia Compreensiva de Max Weber ( )

1.3. Planejamento: concepções

Lista de exercícios Sociologia- 1 ano- 1 trimestre

PROGRAMA ULBRASOL. Palavras-chave: assistência social, extensão, trabalho comunitário.

PARA A CIÊNCIA PARA A TECNOLOGIA PARA A SOCIEDADE

7. Teoria Estruturalista

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS

A FUNÇÃO DO DOGMA NA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA (1963) THOMAS KUHN ( )

Lev Semenovich Vygotsky, nasce em 17 de novembro de 1896, na cidade de Orsha, em Bielarus. Morre em 11 de junho de 1934.

CONHECIMENTO DA LEI NATURAL. Livro dos Espíritos Livro Terceiro As Leis Morais Cap. 1 A Lei Divina ou Natural

John Locke ( ) Colégio Anglo de Sete Lagoas - Professor: Ronaldo - (31)

PLANTANDO NOVAS SEMENTES NA EDUCAÇÃO DO CAMPO

8. O OBJETO DE ESTUDO DA DIDÁTICA: O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA

ORIENTAÇÕES SOBRE O CONTEÚDO DO PROJETO

IIIDomingo Tempo Pascal- ANO A «..Ficai connosco, Senhor, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite

Rekreum Bilbao, Vizcaya, Espanha,

CONTRIBUIÇÕES PARA UMA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA: ANALISANDO ABORDAGENS DA PRIMEIRA LEI DE NEWTON EM LIVROS DIDÁTICOS DE FÍSICA

3.4 DELINEAMENTO ÉTICO JURÍDICO DA NOVA ORGANIZAÇÃO SOCIAL

II. Atividades de Extensão

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina

Resumo Aula-tema 01: A literatura infantil: abertura para a formação de uma nova mentalidade

Max Weber. Sociologia Compreensiva

A origem dos filósofos e suas filosofias

Sociologia. Professor: Matheus Bortoleto Rodrigues Escola: Dr. José Ferreira

Autor: Rabbi Yehuda Ashlag

BRITO, Jéssika Pereira Universidade Estadual da Paraíba

Dados do Ensino Médio

Unidade 3: A Teoria da Ação Social de Max Weber. Professor Igor Assaf Mendes Sociologia Geral - Psicologia

As três revelações divinas: Moisés, Jesus e Kardec

RELACIONAMENTO JURÍDICO DO ESTADO BRASILEIRO COM INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS, NO QUE CONCERNE À EDUCAÇÃO

( ) Max Weber: a ética protestante e o espírito do capitalismo

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA ATIVIDADES EXTRA CURRICULARES

Colégio Ser! Sorocaba Sociologia Ensino Médio Profª. Marilia Coltri

Religião, Cristianismo e os significados

Movimento Nossa São Paulo Outra Cidade. Gestão Democrática

Cultura: diferentes significados

INTRODUÇÃO A ANTROPOLOGIA RELIGIOSA

ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA. Por: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA

CURSO E COLÉGIO ESPECÍFICO

A Busca. Capítulo 01 Uma Saga Entre Muitas Sagas. Não é interessante como nas inúmeras sagas que nos são apresentadas. encontrar uma trama em comum?

Conteúdo Específico do curso de Gestão Ambiental

CRISTO E SCHOPENHAUER: DO AMAR O PRÓXIMO COMO A TI MESMO À COMPAIXÃO COMO FUNDAMENTO DA MORAL MODERNA

Características do conhecimento científico

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ITAPETININGA CURSO CBMAE ARTIGO DE NEGOCIAÇÃO. A importância da comunicação na negociação. Aluna: Bruna Graziela Alves Cleto

ORIENTAÇÕES PARA PRODUÇÃO DE TEXTOS DO JORNAL REPORTAGEM RESENHA CRÍTICA TEXTO DE OPINIÃO CARTA DE LEITOR EDITORIAL

Fragmentos do Texto Indicadores para o Desenvolvimento da Qualidade da Docência na Educação Superior.

Veículo: Site Estilo Gestão RH Data: 03/09/2008

Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Observatórios Virtuais

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

Festival Fair Play de Futebol

GRUPO I Escolha múltipla (6 x 10 pontos) (circunda a letra correspondente à afirmação correcta)

O Marketing Educacional aplicado às Instituições de Ensino Superior como ferramenta de competitividade. Xxxxxx Xxxx Xxxxxxx Xxxxxxx Xxxxxxxxxxx

Meditação Diária. Guia pessoal para praticar meditação

O Indivíduo em Sociedade

Faculdade de Direito Ipatinga Núcleo de Investigação Científica e Extensão NICE Coordenadoria de Extensão. Identificação da Ação Proposta

Indivíduo e Sociedade

OS SABERES DOS PROFESSORES

SUGESTÕES PARA ARTICULAÇÃO ENTRE O MESTRADO EM DIREITO E A GRADUAÇÃO

Resumo. Leonel Fonseca Ivo. 17 de novembro de 2009

CEAP Curso de Direito Disciplina Introdução ao Direito. Aula 03. Prof. Milton Correa Filho

CURSO DE ENFERMAGEM EDITAL PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM Nº 01 /2013

Transcrição:

1 A RELIGIÃO TEM RAZÕES QUE A RAZÃO DESCONHECE Leila Marrach Basto de Albuquerque # [eduardode.albuquerque@bol.com.br] Beatriz Muniz de Souza * [csopos@pucsp.br] Resumo A Seicho - no - Iê tem como um de seus recursos doutrinários estabelecer analogias entre preceitos religiosos e argumentos científicos. A reflexão sobre este aspecto revela como conteúdos modernos podem legitimar e favorecer aceitação de valores pré - modernos como familismo, hierarquia rígida e papéis femininos tradicionais. O objetivo deste artigo é analisar uma religião que se vale dos recursos da ciência moderna para transmitir sua doutrina. A ênfase nesse aspecto visa a # Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, SP, Brasil. * Programa de Estudos Pós - Graduados em Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

2 refletir sobre a relação ciência - religião na modernidade que, costumeiramente, tem sido encarada como de oposição e exclusão. A atenção a este traço nos foi despertada pela observação sistemática da Seicho - no - Iê 1 que, introduzida no Brasil com a imigração japonesa, na década de 30, vem apresentando ampla penetração na sociedade nacional desde os anos 60. Muito embora o recurso à ciência não seja exclusivo desta nova seita japonesa, nela configura-se de modo quase que paradigmático. A ciência, como organizadora da cosmovisão moderna, apresenta o seu universo separado do universo da religião e do homem comum. A estes últimos estavam reservados a crença e o conhecimento vulgar até que fossem, um dia, banhados pelos raios da racionalidade. Essa representação da prática científica tem servido, ao longo de sua história, de legitimadora de ações e intervenções emancipadoras, reafirmando sempre o impulso inicial de libertar a humanidade das "trevas". A relação da ciência com outras formas de explicação da realidade, nas suas fronteiras, afigurase a um embate entre conhecimento e ignorância. Esse traço conferiu à ciência um caráter hegemônico, resultando no fenômeno da "cientização do mundo", 1 O referencial de dados baseia-se em pesquisas realizadas em dois momentos: 1976-78 para dissertação de mestrado (MARRACH, 1978) e 1990-92 para o projeto "Ethnicity and National Integration of the Asian - Latinamericans: a study on inter - ethnic cohesion and cleavage" (Projeto desenvolvido em convênio entre Shizuoka University, Japão, de autoria e com coodernação de Takashi Maeyama e o Programa de Estudos Pós - Graduados em Ciências Sociais da PUC/SP, com assessoria, em São Paulo, de Beatriz Muniz de Souza e com colaboração de Leila Marrach Basto de Albuquerque.

3 através de uma linguagem que pode ser falada por todos e cada um de uma maneira igual. (GRAEBNER e REITER, 1979). Nossa própria formação acadêmica foi, em grande parte, um treinamento para o ceticismo e a única ascese louvada era a metodológica. Bruno e Galileu são exemplos marcantes dos heróis que enfrentaram a Superstição em nome da Verdade. Enfim, a ciência, sua racionalidade e frutos (a tecnologia) constituem os elementos básicos de uma mentalidade que legitima modos de agir, sentir e pensar do homem na sociedade moderna. No caso específico da Seicho - no - Iê, seus princípios doutrinários se fundamentam no Budismo, Xintoísmo, Cristianismo, crenças populares japonesas, Ciência Cristã, bem como na Psicanálise freudiana e na Filosofia idealista alemã. Elementos dessas fontes são reinterpretados segundo a estrutura ideológica do sistema familiar japonês tradicional, configurando um corpo doutrinário sincrético. Tanigushi, fundador da Seicho - no - Iê, justifica o sincretismo de sua doutrina apresentando-a como uma "super - religião" que sintetizaria todas as demais religiões da humanidade. A mensagem da Seicho - no - Iê é divulgada através de farto material impresso como livros, revistas, jornal mensal e calendário que expõe preceitos diários da doutrina. Palestras e retiros espirituais complementam as estratégias de proselitismo, atraindo adeptos com perfil característico. Predominantemente recrutados nas camadas médias urbanas, muitos deles chegam a alcançar nível

4 de escolaridade universitário e estão ligados, sobretudo, às profissões liberais e ao comércio. Exercem atividade por conta própria e, quando não é este o caso, são empregados de escritórios ou órgãos públicos. A premissa básica dos ensinamentos de Tanigushi considera o homem filho de Deus, perfeito na sua essência, ou seja, no seu aspecto real denominado Jissô. Para Tanigushi, a argumentação fundada na ordem científica é ponte necessária para definir a natureza do Jissô: "Graças ao desenvolvimento das ciências físicas, estamos começando a entender que a verdadeira natureza da matéria não é, em absoluto, uma massa sólida que possui um volume determinado, mas sim uma 'energia possuidora de inteligência' que apresenta variadas figuras. Portanto a matéria se apresenta sob variadas formas, conforme essa 'energia que possui inteligência', a qual chamamos 'Espírito'. Por isso, ao olharmos para todas as coisas devemos ver não só a sua forma, ou a aparência, como também o seu Jissô ou sua verdadeira natureza, através dos olhos do espírito". (TANIGUSHI, 1972, p. 49). Decorrente da noção de Jissô, afirma a doutrina da Seicho - no - Iê que toda experiência humana é manifestação da mente. Através da mente o homem

5 delinearia sua vida. Doença, miséria, morte, sofrimento seriam "ilusões" do homem que desconhece a sua verdadeira essência. O recurso ao universo da ciência e tecnologia daria legitimidade a esses dois pontos doutrinários. "O aparelho de TV está sempre banhado pelas ondas provenientes das emissoras e é dotado de faculdades para revelar aos nossos olhos, a qualquer momento, quaisquer programas transmitidos pelas emissoras. Porém, se as transmissões não aparecem na tela do aparelho é porque o televisor não está sintonizado no canal correspondente. (...) Acertando-se o canal, o aparelho de TV pode captar a qualquer momento, quaisquer programas transmitidos pela emissora. A 'transmissora' corresponde a Deus, os 'programas' correspondem às inúmeras felicidades destinadas por Deus ao homem e o 'televisor' ao próprio homem". (TANIGUSHI, 1971, p.9). "Einstein, o grande sábio do mundo da ciência, descobriu a lei que denominou Teoria da Relatividade. (...) O fundamental nessa teoria é o seguinte: as coisas que podemos conhecer através dos nossos cinco sentidos se mostram como tais, de modo não absoluto, em virtude da relação que mantêm com a nossa capacidade sensitiva e não estamos conhecendo o aspecto verdadeiro (absoluto) do ser (...) Disso se conclui que

6 a mente que vê a coisa por intermédio dos cinco sentidos é uma 'mente ilusora' (sic) e não a mente que vê o Jissô do ser (...). O Jissô do ser está numa altura que não pode ser vista pela simples sensibilidade". (TANIGUSHI, 1968, p. 25-6). Explicação doutrinária também afirma que a mente humana é composta de 5% de consciente e 95% de inconsciente, sendo os males resultado de mágoas ou pensamentos negativos acumulados no inconsciente e que se projetam na existência do indivíduo independentemente de sua vontade ou projetos conscientes. Através do incentivo ao pensamento dirigido para as coisas positivas essas mágoas desapareceriam, permitindo que a verdadeira realidade se manifeste. Afirma Tanigushi: "É preciso desenhar um bom ideal (...). É bom enviar o 'emissário mental' dotando-o com esse ideal e com fé na concretização. Assim como se controla de longe os foguetes através de microondas o 'emissário mental' corrige o rumo das coisas através das ondas espirituais da convicção. Por isso devemos sempre emitir a convicção de que o meu ideal está se concretizando pela 'órbita certa' a fim de que a 'espaçonave do ideal' possa entrar em órbita com precisão e retorne no tempo desejado (...)". (TANIGUSHI, 1976, p. 143).

7 Percebe-se, na ênfase conferida pela Seicho -no - Iê à autoridade da argumentação científica, uma versão idealizada da ciência como prática voltada para o Bem e para a Verdade. Os seus contornos já foram bem delineados por Kuhn (1979), no estereótipo do "cientista como o investigador sem preconceitos em busca da verdade (...) que coleciona e examina os fatos crus, e que é fiel a tais fatos e só a eles" (p.53). Esta representação da ciência em contextos sociais específicos da sociedade mais ampla asseguraria a extensão de suas virtudes para fora da comunidade científica, favorecendo aceitação e conferindo plausibilidade mesmo a conteúdos distantes da sua esfera: políticos e religiosos. No caso da Seicho - no - Iê, esta visão da ciência moderna comparece para legitimar valores pré - modernos como familismo, hierarquia rígida e papéis femininos tradicionais. Ao contrário do Cristianismo, cujas relações históricas com a ciência foram e são problemáticas (a terra como "centro" do universo, o criacionismo, o controle da natalidade, etc.), a Seicho - no - Iê mostra um modo de acomodação da religião, na modernidade, com feições peculiares. Aliás, nos seus primórdios, a ciência foi apresentada como ideologia emancipadora e, por vezes, os cientistas consideraram suas idéias "neutras". Aqui

8 temos um exemplo de como recortes podem ser arranjados para reafirmar e legitimar conteúdos de caráter tradicional. Referências Bibliográficas GRAEBNER, I., REITER, V. Guardians at the frontiers of science. In NOWOTNY, H., ROSE, H. (eds.). Counter - movements in the Sciences. Dordrecht: D. Reidel Publishing, 1979. KUHN, T. A função do dogma na investigação científica. In DEUS, J. D. de (org.). A crítica da ciência. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. MARRACH, L. Seicho - no - Iê: um estudo de sua penetração entre os brasileiros. São Paulo: PUC, 1979, dissertação de mestrado. TANIGUSHI, M. A teoria do Deus - Homem da Seicho - no - Iê. Acendedor. São Paulo, v. 6, n.º 11, 1968. TANIGUSHI, M. A fonte da prosperidade. Acendedor. São Paulo, v. 8, n.º34, 1971. TANIGUSHI, M. Fitemos o Jissô das coisas. Acendedor. São Paulo, v. 8, n.º42,1972.

9 TANIGUSHI, M. A ciência do bem viver. São Paulo: Igreja Seicho - no - Iê do Brasil, 1976.