Cálculo Trabalhista. Um guia passo a passo

Cálculo Trabalhista Um guia passo a passo

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO Índice Introdução... 03 Qual a importância do cálculo trabalhista?... O que é importante saber?... O que você deve calcular?... 1. Saldo de salário... 2. Aviso prévio... 3. Férias proporcionais... 4. 1/3 de férias... 5. 13º salário proporcional... 6. FGTS... 7. IRPF... 8. INSS... 9. Multas... Dúvidas comuns... Informações revelantes... Sobre a Contabilidade... Sobre a Sempre Tecnologia... 04 05 06 06 07 07 08 09 09 10 10 11 12 13 15 15 3

Introdução Para evitar problemas com o Ministério do Trabalho e Previdência, além de manter uma boa relação trabalhista com os colaboradores é preciso gerenciar eficientemente todos os direitos de remuneração do trabalhador, calculando corretamente a folha de pagamento. Apesar disso, ainda é bastante comum acontecerem situações em que o trabalhador deixou de receber algum benefício ou impostos e taxas não pagos corretamente. Isso ocorre porque muitos empreendedores desconhecem as principais normas para realizar os cálculos trabalhistas de maneira correta. Foi pensando nisso que elaboramos este e-book: um passo a passo completo para você entender como realizar esse cálculo e qual a sua importância. Continue conosco!

01 CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO Qual a importância do cálculo trabalhista? A necessidade de fazer os cálculos trabalhistas aparece todos os meses para qualquer empreendedor. Afinal, todos sabemos que lidar com a remuneração dos funcionários não é tarefa simples. Portanto, saber realizar esses cálculos é fundamental para construir uma folha de pagamento sem erros. Quando essa atividade é ignorada, o processo de gerenciar o documento contábil dos pagamentos aos colaboradores fica sujeito a uma série de falhas, que podem acarretar em pagamento de multas e até processos trabalhistas. Geralmente, o setor de contabilidade da empresa é que tem a responsabilidade de realizar essa tarefa. Mas, isso não significa que você não precisa compreender como ela funciona. Em suma, os cálculos são feitos com base nos registros financeiros dos funcionários, como bônus, descontos, vencimentos, salários etc. A partir disso, você conseguirá diminuir gastos e otimizar tempo. Tendo isso em mente, fica fácil entender a importância de fazer esse cálculo, já que ele auxilia na elaboração de um documento sem erros, prevenindo possíveis retrabalhos e problemas jurídicos e tributários. 4

02 CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO O que é indispensável saber? Para preservar a saúde financeira da sua empresa e evitar problemas fiscais, é crucial saber o que fazer para acompanhar a situação em que o negócio se encontra. Por isso, também é essencial que cada um dos tributos sejam calculados. Como esse monitoramento é algo indispensável para a organização contábil do empreendimento, mas um tanto trabalhoso de se fazer, existem algumas medidas que se-rão de grande ajuda na hora de re-alizar essa tarefa. Registrar adequadamente os horários de jornada diária, construir um padrão estrutural dos cargos e salários, identificar e consertar os problemas de gestão são algumas ações que ajudarão a manter um melhor controle dos processos da empresa e facilitarão bastante no momento de fazer os cálculos trabalhistas. Manter tudo organizado previne diversas situações desagradáveis, como desperdício de tempo, retrabalhos e outras consequências que podem comprometer os cálculos e todo o acompanhamento realizado. 5

03 CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO O que você deve calcular? Como dissemos no início deste e-book, é preciso que os cálculos trabalhistas sejam feitos com exatidão para evitar prejuízos. Mas, para conseguir isso, é importante seguir à risca as regras de cálculo provenientes de cada etapa. 1 SALDO DE SALÁRIO Um dos primeiros cálculos a serem feitos é o do saldo de salário. Ele consiste na remuneração recebida pelo funcionário, que representa o total dos dias trabalhados no mês do contrato rescindido. Ou seja, se o colaborador recebe cerca de R$1.200,00 mensalmente, basta dividir esse valor por 30 para chegar aos seus ganhos diários. Suponhamos que o funcionário trabalhou por 10 dias no mês da rescisão. Nesse caso o seu saldo de salário será de R$400 reais, já que R$1.200,00 divido por 30 é igual à R$40,00, e R$40,00 multiplicado por 10 é igual a R$400,00. 6

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO 3 FÉRIAS PROPORCIONAIS 2 AVISO PRÉVIO O aviso prévio se trata do informe de que o colaborador se desligará da empresa, contido nos artigos 487 e 491 da CLT. Esse aviso pode ser feito tanto da organização para o funcionário, quanto do trabalhador para a chefia, devendo ser anunciando com, pelo menos, 30 dias de antecedência. Para cada ano de trabalho, devem ser acrescidos 3 dias ao aviso prévio. Esse acréscimo tem um limite de 60 dias, podendo chegar até 90 dias de aviso prévio. No caso de demissão imediata, sem aviso prévio, o colaborador deverá receber uma indenização, correspondente ao seu salário mensal. O direito à férias proporcionais é garantida ao funcionário após um ano de trabalho na empresa. Para fazer esse cálculo, você precisa dividir o valor do salário mensal por 12 e depois multiplicar o número obtido pela quantidade de meses trabalhados. Com isso, o colaborador terá 1/12 da sua renda para cada mês de serviço como verba das férias. Ou seja, se o trabalhador prestou seus serviços por 5 meses para a empresa antes das suas férias, sendo que o seu salário mensal é de R$1.200,00, calcula-se a divisão de 1.200 por 12, que resulta no valor de R$100,00, e, em seguida, multiplica-se esse número por 5. Assim, o funcionário terá direito ao valor de R$500,00 de férias proporcionais. 7

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO Contudo, é importante lembrar que o colaborador precisa ter trabalhado por, no mínimo, 15 dias em um mês. Caso contrário, a parcela desse mês não é incluída no cálculo. Além disso, existem duas exceções que garantem as férias proporcionais ao funcionário; quando ele é demitido antes de completar um ano na companhia ou quando a empresa oferece férias coletivas. 4 1/3 DE FÉRIAS Outro cálculo que deve ser feito, caso os colaboradores sejam beneficiados com essa remuneração, é o de 1/3 de férias. Ele consiste na parcela que o funcionário recebe juntamente com o seu salário quando goza de férias. Para chegar nesse valor, é necessário dividir por 3 o salário recebido pelo colaborador. Depois o número obtido dessa conta deve ser somado à sua renda do mês. Ou seja, quando o salário é de R$1.200,00, divide-se esse valor por 3, chegando a R$400,00. Essa quantia é a que deve ser acrescida ao salário do funcionário quando este entrar em férias. 8

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO 5 13º SALÁRIO PROPORCIONAL O décimo terceiro proporcional também chamado de gratificação de Natal é a parcela 6 a equivalente a 1/12 do salário aplicado a cada mês trabalhado. Ao final do ano, esse valor corresponde a um salário extra. Para chegar no 13º, precisa-se dividir o valor do salário por 12 e, depois disso, multiplicar o resultado obtido pelos números de meses de serviços prestados pelo colaborador. FGTS Depositado pelo empregador, o FGTS é a taxa correspondente a 8% do salário do colaborador, que não é descontada da sua remuneração. Caso o empregador não tenha feito Esse benefício, geralmente, é pago em duas parcelas; uma no mês de novembro e outra no período que vai de fevereiro a novembro. Da mesma forma que as férias proporcionais se o trabalhador não tiver cumprido, pelo menos 15 dias de trabalho, esse mês é excluído do cálculo. contribuição mensal do FGTS, ele deverá, em situação de rescisão, calcular uma indenização substitutiva, referente ao número de meses trabalhados pelo funcionário, mais o período de aviso prévio. 9

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO 7 IRPF O cálculo do IRPF corresponde aos descontos do imposto de renda aplicados ao trabalhador. Essas tributações seguem uma tabela que é atualizada pela Receita Federal anualmente. Até o ano recorrente, os profissionais com renda inferior a R$ 2.141,98 mensais estão isentos de taxação. A porcentagem tributária para as rendas acima desse valor são de: 7,5% para renda de R$ 2.141,99 a R$ 3.179,98; 15% para renda de R$ 3.179,99 a R$ 4.219,93; 22,5% para renda de R$ 4.219,94 a R$ 5.247,77; 27,5% para renda acima de R$ 5.247,77. 8 INSS Com o objetivo de financiar benefícios auxílio doença, salário-maternidade, pensão por morte, políticas de assistência social e previdência, o INSS é a taxa de contribuição que representa 8% a 10% do salário do colaborador. De acordo com a previdência social, a porcentagem das alíquotas são de: 8% em cima do salário-de-contribuição de até R$ 1.659,38; 9% em cima do salário-de-contribuição de R$ 1.659,39 a R$ 2.765,66; 11% em cima do salário-de-contribuição de R$ 2.765,67 a R$ 5.531,31. 10

CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO 9 MULTAS Segundo o art. 18, 1.º da Lei 8.036/90, em caso de demissão sem justa causa, o empregador terá que pagar uma multa correspondente a 40% dos depósitos feitos ao FGTS em nome do colaborador desligado. Ou seja, se o total da contribuição feita pelo empregador ao longo de um ano corresponde a R$1.152,00, o funcionário demitido receberá 40% desse valor. Portanto, juntamente com todos os benefícios de rescisão referentes ao período de prestação de serviços, citados ao longo deste e-book, o colaborador receberá um valor de R$460,80. Mas, é preciso lembrar que os descontos do IRPF e INSS se mantêm sobre essa quantia total. 11

04 CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO Dúvidas comuns Conforme explicitado nos tópicos iniciais, é fundamental conhecer como são feitos os cálculos trabalhistas, a fim de evitar erros nas folhas de pagamento dos funcionários, que poderão acarretar em processos e altas multas. Falando em folha de pagamento, por consistir no histórico completo do trabalhador na empresa, é um documento que possui tanta relevância quanto a realização desses cálculos. Contudo, essa tarefa também não é tão simples como parece e, à medida que a organização cresce, mais difícil e complexa ela se torna, au-mentando que as chances de falhas por descuido ou despreparo ocorram. É por essa razão que gerir bem esses processos é tão importante. Procure elaborar atividades estratégicas para otimizar essa tarefa, aliviando as responsabilidades das equipes contábeis e de RH. 12

05 CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO No geral, os cálculos trabalhistas que precisam ser feitos e incluídos nas folhas de pagamento de cada empresa, variam de acordo com as suas particularidades. Mas, a úni-ca constante para todas as com-panhias nesse momento são os dados contidos nesse documento, que deve informar: nome do colaborador; cargo exercido; parcelas que fazem parte da remuneração; parcelas que não compõem a remuneração, por exemplo, ajuda de custo e diárias; descontos realizados; valor líquido que deve ser pago; controle de frequência do colaborador; forma e prazo do pagamento. Informações relevantes Tudo o que foi citado aqui neste e-book, elaboramos para facilitar o seu entendimento acerca dos cálculos trabalhistas. Entretanto, tenha em mente que outras questões precisam ser levadas em conta, como o adicional noturno, o cálculo de hora extra e qualquer outra remuneração ou benefício concedido ao colaborador e que não constam na listagem acima. 13

Portanto, cuide sempre para que CÁLCULO TRABALHISTA: UM GUIA PASSO A PASSO haja um registro completo de todos os itens necessários para os cálculos. É do empregador a obrigação de comprovar esses processos, des-sa forma, procure manter um ou mais arquivos com todos os contra-cheques assinados pelos seus fun-cionários, por exemplo. Caso seja complicado demais organizar tudo isso sozinho, é válido contar com o auxílio de profissionais e métodos de automação. Elaborar um planejamento tributário eficiente também é outra forma de auxílio. Assim, imprevistos como horas extras serão antecipados, evitando prejuízos e problemas fiscais, mantendo a saúde financeira do empreendimento. 14

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