GERENCIANDO A QUALIDADE DA FORMAÇÃO. NA PÓS-GRADUAÇÃO: um estudo de caso no MBA de



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Transcrição:

Tânia Mara da Silva Espíndola Simões GERENCIANDO A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA PÓS-GRADUAÇÃO: um estudo de caso no MBA de Gerência Empresarial e Negócios Taubaté SP 2003

1 Tânia Mara da Silva Espíndola Simões GERENCIANDO A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA PÓS-GRADUAÇÃO: um estudo de caso no MBA de Gerência Empresarial e Negócios Monografia apresentada para obtenção do Certificado de Especialização pelo Curso de Pós Graduação MBA em Gerência Empresarial e Negócios do Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado ECASE da Universidade de Taubaté. Área de Concentração: Gerência Empresarial e Negócios Orientador: Profª Drª Edna Querido de Oliveira Chamon Taubaté SP 2003

2 Tânia Mara da Silva Espíndola Simões GERENCIANDO A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA PÓS-GRADUAÇÃO: um estudo de caso no MBA de Gerência Empresarial e Negócios UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ, TAUBATÉ, SP Data: Resultado: COMISSÃO JULGADORA Prof. Dr. Assinatura Prof. Dr. Assinatura Prof. Dr. Assinatura

3 A educação é a verdadeira árvore da ciência do bem e do mal de cujos frutos se alimenta e vive bem ou mal a humanidade

4 AGRADECIMENTOS À Profª. Dra. Edna Maria Querido de Oliveira Chamon, minha orientadora, que por sua dedicação e compromisso me fizeram acreditar que esse trabalho era possível. Às minhas filhas Tamara, Talita e Tainá, por saberem esperar tanto. Ao meu marido Otacílio pelo apoio. A todos os nossos professores do MBA, com os quais aprendi tanto. Á música que me alegrou nas madrugadas de digitação. Aos colegas de MBA, que tornaram o curso muito bom. A Alda, que me indicou o curso e me incentivou a fazê-lo. Aos meus entrevistados sem os quais eu não teria resultados. Ao Profº Drº Edson A. Q. de Oliveira e a Profª Drª Maria Júlia Xavier, por autorizarem minha pesquisa junto a PRPPG. E a Deus, eu sempre agradeço.

5 Simões, Tânia Mara da Silva Espíndola. GERENCIANDO A QUALIDADE DA FORMAÇÃO NA PÓS-GRADUAÇÃO: um estudo de caso no MBA de Gerência Empresarial e Negócios. 2003. Monografia apresentada para obtenção do Certificado de Especialização pelo Curso de Pós Graduação MBA em Gerência Empresarial e Negócios do Departamento de Economia, Contabilidade, Administração e Secretariado ECASE da Universidade de Taubaté. RESUMO A pós-graduação no Brasil se desenvolveu a partir de uma necessidade do mercado de trabalho e do avanço da tecnologia e da ciência, sendo que os primeiros cursos surgiram nos anos 60. O ensino superior expandiu notavelmente nas décadas seguintes, evidenciando os papéis da Universidade Brasileira: ensino, pesquisa, extensão e cultura. Os seres humanos, têm um potencial de aprendizagem, capacidade de crescimento contínuo e ilimitado. As exigências atuais do mercado de trabalho fazem com que, além de buscar a formação continuada no intuito de adquirir conhecimentos os indivíduos busquem manter a empregabilidade e/ou ascensão social. Essa busca os levam às Instituições de Ensino Superior, que por sua vez, procuram desenvolver e implementar programas de formação visando suprir as necessidades dos alunos e do mercado de trabalho. No entanto, um fator interfere na formação do aluno: a motivação. Este trabalho buscou identificar o perfil do pós-graduando MBA de Gerência Empresarial e Negócios, suas expectativas e os fatores facilitadores na elaboração da monografia. Trata-se de uma pesquisa exploratória qualitativa, que retrata historicamente a pósgraduação no Brasil bem como seus objetivos e diretrizes. Foram feitas 18 entrevistas semi-estruturadas, com indivíduos que concluíram o curso com apresentação da monografia e indivíduos que concluíram o curso e não apresentaram a monografia. De acordo com os resultados obtidos, os principais fatores motivacionais que os levaram a procurar pela formação continuada foi a busca pela especialização e pelo conhecimento e em segundo plano mudança no que tange ao aspecto profissional. Quanto às expectativas os entrevistados afirmam terem recebido mais do que esperavam. Palavras Chaves: Motivação, Qualidade no Ensino, Pós-Graduação.

6 Simões, Tânia Mara da Silva Espíndola. MANAGING THE LEVEL QUALITY IN POST-GRADUATION COURSES. A situation study in Business and Enterprise Management. 2003. Graduation Work for obtaining the Specialization Certificate by the MBA Post Graduation Course on Business and Enterprise Management of The Economics, Accounting, Administration, and Secretary s Course Department ECASE, Taubaté University. ABSTRACT The Post-Graduation Course was developed from a necessity of the work market and technology and Science advancement, when the first Courses come up in the 60 s. The Superior Teaching (University), expanded notably in the following decades highlighting the roles of Brazilian Universities: Teaching, Research, Extension and Culture. Human Beings, have a learning potential, plus continuous and unlimited growth capacity. The current work market demands, require not only the continuous formation search, but also a means of acquiring knowledge, individuals try to maintain jobs, and or social ascension. This search leads them to Superior Instruction Institutions (Universities), which on their turn try to develop and implement programs of graduation aiming to fulfill the student s necessities and the work market. However, a factor interferes whit the student s formation: Motivation. This work tried to identify the post-graduated student s profile in the Business and Enterprise Management MBA, his expectations and facilitating factors in the production of this work. It is a qualitative exploratory research, which features historically the post-graduation course in Brazil, as well as its objectives and directions. Eighteen semi-structured interviews were made, whit individuals who had finished the course with work presentation and individuals who had finished the course whit work presentation and individuals who had finished the course and had not present the course completion work. According with the results obtained the principal motivation factors, which led them to look for the further instruction, was the search for specialization and knowledge, and in second place the chance, what concerns the professional aspect. As far as the expectations are concerned, the people interviewed affirmed that they had received more than they had expected. Key Words, Post-Graduation, Quality in the Teaching, Motivation.

7 SUMÁRIO Resumo Abstract. Lista de Tabelas Lista de Figuras. 1 Introdução 11 1.2 Objetivos 12 1.2.1 Objetivos gerais 12 1.2.2 Objetivos específicos 12 1.2.3 Delimitação do estudo 12 1.2.4 Relevância do estudo 12 1.2.5 Organização do Trabalho 13 2. A história da educação no Brasil 14 2.1 A evolução da educação no Brasil 15 2.2 O ensino Superior no Brasil 18 2.3 A regulamentação da educação superior brasileira 23 2.4 O papel da CAPES no ensino superior 24 2.5 O papel da Universidade 25 2.5.1 O papel da Universidade brasileira 26 2.6 A pesquisa e a produção de conhecimento na Universidade brasileira 31 3. Pós-graduação no Brasil 35 3.1 Pós-graduação lato sensu 38 3.2 Crescimento e Tendências da pós-graduação no Brasil 39 3.3 MBA 41 4. A motivação 44 4.1 As teorias motivacionais 47 4.1.1 Teoria das necessidades ou impulso geral de atualização do organismo 48 4.1.2 Teoria de Clayton Alderfer: outra teoria das necessidades adquiridas 49 4.1.3 Teoria das necessidades adquiridas de McClelland 49

8 4.2 Motivação na Educação 50 5. Qualidade 53 5.1 Qualidade na prestação de serviços 55 5.2 Qualidade na Educação 57 5.3 Qualidade no Ensino Superior brasileiro 59 6. Universidade de Taubaté 68 6.1 Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação 68 7. Metodologia 70 7.1 Coleta de dados 71 7.2 Análise e discussão de resultados quantitativos 73 8. Estudo de Caso na Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 76 8.1 O que é ensino formação? 76 8.2 Motivação para a formação 77 8.3 Elementos facilitadores e dificultadores da formação 81 8.4 Expectativas sobre o curso 84 8.5 Expectativas sobre o corpo docente 86 8.6 Planos para o futuro 89 8.7 Resultados da formação adquirida 92 9. Conclusão 97 10. Referências Bibliográficas

9 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Fatos que marcaram a evolução do ensino superior no Brasil 20 Tabela 2- Os decretos e leis das reformas educacionais 21 Tabela 3- Ensino Superior no Brasil em números de instituições por natureza 28 Tabela 4- Estatísticas do ensino superior: evolução da matrícula por natureza da instituição 29 Tabela 5- Número de cursos de pós-graduação 39 Tabela 6- Evolução da qualidade no ensino superior 59 Tabela 7- Aspectos negativos do ensino superior e possíveis soluções 64 Tabela 8 - Elementos facilitadores e dificultadores da formação 81 Tabela 9 - Resultados da formação 93

10 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Distribuição percentual de alunos do ensino superior por localização- capital/interior 29 Figura 2- Porcentagem da distribuição do número de docentes por titulação 30 Figura 3- Esquema geral da Universidade 34 Figura 4 Hierarquia da pós-graduação 38 Figura 5 Hierarquia das necessidades de Maslow 48 Figura 6 - Públicos-alvo que interagem com as instituições de ensino 51 Figura 7- Representação da escola como sistema 52 Figura 8 Visão da escola como sistema 61 Figura 9 Perfil profissional da amostra estudada 73 Figura 10 Faixa etária dos entrevistados 74 Figura 11 Gênero dos entrevistados que concluíram o curso com 75 monografia Figura 11.1 -Gênero dos entrevistados que concluíram o curso sem 75 monografia Figura 11.2- Percentual da apresentação de monografias por gênero 75 Figura 12 Expectativas sobre o corpo docente 87 Figura 13- Análise dos discursos quanto as teorias motivacionais 92

11 1. Introdução Importantes mudanças no mercado de trabalho, na administração pública, no avanço da ciência e tecnologia, fez com que muitos profissionais em diferentes áreas buscassem a formação continuada por meio dos cursos de extensão; na expectativa de permanência ou reinserção no mercado de trabalho. A pós-graduação no Brasil foi instituída formalmente em meados dos anos 1960; regulamentada com 38 cursos, sendo 11 de doutorado e os demais, de mestrado. Ao longo das décadas seguintes, a pós-graduação expandiu notavelmente em número de alunos e também na sua abrangência quanto a áreas de conhecimento (VELLOSO, 2002). As novas necessidades societais mostram que o percentual de cursos oferecidos aumentou visando atender as demandas do mercado mas que também se busca qualidade nos cursos que são oferecidos. Os cursos de pós-graduação têm seus objetivos, dentre eles pode-se citar o de formar professores para o magistério superior, formar pesquisadores para o trabalho científico, e preparar profissionais mais capacitados para o mercado de trabalho. E dentre os cursos de pós-graduação que têm tido uma demanda no mercado, situa-se os cursos de MBA (Master Business Administration), por proporcionarem aos pósgraduandos conhecimentos atualizados e práticas empresariais. Essas diferentes formações aliadas aos diferentes objetivos e confrontadas com os objetivos dos cursos de pós-graduação e as especificidades do curso MBA (Gerência Empresarial e Negócios), formam um contexto de trocas e de aprendizado bastante diversificados Busca-se neste estudo responder as seguintes questões: quais as expectativas do aluno de MBA com relação as diferentes formações e aspirações, bem como identificar os fatores motivacionais que os levaram a concluir o curso com ou sem a apresentação da monografia.

12 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Entender por meio de estudo e da pesquisa, o que o aluno e pós-graduação entende por qualidade no ensino superior; Identificar no MBA de Gerência Empresarial e Negócios, porque alguns alunos concluem o curso com monografia e outros não; Por meio do estudo das diretrizes gerais, que a pós-graduação deve atingir, buscaremos estudar e demonstrar as especificidades dos cursos de pósgraduação, assim como as expectativas dos alunos em relação ao curso; 1.2.2 Objetivos Específicos Descrever por meio de pesquisa bibliográfica o histórico, objetivo e critérios que regem os cursos de pós-graduação; Diagnosticar as expectativas e os objetivos que os pós-graduandos esperam atingir na formação; Discutir como a busca pela Qualidade no ensino levará o aluno a ter suas perspectivas atingidas; Definir os fatores motivacionais durante o curso; 1.2.3 Delimitação do estudo A pesquisa ficou restrita aos alunos do MBA (Gerência Empresarial e Negócios), que concluíram o curso nos períodos de 1998 até 2003 com apresentação da monografia e alunos que concluíram o curso e não apresentaram a monografia também nesse período de tempo. 1.2.4 Relevância do estudo Oferecer aos profissionais que procuram os cursos de pós-graduação uma pesquisa que descreva se as expectativas dos alunos foram alcançadas e o que eles obtiveram com o curso. Trata-se de uma pesquisa sobre quais os fatores motivacionais que os entrevistados demonstraram ter para a conclusão do curso com apresentação da monografia.

13 1.2.5 Organização do trabalho Este trabalho distribui-se em 9 capítulos, dos quais esta introdução é o primeiro. No capítulo 2, é apresentada a história da educação no Brasil, bem como sua evolução, regulamentação, o papel da Universidade brasileira, a pesquisa e a produção de conhecimento. No capítulo 3, trata-se da pós-graduação no Brasil, sua história, objetivos, tendências e crescimento. Finalizamos com a descrição do curso de MBA (Master Business in Administration). No capítulo 4, define-se o conceito de motivação, teorias motivacionais e completamos o capítulo com a motivação na educação. No capítulo 5, é apresentado um relato sobre a história da qualidade, qualidade na educação e a qualidade no ensino superior. No capítulo 6, encontram-se informações sobre a Universidade de Taubaté e a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Taubaté. No capítulo 7, reservado à metodologia, são mostrados os critérios da composição da amostra, técnicas e procedimentos da coleta de dados e os procedimentos da análise dos dados. No capítulo 8 encontram-se os Resultados e Discussão do Estudo de Caso na PRPPG, onde são apresentadas e comentadas as análises das entrevistas realizadas. No capítulo 9, apresentam-se as Conclusões.

14 2. A história da educação no Brasil A educação no Brasil, teve início com a chegada do primeiro governador-geral Tomé de Souza e da Companhia de Jesus (os jesuítas) em 1549, chefiados pelo Padre Manuel da Nóbrega. Segundo Piletti, (1994), quinze dias após sua chegada, os jesuítas fazem funcionar em Salvador, a primeira escola. É o início do processo de criação de escolas elementares, secundárias, seminários e missões, espalhadas pelo Brasil (ARANHA, 2001, p. 99) A Companhia de Jesus foi fundada por Inácio de Loyola (militar espanhol) em 1534, espalhando-se pelo mundo, desde a Europa, Ásia, África e América. Tinha por objetivo principal deter o avanço protestante em duas frentes: Educar as novas gerações; Procurar, por meio da ação missionária, converter à fé católica os povos das regiões que estavam sendo colonizadas (PILETTI, 1994). Encontrando dificuldades para alcançar seus objetivos com os adultos, a Companhia de Jesus, descobriu que seria mais seguro, conquistar as almas jovens. E que o instrumento adequado para essa conquista, seria a criação e a multiplicação de escolas (ARANHA, 2001). No Brasil, os jesuítas dedicaram-se à duas tarefas principais: pregar a fé católica e o trabalho educativo. Com o trabalho missionário de salvar almas, abria caminho para os colonizadores e seus costumes. E enquanto ensinava gramática nas escolas, ensinava ao mesmo tempo a doutrina católica (PILETTI, 1994). Embora a difícil tarefa de instalar um sistema de educação tanto para indígenas de língua e costumes desconhecidos quanto para colonizadores rudes e de hábitos criticados pelos religiosos, os jesuítas aprendem a língua tupi-guarani organizando uma gramática tupi; criam colégios como o de São Vicente e de São Paulo, permanecendo por mais de dois séculos como os principais responsáveis pela ação pedagógica no Brasil (ARANHA, 2001). Nesse período de 210 anos, eles promoveram uma ação maciça na catequese dos índios, educação dos filhos dos colonos, formação de novos sacerdotes e da elite intelectual, além do controle da fé e da moral dos habitantes da nova terra (ARANHA, 2001, p. 99).

15 2.1 A evolução da educação no Brasil Tradicionalmente nas famílias portuguesas, o filho primogênito herdava o patrimônio do pai e continuava seu trabalho; o segundo era enviado para o colégio e o terceiro deveria ser padre; os jesuítas então, se concentravam na formação destes por meio de um programa de estudos (Aranha, 2001). No período colonial brasileiro, as classes dominantes, tentavam copiar os hábitos da camada nobre portuguesa, o que contribuiu significativamente para a obra educativa iniciada pelos jesuítas. Essa obra educativa obedecia duas condições: Organização Social - (predominância de uma minoria de donos de terras sobre a grande maioria de agregados e escravos). A educação, mesmo pouca, era direcionada somente para os filhos homens que não fossem os primogênitos, portanto, era um número muito reduzido de pessoas que estava destinada à educação escolarizada (ROMANELLI, 2001). O conteúdo Cultural - (condição que se faziam portadores os padres). Se aos jesuítas de então faltava o gosto pela ciência, sobrava-lhes, todavia, um entranhado amor às letras, cujo ensino era a maior preocupação (ROMANELLI, 2001, p. 34). O esforço educacional concentrava-se totalmente no preparo de letrados eruditos, opondo-se à realização de atividades técnicas e artísticas, mantendo a colônia fechada ao espírito crítico e análise bem como à pesquisa e experimentação. Esse tipo de educação era totalmente alheio à realidade da colônia, mas veio corresponder aos interesses da minoria dominante. Conquistava primeiro os filhos dos índios e dos colonos, por meio do teatro, dança, música e poesia, as escolas de ler e escrever os reuniam. Mas a tendência da educação era separar os catequizados dos instruídos. Para os índios, a educação se resumia na pacificação tornando-os dóceis para o trabalho. Já para os filhos dos colonos, a educação tendia ser mais ampla, estendendo-se além da escola elementar. O programa de estudos mantidos pela Companhia de Jesus englobava, além das aulas elementares de ler e escrever, três cursos:

16 Letras humanas - (grau médio), abrangia estudos de latim e Gramática latina (elementos e regras gerais da sintaxe, análise dos problemas da prosódia latina) e Humanidades (História, Poesia e Retórica), com duração geral de 5 ou 6 anos; Filosofia e Ciências (ou Artes) - (considerado de nível secundário), compreendia estudos de Metafísica, Moral, Matemática e Ciências Físicas e Naturais, com duração de 3 anos; Teologia e Ciências Sagradas - (nível superior), destinado à formação de Sacerdotes (PILETTI, 1994). Terminado o curso Médio, que durava cerca de nove anos, o jovem tinha duas alternativas: estudar teologia, ou preparar-se para as carreiras profanas (Direito, Filosofia e Medicina), encaminhando-se para a Europa, especialmente para a Universidade de Coimbra, em Portugal (ARANHA, 2001). De acordo com Azevedo (1953 apud ROMANELLI, 2001, p. 34), essa educação não poderia contribuir para as modificações estruturais e econômicas na vida do Brasil daquela época. Desinteressada, destinada a dar cultura geral básica, sem a preocupação de qualificar para o trabalho. Não se pode no entanto, deixar de dar os créditos devidos `a educação jesuíta, a responsável pelo homem educado, polido e gentil, conforme exigia a sociedade aristocrática da época. Porém, ela é criticada pela separação que deu entre a escola e a vida cotidiana (ARANHA, 2001). Ministrando, nos séculos XVI e XVII em princípio, a educação elementar, para brancos e índios (com exceção das mulheres); educação média para os homens da classe dominante; educação superior religiosa para quem ingressasse na classe sacerdotal; levando outros que não queriam seguir a ordem religiosa a buscarem educação superior fora do Brasil. A educação jesuíta ganhou poder econômico e político sobre todas as camadas sociais brasileiras, o que foi motivo de preocupação para o governo de Portugal (ROMANELLI, 2001). Desde que chegara ao Brasil Companhia de Jesus recebia do governo português: uma taxa especial de 10% da arrecadação dos impostos, doações de terras e ainda ficava com a produção agrária das 37 missões que administrava, as quais eram

17 altamente lucrativas. O que a tornou economicamente rentável e não agradou a metrópole acusando-a de decadente e ultrapassada. Na busca de reformas estruturais e administrativas, em 1750, o governo de Portugal nomeia como seu primeiro-ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal. No Brasil o Marquês fez várias reformas, mas uma das suas principais medidas foi a de suprimir as escolas jesuítas em 28 de junho de 1759. Os jesuítas foram expulsos, seus bens confiscados, os livros são destruídos, os colégios e as missões são fechados. Com a expulsão dos Jesuítas, deixaram de existir, repentinamente, dezoito estabelecimentos de ensino secundário e cerca de 25 escolas de ler e escrever. Interrompe-se, assim, uma organização educacional, não sendo substituída por outra, provocando um retrocesso no sistema educacional brasileiro (ARANHA, 2001). Uma década mais tarde, foram criadas as aulas régias que, sem nenhuma ordenação entre elas, tentavam substituir o ensino dos jesuítas. Cada aula régia constituía uma unidade de ensino com professor único, era autônoma e isolada, não havia currículo, nem duração prefixada. O aluno se matriculava em quantas aulas régias queria e nas disciplinas que desejasse. Os professores eram geralmente de baixo nível, improvisados e mal pagos. Nomeados por indicação ou sob concordância de bispos. Tornavam-se proprietários das respectivas aulas régias que lhe eram atribuídas, vitaliciamente, como sesmarias ou títulos de nobreza (PILETTI, 1994, p. 138). Com a expulsão, desmantelou-se toda uma estrutura administrativa de ensino. A uniformidade da ação pedagógica, a perfeita transição de um nível escolar para outro, a graduação, foram substituídas pela diversificação das disciplinas isoladas. Leigos começaram a ser introduzidos no ensino e o Estado assumiu, pela primeira vez, os encargos da educação (ROMANELLI, 2001, p. 36). O objetivo da reforma de Pombal, foi o de substituir a escola que servia aos interesses da fé, por uma que fosse útil aos fins do Estado (PILETTI, 1994, p. 139). Embora expulsos, a influência da educação dada pelos jesuítas foi preservada e continuada por aqueles que outrora se formaram nos seminários dirigidos pelos jesuítas. Ela foi transformada em educação de elite, da aristocracia rural brasileira,

18 atravessando todo o período colonial e imperial, chegando ao período republicano sem sofrer, basicamente qualquer modificação. No século XIX, uma nova camada social, enriquecida pela mineração e radicada na zona urbana, passou a ser mais ativa na vida colonial. Foi nessa camada que apareceram os primeiros indivíduos ligados ao jornalismo, às letras e, principalmente à política. Essa classe social desempenhou um importante papel na evolução políticasocial do Brasil, especialmente porque ela se dispôs obter educação escolarizada e também por ligar-se à classe dominante na intenção de obter funções consideradas mais dignas, como as funções intelectuais, burocráticas e administrativas. Algumas escolas primárias e médias, em mãos de eclesiásticos, seminários episcopais, sobressaindo-se o Seminário de Olinda, fundado em 1800 pelo Bispo Azeredo Coutinho, e ainda algumas aulas régias do período pombalino, eram as escolas que predominavam no período da chegada do príncipe Regente, D. João VI, ao Brasil, em 1808 (ROMANELLI, 2001). 2.2 O ensino superior no Brasil Até 1808, os luso-brasileiros faziam seus estudos superiores na Europa, principalmente em Coimbra (Portugal). Há notícias de 2500 brasileiros diplomados até 1808, em sua maioria, religiosos. (LUCKESI et. al., 1998, p. 33-34). Embora houvesse um grande número de brasileiros diplomados, Portugal não permitiu a criação de uma Universidade no Brasil. A chegada de D. João VI à colônia, trouxe sensíveis mudanças às instituições educacionais da época. A principal delas foi, a criação dos primeiros cursos superiores (não teológicos) na colônia. Iniciou-se o ensino superior brasileiro ministrado em aulas avulsas, objetivando uma formação profissional básica. Com D. João, no entanto, não apenas nascia o Ensino Superior, mas também se iniciava um processo de autonomia que iria culminar na Independência Política (ROMANELLI, 2001, p. 38). No entanto, a Independência Política não alterou o quadro da situação do ensino, o que houve foi uma transferência de poderes, na qual os letrados passaram a

19 desempenhar na nova ordem de ensino um papel de indiscutível relevância, pois foram eles que em sua maioria, ocuparam, os cargos administrativos e políticos. Nesse período já havia um movimento em torno das faculdades (Direito 826 alunos, Medicina 294, Engenharia 154 e na Escola Militar 109) e embora esse movimento o ensino superior consolidou-se somente no início do século XX (ROMANELLI, 2001). Desde o final do século XIX, até a década de 1940, as oportunidades de estudo aumentaram, decorrendo daí mobilidade e ascensão social, sobretudo para a classe média, que passa a exercer novas profissões e a buscar na educação a garantia de sucesso (ARANHA, 2001). Uma nova mudança no Regime político trouxe uma outra forma de governo: a República. A constituição da República, instituiu o sistema federativo de governo e descentralizou o ensino. Ela reservou à União o direito de criar Instituições de Ensino Superior (ROMANELLI, 2001, p. 41). Também os intelectuais da nova República, em sua maioria formados em universidades européias tinham um sonho: ver o Brasil civilizar-se por meio da inauguração da vida acadêmica universitária (MORAIS, 1995, p. 108). Com a República despontava uma nova sociedade brasileira, mais complexa do que a anterior escravocrata. No entanto, o poder da reação mantém o privilégio de classe, valorizando apenas o ensino superior, desprezando a educação da mulher, criando um quadro educacional ainda mais precário (ARANHA, 1996). Não obstante ter acontecido a mudança de regime governamental, não houve modificações no poder econômico que continuava centralizado nas classes dominantes rurais. Não houve mudanças no Sistema Educacional e nem tampouco na organização do ensino (OLIVEIRA, 1995). A evolução do ensino superior conforme vimos até agora está representada em ordem cronológica como podemos ver na Tabela 1.

20 Tabela 1- Fatos que marcaram a evolução do ensino superior no Brasil DATA UNIVERSIDADE E SUA EVOLUÇÃO 1808 Inicia-se o ensino superior com a chegada da Família Real Portuguesa 1812 Organizado o Gabinete de Química e o Curso de Agricultura 1820 Criação da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil e a Escola Nacional de Belas Artes 1827 Criada as Faculdades de Direito de São Paulo e Recife (cursos Jurídicos) 1864 As faculdades de Direito tinham juntas: 826 alunos matriculados 1874 Separação dos Cursos Civis e Militares Criada a Escola Politécnica do Rio de Janeiro 1920 Criação da Universidade do Rio de Janeiro 1931 O Governo Reorganiza a Universidade do Rio de Janeiro (incorpora-lhe as Faculdades de Farmácia e Odontologia, a Escola Nacional de Belas Artes e o Instituto Nacional de Música). 1934 Criada e organizada a Universidade de São Paulo (considerada a 1ª Universidade Brasileira por ser a 1ª a seguir as normas do Estatuto das Universidades) 1935 Criada a Universidade do Distrito Federal (Faculdade de Educação) Criada a Universidade de Porto Alegre (Estudos Econômicos) 1937 Chegada da Ditadura (param as reformas e os professores sofrem perseguições) 1943 Realizado o Primeiro Encontro Brasileiro de Economia 1952 Começa no Rio de Janeiro o Ensino de Administração na FGV (Fundação Getúlio Vargas) Fonte: elaborado pela autora Na Tabela 1, vê-se que embora o ensino superior no Brasil tenha sido criado com a chegada da família real portuguesa em 1808, a primeira organização desse ensino em Universidade só apareceu em 1920, com a criação da Universidade do Rio de Janeiro. Segundo Aranha (1996, p. 153) os cursos, às vezes transformados em faculdades, permanecem como instituições isoladas, sem que haja interesse na formação de Universidade. Também que por volta de 1900, estava consolidado no Brasil, o ensino superior em forma de Faculdade ou Escola Superior. Na mesma época, o ajuntamento de três ou

21 mais faculdades podia legalmente chamar-se Universidade. Fundam-se assim as Universidades de Minas Gerais e a Universidade de São Paulo. Com a consolidação do ensino superior, acreditava-se que a Universidade seria um centro livre de debates e idéias, o que não aconteceu devido a chegada da ditadura em 1937. As ditaduras são incompatíveis com os debates e a verdadeira universidade deve ser edificada sobre e a partir do debate livre das idéias (LUCKESI et al, 1998, p. 34). Na Tabela 2 verifica-se que desde 1915 ocorre uma preocupação por parte dos governos em relação ao ensino superior. Por meio de decretos e de leis, os governos vêm promovendo reformas educacionais na tentativa de melhorar o ensino no país. TABELA 2 - Os decretos e leis das reformas educacionais DATA Nº DECRETO QUE DETERMINA O DECRETO 1/03/1915 11.530 Abertura de escolas superiores só em cidades com mais de 1000 habitantes. 11/04/1931 19. 850 Criado o Conselho Nacional de Educação 11/04/1931 19.851 Adotado o Regime Universitário 11/04/1931 19.852 Dispõe sobre a organização da Universidade do Rio de Janeiro 30/06/1931 20.158 Organizado o Ensino Comercial - regulamentada a profissão de contador 18/06/1946 21.231 No estatuto da Universidade do Brasil, aparece pela primeira vez o termo pós-graduação 11/07/1951 29.741 Criada uma Comissão para promover a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível superior- CAPES 1961 4.024 Lei de Diretrizes e Bases 28/11/1968 5.540 Lei da Reforma Universitária 10/02/1969 Parecer 77/69 Estabelecimento de normas de credenciamento para os cursos de pós-graduação 11/02/1969 464 Extinção da cátedra; unificação do vestibular 04/01/1974 73.411 Criação do Conselho Nacional de pós-graduação 20/12/1996 9.394 Novas diretrizes e bases da educação nacional um capítulo é destinado à educação Superior Fonte: elaborado pela autora