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1 ROSENTHAL E SARFATIS METTA ADVOGADOS INFORMATIVO JURÍDICO NÚMERO 04, ANO IV ABRIL DE 2012 1 MEDIDA PROVISÓRIA N. 563/12 Governo editou a MP 563/12 contendo pacote de incentivos fiscais. Confira mais detalhes na página 2. 2 3 STJ ALTERA ENTENDIMENTO SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO ISS NA CONSTRUÇÃO CIVIL STJ permitiu a dedução das subempreitadas da base de cálculo do ISS. Leia mais na página 3. LIMITE PARA DEDUÇÃO DOS GASTOS COM EDUCAÇÃO NO IR É DECLARADO INCONSTITUCIONAL TRF declara inconstitucionalidade do limite para dedução. O artigo completo segue na página 4. 4 EMPRESAS PODEM RASTREAR E-MAILS DE FUNCIONÁRIOS TST entende que rastreamento não viola direito à intimidade dos empregados. Confira íntegra na página 5.

2 1 MEDIDA PROVISÓRIA N. 563/12 No dia 04 de abril foi publicada no Diário Oficial da União a Medida Provisória n. 563, contendo um pacote de incentivos fiscais. A MP 563/12 tratou de diversos assuntos concentrando-se: a) na instituição de novos programas de incentivo fiscal, como o PRONON, o PRONAS, o PROUCA, o REICOMP, o REPNBL-REDES e o INOVAR-AUTO; b) na alteração de programas de incentivos já estabelecidos, como o REPORTO, o PADIS, o REPES e o RECAP; c) nas desonerações pontuais, como a prorrogação da suspensão do PIS e da Cofins para o setor de papel para a imprensa, o estímulo para as empresas exportadoras e a desoneração na folha de pagamentos, dentre outras; e d) os métodos de arbitramento e aplicação das regras dos preços de transferência. Dentre as alterações, destacamos a redução de alíquota do adicional da Cofins-Importação referente aos bens relacionados no anexo da Lei 12.546/11, que passou de 1,5% para 1%, com vigência a partir de 1º de agosto de 2012, beneficiando os setores farmacêutico, de produtos químicos, plásticos e suas obras, têxtil, obras de pedra, vidros e suas obras, ferro e aço, máquinas e equipamentos, inclusive aparelhos de telecomunicação, reprodução, gravação de som e imagem, veículos automotores, helicópteros e aviões, embarcações, artigos de relojoaria e construções pré-fabricadas, dentre outros. Outra alteração importante introduzida pela MP 563/12 foi a ampliação do rol de empresas que terão a contribuição previdenciária patronal calculada sobre o valor da receita bruta, variando entre 1% e 2%, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, variável de acordo com o segmento da empresa. Contribuirão com a alíquota de 2% as empresas que prestam os serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), as empresas que prestam serviços de call center e as do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510-8/01 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

3 No que se refere às empresas de TI e TIC, em relação à situação atual, haverá uma redução da alíquota, que passará, a partir de 01.08.2012, de 2,5% para 2%. Contribuirão com a alíquota de 1%, no mesmo período, as empresas que fabricam os produtos classificados na TIPI, nos códigos constantes do Anexo à Lei nº 12.546/2011, inserido pela Medida Provisória nº 563/2012. Nos termos da MP, a alteração na contribuição previdenciária vigorará entre 01.08.2012 até 31.12.2014 A intenção da alteração foi desonerar determinados setores produtivos da economia. Entretanto, a alteração poderá causar um aumento de carga tributária para as empresas que operam com poucos funcionários ou empregados e uma receita bruta alta, o que pode ser considerado proposital com razoável dose de segurança. regulamentação. As alterações introduzidas pela MP 563/12 ainda dependem de 2 STJ ALTERA ENTENDIMENTO SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO ISS NA CONSTRUÇÃO CIVIL Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça mudou seu entendimento com relação à composição da base de cálculo do ISS na construção civil, passando a aceitar, além da dedução dos materiais, a dedução das subempreitadas na base de cálculo do ISS. Tal entendimento representou mais uma reviravolta na jurisprudência do STJ e, justamente por conta disso, deve ser comemorada com cautela, pois o que

4 temos na prática ainda é insegurança jurídica quanto ao tema na Corte Superior. 3 LIMITE PARA DEDUÇÃO DOS GASTOS COM EDUCAÇÃO NO IR É DECLARADO INCONSTITUCIONAL Numa brilhante decisão, o Plenário do Tribunal Regional Federal da 3ª Região declarou a inconstitucionalidade do limite estabelecido para dedução de gastos com educação no Imposto de Renda da Pessoa Física. O processo é originário da defesa de um contribuinte que foi pego na malha-final da Receita Federal. Os desembargadores que votaram a favor da declaração de inconstitucionalidade entenderam que proibir o abatimento integral dos valores gastos com educação viola o direito de acesso à educação previsto na Constituição Federal, além da capacidade contributiva. Para o Ministro Relator do caso, desembargador Mairan Maia, "Se a Constituição diz que é dever do Estado promover e incentivar a educação, é incompatível vedar ou restringir a dedução de despesas". Em um extenso voto, Maia citou os inúmeros pontos da Constituição Federal que estabelecem a educação como um direito universal e intangível, determinando que o Poder Público tem o dever de incentivá-la e promovê-la. previsão por ora. Devemos aguardar o posicionamento do Supremo sobre o tema, sem

5 4 EMPRESAS PODEM RASTREAR E-MAILS DE FUNCIONÁRIOS O TST tem reconhecido que o empregador tem direito de obter provas para justa causa com o rastreamento do e-mail de trabalho do empregado. A Primeira Turma do TST, em julgamento de recurso, decidiu, por unanimidade, que não houve violação à intimidade e à privacidade do empregado e que a prova assim obtida é legal. Para o Ministro Dalazen, a senha pessoal fornecida pela empresa ao empregado para o acesso de sua caixa de e-mail não é uma forma de proteção para evitar que o empregador tenha acesso ao conteúdo das mensagens. Ao contrário, afirmou, ela serve para proteger o próprio empregador para evitar que terceiros tenham acesso às informações da empresa, muitas vezes confidenciais, trocadas pelo correio eletrônico. Outrossim, os instrumentos são de propriedade da empresa e não do trabalhador e, portanto, a companhia teria o direito de averiguar a forma como são usados. O Ministro ressaltou ainda que os direitos do cidadão à privacidade e ao sigilo de correspondência, constitucionalmente assegurados, dizem respeito apenas à comunicação estritamente pessoal. O e-mail corporativo cedido ao empregado, é de propriedade do empregador, podendo este desta forma, exercer controle tanto formal como material das mensagens que trafegam pelo seu sistema de informática. Além do rastreamento do e-mail corporativo, os Tribunais tem admitido também o monitoramento de sites acessados pelo empregado, a escuta telefônica e a gravação de conversas realizadas por meio de aparelhos da empresa. Recomenda-se, porém, que haja prévia cientificação e anuência dos funcionários quanto a esse procedimento.