ISSN 2176-6797. Anual de. Florestal. Brasília DF Julho de 2014

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Transcrição:

ISSN 2176-6797 Plano Anual de Outorga Florestal 2015 s í n t e s e Brasília DF Julho de 2014 1

Dossel na FLONA de Saracá-Taquera Arquivo de imagens GEMAF/SFB

ISSN 2176-6797 Plano Anual de Outorga Florestal 2015 s í n t e s e Brasília DF Julho de 2014

Brasil. Ministério do Meio Ambiente. Serviço Florestal Brasileiro. Plano anual de outorga florestal 2015: Relatório Síntese Brasília: SFB, 2014. 28 p. : Il.; 30 cm 1. Florestas públicas. 2. Concessão florestal. 3. Manejo florestal. 4. Licitação. 5. Outorga florestal. 6. Florestas nacionais. 7. Área de proteção ambiental. 8. Unidade de manejo florestal.

Dilma Rousseff Michel Temer Izabella Mônica Vieira Teixeira Francisco Gaetani Marcus Vinicius da Silva Alves Presidenta da República Vice-Presidente da República Ministra de Estado do Meio Ambiente Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente Diretor-Geral Substituto do Serviço Florestal Brasileiro André Luiz Campos de Andrade Humberto Mesquita Ilza Maria Pereira Santana José Humberto Chaves Luciane Maria da Silva Marcelo de Macedo Reis Marcos Alexandre Bauch Paula Wernecke Padovani Tamara Vaz de Moraes Santos (estagiária) Equipe Técnica Responsável Marcus Vinicius da Silva Alves Revisão Carolina Fernanda de Souza Mendes Normalização Bibliográfica Conceito Comunicação Integrada Projeto Gráfico e Diagramação Arquivo de imagens GEMAF/SFB Foto da Capa Serviço Florestal Brasileiro Brasília DF Julho 2014

Trilha de arraste na FLONA de Saracá-Taquera Arquivo de imagens GEMAF/SFB 6

1 APRESENTAÇÃO O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) é um documento previsto pela Lei 11.284, de 2 de março de 2006, e deve conter a descrição de todas as florestas públicas a serem submetidas a processos de concessão no ano em que vigorar. O PAOF se apresenta como um instrumento de planejamento das ações da União voltadas à produção florestal sustentável por meio da concessão de florestas públicas, naturais ou plantadas, para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços. No âmbito federal, o PAOF é elaborado e proposto pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e é definido e aprovado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O PAOF 2015 foi elaborado com base no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), que, em novembro de 2013, registrava aproximadamente 313 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas, sendo aproximadamente 224 milhões de hectares de florestas públicas federais. Após considerar os devidos impedimentos, restrições e outros critérios técnicos, o PAOF 2015 tornou elegível para concessão aproximadamente 3,5 milhões de hectares de florestas públicas federais, distribuídos em oito Florestas Nacionais e uma área destacada de gleba ainda não destinada, com interesse do Serviço Florestal Brasileiro. Essas áreas estão localizadas em três estados da Federação: Amazonas, Pará e Rondônia. O total da área indicada para concessão florestal em 2015 reflete o esforço do SFB em planejar a execução da política pública de concessão alinhada às necessidades locais e ao mercado nacional de produtos florestais tropicais. 7

Além de apresentar as florestas públicas federais aptas à concessão florestal no ano em que vigorar, o PAOF também apresenta uma série de informações, dentre as quais se destacam os dados sobre o setor madeireiro da Amazônia Legal. Esta síntese apresenta os principais dados do PAOF 2015, cuja versão completa pode ser acessada diretamente no website do SFB: <http://www.florestal.gov.br/publicacoes/ instrumento-de-gestao>. 8

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS O CNFP registrou, em novembro de 2013, a existência de 313.040.553 hectares de florestas públicas federais, estaduais e municipais, o que representa 36,8% do território nacional. As florestas públicas contidas no CNFP estão distribuídas da seguinte forma: Figura 1: Distribuição das Florestas Públicas Brasileiras Uso comunitário 4% FP Estaduais destinadas 14% 1% Áreas militares 36% Terras indígenas UC Federal 19% 26% FP não destinadas¹ Fonte: SFB (2013). Nota: 1 Florestas públicas não destinadas federais e estaduais. 9

Com relação a 2012, houve um aumento das florestas públicas totais incluídas no CNFP, decorrente de uma maior participação das florestas públicas estaduais, passando de 82 para 89 milhões de hectares. Figura 2: Florestas públicas incluídas no CNFP (em milhões de ha) 100% 90% 80% 70% 554 543 538 60% 50% 40% 30% 75 82 89 20% 10% 222 226 224 0% 2011 2012 2013 FP Federais FP Estaduais Demais áreas do território brasileiro Fonte: SFB (2013). Figura 3: Porcentagem de FP Estaduais e Federais no CNFP 27% 28% 2012 2013 73% 72% FP Estaduais FP Federais Fonte: SFB (2013). 10

Do total de 224 milhões de hectares de florestas públicas federais, 83% (aproximadamente 187 milhões de hectares) são de florestas destinadas e 16% (aproximadamente 36 milhões de hectares) são de florestas públicas não destinadas 1. Figura 4. Distribuição das florestas públicas federais (FPF), segundo sua classificação de destinação 16% 84% FPF Destinadas FPF não Destinadas Fonte: SFB (2013). 1 Florestas Públicas não destinadas são as florestas localizadas em áreas arrecadadas pelo Poder Público, mas que ainda não foram destinadas para fins específicos. 11

A região Norte concentra a maior parte das florestas públicas federais do Brasil, 195 milhões de hectares, ou aproximadamente 87,3% do total. O quadro abaixo apresenta a distribuição das FPF por Unidade de Federação. Tabela 1: Florestas públicas federais por região, estado e situação (em ha) Estado FPF destinadas FPF não destinadas Total Norte 161.703.313 33.711.070 195.414.383 AC 6.996.164 532.518 7.528.682 AM 69.131.196 13.120.418 82.251.614 AP 7.525.022 1.297.079 8.822.101 PA 55.151.222 10.182.482 65.333.704 RO 7.353.344 3.404.303 10.757.647 RR 12.204.964 3.687.635 15.892.599 TO 3.341.401 1.486.635 4.828.036 Nordeste 6.900.786 271.151 7.171.937 AL 58.644 58.644 BA 1.446.823 15 1.446.838 CE 106.106 135 106.241 MA 3.410.406 269.613 3.680.019 PB 39.253-39.253 PE 368.999-368.999 PI 1.423.555 4 1.423.559 RN 10.054-10.054 SE 36.946 1.384 38.330 Centro-Oeste 16.778.360 2.220.073 18.998.433 DF 54.915-54.915 GO 383.089 155 383.244 MS 893.249-893.249 MT 15.447.107 2.219.918 17.667.025 Sudeste 1.160.301 5.277 1.165.578 ES 84.956 9 84.965 MG 805.278 273 805.551 RJ 166.020-166.020 SP 104.047 4.995 109.042 Sul 1.102.810 950 1.103.760 PR 511.386-511.386 RS 355.631 930 356.561 SC 235.793 20 235.813 Total geral 187.645.570 36.208.521 223.854.091 Fonte: SFB (2013). 12

3 PRODUÇÃO FLORESTAL DA AMAZÔNIA LEGAL Visando tornar seu planejamento florestal mais realista frente à dinâmica do mercado, o SFB acompanha a economia florestal do país, principalmente o setor relacionado ao segmento de madeiras tropicais. Segundo o IBGE, a produção de madeira em tora, oriunda das florestas nativas da Amazônia Legal, foi de 13,6 milhões de m³ em 2012 ante 52,1 milhões de m³ em 1995. A explicação para essa queda considerável na produção pode ser atribuída às medidas de comando e controle, que levaram à redução do desmatamento ilegal e à substituição parcial da madeira oriunda das florestas nativas por madeiras derivadas de plantios florestais e por outros produtos substitutos da madeira. Cabe destacar, entretanto, que num cenário de curto prazo, a produção madeireira vem apresentando incrementos permanentes desde o ano de 2010. 13

Figura 5. Produção de madeira em tora e valores movimentados na comercialização nos estados da Amazônia Legal, até 2012 Produção de madeira em tora (milhões de m³) 55 250,00 50 45 200,00 40 35 150,00 30 25 100,00 20 15 10 50,00 5 0 0,00 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Preço unitário (R$/m³) Produção Preço Unitário Fonte: IBGE. Com relação à dinâmica geográfica da produção de madeiras de espécies tropicais, os estados do Pará e do Mato Grosso, respondem pela maior parte da produção madeireira da Amazônia Legal. Tomando como referência o ano de 2012, estes dois estados responderam por 65,7% do total produzido na região, que atingiu 13,6 milhões de m 3 de madeira em tora. Tabela 2: Produção de toras e valores movimentados na comercialização nos estados da Amazônia Legal em 2012 Estado Produção de toras (m³) Valores movimentados (em milhões de R$) Acre 647.524 47,40 Amapá 531.491 22,03 Amazonas 716.847 45,31 Maranhão 205.823 24,25 Mato Grosso 4.050.383 637,57 Pará 4.877.005 861,79 Rondônia 2.386.044 158,24 Roraima 109.340 21,87 Tocantins 63.556 7,78 Amazônia Legal 13.588.013 1.826,22 Fontes: IBGE (2012). 14

No que se refere ao comportamento dos preços da madeira em tora, a figura 6 traz a evolução dos preços, entre os anos de 1998 a 2013, para quatro espécies selecionadas. O ipê apresentou o maior preço médio, US$ 160,00/m³ em 2013. Figura 6. Preços médios de madeira em tora no mercado interno, para quatro espécies analisadas 180 160 140 120 US$/m³ 100 80 60 40 20 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Ipê Jatobá Guariuba Mescla (Virola ) Fonte: ITTO/MIS. Nota: *Em virtude da ausência de dados para 2012 utilizou-se a média em relação ao ano anterior e posterior. No que se refere à madeira serrada, os preços médios da madeira nativa apresentam maior valor em relação às madeiras oriundas de florestas plantadas, como a figura 7 ilustra. O ipê apresenta, dentre as espécies selecionadas, o maior valor, média de US$ 866,5/m³ no ano de 2013. Também merece destaque a maior tendência de aumento relativo dos preços nas espécies nativas a partir do período 2003/2004. 15

Figura 7. Preços médios de madeira serrada no mercado interno, para quatro espécies analisadas 1000 900 800 700 600 US$/m³ 500 400 300 200 100 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Ipê Jatobá Eucalipto Pinus Fonte: ITTO/MIS. Nota: * Em virtude da ausência de dados para 2012, utilizou-se a média em relação ao ano anterior e posterior. 16

4 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS SOB CONCESSÃO Idealizada como um instrumento econômico de incentivo à produção sustentável e à conservação ambiental, a concessão florestal encontra-se em fase de consolidação no âmbito da política ambiental brasileira. Com o primeiro contrato assinado em outubro de 2008, o Brasil possuía, até junho de 2014, 513 mil hectares de florestas públicas federais concedidas. Nesse período, o Serviço Florestal Brasileiro, órgão gestor das concessões florestais federais, concedeu Unidades de Manejo Florestal (UMFs) em quatro Florestas Nacionais (Flonas): Jamari e Jacundá, no estado de Rondônia, e Saracá-Taquera e Crepori, no estado do Pará. 17

Tabela 3: Informações sobre datas, contratos e concessionários nas diferentes UMFs Flona UMF Concessionários Área da UMF (ha) Número do contrato e data de assinatura Publicação do contrato no DOU Início das operações Jamari I Madeflona¹ 17.176,36 N. 02/2008 16/10/2008 II Sakura² 32.998,1 N. 03/2008 21/10/2008 III Amata¹ 46.184,2 N. 01/2008 30/09/2008 n. 207, seção 3, página 117 de 24/10/2008 n. 207, seção 3, página 117 de 24/10/2008 n. 191, seção 3, página 122 de 2/10/2008 Setembro/2010 Setembro/2010 Setembro/2010 Saracá- Taquera II Ebata¹ 30.063,00 N. 01/2009 12/08/2010 n. 218, seção 3, página 138 de 16/11/2010 Setembro/2012 III Golf¹ 18.794,00 N. 01/2009 12/08/2010 n. 218, seção 3, página 138 de 16/11/2010 Setembro/2013 IA Ebata 26.898,00 N. 01/2014 25/03/2014 n. 62, seção 3, página 159 de 1/04/2014 - IB Samise 59.408,00 N. 02/2014 25/03/2014 n. 62, seção 3, página 159 de 1/04/2014 - Jacundá I Madeflona 55.014,27 N. 01/2013 05/06/13 II Madeflona 32.757,96 N. 02/2013 05/06/13 n. 119, seção 3, página 164 de 24/06/2013 n. 119, seção 3, página 164 de 24/06/2013 Julho/2014 - Crepori II Brasad OC 134.148,31 N. 03/2014 06/06/14 III Brasad OC 59.863,90 N. 04/2014 06/06/14 - - - - Total 513.306,10 Fonte: SFB (2014). Notas: ¹ Em produção ² Rescindido em Dezembro de 2012 18

Atualmente existem quatro UMFs em produção nas Florestas Nacionais do Jamari (RO) e de Saracá-Taquera (PA), que foram responsáveis por uma produção total de aproximadamente 50 mil metros cúbicos de madeira em tora no ano de 2012, o que representou um aumento de 41% em relação à produção total verificada no ano de 2011. Também é importante destacar os valores pagos pelas concessionárias ao SFB relacionados à outorga florestal no período compreendido entre os anos de 2011 e 2012, que totalizaram 5,56 milhões de reais. Figura 8. Volume de madeira em tora produzidas nas UMFs sob concessão, nos anos de 2011 e 2012 (m³) 60.000 50.000 40.000 m 3 30.000 20.000 35.477,82 49.971,83 10.000 0 2011 2012 Fonte: SFB (2013). Figura 9. Arrecadação proveniente das UMFs sob concessão, em 2011 e 2012 (R$) 4.000.000,00 3.500.000,00 3.000.000,00 2.500.000,00 R$ 2.000.000,00 1.500.000,00 3.488.674,17 1.000.000,00 2.074.163,84 500.000,00 0,00 2011 2012 Fonte: SFB (2014). 19

Regeneração ao redor de árvore explorada na FLONA do Jamari Arquivo de imagens GEMAF/SFB 20

5 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO EM 2015 Em conformidade com a legislação, o Serviço Florestal Brasileiro adotou uma metodologia que seleciona as florestas públicas para concessão florestal em 2015, em duas fases. Na primeira fase, foram excluídas todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para serem submetidas à concessão florestal e, na segunda fase, foram excluídas as áreas de florestas públicas federais que não se encontram aptas, ou que não são de interesse para o SFB, para serem submetidas à concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2015. A Figura 10 indica os diferentes filtros utilizados durante o processo de escolha. 21

Figura 10. Áreas excluídas durante o filtro de seleções 0,9% 0,8% 0,7% 0,3% 0,2% 4,5% 2,8% 1,1% 9,9% 39,7% 10,6% 28,5% TI + Comunitários FP estaduais e municipais Áreas de florestas públicas federais não destinadas, com exceção da área da gleba Curuquetê UCs de Proteção Integral UCs de Uso Sustentável Áreas que não possuem Plano de Manejo Áreas militares Áreas não prioritárias para concessão florestal Áreas de interesse para criação de UCs de Proteção Integral Áreas previstas para uso exclusivamente comunitário Áreas em Concessão Florestal Total de área passível para concessão floretal em 2015 22

Selecionaram-se oito florestas nacionais e uma área destacada de gleba não destinada, que totalizam cerca de 3,4 milhões de hectares, isto é, 1,1% do total de florestas públicas contidas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas. Tabela 4: Relação das FPFs passíveis de concessão no ano de 2015 (em ha) Região Estado N o Nome da FPF Área do decreto de criação 1 Área total do CNFP 1 Norte AM 1 Área destacada da Gleba Curuquetê - 29.714,00 PA 2 Floresta Nacional de Altamira 689.012,00 725.433,00 3 Floresta Nacional do Amana 540.417,17 540.410,60 4 Floresta Nacional de Caxiuana 200.000,00 322.400,00 5 Floresta Nacional de Crepori 740.661,00 739.804,81 6 Floresta Nacional de Itaituba I 220.034,20 221.730,00 7 Floresta Nacional de Itaituba II 440.500,00 402.983,00 8 Floresta Nacional do Trairão 257.482,00 210.530,51 RO 9 Floresta Nacional de Jacundá 220.644,00 221.752,00 Total 3.308.750,37 3.414.757,92 Fonte: SFB (2013). 1 Nota: A diferença observada entre essas áreas decorre do fato de que as informações dos limites das UCs foram obtidas em períodos diferentes e a partir de documentações existentes ou levantamentos de campo com diferentes padrões de precisão. Atualmente são utilizadas ferramentas de geoprocessamento que geram novos dados de área e distâncias com maior precisão. 23

Figura 11. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2015 e detalhamento das áreas localizadas na faixa de fronteira 24

A Lei nº 11.284/2006 prevê alguns mecanismos de acesso a micro, pequena e média empresas, a fim de promover a equidade na política de gestão florestal do país. Nesse sentido, a definição do tamanho das unidades de manejo deve considerar peculiaridades regionais, assim como a capacidade dos agentes envolvidos. A Tabela 5 apresenta as classes de tamanho das UMFs a serem consideradas para fins de concessão, quando da elaboração dos editais de licitação em 2015. Tabela 5: Classes de tamanho e áreas das UMFs para concessões de produtos madeireiros na Amazônia Categoria das Unidades de Manejo Pequenas Médias Grandes Tamanho das Unidades de Manejo Abaixo de 40.000 ha 40.000 a 80.000 ha Acima de 80.000 ha Fonte: SFB (2012). A oportunidade de acesso às concessões implica a inclusão obrigatória de, pelo menos, uma UMF pequena em cada lote a ser submetido a processo de licitação, para concessão florestal, por parte do SFB. Além disso, o artigo 77 da Lei 11.284/2006 veda a qualquer concessionário, individualmente ou em consórcio, deter mais de 10% do total da área das florestas públicas disponíveis para concessão em cada esfera de governo, a partir de março de 2016. O potencial de produção de madeira em tora nas florestas públicas federais passíveis de concessão em 2015 está entre 1,0 milhão e 1,2 milhão de m 3 /ano, dependendo da intensidade de exploração (ver tabela 6). Este potencial representa aproximadamente 10% do total de madeira em tora produzida na Amazônia Legal em 2012, que foi de 13,5 milhões de m³, de acordo com os dados do IBGE. 25

Tabela 6: Estimativa da produção de madeira nas florestas públicas federais passíveis de concessão em 2015 Descrição da Floresta Pública Área destinada ao Manejo Florestal (ha) UMFs (ha) Área de efetiva exploração¹ (ha) Estimativa de produção 18 (m³/ha/ano) 22 (m³/ha/ano) AM PA RO Área destacada da Gleba Curuquetê Floresta Nacional de Altamira Floresta Nacional do Amana Floresta Nacional de Caxiuana Floresta Nacional de Crepori Floresta Nacional de Itaituba I Floresta Nacional de Itaituba II Floresta Nacional do Trairão Floresta Nacional de Jacundá 23.771,20-23.771,20 14.262,72 17.432,21 448.406,00 361.917,00 307.629,45 184.577,67 225.594,93 364.449,39 303.254,00 257.765,90 154.659,54 189.028,33 183.695,70-156.141,35 93.684,81 114.503,65 490.199,00 442.388,24 376.030,00 225.618,00 275.755,34 362.403,14-308.042,67 184.825,60 225.897,96 210.530,51-178.950,93 107.370,56 131.230,68 111.692,00 111.457,00 94.738,45 56.843,07 69.474,86 Total 2.195.146,94 1.219.016,24 1.703.069,95 1.021.841,97 1.248.917,96 Fonte: SFB (2013). Nota: 1 Área destinada para manejo florestal empresarial subtraindo a Área de Proteção Permanente (~10%) e a reserva absoluta (~5%). 26

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