UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA HISTÓRIA ECONÔMICA GERAL II PROF. DANIEL BARREIROS 1 Transição do Feudalismo para o Capitalismo
I. Teorias da Transição do Feudalismo para o Capitalismo 1. O que é capitalismo? Tendência humana e natural à troca Economia neoclássica Economia monetária / Relações de mercado Circulacionismo Uso racional da técnica para o lucro/ Espírito empreendedor racional Max Weber Uma consequência do embate entre forças produtivas e relações de produção Teoria dos modos de produção, Karl Marx
2. A Transição entre os Modos de Produção Historicamente, os modos de produção nunca aparecem em estado puro Definir um modo de produção é uma questão de estabelecer aquele que predomina Transição entre modos de produção ocorre através da revolução Conflito entre forças produtivas e relações de produção
3. Condições para o Capitalismo como Modo de Produção Concentração de propriedade dos meios de produção Expropriação do produtor direto em relação aos meios de produção Transformação da força de trabalho em mercadoria
4. Feudalismo como Modo de Produção Baseado na Servidão (M. Dobb) Transferência de excedente por meio de coerção extraeconômica (servidão) Renda trabalho / Renda espécie / Renda dinheiro Produtor direto tem a posse dos meios de produção Baixa produtividade Servidão não requer economia natural ou de subsistência Comércio e valores de troca antecedem o capitalismo e estão presentes em muitos modos de produção
5. Feudalismo como Sistema de Produção Não Mercantil (P. Sweezy) Servidão não é fator suficiente para definir feudalismo Feudalismo europeu ocidental é a referência assumida por Dobb, e não é parâmetro Produção para o consumo, e não para a troca (valores de uso, não de troca) Pouco impulso ao progresso técnico Pouca capacidade expansiva limita absorção de força de trabalho
6. O Papel da Moeda e do Comércio na dissolução do feudalismo (P. Sweezy) Renascimento Comercial e Urbano Comunidade comercial, intensificação da circulação monetária Desenvolvimento de interesses comerciais entre a aristocracia feudal Gastos suntuários ampliam se com o comércio de longa distância Centros Urbanos Comerciais pressão comercial sobre o entorno (abastecimento e matérias primas) Superação do comércio local pelo comércio de longa distância
7. Limites da Moeda e do Comércio como Agentes Motores (M. Dobb) Regiões ligadas ao mercado de longa distância Segunda Servidão Regiões deslocadas arrendamento, comutação Servidão então não exclui integração mercantil
8. Luta de Classes como Agente Motor na Dissolução do Feudalismo Fragilidade das forças produtivas + Demanda por Renda Superexploração do campesinato Abandono das parcelas agrícolas Nas regiões onde resistência camponesa foi vitoriosa Nas regiões onde reação senhorial foi vitoriosa
9. Produtividade da Terra e Fronteira Agrícola na Dissolução do Feudalismo (M. Dobb) Fronteira fechada, trabalho abundante, terras produtivas Produtividade deveria ser suficiente para remunerar trabalho e gerar excedente apropriável Com renda trabalho, por menores que fossem os ganhos, eram integralmente apropriados pelo senhor Fronteira aberta, trabalho escasso, terras improdutivas
10. Papel dos Centros Urbanos na Dissolução do Feudalismo (P. Sweezy / C. Parain) Terra é critério de inclusão, de pertencimento Camponeses não abandonariam a terra Cidades são ameaça às relações de trabalho feudais Cidades geram demanda e exigem eficiência no campo Onde não há comércio ou cidades, não há ameaça servidão persiste
11. A questão do Poder na Dissolução do Feudalismo (R. Hilton) Desagregação do Império Carolíngio (843) Estados menores, enfeudamento Nobres não mais mantidos pela corte imperial, e sim pela exploração direta das terras Senhores precisam manter seu poder perante outros senhores Quanto maior a fragmentação do poder e da propriedade territorial aristocrática, maior exploração
Bibliografia da Unidade BARREIROS, Daniel. Debates sobre a Transição: ideias e intelectuais na controvérsia sobre a origem do capitalismo. Niterói, EDUFF, 2008. Capitalismo e Servidão no Pensamento Marxista Contemporâneo Trocas Comerciais e Luta de Classes na Teoria da Transição para o Capitalismo.