Ensino Fundamental I. Como ajudar as crianças (6 a 8 anos) em seus conflitos?



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Transcrição:

Ensino Fundamental I Como ajudar as crianças (6 a 8 anos) em seus conflitos? 2015

Objetivo da reunião Este encontro tem o objetivo de comunicar mais claramente as ações desenvolvidas pela escola e favorecer a troca de experiências entre as famílias, fortalecendo a parceria entre famíliaescola.

Em grupos: Que tipos de conflitos você acha que seu filho tem? Como você o ajuda diante desses fatos? Como você espera que a escola ajude seu filho?

Características da faixa etária Segundo Piaget, por volta dos sete anos a criança desenvolve noções de tempo, espaço, casualidade, sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.

Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade. Nas questões sociais já pode compreender regras e coordenar diferentes pontos de vista (cooperação).

CONFLITO ( na língua chinesa) significa ao mesmo tempo: PERIGO OPORTUNIDADE

O conflito pode ser visto apenas como algo antinatural e portanto tenta-se evitálo, destinando grande parte do tempo vigiando" as crianças, resolvendo os conflitos por elas, antecipando problemas, impedindo que reflitam sobre o ocorrido. Utilizando punições e recompensas para coibir.

Porém, o conflito também pode ser visto como: oportunidade para trabalhar valores e regras; importante para trabalhar relações entre iguais; oportunidade para auxiliar as crianças a reconhecerem diferentes pontos de vista e aprenderem, aos poucos, como buscar soluções aceitáveis para todas as partes envolvidas.

Uma escola que busca construir um ambiente sociomoral cooperativo com o intuito de desenvolver a autonomia intelectual e moral de seus alunos, precisa ter como foco um trabalho pautado na cooperação, na generosidade e na justiça por igualdade e equidade. Contudo, é importante lembrar que, quanto mais cooperativo for o grupo, mais conflitos existirão.

O papel do adulto é fundamental para que a resolução do conflito seja cooperativa: Ver o conflito como situações naturais na relação educativa e compreender que são oportunidades de aprendizagem. Ênfase no processo (o que eles poderão aprender com o ocorrido?) e não somente no produto (como resolver?).

Reconhecer que o conflito pertence às crianças. Compreender que tristeza, perda, dor, raiva, frustração, etc fazem parte do processo e a criança precisa aprender a lidar com esses sentimentos. Acreditar na capacidade delas para ajudar a solucioná-los, o que não significa aceitar qualquer alternativa de resolução.

entender que o adulto - pessoa madura da relação - não deve valer-se de agressões, humilhações, ameaças, críticas e punições, pois a criança aprenderá a agredir para resolver seus problemas. considerar como legítimo o sentimento das crianças, reconhecendo a importância do ocorrido. permitir que a criança sinta e reflita sobre as consequências naturais de suas ações.

Ações usadas na escola para favorecer o desenvolvimento moral das crianças: Programa Amigos do Zippy Assembleias de classe Discussão de dilemas morais Discussões sobre necessidades da comunidade escolar Jogos cooperativos

Conversas individuais com o professor que o ajuda a refletir sobre as consequências de suas ações e como é possível reparar a situação considerando a reciprocidade. Sanção formativa: Neste documento o aluno registra o que aconteceu e como pretende reparar a situação. Além dele e da Coordenação, os pais também assinam.

Exclusão temporária: quando ao aluno é dada a oportunidade de pensar sobre sua atitude inadequada na sala de aula. O professor diz que somente permanecerá se conseguir mudar a atitude, caso continue comprometendo o trabalho coletivo, solicitará que se retire da atividade, garantindo a concentração, compreensão e participação de todos, deixando visível que a ele foi dada uma escolha.

Suspensão de atividades escolares: de acordo com o ocorrido, o aluno pode ser suspenso das atividades regulares ou de uma atividade específica. No caso das atividades regulares, a equipe determina se o aluno realizará as atividades relacionadas ao ato em questão fora da sala de aula ou se ficará privado do ambiente escolar, devendo cumprir a suspensão em casa.

...Alguns pensavam que, por defender o diálogo, eu negava o conflito. Não. Eu jamais neguei o conflito. O conflito está aí e é fundamental no processo de desenvolvimento, no processo histórico. A luta me faz. A luta me constitui. Ela é pedagógica. Paulo Freire...Alguns pensavam que, por defender o