FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA EM IDOSOS



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Transcrição:

1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA EM IDOSOS JOÃO CARLOS LOPES BEZERRA Mossoró RN 2014

2 JOÃO CARLOS LOPES BEZERRA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA EM IDOSOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, como requisito final para obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Tenório da C. Júnior Mossoró-RN 2014

3 Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Bezerra, João Carlos Lopes. Facilitação neuromuscular proprioceptiva em idosos / João Carlos Lopes Bezerra. Mossoró, RN, 2014 45 f. Orientador(a): Prof. Dr. Arnaldo Tenório da C. Júnior Dissertação (Mestrado em Saúde e Sociedade). Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade. 1. Idoso - Dissertação. 2. Flexibilidade - Dissertação. 3. Força muscular - Dissertação. I. C. Júnior, Arnaldo Tenório da. II. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. III.Título. UERN/BC CDD 610.7 Bibliotecária: Elaine Paiva de Assunção CRB 15 / 492

4 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA A COMISSÃO ABAIXA ASSINADA APROVA A DISSERTAÇÃO INTITULADA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA EM IDOSOS Elaborada por JOÃO CARLOS LOPES BEZERRA COMO REQUISITO FINAL PARA A OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE EM SAÚDE E SOCIEDADE BANCA EXAMINADORA: Prof Dr Arnaldo Tenório da Cunha Júnior (Orientador) UFAL/AL Prof Dr Humberto Jeferson Medeiros UERN/RN Prof Dr Manoel da Cunha Costa UPE/PE Mossoró - RN 2014

5 DEDICATÓRIA Aos meus pais Carlos Lopes Bezerra e Maria da Conceição Bezerra Lopes, minha irmã Marcela Lopes Bezerra, minha esposa Rosaninny Maria Moura Lima e meu filho João Pedro Lima Bezerra, minhas eternas fontes de carinho, amor e inspiração.

6 AGRADECIMENTOS A Deus, por me fortalecer no seu amor, amparando-me nos momentos mais difíceis, por me dar confiança, determinação e coragem nas realizações dos meus objetivos de vida. Aos meus pais Carlos Lopes Bezerra e Maria da Conceição Bezerra Lopes por me ensinarem o quão importante é a busca pelo saber, por estarem sempre ao meu lado com amor, carinho e paciência, com certeza sem o apoio de vocês nada disso teria acontecido, nem poderia estar realizando este sonho. A minha irmã Marcela Lopes Bezerra fonte de inspiração por ser guerreira e perseverante nas suas lutas. A minha esposa Rosaninny Maria Moura Lima, meu porto seguro, pelo apoio incondicional em todos os momentos desta conquista, pelo amor, carinho e compreensão, sem você Rosa, não teria atingido meu objetivo. Ao meu filho João Pedro Lima Bezerra, com toda a sua pureza e inocência, é minha fonte inesgotável de energia para seguir firme nessa luta. Aos professores Humberto Jeferson e Maria Irany, pela acolhida, carinho, dedicação e ensinamentos oferecidos a mim durante toda esta jornada. Aos meus colegas de turma, especialmente, Gleidson, Nailton, Humbilina, Tiago, Nailton, Joelma, Dimas, Lorena, Luis Carlos, pelo amparo, incentivo, críticas e elogios, vocês com certeza são fundamentais nesta luta vitoriosa. Ao professor orientador Arnaldo Tenório da Cunha Júnior, pelas orientações, pelos ensinamentos, pelo companheirismo e pelos constantes incentivos nesta árdua jornada. Aos amigos de trabalho, que mesmo estando longe, sempre incentivaram e apoiaram-me nesta conquista.

7 SUMÁRIO RESUMO 9 ABSTRACT 10 1 INTRODUÇÃO 11 1.1 O Problema 11 1.2 Objetivos 13 1.2.1 Objetivo Geral 13 1.2.2 Objetivos específicos 13 1.3 Justificativa 13 1.4 Hipóteses 14 2 REVISÃO DE LITERATURA 15 2.1 O processo de envelhecimento 15 2.2 A importância do exercício físico para o idoso 16 2.3 Alterações cardiorrespiratórias no idoso 16 2.4 Alterações osteomioarticulares no idoso 18 3 METODOLOGIA 24 3.1 Caracterização da pesquisa 24 3.2 Amostra 24 3.2.1 Critérios de inclusão 24 3.2.2 Critérios de exclusão 24 3.3 Instrumentos de coleta dos dados 25 3.4 Procedimentos para coleta dos dados 26 3.5 Análise estatística 29 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 30 5 CONCLUSÃO 38 REFERÊNCIAS 39 APÊNDICE A- FICHA DE AVALIAÇÃO 44 APÊNDICE B- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 45 (TCLE)

8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Volumes pulmonares 27 TABELA 2 Força muscular respiratória 29 TABELA 3 Amplitude caixa torácica 30 TABELA 4 Teste de aptidão física para idosos (TAFI) 31 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Design da intervenção 26

9 RESUMO A pesquisa experimental teve como objetivo analisar a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva nas funções cardiorrespiratória e motora do idoso, em 48 idosos de ambos os sexos, sendo desses 24 do grupo controle com média de idade de 63,6 + 2,4 anos que não sofreu qualquer intervenção, e 24 do grupo intervenção com média de idade de 66,8 + 5,7 anos que foram submetidos a realização dos padrões bilaterais de membros superiores da facilitação neuromuscular proprioceptiva. Foram avaliados volume corrente, volume minutos, fluxo expiratório no primeiro segundo, frequência respiratória, pressão inspiratória máxima, pressão expiratória máxima, Cirtometria de tórax no nível de processo xifoide e mamilar e o teste de aptidão física do idoso (TAFI). Após 12 atendimentos observamos que os volumes pulmonares, bem como a frequência respiratória, apresentaram melhora significativa, quando comparamos o resultado do grupo intervenção com o grupo controle; já o fluxo expiratório no primeiro segundo (VEF1), apesar de apresentar melhora os resultados obtidos não foram significativos se comparados ao grupo controle; a força da musculatura respiratória o grupo intervenção não apresentou resultados significativos, porém, quando comparamos o grupo intervenção com o grupo controle mostram valores significativos na variável PeMáx; a expansibilidade torácica dos voluntários do grupo intervenção apresentaram ganhos significativos, porém quando comparamos o grupo intervenção com o grupo controle os resultados não foram significativos; o teste de aptidão física para idosos, no grupo intervenção, apenas as variáveis sentar e levantar e sentar e alcançar, não apresentaram resultados significativos, porém, quando comparamos o grupo intervenção com o grupo controle observamos que a pesquisa contribuiu para a melhora da funcionalidade do grupo intervenção, uma vez que, gerou resultados significativos nas variáveis sentar e levantar, flexão de antebraço, levantar e caminhar, caminhada de 6 minutos e marcha estacionária, porém, não existiu diferença significativa nas varáveis sentar e alcançar e alcançar as costas. Concluindo assim que a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva nos idosos promoveu melhora das aptidões cardiorrespiratórias e na funcionalidade dos idosos. Palavras-Chave: Idoso, funcionalidade, flexibilidade, força muscular, propriocepção.

10 ABSTRACT Experimental research aimed to examine the application of proprioceptive neuromuscular facilitation in cardiorespiratory and motor function in the elderly, in 48 patients of both sexes, with 24 of those in the control group with a mean age of 63.6 + 2.4 years not suffered any intervention, the intervention group and 24 with a mean age of 66.8 + 5.7 years who underwent bilateral achieving the standards of upper limb proprioceptive neuromuscular facilitation. Tidal volume, minute volume, expiratory flow in one second, respiratory rate, maximal inspiratory pressure and maximal expiratory pressure, cirtometry chest at nipple level and xiphoid process and the physical fitness test for the elderly ( TAFI ) were evaluated. After 12 visits observed that lung volumes and respiratory rate, showed significant improvement when comparing the result of the intervention group with the control group, whereas the expiratory flow in one second ( FEV1 ), although the results show improvement not were significant compared to the control group, the strength of respiratory muscles the intervention group showed no significant results, however, when comparing the intervention group with the control group showed significant values in MEP variable; chest expansion of the volunteers in the intervention group showed significant gains but when comparing the intervention group with the control group results were not significant, the physical fitness test for the elderly, in the intervention group, only the variables sit and stand and sit and reach, not significant, however, when we compare the intervention group with the control group observed that the research helped to improve the functionality of the intervention group, since generated significant results in variable sitting and standing, flexion forearm up and walk, 6-minute walk and stationary gait, but, no significant difference in the variables sit and reach and reach the back. Thus concluding that the application of proprioceptive neuromuscular facilitation in elderly promoted improvement of cardiorespiratory capabilities and functionality of the elderly. Key words: Aged, Functioning, Muscle Strength, Proprioception.

11 INTRODUÇÃO 1.1 O PROBLEMA O Brasil envelhece de forma rápida e intensa. No Censo de 2000, contava com mais de 14,5 milhões de idosos, em sua maioria com baixo nível socioeconômico e educacional e com uma alta prevalência de doenças crônicas e causadoras de limitações funcionais e de incapacidades. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorporados à população brasileira. Essa transição demográfica repercute na área da saúde, em relação à necessidade de (re)organizar os modelos assistenciais. A maior causa de mortalidade entre idosos brasileiros é o acidente vascular cerebral. Na transição epidemiológica brasileira ocorrem incapacidades resultantes do nãocontrole de fatores de risco preveníveis (BRASIL, 2006). O processo de envelhecimento promove mudanças fundamentais relacionadas com a idade que obedecem a quatro condições: redução da funcionalidade; estabelecimento gradual e progressivo; não estar relacionadas a fatores extrínsecos; e universalidade. A velocidade dessas transformações e a extensão do declínio variam muito entre os diversos tecidos e funções, como também variam de indivíduo para indivíduo, confirmando assim as particularidades do processo de envelhecimento biológico. As mudanças morfofuncionais ao longo da vida, diante de muitos aspectos que as caracterizam, clamam para a necessidade de propiciar à pessoa idosa uma atenção abrangente à saúde, objetivando com isso, não apenas o controle das doenças, mas, também, o bem estar físico, psíquico e social; em outras palavras, busca-se a qualidade de vida As alterações do sistema respiratório com o processo de envelhecimento caracterizam-se por um conjunto de mudanças morfológicas e funcionais que modificam a estrutura do pulmão, caixa torácica, musculatura respiratória e causa insuficiência da função pulmonar O processo de envelhecimento pode provocar na coluna torácica e articulações costovertebrais, alterações de ordem estrutural. O enrijecimento do gradil costal é a principal alteração, favorecendo a diminuição da complacência total do aparelho respiratório no idoso (ROSSI, WATSON et al. 2011)

12 O envelhecimento fisiológico acomete também o tecido muscular, havendo a substituição do mesmo por tecido gorduroso, que associado ao imobilismo e a inatividade física, pode levar à redução da massa e potência da musculatura esquelética. O diafragma, principal músculo da respiração, apresenta redução da força em cerca de13 a 25%, quando comparado com um indivíduo adulto jovem. A força muscular diminui com o envelhecimento e pode estar relacionada com a redução de fibras musculares do tipo II. entre outras No pulmão a maior alteração encontrada em indivíduos da terceira idade é a diminuição do tamanho das vias aéreas, entretanto o estreitamento dos bronquíolos, o aumento dos ductos alveolares e o achatamento dos sacos alveolares são resultantes das alterações na concentração de elastina e colágeno, perdidas no processo de envelhecimento Do mesmo modo, a facilitação neuromuscular proprioceptiva visa conseguir o movimento normal que dependerá das ações integradoras do sistema nervoso central, da morfologia, da cinesiologia, do aprendizado do desenvolvimento motor e da conduta motora; apresentando padrões básicos de movimento que promovem e aceleram as respostas dos mecanismos neuromusculares através da estimulação dos receptores(marques; NOGUEIRA, 2011). A facilitação neuromuscular proprioceptiva é uma abordagem de exercícios que combina padrões de movimentos diagonais com base funcional e técnicas de facilitação neuromuscular para promover respostas motoras e melhorar o controle e a função neuromuscular, a qual pode ser usada para desenvolver força e resistência muscular à fadiga; facilitar a estabilidade, mobilidade e os movimentos coordenados, além disso, desenvolver o nível físico e psicológico do paciente, facilitando, portanto, o alcance do mais alto nível funcional do mesmo. Essa técnica utiliza-se de contrações concêntricas, excêntricas e estáticas, combinados com resistência propriamente graduada e procedimentos facilitadores adequados, todos ajustados para atingir as necessidades de cada paciente (ADLER, BECKERS; BUCK, 1999; COLBY; KISNER, 2009). A atividade física contribui para compensar determinada deficiência, aumentar a capacidade funcional ou simplesmente proporcionar prazer. Uma vez que duas das inúmeras causas de alta taxa de mortalidade, entre a população idosa é a baixa aptidão física e a falta de bem estar funcional.

13 O exercício simultâneo de ambos os braços leva sempre a uma maior demanda dos músculos do tronco do que o trabalho de um único membro superior e tal demanda do tronco pode ser aumentada utilizando-se posturas com menos suporte, tais como sentado, de joelhos ou em pé (ADLER, BECKERS; BUCK, 1999). Diante da problemática apresentada, a facilitação neuromuscular proprioceptiva pode promover melhoria nas funções cardiorrespiratórias e motoras do idoso? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral O presente estudo tem como propósito analisar a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva nas funções cardiorrespiratória e motora do idoso. 1.2.2 Objetivos Específicos Quantificar os volumes pulmonares e fluxo expiratório antes e após a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva; Mensurar a força da musculatura respiratória pré e pós intervenção da facilitação neuromuscular proprioceptiva; Comparar a amplitude de caixa torácica pré e pós intervenção da facilitação neuromuscular proprioceptiva; Avaliar a funcionalidade pré e pós aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva. 1.3 JUSTIFICATIVA Expandir os conhecimentos científicos e técnicos acerca dos padrões bilaterais de membros superiores de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) para esta área, abrindo desta forma campo para diversas pesquisas deste gênero; Servir de auxílio para os profissionais e acadêmicos da área da saúde que trabalham com exercício físico, pois fornece subsídios que ajudarão na identificação de possíveis alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento;

14 Além disso, esse trabalho mostra mais uma proposta terapêutica para evitar complicações respiratórias e incapacidades; evitando gastos e despesas, de possíveis internações decorrentes de patologias respiratórias, contudo, melhorando a qualidade de vida do idoso, uma vez que, atualmente 12,6% mortalidade de pessoas idosas está associada a doenças respiratórias (Asten et al. 2012), uma forma de prevenir e tratar as complicaçoes respiratórias diminuindo o índice de mortalidade nessa população é assegurar a execução da política nacional de saúde do idoso que diz que deve-se garantir a participação do idoso na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida. 1.4 HIPÓTESES H 1 - A facilitação neuromuscular proprioceptiva provocará melhorias nas funções cardiorrespiratória e motora do idoso. H 0 - A facilitação neuromuscular proprioceptiva não provocará melhorias nas funções cardiorrespiratória e motora do idoso.

15 II REVISÃO DE LITERATURA 2.1 O processo de envelhecimento O envelhecimento é um processo ou um conjunto de processos que ocorre em organismos vivos e que com o passar tempo leva a uma perda de adaptabilidade, capacidade funcional e, finalmente, à morte (MORAES, SOUZA et al. 2012). O processo de envelhecimento, processo inexorável aos seres vivos, conduz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do organismo, aumentando o risco do sedentarismo. Além disso, essas alterações, nos domínios biopsicossociais, põem em risco a qualidade de vida do idoso por limitar a sua capacidade de realizar, com vigor, as suas atividades do cotidiano e colocar em maior vulnerabilidade a sua saúde. O processo rápido de envelhecimento da população brasileira vem sendo ultimamente enfatizado particularmente, no que se refere a suas implicações sociais e em termos de saúde pública. No período de 1980 ao ano 2000, paralelamente a um crescimento da população total de 56%, estima-se um aumento da população idosa no Brasil em mais de 100%. A faixa etária com 60 anos ou mais passará de 5% da população total, em 1960, para 14% em 2025, quando então o Brasil figurará com uma proporção de idosos semelhante ao que se registrou em 1999 em países desenvolvidos (IBGE, 1999). 2.2 A importância do exercício físico para o idoso A prática de atividades físicas é de fundamental importância para a qualidade de vida do idoso, promovendo melhora na capacidade funcional (flexibilidade, força, agilidade, condicionamento cardiorrespiratório), reduzindo o efeito deletério do processo de envelhecimento (FRANCHI et al, 2008).

16 A participação nas atividades físicas por idosos pode ser um importante fator para a manutenção da aptidão funcional no decorrer do processo de envelhecimento. Percebe-se, também, a necessidade de campanhas que fomentem a conscientização dos idosos em relação à importância de sua participação nos programas de atividades físicas, permitindo obtenção de resultados satisfatórios (CIPRIANI et al, 2010). 2.3 Alterações cardiorrespiratórias no idoso A função pulmonar declina lentamente durante toda a vida adulta, mesmo em indivíduos saudáveis. Diversos fatores correlacionam-se com o declínio da função pulmonar, dentre eles o tabagismo moderado a intenso, exposições ocupacionais, hipersensibilidade de vias aéreas e desnutrição. Fatores que afetam o tamanho do pulmão também estão associados a uma redução discreta na função pulmonar, como altura, peso, tamanho da cintura e raça (RUIVO, et al, 2009). Todas as estruturas relacionadas à respiração alteram-se com o envelhecimento. Acredita-se que o declínio do sistema cardiorespiratório inicie-se aos 20 anos. Estudos transversais revelam que o declínio da função acelere após os 70 anos (RUIVO, et al, 2009). Com o envelhecimento os alvéolos sofrem discreta redução em sua superfície total e os septos inter-alveolares rompem-se, fazendo com que haja fusão alveolar diminuída. A área funcional do sistema respiratório disponível para as trocas gasosas reduz-se 0.27m² ao ano. As paredes das vias aéreas tornam-se menos resistentes, predispondo ao colabamento expiratório (RUIVO, et al, 2009). Além da diminuição das capacidades funcionais, a inatividade física associada ao processo de envelhecimento provoca alterações anatômicas no pulmão que em conjunto com a reorientação das fibras elásticas, ocasiona redução da elasticidade pulmonar que contornam alvéolos e ductos alveolares, aumento da complacência pulmonar, redução da capacidade de difusão do oxigênio, fechamento prematuro das vias aéreas e, consequentemente, redução dos fluxos e volumes respiratórios.

17 A mensuração dos volumes pulmonares dentre eles o volume corrente e o volume minuto, podem ser feitos através do uso do ventilômetro, permitindo ao fisioterapeuta uma monitorizarão bastante fidedigna da função pulmonar do paciente (ARAÚJO et al, 2012). A ventilometria é uma técnica que objetiva mensurar os valores ventilatórios próprios do paciente e para isso, durante a aplicação da técnica o paciente deve estar sentado, numa posição confortável, com o tórax ereto (ARAÚJO et al, 2012). O volume minuto (VM) é a quantidade total de ar que se movimenta pelas vias aéreas a cada minuto. A medida do volume minuto consiste em acoplar a boca do paciente ao ventilômetro durante um minuto, ao mesmo tempo em que o fisioterapeuta verifica a freqüência respiratória (f). A divisão do volume minuto pela freqüência respiratória será igual à medida do volume corrente (VC) por unidade de minutos. O valor do volume corrente normal é de aproximadamente 500ml (5 a 8ml/kg) e o volume minuto é estimado em 5 a 10l/min. Os parâmetros indicativos de normalidade da ventilometria em repouso são: VM entre 6 e 15 l/min em um indivíduo de condições normais, porem sofrendo variação de pessoa para pessoa de acordo com o VC e a f também são variáveis, ficando tipicamente os valores do VC entre 400 e 600 ml e f variando entre 10 e 25 irpm (ARAÚJO et al, 2012). Fontana; Marin (2013) realizaram pesquisa de treinamento da musculatura respiratória com o Threshold TM, e propõe que o aumento do VC é um importante marcador da eficiência da respiração diafragmática, demonstrando que a associação positiva entre movimento diafragmático e elevação do VC durante a respiração diafragmática, sugere que a mobilidade do diafragma pode ser determinante na capacidade de incremento ventilatório. Fernandes (2007) estudou o padrão respiratório, movimentação tóracoabdominal e a ventilação durante a respiração diafragmática, e seus resultados demonstram aumento considerável do volume corrente durante a realização da respiração diafragmática nos grupos controle, estudo moderado e estudo grave, com valores pré-respiração diafragmática, durante e após respiração diafragmática. Tal pequisa também ressalta que a ventilação pulmonar minuto se elevou significativamente durante a respiração diafragmática.

18 2.4 Alterações osteomioarticulares no idoso Com o advento da terceira idade, surge uma perda de massa muscular, denominada sarcopenia, acompanhada por uma substituição paulatina de músculos esqueléticos por colágeno e gordura. Essa perda é fruto do desuso, de doenças, da subnutrição e dos efeitos cumulativos da idade. A atrofia muscular representa 20% a menos de fibras musculares no idoso em relação ao adulto, havendo maior declínio nas fibras tipo II e pela confirmação histológica detecta-se a perda gradativa das fibras esqueléticas, de forma seletiva. Outro indicador dessa alteração é a tomografia computadorizada, que indica a diminuição da secção transversa do músculo após os 30 anos observando-se concomitantemente o acúmulo intramuscular de gordura. A excreção de creatina urinaria também reflete esta perda, podendo-se relaciona o conteúdo desta substancia nos músculos e a massa muscular total, o que demonstra uma perda de aproximadamente 50% entre os 20 e 90 anos. Com o avanço da idade ocorre ainda o declínio da força muscular, confirmando com dados longitudinais que indicam diminuição em aproximadamente 15% por década, até a 6ª e 7ª década, evoluindo para 30% a partir da 8ª década. Descrevem ainda que aos 80 anos, o indivíduo apresenta uma perda de 40 a 50% tanto da força muscular, quanto da massa muscular, fibras musculares e motoneurônios alfa. A força muscular respiratória, avaliada através da pressão inspiratória máxima (P I Máx) e da pressão expiratória máxima (P E Máx), tem sido estudada amplamente nos últimas décadas como uma técnica eficaz de avaliação da força respiratória. A P E Máx é uma medida que indica a força dos músculos abdominais e intercostais, enquanto que a PIMáx indica a força do músculo diafragma. Entretanto, a maioria dos autores considera que a P I Máx corresponde à força do conjunto de todos os músculos respiratórios (ARAÚJO et al, 2012). Atualmente, tem sido empregado um método de avaliação pressórica, com medição da pressão inspiratória e expiratória máxima (P I Máx e P E Máx) por meio da manovacuometria. O manovacuômetro tem como finalidade medir pressões positivas (manômetro) e pressões negativas (vacuômetro) (ARAÚJO et al, 2012).

19 A manovacuometria avalia somente a força do conjunto dos músculos inspiratórios ou expiratórios, e não de cada músculo isoladamente, sendo assim, uma forma indireta da medição da força muscular respiratória (ARAÚJO et al, 2012). A força muscular respiratória é definida como a pressão mínima e máxima mensurada no nível da boca, atribuída a um esforço muscular necessário para produzir a mudança de pressão. A força de contração da musculatura respiratória está diretamente relacionada com as propriedades intrínsecas dos músculos diafragma, abdominais e intercostais. As pressões geradas no sistema respiratório dependem das propriedades elásticas do pulmão e parede torácica (AZEREDO, 2002). Avaliação pulmonar é importante para detectar as alterações decorrentes da perda de força dos músculos respiratórios e alterações na mobilidade do tórax, resultante de encurtamento, fraqueza muscular e perda da tração elástica pulmonar (AZEREDO, 2002). A medida da força dos músculos respiratórios tem um emprego amplo e desde as décadas de 60 e 70 é considerado como um método simples, prático e preciso, permitindo o diagnóstico de insuficiência respiratória por falência muscular, diagnóstico precoce de fraqueza dos músculos respiratórios, auxiliando na avaliação da mecânica respiratória tanto em pessoas sadias como nas com alguma disfunção respiratória (ARAÚJO et al 2012). O valor normal da P I Máx em adulto jovem é de -90 a -120cmH20 e da é de PEMáx 100 a 150 cm H20 e, em ambos os sexos, a partir dos 20 anos de idade, ocorre um decréscimo anual de 0.5cm H20 (ARAÚJO et al 2012). A manutenção do tecido ósseo é responsabilidade dos osteoblastos e osteoclastos que realizam a constante remodelação, através dos processos de formação e absorção, respectivamente. Com o passar do tempo o equilíbrio entre esses dois processos é variável, havendo predomínio da formação óssea nas duas primeiras décadas de vida e, em menor ritmo, após a junção das epífises óssea. Além disso, ocorre uma diminuição em termos de números e atividade dos osteócitos, desequilibrando o metabolismo do cálcio e diminuindo a quantidade deste na matriz óssea (YOKOCHI, WATANABE et al. 2012)

20 O homem atinge o seu pico de massa óssea na quarta década de vida, estabilizando-se então a taxa de formação e sobressaindo-se a taxa de absorção do osso e em conseqüência disso, ocorre progressivamente perda absoluta de massa óssea, chamada de osteopenia fisiológica. Esta perda de massa óssea é heterogênea, visto que há de existir redução de osso trabecular antes dos 50 anos. Por outro lado, observa-se atrofia do osso cortical, que constitui 80% do esqueleto humano maduro. Outros constituintes do sistema osteomioarticular são as articulações, que se constituem em conexão entre os ossos e o restante do esqueleto. A maioria das articulações do corpo humano apresenta uma cápsula, formada por uma membrana sinovial e revestimento cartilaginoso nas extremidades ósseas conectadas. Essa cartilagem é hialina e produz o liquido sinovial, que lubrifica a articulação e entre a própria cartilagem (YOKOCHI, WATANABE et al. 2012). A cartilagem articular é formada por uma matriz de cartilagem com alto grau de hidratação, em conjunto com agregados proteoglicanos. Este último constituinte condral possui rápido ritmo metabólico e com o envelhecimento sofrem uma diminuição no seu poder de agregação, diminuindo a resistência mecânica da cartilagem as cargas compressivas. O processo de envelhecimento ocasiona também uma drástica diminuição na capacidade de reparo de danos, que em conjunto com a redução da qualidade e quantidade de liquido sinovial na articulação, contribui para a deteriorização da cartilagem articular, bem como de toda estrutura articular de tecidos periarticulares. Nas cápsulas e ligamentos articulares ocorrem modificações, havendo incremento nas fibras de colágeno e perda de fibras elásticas. Este processo afeta diretamente e indiretamente a extensão e a qualidade do movimento em indivíduos de idade avançada, resultando em movimentos mais lentos e reduzida coordenação motora. As conseqüências disso são maior imobilismo, instabilidade postural, alterações na cinemática e na cinética da marcha, que tem seu padrão alterado durante toda a vida, começando a denotar um significado clínico a partir dos 70 anos. Em indivíduos idosos pode ser visível a hipercifose torácica, hiperlordose lombar, valgismo de quadril, alargamento da base de apoio, bem como menor comprimento de passos e redução da extensão de joelho e flexão plantar.

21 Todas essas alterações do sistema osteomioarticular exercem influências negativas na vida do idoso. Dores e disfunções em músculos, ossos e articulações são algumas dos principais queixas de indivíduos idosos, podando os movimentos e posturas viciosas, que afetam a realização de atividades laborais, recreacionais ou de vida diária. Ribeiro, Domingues e Silva (2008) relatam que o treinamento da flexibilidade, associado ao treinamento de força, por exemplo, pode propiciar ações motoras mais eficientes, em uma amplitude de movimento maior, facilitando a manutenção do grau articular. Cipriani et al (2010) realizaram pesquisa com idosos que praticavam atividade física de dança folclórica para a terceira idade no centro de desporto da Universidade Federal de Santa Catarina e identificaram melhora na aptidão funcional de idosos, no decorrer dos 10 meses de participação em um programa de atividades físicas, sendo que a agilidade/equilíbrio dinâmico e coordenação foram as variáveis que tiveram alterações significantes e positivas. As variáveis resistência de força de membros superiores, resistência aeróbia geral e flexibilidade não tiveram alterações significantes, porém evidencia-se a importância na manutenção destas. Podemos constatar que a atividade física foi um dos fatores que colaborou para as melhoras identificadas, especialmente, nos idosos acima de 80 anos e aqueles praticantes de atividades físicas há mais de 10 anos. Zago et al (2000) afirmam que os indivíduos da terceira idade detêm um potencial para melhorar a resistência muscular, que a resistência de força muscular pode ser desenvolvida mesmo com a prática de exercícios físicos generalizados e de intensidade moderada desde que por tempo prolongado. Silva, Santos Filho e Gobbi (2006) relatem que um programa de atividades físicas generalizadas, sob supervisão profissional, parece atender melhor os critérios de eficiência e eficácia para melhorar e/ou manter a capacidade funcional em mulheres idosas. Tal achado pode ser explicado pelo fato de que esse tipo de intervenção propicia benefícios em quase todos os componentes da capacidade funcional (força e resistência muscular, coordenação motora, capacidade aeróbia, agilidade, equilíbrio).

22 Meneses, Burke e Marques (2012) concluiram que a falta de equilíbrio e do controle postural favorecem o aumento do número de quedas entre a população idosa. Gonçalves et al (2010) afirmam que quanto melhor é o desempenho na coordenação e agilidade maior é o nível de independência funcional para a realização das atividades da vida diária. No idoso, o núcleo pulposo dos discos intervertebrais perde água e proteoglicanos e as fibras colágenas deste núcleo aumentam em numero e espessura, ao contrário do anel fibroso, no qual elas ficam mais delgadas. Com isso, a espessura do disco se reduz, acentuando as curvas da coluna e contribuindo para o aumento da cifose, principalmente a torácica, havendo aumento ântero-posterior do tórax e redução da mobilidade torácica (FECHINE E TROMPIERI, 2012). O aumento da cifose torácica faz com que uma eventual sobrecarga leve a uma solicitação exagerada da musculatura respiratória, principalmente esternocleidomastoideos, peitorais maiores e trapézios, ocorrendo redução na ativação dos músculos primários da respiração, que se encontram em franca desvantagem biomecânica ou com perda de força muscular em decorrência do envelhecimento (FECHINE E TROMPIERI, 2012). Moreno et al (2009) concluíram que a facilitação neuromuscular proprioceptiva parece ser um programa de exercícios eficiente, por promover aumento na cirtometria em um curto período de tempo, sugerindo que pode ser utilizado como recurso fisioterapêutico para o desenvolvimento da mobilidade torácica. Com o envelhecimento, uma maior quantidade de colágeno é sintetizada, surgem ligações cruzadas nas moléculas e há maior resistência à ação da colagenase. Em conseqüência disto, aumenta-se a rigidez dos tecidos e há maior dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células e dos metabólitos das células para os capilares, o que ocasiona deterioração progressiva da função celular (FECHINE E TROMPIERI, 2012). Em conseqüência destas observações, nota-se nos idosos uma insuficiência restritiva, obstrutiva e difusional. No entanto, estas deficiências tornam-se evidentes apenas em condições de esforço ou quando o idoso apresenta um processo

23 patológico pulmonar que vai somar-se às alterações determinadas pelo envelhecimento (FECHINE E TROMPIERI, 2012). Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) é um método idealizado pelo Dr. Herman Kabat na década de 50, desenvolvido com base nos conceitos neurofisiológicos, que visa enviar informações aferentes ao sistema nervoso central, originadas de receptores especializados, os mecanorreceptores, com outros receptores proprioceptivos localizados nas articulações, tendões e nos músculos. Os sinais são interpretados e a estimulação desses receptores resulta na sensibilidade proprioceptiva e na estabilização muscular reflexa, e assim acelerar a funcionalidade (MARINHO JUNIOR et al, 2013).

24 III METODOLOGIA 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA A pesquisa realizada é experimental, caracterizada por verificar as possíveis influências dos padrões bilaterais de facilitação neuromuscular proprioceptiva, na mecânica respiratória do idoso. 3.2 AMOSTRA Amostra não probabilística, intencional, composta por 48 idosos cadastrados nos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS) do município de Upanema/RN, resultando em um grupo intervenção (GI) composto por 24 idosos e o grupo controle (GC) composto por 24 idosos, escolhidos de forma intencional, de acordo com critérios de inclusão e exclusão. 3.2.1 Critérios de inclusão Ser maior de 60 anos; Sexo masculino ou feminino; Não possuir doença secundária como: Acidente Vascular Encefálico, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Alzheimer, Parkinson, Espondilite Anquilosante, Pneumonia, Tuberculose, Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. 3.2.2 Critérios de exclusão - Faltar mais de 90 dias seguidos ao atendimento; - Apresentar alterações músculos-esqueléticos que impossibilite a realização dos movimentos propostos; - Fazer uso de vasodilatador após o início da intervenção proposta.

25 3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DOS DADOS Foi utilizada uma ficha de avaliação funcional padronizada, elaborada pelos autores (Apêndice A), que contém dados de identificação, avaliação respiratória (ventilometria, espirometria, manovacuometria e cirtometria de tórax) e testes de aptidão física para idosos (TAFI) (RIKLI e JONES, 1999), composto por testes funcionais como: Sentar e levantar 30, flexão de braço 30, caminhada de 6 minutos, marcha estacionária de 2, sentar e alcançar, alcançar as costas, levantar e caminhar, além de dinamometria de paravertebrais e romboides. Os materiais para proceder à investigação foram solicitados à administração da clínica de fisioterapia da Universidade Potiguar, campus Mossoró. Para quantificar os volumes pulmonares utilizamos um ventilômetro da marca Ferraris Mark 8, com calibração de 100 litros (Nagato el al, 2012). Na mensuração do fluxo expiratório do idoso com a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva utilizamos o espirômetro portátil One Flow FVC (Nagato el al, 2012). A avaliação da força muscular respiratótia se deu através do Manovacuômetro: aparelho utilizado para medir Pressão Inspiratória Máxima (P I Máx) e Pressão Expiratória Máxima (P E Máx), da marca Ger-Ar-SP portátil (Indústria Brasileira), com calibração de +300 cmh2o para pressão expiratória máxima e -300 cmh2o para pressão inspiratória máxima (ver anexo B) (Nagato el al, 2012). Utilizou-se fita métrica de 1,50 metros para avaliação da expansibilidade torácica pré e pós aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva (Rodrigues et al, 2012). Na avaliação de força de membros inferiores e membros superiores; flexibilidade de membros superiores e inferiores, aptidão física e mobilidade foi aplicado o TAFI Teste de Aptidão Física para Idosos (Rickli e Jones, 1999). Hateres e anilhas de 1 a 5 Kg. Cronometro digital Cassio HS-30W Esfignomanômetro: aparelho utilizado para verificar a pressão arterial calibrado em mmhg, mecânico, tipo aneróide, com escala de 0 a 300 mmhg, da marca Premium; Estetoscópio: aparelho utilizado para realizar ausculta pulmonar e cardíaca, de marca Premium.

26 3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DOS DADOS A pesquisa foi realizada no Centro de Referência e Assistência Social CRAS da cidade de Upanema-RN. A amostra foi dividida em dois grupos, sendo grupo GT grupo teste e o grupo GC grupo controle, todos os voluntários foram orientados sobre o propósito do estudo e seus procedimentos e em seguida solicitado a sua autorização por meio de um termo de consentimento esclarecido (Apêndice B). Após a aceitação do mesmo a amostra foi submetida a uma avaliação funcional e através de exame clínico-funcionais específicos como: ventilometria, para obtenção dos valores de volume minuto (VM) e frequência respiratória(f) para a partir destes calcular o volume corrente (VC), da seguinte forma VC=VM/f; espirometria para avaliação do volume expiratório forçado no 1º segundo (VEF1); manovacuometria, para avaliação da força da musculatura respiratória através da pressão inspiratória máxima (PiMáx) e pressão expiratória máxima (PeMáx); avaliação da aptidão cardiorrespiratória, através do teste de caminhada de 6 minutos e da marcha estacionária de 2 minutos; dinamometria dos músculos paravertebrais; além da realização do teste de 1RM (repetição máxima), para quantificação da resistência imposta aos voluntários durante aplicação da intervenção. Em seguida foi aplicada a facilitação neuromuscular proprioceptiva, utilizando padrões bilaterais simétricos simultâneos de MMSS nas diagonais D1 (flexão, adução, rotação externa) e D2 (flexão, abdução, rotação externa) agonista em 3 séries de 10 repetições (American Heart Association, 2007) em cada diagonal com 80% de 1 RM, associado com exercícios respiratório diafragmático, realizando a inspiração durante a fase de contração muscular concêntrica, tanto a avaliação quanto a aplicação da técnica proposta foram realizadas com o paciente sentado, de forma confortável, estando seu tronco formando um ângulo de 90º com as coxas, sem restrições à expansão pulmonar (MORENO et al, TARTARUGA et al, 2005). Durante a avaliação respiratória foi adaptado um clipe nasal para não haver escape de ar, em seguida, foi acoplado o manovacuômetro na boca do paciente por intermédio de uma peça bucal, e orientado ao indivíduo avaliado que segurasse firmemente o bocal contra os lábios evitando vazamento peri oral de ar. A medida da pressão inspiratória máxima foi executada através de uma expiração forçada fora do bocal, a partir da capacidade pulmonar total (CPT) até o volume residual (VR) seguido de uma manobra de inspiração profunda contra uma válvula ocluída e com

27 a boca acoplada ao bocal do manovacuômetro ate a CPT, realizadas três vezes, com intervalo de descanso de um minuto entre uma medida e outra, registrando-se a maior delas em cmh2o. Já a medida da pressão expiratória máxima foi feita através de uma inspiração profunda fora do bocal a partir do VR até a CPT, em seguida com a boca do paciente acoplada à peça bucal, o mesmo realizará uma expiração forçada contra uma válvula ocluída, até o VR, também executada três vezes, com intervalo de descanso de um minuto entre uma medida e outra, registrando-se a maior delas em cmh2o. Com o intuito de mensurar o volume corrente (VC) e o volume minuto (VM), foi utilizado o ventilômetro, posicionando o paciente sentado, de forma confortável, estando seu tronco formando um ângulo de 90º com as coxas, sem restrições à expansão pulmonar, e com a finalidade de conseguir o valor do VM foi solicitado que inspire e expire espontaneamente durante um minuto com a boca acoplada ao bocal do ventilômetro, estando suas vias aéreas superiores ocluídas por um clipe nasal, ao mesmo tempo em que será obtida sua freqüência respiratória (f). Subsequentemente, o VC será obtido a partir do VM e da f através da seguinte fórmula: VC = VM/f. Espirometria é um teste de função pulmonar amplamente utilizado, ideal para descrever os efeitos da obstrução e restrição sobre a função pulmonar. É uma poderosa ferramenta de diagnóstico precoce de danos nos pulmões e nas suas estruturas. (MEO, 2011), então através deste avaliaremos o volume expirado no primeiro minuto (VEF1) e fluxo expiratório final (FEF), para este o paciente estará sentado, de forma confortável, estando seu tronco formando um ângulo de 90º com as coxas, sem restrições à expansão pulmonar. Avaliamos a aptidão física através do teste de caminhada de 6 minutos, onde o paciente caminha durante 6 minutos, após o tempo de 6 minutos foi medida a distância percorrida pelo voluntário. Teste de 1RM será realizado com o paciente em pé, coluna ereta, solicitando do paciente flexão, abdução com rotação externa de ombro e flexão adução com rotação externa de ombro do lado dominante e aumentando o 1 kg até a mensuração da carga total de 1RM. Para intervenção aplicaremos resistência de 80% de 1RM (TARTARUGA et al, 2005).

28 O projeto teve duração de 1 meses, com freqüência de três vezes por semana(american Heart Association, 2007), em cada atendimento, antes e após a aplicação das técnicas, foram verificados os sinais vitais do paciente: pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC) e freqüência respiratória(f) da amostra. Além disso, os indivíduos deste estudo foram reavaliados ao final de 12 atendimentos, para acompanhamento da evolução da intervenção, e diariamente foram questionados sobre o aparecimento de alguma queixa ou intercorrência, ao final do tratamento foi feita uma reavaliação respeitando todos os critérios utilizados durante a avaliação inicial. O grupo intervenção (GI) e o grupo controle (GC) seguiram as etapas descritas na figura abaixo: GI/GC GI GI/GC Avaliação Intervenção Reavaliação Manuvacuometria Manuvacuometria Ventilometria Espirometria Cirtometria de tórax Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (12 sessões) Ventilometria Espirometria Cirtometria de tórax TAFI TAFI Figura 01: Design da intervenção Fonte: o autor

29 3.5 Análise Estatística Após o término da aplicação da pesquisa, os pacientes foram reavaliados e os dados convertidos em valores estatísticos agrupados em tabelas apresentados em média e desvio padrão, aplicando a teste de normalidade de Kolmogorov, teste t de student para amostras pareadas e para amostras independentes e a significância adotado foi de 95% para um erro do tipo I (p<0,05), para análise dos dados foi utilizado o software SPSS 20.0.

30 IV RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados 48 idosos de ambos os sexos, sendo desses 24 do grupo controle com média de idade de 63,6 + 2,4 anos, e 24 do grupo intervenção com média de idade de 66,8 + 5,7 anos, apresentando os seguintes resultados: Tabela 01: Volumes pulmonares Volumes Pulmonares Antes do Tratamento Grupo Intervenção Depois do Tratamento Valor p VM 10,82 + 5,80 10,29 + 3,60,706 VC 576,99 + 239,53 641,83 + 183,41,298 VEF1 96,46 + 36,13 21,31 + 41,37,000* F 18,96 + 3,62 14,99 + 3,80,001* Volumes Pulmonares Grupo Intervenção x Grupo Controle Depois do Tratamento Valor p VM 8,69 + 4,64 10,29 + 3,60,002* F 15,28 + 2,95 14,99 + 3,80,000* VC 465,50 + 192,43 641,83 + 183,41,000* VEF1 21,31 + 41,37 78,17 + 28,85,626 (VM=volume minuto, f=frequência respiratória, VC=volume corrente, VEF1= fluxo expiratório no primeiro segundo). *Diferenças significativas para p < 0,05. Os volumes pulmonares, descritos através das variáveis volume minuto (VM) e volume corrente (VC), bem como a frequência respiratória (f), apresentaram melhora significativa, já o fluxo expiratório no primeiro segundo (VEF1), não apresentou resultado significativo, mostrando assim que os volumes pulmonares aumentaram significativamente no grupo intervenção com a aplicação da facilitação neuromuscular proprioceptiva, porém, o fluxo expiratório do grupo intervenção,

31 apesar de apresentar melhora, os resultados obtidos não foram significativos se comparados ao grupo controle. Fontana e Marin (2013), realizaram pesquisa com 16 sujeitos de ambos os sexos com média de idade de 23,5 anos, divididos em dois grupos, sendo um grupo experimental que realizou treinamento com o Threshold TM e um grupo controle, e propõe que o aumento do VC é um importante marcador da eficiência da respiração diafragmática, demonstrando que a associação positiva e significante entre movimento diafragmático e elevação do VC durante a respiração diafragmática sugere que a mobilidade do diafragma pode ser determinante na capacidade de incremento ventilatório. Fernandes (2007) realizou pesquisa com 44 indivíduos com idade entre 45 e 75 anos e os demais indivíduos hígidos, para estudar o padrão respiratório, movimentação tóraco-abdominal e a ventilação durante a respiração diafragmática. Realizou protocolo de intervenção de 10 minutos, constituídos de 4 minutos de respiração tranquila, 2 minutos de respiração diafragmática e mais 4 minutos de respiração tranquila. Os resultados da avaliação da ventilometria demonstram aumento considerável do volume corrente durante a realização da respiração diafragmática nos grupos controle, estudo moderado e estudo grave, com valores pré-respiração diafragmática, durante e após respiração diafragmática. Tal pesquisa também ressalta que a ventilação pulmonar minuto se elevou significativamente durante a respiração diafragmática. Oliveira et al (2013) selecionou 28 idosos e os submeteu ao uso de incentivador respiratório e ao final concluiu que o aumento da força muscular respiratória justifica o aumento do fluxo expiratório.

32 Tabela 2: Força muscular respiratória Força Muscular Respiratória Antes do Tratamento Grupo Intervenção Depois do Tratamento Valor p PiMáx -50,13 + 58,77-47,13 + 63,26,866 PeMáx 60,92 + 23,95 68,28 + 29,71,349 Força Muscular Respiratória Grupo Intervenção x Grupo Controle Depois do Tratamento Valor p PiMáx -47,13 + 63,26-34,80 + 54,70,361 PeMáx 68,28 + 29,71 52,53 + 27,06,010* (PiMáx= Pressão Inspiratória Máxima, PeMáx=Pressão Expiratória Máxima) *Diferenças significativas para p < 0,05. Em relação à força da musculatura respiratória o grupo intervenção não apresentou resultados siginificativos, porém, quando comparamos o grupo intervenção com o grupo controle mostram valores significativos na variável PeMáx (p=0,10), demonstrando assim que a facilitação neuromuscular proprioceptiva contribui para o ganho de força da musculatura respiratória no grupo intervenção. Santos, Santos e Hofmann (2011) que realizaram pesquisa com 15 idosos institucionalizados divididos em dois grupos, um grupo realizou fortalecimento da musculatura respiratória com Threshold TM, e outro grupo realizou exercício resistido de membros superiores com faixa elástica associado a contração abdominal e concluiu que as duas modalidades de treinamento aplicadas não foram efetivas no que se refere ao aumento na força muscular respiratória nos idosos institucionalizados.

33 Moreno, Silva e Gonçalves (2005) realizaram pesquisa com 14 voluntários com idade entre 20 e 29 anos onde foram submetidos a um programa de facilitação neuromuscular proprioceptiva com frequência de 3 vezes por semana durante quatro semanas, e concluíram que a facilitação neuromuscular proprioceptiva é eficiente para promover o aumento das pressões respiratórias máximas em um curto período de tempo. Tabela 3: Amplitude caixa torácica Amplitudes de Caixa Torácica Antes do Tratamento Grupo Intervenção Depois do Tratamento Valor p CirtXifoEx,89 +,11,58 +,62,019* CirtXifoIn,91 +,12,55 +,63,008* CirtMamEx,93 +,12,61 +,64,018* CirtMamIn,97 +,12,66 +,64,025* Amplitudes de Caixa Torácica Grupo Intervenção x Grupo Controle Depois do tratamento Valor p CirtXifoEx,58 +,62,73 +,10,342 CirtXifoIn,55 +,63,74 +,10,384 CirtMamEx,61 +,64,76 +,10,337 CirtMamIn,66 +,64,79 +,10,285 (CirtXifoEx=Cirtometria xifoidiana expiradora, CirtXifoIn=Cirtometria xifoidiana inspirado, CirtMamEx=Cirtometria mamilar expirado, CirtMamIn=Cirtometria mamilar inspirado). *Diferenças significativas para p < 0,05. A facilitação neuromuscular proprioceptiva promoveu ganhos significativos na expansibilidade torácica dos voluntários do grupo intervenção, porém quando comparamos o grupo intervenção com o grupo controle os resultados não foram significativos.

34 Moreno, Silva e Gonçalves (2009) realizaram pesquisa com 24 voluntárias sedentárias com idade média de 22 anos que realizaram facilitação neuromuscular proprioceptiva com 80% de 1RM com frequência de 3 vezes por semana durante quatro semanas e concluíram que o protocolo de FNP utilizado promoveu aumento significativo nos valores obtidos na cirtometria axilar e xifoideana após a intervenção, sugerindo que pode ser utilizado como um recurso fisioterapêutico para o desenvolvimento da mobilidade torácica. Apesar de referir a pessoas saudáveis, os resultados obtidos sugerem que o treinamento proposto pode ser de importância terapêutica no tratamento de disfunções respiratórias. Duarte e Helfstein (2009) realizaram pesquisa com 30 indivíduos submetidos a facilitação neuromuscular proprioceptiva associado a respiração e mostram resultados significativos para melhora da amplitude de caixa torácica na linha mamilar. Grupo Intervenção TAFI Antes do Depois do Valor p tratamento tratamento Sentar e Levantar 9,88 + 2,44 9,74 + 2,12,842 Flexão de antebraço 13,25 + 3,79 16,16 + 2,89,004* Sentar e alcançar 3,02 + 6,05 4,82 + 3,85,226 Alcançar as costas -4,13 + 7,21 -,18 + 6,24,049* Levantar e caminhar 11,63 + 6,80 7,22 + 2,11,004* ca para idosos (TAFI) Caminhada 6 minutos 222,50 + 77,56 298,33 + 69,38,001* *Diferenças Marcha estacionária significativas para 51,42 p < + 0,05. 12,67 61,03 + 12,28,011* Ta bel a 4: Te ste de apt idã o físi