José Manuel Fernandes 03 Maio 2012 FREZITE Ordem dos Engenheiros Engenharia Mecânica Que Futuro? 1
Contexto 1- CONTEXTO No universo da economia do conhecimento que as sociedades estão a viver, existem hoje grandes mutações das capacidades e formas do saber fazer. Antes, criava-se valor à custa de dotação de factores físicos, pela actuação muitas das vezes, das actividades por standards estereotipadas, sendo hoje baseado em desequilíbrios permanentes em associação das tecnologias em mutação e mais conhecimento. As economias modernas estão a ter uma prestação das profissões de base universitária cada vez mais adaptadas às exigências das sociedades, funcionando como elemento qualificador e quantificador da evolução, assim como da competitividade dessas mesmas sociedades. 2
Contexto Os currículos da formação dos Engenheiros estão numa primeira linha da expectativa e resposta em que, Universidades com reputação altamente qualificada pelos profissionais e cientistas que forma, tornam-se ainda mais responsáveis em relação ao futuro, pela interpretação das necessidades dessas sociedades e da sua mobilidade. 3
Contexto É neste espaço e pressupostos que analisaremos o posicionamento de hoje da e os desafios à sua adaptabilidade no futuro, tendo em conta o posicionamento evolutivo de: Sectores Empresariais Tradicionais Clausters em formação Clausters antigos Novos Materiais Novos formatos combustíveis/energia Novas Tecnologias na gestão Novos Paradigmas valorados pela sociedade 4
E.M. E A SUA FORMAÇÃO 2 - O ENGENHEIRO MECÂNICO E SUA FORMAÇÃO CURRICULAR Actualmente a formação curricular do Engenheiro Mecânico aponta em várias sub-áreas, designadas como ciências da Engenharia como: Automação Energia Térmica, Fluídos e Calor Projecto e construção Mecânica Produção, desenvolvimento, Engenharia do Automóvel Gestão Industrial Micro e Nanotecnologias 5
E.M. E A SUA FORMAÇÃO A Missão e o alcance do Engenheiro Mecânico estão a transformar-se todos os dias no como e quando, em virtude do aumento dos problemas e desafios globais da organização das sociedades. O efeito da globalização é tal que actualmente em países como a Noruega ou Alemanha, ao quererem recrutar E.M. em Portugal diz bem, da evolução dos currículos e confiança na qualidade do ensino das Universidades Portuguesas e da necessidade cada vez maior da Engenharia Mecânica. 6
E.M. E A SUA FORMAÇÃO Não sendo tema para análise, o acordo de Bolonha veio alterar significativamente a estrutura da formação, em que a base deve ser mais generalista e dar-lhe um cunho mais especializado no mestrado em ambiente empresa profissional ou híbrido empresa-escola. Este é o espaço que pretendo explorar aqui sobre o futuro e quais os desafios à Engenharia Mecânica, como Engenheiro, Empresário e Gestor. 7
DESAFIOS À E.M. 3 - VARIÁVEIS DE INFLUÊNCIA SOBRE OS DESAFIOS À 3.1 - Fraccionamento da dimensão das empresas 3.2 - Internacionalização Empresarial 3.3 - Energia 3.4 - Valor acrescentado ao produto 3.5 - Valor acrescentado por propriedade industrial 3.6 - Tempos de resposta em ciclo produtivo ou em relações comerciais 3.7 - Novos materiais 8
DESAFIOS À E.M. 3.1 FRACIONAMENTO DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS É uma situação normal na economia real o fraccionamento do tamanho das empresas, em que a grande empresa dá lugar à média, a média à pequena e esta passa a micro-empresa. Isto se deve à vulgarização e acesso ao conhecimento e em particular o acesso às tecnologias, pela dinâmica gerada nos negócios entre quem adquire e quem fornece, entre quem procura e quem quer fornecer. É sob este perfil de empresas que vemos cada vez mais a importância do Engenheiro Mecânico devido a uma maior solicitação de CONCENTRAÇÃO DE CONHECIMENTO pela multi-funcionalidade, polivalência do líder ou lideres neste perfil empresarial. 9
DESAFIOS À E.M. 3.2 - INTERNACIONALIZAÇÃO EMPRESARIAL Devido às TICs a globalização assume uma dimensão numa vista pela humanidade. Assim como a eliminação do efeito bloqueador de fronteira entre Países, criaram-se condições para que a actividade empresarial tivesse grandes modificações. Se Internacionalização é palavra de ordem para grandes empresas, passou também a ser uma oportunidade alavancadora dos negócios para as médias e até pequenas empresas. 10
DESAFIOS À E.M. 3.2 - INTERNACIONALIZAÇÃO EMPRESARIAL Na nova estrutura das empresas que resulta de se internacionalizarem, novos desafios aparecem, em que as necessidades de Engenheiros Mecânicos é enorme, no âmbito da prestação de serviços tecnológicos e novos ambientes de produção e de inovação em produtos e processos em que o Engenheiro Mecânico tem um enquadramento profissional perfeito. 11
DESAFIOS À E.M. 3.3 - ENERGIA O petróleo como combustível referência de todos os sistemas energéticos que alimentam a humanidade, tem assumido preços acima dos 100 USD, cuja instabilidade dos mesmos implicou uma corrida a novas fontes de energia. No âmbito da Engenharia Mecânica, tudo que é pesado é objecto de redução de peso porque é redução de consumo de energia. Veja-se o sector automóvel e o aeroespacial sob uma revolução permanente em que o aço dá lugar ao alumínio e este aos materiais compósitos pela redução de peso e simultaneamente pelo aumento da resistência. 12
DESAFIOS À E.M. 3.3 - ENERGIA A par desta revolução estão outras a acontecer, entre novos softwares de manipulação e tratamento para novas rotinas, até novos conceitos, tecnologias e novos equipamentos na transformação destes novos materiais. Aqui também a Engenharia Mecânica. tem um espaço determinante de intervenção. As energias renováveis vieram criar desafios inovadores em equipamento, sistemas de transporte e distribuição da energia. Veja-se as soluções e desafios de hoje para a geração da energia eólica, em offshore em plataformas marítimas profundas e os desafios permanentes com soluções em curso inovadoras, para o aproveitamento da energia das ondas. 13
DESAFIOS À E.M. 3.4 - VALOR ACRESCENTADO AO PRODUTO No passado era normal uma empresa produzir uma gama de produtos dentro de standards da concorrência, já aceites pelos mercados. MERCADO CONCORRÊNCIA CATÁLOGO PRODUTO ARMAZÉM MERCADO HOJE MERCADO ENGª DO PRODUTO INOVAÇÃO COM ENGª ENGª EM FABRICAÇÃO MERCADO Engª do Produto/Serviço Arq. da Solução I&D Inovação Estudos & Des. Novos Produtos Engenharia em Fabricação Redução de custos 14
DESAFIOS À E.M. 3.4 - VALOR ACRESCENTADO AO PRODUTO Neste contexto do hoje, a Engenharia Mecânica é o diamante de toda esta transformação. A palavra de ordem sobre o perfil tendencial das empresas na Europa é Engineering, que significa parceria nos mercados com os clientes, na busca de soluções customizadas que passam sempre por aumento do valor acrescentado e numa luta de diferenciação em relação com a concorrência. 15
DESAFIOS À E.M. 3.4 - VALOR ACRESCENTADO AO PRODUTO Como exemplo: Há 30 anos produzia-se um determinado equipamento ou máquina com um outsourcing de 5 a 8 fornecedores de subconjuntos por componentes com 100 trabalhadores. Hoje este valor de outsourcing pode superar os 30 fornecedores, e triplicar a produção apenas com 20 trabalhadores. Toda esta evolução está a ser feita por excelência por Engenharia Mecânica, com um desafio futuro muito sustentado. 16
DESAFIOS À E.M. 3.5 - VALOR ACRESCENTADO EM PROPRIEDADE INDUSTRIAL É um atributo forte em certos Países mais desenvolvidos, o numero de patentes e de registos de propriedade sobre produtos e tecnologias. Embora possa existir coeficientes económicos financeiros para decidir ou não uma patente, é algo que no nosso País tenderá a subir em numero. A área por excelência da futura arquitectura de novas e mais patentes, em particular, nos bens transaccionáveis, é a Engenharia Mecânica, com sensibilidade e capacidade de decisão sobre este tema. 17
DESAFIOS À E.M. 3.6 - TEMPO DE RESPOSTA Vivemos um mundo de personalização ou customização, assim já designado, em que o ciclo de vida dos produtos, conforme a sua aplicação tem um tempo de vida estimado, uma vez que o seu utilizador ou proprietário é e será sempre afectado pela inovação em novos produtos. O tempo de resposta passou a ser uma variável da actividade empresarial importantíssima, em que toda a organização tem de estar orientada para resposta rápida e fiável. A Engenharia Mecânica tem competências e desafios para actuar permanentemente na busca de melhorias dos processos em várias áreas e na logística. 18
DESAFIOS À E.M. 3.6 - TEMPO DE RESPOSTA A Engenharia Mecânica tem também todo este potencial de responsabilidade de aplicar modernas ferramentas de gestão, desenvolver novos softwares de nicho, gerir e desenvolver sistema híbridos de gestão. Gestão da Solução. Projecto Produção Auto-controlo Logística Implementação TEMPO 19
DESAFIOS À E.M. 3.7 - NOVOS MATERIAIS O Aparecimento de novos materiais é um desafio às ciências da Engenharia Mecânica, no assumir pleno da total abrangência e responsabilidade pelo seu domínio. Aqui a abrangência e domínio tecnológico deve fazer-se a partir de Mestrados ou Doutoramentos em resposta às necessidades tecnológicas pelos novos materiais em que factores de custo são determinantes quer no dimensionamento, quer na diferenciação. 20
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4 - OS GRANDES DESAFIOS PARA OS ENG. MECÂNICOS NO SEC. XXI Os Engenheiros Mecânicos podem promover e liderar em projectos de grandes desafios das sociedades actuais em soluções inovadoras e sustentáveis. 4.1 - ENGENHARIA SUSTENTÁVEL 4.2 - ENGENHARIA NAS ENERGIAS 4.3 - ENGENHARIA NA SAÚDE HUMANA E BEM ESTAR 21
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.1 - ENERGIA SUSTENTÁVEL A profissão de Engenharia Mecânica é fundamental para responder aos velhos e novos problemas ambientais da humanidade. Os engenheiros mecânicos têm a oportunidade de estar na vanguarda do desenvolvimento sustentável e no desenvolvimento de produtos e processos pro-sustentabilidade. Terão cada vez mais desafios e desenvolver novas tecnologias e técnicas que apoiem o crescimento económico. 22
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.1 - ENERGIA SUSTENTÁVEL O desenvolvimento dos ambientes sustentáveis da vida das sociedades pode e vai ter um forte contributo espectável dos Engenheiros Mecânicos. Veja-se o grave problema que começa a evidenciar-se a falta de água potável no planeta. Os EM podem contribuir com forte acção inovadora em novos processos de dessalinização, bombeamento e distribuição associativas em fontes energéticas renováveis. 23
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.2 - ENGENHARIA NAS ENERGIAS O crescimento sem retorno das energias renováveis e a luta pela substituição das energias de origem fóssil que começa a estar cada vez mais sob a estratégia do carbono gera desenvolvimento de meios limpos, económicos e sustentáveis de conversão de energia e substituição. 24
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.2 - ENGENHARIA NAS ENERGIAS A intervenção do Engenheiro Mecânico em todas as frentes das energias renováveis, quer seja, térmica com desenvolvimento de novos rendimentos de captação de energia solar, quer seja eólica com aparecimento de novos geradores com volume e pesos sempre em redução por valor unitário de potência, mesmo na foto voltaica com o aparecimento de células com rendimento mais elevado e peso igual ou inferior. O Engenheiro Mecânico tem sempre acompanhado e terá sempre um desafio pro-activo na inovação, a área da combustão dos combustíveis fosseis de forma a minimizar o impacto ambiental sob o desafio permanente da redução do impacto carbono. 25
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.3 - ENGENHARIA NA SAÚDE E BEM ESTAR O avanço das técnicas e tecnologias em cirurgias no corpo humano, assim como o avanço das biotecnologias já deu um forte contributo para o aumento da qualidade de vida no ser humano. Os Engenheiros Mecânicos podem reforçar a sua actuação nesta área no desenvolvimento em parceria com as áreas médicas, de novos equipamentos, novas técnicas que podem levar a novas próteses, por novos materiais, novos equipamentos para diagnóstico, um reforço e qualificação de uma nova interacção homem-máquina e corpo-mente. 26
DESAFIOS E.M. SEC.XXI 4.3 - ENGENHARIA NA SAÚDE E BEM ESTAR Assim como Portugal já tem centros de investigação na medicina em áreas bem identificadas que recebe investigadores de todo o mundo, porque não o desenvolvimento de uma área inovadora de Engenharia Mecânica pro-medical no desenvolvimento de software e hardware no âmbito das ciências da saúde?!! Isto pode acontecer hoje pelo que já existe um núcleo de empresas que já trabalham nesta área e pode-se gerar imediatamente um clauster. Uma grande oportunidade no âmbito da Engenharia Mecânica e um desafio às Universidades. 27
5 - DESAFIO GLOBAL E REGIONAL DA ENG. MECÂNICA BENS DE EQUIPAMENTO / MÁQUINA FERRAMENTAS Pensamos ser uma oportunidade de contínua projecção do valor da Engenharia Mecânica e do Empreendedorismo nesta área. A produção de Bens de Equipamento em Portugal é uma área de elevado potencial de futuro para a Eng. Mecânica. Portugal ficou praticamente sem empresas de máquinasferramentas, tendo hoje um número reduzido, em que as poucas existentes têm alta qualidade e são competitivas. Este Clauster em Portugal é desafiante e pode ser enquadrado numa parceria estratégica com uma ou mais Universidades, em particular com a Universidade do Porto, pela FEUP. 28
DESAFIOS GLOBAL E.M. Porquê? Pela tradição da região norte, pelo seu passado com as suas empresas e competências que a Engenharia Mecânica desenvolveu nesta área. Vários colegas, Engenheiros Mecânicos chegaram a dar aulas na FEUP, transmitindo e enriquecendo os currículos, os quais na sua quase totalidade estavam ligados a empresas, que produziam Equipamentos ou Máquinas Ferramentas. 29
DESAFIOS GLOBAL E.M. A importância deste mega-sector, autentico feudo da Engenharia Mecânica, tem uma importância estratégica nas economias mais desenvolvidas como elemento motor sectorial anti-crise e finalizados dos bens transaccionais e de bens industriais. BENS DE EQUIPAMENTO E MÁQUINAS-FERRAMENTAS são um sector com uma matriz de desafio à Universidade por especialização, às Instituições Tecnológicas, aos Engenheiros Mecânicos e ao empreendedorismo como elemento dinamizador e sustentador da economia numa sociedade moderna e tecnológica. 30
MATRIZ DA CRIAÇÃO DE VALOR E ESTRATÉGIA NUMA ECONOMIA AVANÇADA BENS DE EQUIPAMENTO Sector E e H Mega Áreas de grandes oportunidades de empreendedorismo, com capacidade ilimitada, à inovação e desenvolvimento. 31
6 - E O EMPREENDORISMO Podemos afirmar que o Eng. Mecânico é o licenciado que mais potencial tem em flexibilidade profissional com muitos desafios numa frente de actividades económicas e tecnológicas. Ao mesmo tempo tem elevado potencial de empreender em novos projectos pela sua formação do SABER FAZER. 32
Como despertar este potencial e criar condições para o aparecimento de novos empreendedores, novos empresários com base na A PODE TER UMA PALAVRA DETERMINANTE 33