19º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA A Humanidade no século 21



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Transcrição:

19º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA A Humanidade no século 21 CAMINHOS DO PSICODRAMA DA ESCOLA BÁSCIA ÀS UNIVERSIDADES: CONSERVA E CRIAÇÕES DEBATEDORA NATÁLIA GIRO CONTRIBUIÇÕES DO PSICODRAMA PARA PROJETO EDUCACIONAL DE UMA ESCOLA DA REDE PRIVADA DE SÃO PAULO A proposta apresentada tem como objetivo dar visibilidade as contribuições da abordagem teórico-metodológica do Psicodrama para o desenvolvimento e execução do Projeto de Tutoria parte integrante da proposta educacional de uma escola da rede privada de São Paulo. O projeto de tutoria desta escola oferece a cada turma de alunos, do ensino fundamental II ao terceiro ano do ensino médio, um professor-tutor integrante da equipe docente e que exerce, junto à mesma turma, também o papel de professor de uma disciplina específica da grade curricular. Por meio de uma aula integrante na carga horária semanal regular das turmas se dá o encontro do professor-tutor e seu grupo e, por um horário de atendimento fora da grade curricular, mas também semanal, acontecem os atendimentos individuais - momento em que os professores-tutores convocam alunos individualmente ou a família.

Para a formação do papel de tutor acontecem reuniões quinzenais, além de encontros específicos dentro do calendário de reuniões pedagógicas e individuais com a coordenação do projeto e coordenação pedagógica. Este projeto busca fortalecer o olhar de educador e possibilitar a interlocução do aluno com a instituição escolar para que possa usufruir toda a orientação de que necessita. Ao estabelecer parceira com o aluno, observar seu desenvolvimento acadêmico e social e orientá-lo para superação das dificuldades no desenvolvimento de seu papel de estudante a escola possibilita a prática de ações que correspondem com sua visão de aluno: No Colégio tem-se a visão do ser humano em sua intereza, não dividido. Trata-se de um corpo plural (Leloup), que interage com outros corpos, também plurais, com os quais se identifica, mas dos quais ao mesmo tempo se diferencia. Nesse sentido, o Colégio concebe-o como singular, único (Diretrizes Educacionais CSA, pag. 6). Partindo desta visão de pluralidade e interrelação do aluno que se dá a inserção do Psicodrama como importante fonte de conhecimento teórico-prática para manutenção e execução do projeto, envolvendo: 1. Alunos - Favorecendo o desenvolvimento como: 1.1. Estudante: Busca pelo conhecimento, Desenvolvimento das habilidades, Observação e reflexão. 1.2. Cidadão: Trabalho em equipe, Respeito a diversidade, Postura ética. 2. Docentes Desenvolvendo o papel de professor-tutor focando: 2.1. Habilidades e competências do Educador, Professor de uma disciplina específica e do Professor-Tutor, 2.2. A leitura e percepção das necessidades, dificuldades, habilidades e interesses do seu grupo de tutoria, 2.3. Relação complementar entre professor-tutor e direção, coordenação, professores especificos e demais funcionários da escola, 2.4. Formação e campo de atuação do professor-tutor. 3. Família Estimulando a parceria para co-construção: 3.1. Do papel de estudante 3.2. Relação Escola-Família Atuante na coordenação do grupo de professores-tutores desde 2011, Natália Giro compartilha experiências, reflexões, resultados e provocações vividas ao longo dos anos e principalmente, a inquietação sobre o lugar do Psicodrama na Educação e na validação de propostas socioeducacionais.

QUAL É A TUA OBRA PSICODRAMÁTICA NA EDUCAÇÃO?! DEBATEDORA CRISTINA JORGE DIAS. O objetivo dessa atividade é compartilhar com os participantes o relato da minha experiência da enquanto professora de Psicologia da Educação na Licenciatura de História, da Faculdade Sumaré, aos alunos do 2º. Semestre do curso. Tendo em vista, a necessidade de ampliar o significado e o sentido dessa disciplina, no curso de História, após um bimestre seguindo o Plano de Aula com os autores tradicionais da Educação, e fazendo uma leitura das necessidades dos estudantes de História, que se difere em muito dos estudantes de Pedagogia. Eu não tinha outra alternativa, ao não ser inovar o Programa Curricular. Então, surgiu a proposta do seguinte trabalho de avaliação realizado em novembro de 2013. Trabalho: TRAJETÓRIA DE VIDA : a) Leitura individual e completa do livro: Qual é a tua obra?, Mario Sergio Cortella, Ed. Vozes, 21ª. Edição em 2013. b) Escrever um texto com o paralelo do livro com a sua própria Trajetória de Vida, com foco no papel escolar e profissional. c) Após a leitura e enquanto um Educador de História, responder: - Qual é a tua obra? d) Parafraseando a música: Eu sou quero saber em que rua minha vida, vai cruzar com a sua...?! (Ana Carolina), responda: - Em que ponto a sua história de vida tem uma interligação com a licenciatura em História? e) Selecionar fotos de momentos mais marcantes para ilustrar o seu trabalho. f) Apresentar uma música mais marcante para cada aluno em relação a sua Trajetória de Vida. O objetivo dessa atividade é compartilhar com os participantes do Congresso de Psicodrama, os bastidores dessa atividade na faculdade, revelando as facilidades e as dificuldades que surgiram no decorrer do processo. Além de verificar ressonâncias na platéia e o levantamento de novas maneiras de se adotar esse tipo de atividade com outros grupos de trabalho. DEBATEDORA SUSANA K M OLIVEIRA CO-AUTORA CRISTIANE FORMIGHIERI. CAMINHOS DO PSICODRAMA NO MEIO ACADÊMICO Esse trabalho trata do lugar do Psicodrama nos cursos de Psicologia, e nasceu a partir das reflexões e diálogos entre uma professora de Psicologia com formação em Psicodrama e uma aluna de Psicologia no primeiro ano de formação em Psicodrama. A professora concluiu ambas as formações na cidade de Fortaleza, desenvolvendo nesta, bem como em outros estados do Brasil algumas atividades de pesquisa com grupos diversos utilizando os conceitos morenianos tanto para pensar temas diversos (aprendizado em sala de aula, migração de famílias, combate ao uso de drogas, maximização de recursos comunitários, etc), como também no desenvolvimento de todo o procedimento investigativo. A aluna (de psicologia e de Psicodrama) tem desenvolvido uma trajetória de aplicação prática dos conceitos socionômicos em comunidade, além de oficinas de apresentação da abordagem em atividades acadêmicas específicas, estabelecendo com a referida professora uma reflexão contínua conjunta sobre as possibilidades do Psicodrama e da Psicologia como recursos para transformações sociais

em nossa cidade em unidades diversas (comunidades, unidades de saúde, igrejas, formação de terapeutas, etc.). A pesquisa envolveu uma discussão de suas experiências pessoais como estudante/professora em seus cursos de Psicologia e Psicodrama, um levantamento sobre as atividades de Psicodrama que foram efetivadas ou planejadas dentro dos cursos onde as pesquisadoras atuaram ou atuam, e através de rodas de conversas com estudantes e profissionais da área. A amostra consistiu de alunos e professores oriundos de dois cursos de formação em Psicodrama, os cursos de Psicologia de uma faculdade particular e de uma universidade pública. O levantamento do histórico remontou às duas últimas décadas e envolveu cerca de 50 participantes. Ao final da pesquisa, as autoras apresentaram suas reflexões sobre os caminhos do Psicodrama no meio acadêmico de sua cidade, sugerindo atividades ou ações para o incremento do desenvolvimento do Psicodrama nestes contextos acadêmicos, visando o melhor desenvolvimento da Psicologia através da disseminação do Psicodrama em nossos cursos de 3o grau, além de nossas escolas de formação. O ENSINO DO PSICODRAMA NA UNIVERSIDADE: EXPERIÊNCIA NO COMPONENTE CURRICULAR OFICINA DE VIVÊNCIA GRUPAL. WLADINÉIA CAMPOS DANIELSKI INTRODUÇÃO A Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ é uma instituição comunitária identificada com o desenvolvimento regional e atenta às necessidades da população e das organizações situadas em sua região de abrangência. Nascida da iniciativa de lideranças locais, com o intuito de garantir a oferta de educação à população da região, há 40 anos vem contribuindo ativamente com o desenvolvimento do oeste catarinense. De acordo com informações contidas no site institucional, referentes ao primeiro semestre de 2012, a Unochapecó conta com 36 cursos de Graduação (7.258 alunos), 20 cursos de Pós-Graduação (904 alunos), 2 Mestrados (69 alunos) e 1 Doutorado (em convênio com a UFRGS). O Curso de Psicologia da Unochapecófoi implantado em 1997. De acordo com o Projeto Pedagógico, tal curso tem uma trajetória que se caracteriza pelo compromisso com a qualidade acadêmica, caracterizada pela formação de profissionais com percepção crítica das questões sociais, capazes de investigar, diagnosticar e intervir na realidade individual e coletiva. (p.1) No 6º semestre do curso de psicologia da matriz atual de execução, os acadêmicos se matriculam no componente curricular Oficina de Vivência Grupal, 2 créditos, 36 horas/aula, tendo como pré-requisito o Componente Curricular Psicologia e Práticas Grupais. A ementa da disciplina Oficina de Vivência Grupal é a seguinte: Constituição, estrutura, dinâmica e práxis das grupalidades. Vivências grupais: da observação/análise do outro à observação/análise de si. A mediação entre o nível vivencial e a compreensão crítica do grupo. O caráter constitutivo do psicólogo/coordenador de grupos nos processos grupais.

Tal disciplina justifica-se na matriz curricular, de acordo com o plano de ensino 2013/2 da seguinte maneira: O homem enquanto Ser Social está inserido em grupos e em redes relacionais. Tais vinculações possibilitam o reconhecimento de si, do outro e do coletivo. Portanto é de fundamental importância que o psicólogo reconheça estes grupos, compreenda suas constituições e dinâmicas, e consiga intervir para mediar o desenvolvimento grupal. Para tal faz-se necessário que o psicólogo identifique e vivencie as ferramentas lúdicas que auxiliam neste processo, visto que o lúdico resgata o potencial criador do homem e dos grupos, libertando-os das amarras sociais e, consequentemente, colaborando na construção cultural da coletividade. Considerando o exposto acima é que este componente curricular, Oficina de Vivência Grupal, organizou-se de acordo com a proposta de Yozo e sua obra 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas.(1996) METODOLOGIA Segundo Yozo (1996), o adulto adquire modelos, regras e convenções morais que tolhem sua espontaneidade criadora, tornando-se rígido e fechado em seu próprio mundo materialista e consumista, prisioneiro da rotina e de suas obrigações. Portanto é importante que se aprenda a resgatar a ordem lúdica. Para o autor (1996), a ordem lúdica necessita da interrupção temporária da vida real para jogar,permitindoque o indivíduo liberte-se de suas amarras sociais. Yozo (1996) propõe que tal resgate da ordem lúdica aconteça através do jogo psicodramático. Para tal o autor busca a conceituação de jogos em alguns teóricos. O jogo é uma atividade que propicia ao indivíduo expressar livremente as criações de seu mundo interno, realizando-as na forma de representação de um papel, pela produção mental de uma fantasia ou por uma determinada atividade corporal. (MONTEIRO, apud YOZO, 1996, p. 16) O jogo é um recurso adequado que se insere na brecha entre fantasia e realidade internas do indivíduo para possibilitar-se o exercício da passagem realidade / fantasia / realidade / fantasia livre e espontaneamente. (SILVA JUNIOR, apud YOZO, 1996, p.16) O jogo é a ação da realidade suplementar, onde a unidade criativa pode estar presente. ( MOTTA, apud YOZO, 1996, p. 16) Cumprindo as etapas de uma sessão de Psicodrama, com aquecimento, dramatização ( o jogo em sí) e compartilhar, Yozo (1996) sugere que o diretor do grupo considere a Matriz de Identidade no processo grupal: EU- COMIGO- o indivíduo se localiza e se identifica num grupo (quem sou, como estou, como sinto) -1a fase da Matriz Identidade do EU. EU E O OUTRO Se identificando, começa a identificar o outro ( quem é, como me aproximo, como me sinto) - 2a fase da Matriz Reconhecimento do EU.

EU COM O OUTRO Inversão de papéis (como é o outro, como se sente, pensa e percebe em relação a mim e vice-versa) - 3a fase da Matriz Reconhecimento do TU. EU COM TODOS Busca de identidade e coesão grupal Reconhecimento do NÓS. A partir disso o autor classifica os jogos da seguinte maneira: IDENTIDADE DO EU Eu-Comigo descoberta de si mesmo. 1 Apresentação 2 Aquecimento 3 Relaxamento/Interiorização 4 Sensibilização RECONHECIMENTO DO EU Eu e o outro Descoberta do outro. Interação com o outro. 5 Percepção de sí mesmo 6 Percepção do outro/espelho 7 Pré-Inversão RECONHECIMENTO DO TU Eu com o outro interação direta com o outro possibilidade de inversão de papéis, jogos de comunicação e integração. 8 Personagens ou Papéis 9 Inversão de Papéis 10 Identidade Grupal/ Encontro Yozo (1996, p. 44) finaliza apontando a necessidade de processamento da ação grupal, considerando-se os seguintes pontos: Nível de espontaneidade/criatividade Qualidade do desempenho de papéis Sensibilidade télica Nível de comunicação Nível de Integração Fase da Matriz de Identidade A metodologia da Oficina de Vivência Grupalacontece baseada nos pressupostos acima. Os acadêmicos são divididos em duplas, e distribuídos entre as várias classificações sugeridas pelo autor. Então são orientados a dirigirem sua turma em sala de aula de acordo com o objetivo do jogo que lhes cabe, podendo também procurar jogos

em outros livros que lhes são indicados, e podendo, inclusive, adaptar os jogos para as demandas do grupo. A disciplina acontece com, aproximadamente, 9 encontros, sendo que a primeira aula é dedicada para a apresentação da teoria e divisão da turma. Posteriormente os encontros ficam aos cuidados das duplas ( 3 duplas por dia), que devem cuidar da organização da sala e dos materiais necessários, do contrato grupal e do diálogo com as demais duplas do seu dia, fazendo com que aconteça uma conexão entre as atividades. Após a direção cada dupla deve fazer um relato escrito da vivência, de acordo com as etapas da sessão de psicodrama, e um processamento grupal. A disciplina encerra-se com uma leitura da turma, feita pela professora, relacionada a todo o processo grupal. Desta forma os alunos se apropriam do papel de coordenadores grupal, experimentando isso com sua própria turma, em um campo relacional relaxado tendo em vista as vinculações entre eles, mas também protagonizam sua evolução grupal enquanto turma do curso de Psicologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este formato de ensino tem trazido alguns ganhos, pois propicia, além da aprendizagem vivencial em si, enquanto coordenadores de grupos, a reconfiguração da rede relacional da turma. Em geral o grupo de alunos termina o componente curricular mais empoderado de seus papéis de estudantes, mais críticos e atuantes, protagonizando sua inserção na universidade. Além disso eles vão para suas práticas de estágios instrumentalizados com os jogos, com a ressalva que, como o Curso de Psicologia da Unochapecó é generalista, devem adaptar o Jogo Psicodramático de acordo com a abordagem teórica de seu orientador, quando daí deixa de ser chamado de jogo psicodramático e passa a ser uma dinâmica de grupo. Cumprimos, desta forma, o ideal moreniano de resgate da espontaneidade e criatividade humana, onde o indivíduo deixa de cristalizar-se em suas conservas culturais, e onde o grupo toma em suas mãos a direção de sua existência. O aluno torna-se co autor de seu processo de aprendizagem. REFERÊNCIAS UNOCHAPECÓ. Site Institucional. Disponível em: https://www.unochapeco.edu.br/info Acesso em: 30/11/2013 UNOCHAPECÓ. Síntese do PPC do Curso de Psicologia. IN: Site Institucional. Disponível em: https://www.unochapeco.edu.br/info Acesso em: 30/11/2013 UNOCHAPECÓ. Plano de Ensino do Componente Curricular Oficina de Vivência Grupal. 2013. YOZO, Ronaldo Yudi K. 100 jogos para grupos: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas. São Paulo: Ágora, 1996.