FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE GRADUAÇÃO DA REGIÃO CENTRO-OESTE ForGrad Centro-Oeste UnB Brasília 3 a 5 DE ABRIL DE 2014 CARTA DE BRASÍLIA No ano de 2014, no mês de abril, foi realizada a Reunião Regional do ForGRAD Centro-Oeste, em Brasília, com o tema: SINAES, 10 anos - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. 1. APRESENTAÇÃO O ForGRAD tem se pautado na reflexão, discussão e proposição de temas que fazem parte do cotidiano das Instituições de Ensino Superior contextualizadas com a realidade política, social e cultural, na busca permanente de um ensino de qualidade. Com a finalidade de subsidiar a carta de Brasília referente à Reunião do ForGRAD Centro-Oeste, realizada na Universidade de Brasília, Distrito Federal, o Fórum contou coma as seguintes palestras: 1) 10 anos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior SINAES, ministrada pela Profa. Adriana Weska, Diretoria de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior; 2) ENADE em foco e Avaliação de Competências, ministrada pela Profa. Claisy Maria Marinho de Araújo, do Instituto de Psicologia da UnB; 3) Avaliação in loco e seus instrumentos, ministrada pela Profa. Cláudia Griboski, Diretora de Avaliação da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC); 4) 20 anos da Educação Superior, ministrada pelo Prof. Dilvo Ilvo Ristoff, Diretor de Políticas e Programas de Graduação - Sesu/MEC; 5) Avaliação e Regulação na Educação Superior, ministrada pelo Prof. Luiz Dourado, Professor Emérito da Universidade Federal de Goiás e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). Para desenvolver as temáticas propostas, os organizadores do Fórum, membros do Decanato de Ensino de Graduação da Universidade de Brasília, elaboraram a programação científica visando instrumentar os participantes para a discussão sobre os dez anos do SINAES.
O Encontro Regional do FORGRAD CENTRO-OESTE contou com a participação de membros da Diretoria Nacional do FORGRAD. O Fórum contemplou 88 inscritos, sendo quatro do Sul, sete do Sudeste, seis do Nordeste, quatro do Norte e 67 do Centro-Oeste. Considerando a natureza jurídica, houve representação de 22 instituições Federais e Estaduais e 43 Instituições Privadas. O evento contou, ainda, com a participação de representantes da SECADI/MEC, apresentando o Programa Universidades Sustentáveis, para divulgação do programa. Dessa forma, os objetivos da reunião foram plenamente atingidos, uma vez que os Pró-Reitores de Graduação que integram a Regional Centro-Oeste e representantes de todas as regiões do País debateram acerca da temática: 10 anos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES. A discussão está presente neste documento que submetemos para apreciação e contribuição de todos. A Carta de Brasília contempla a síntese das palestras, discussões, demandas e políticas propostas pelos Pró-Reitores durante o Encontro. Após a aprovação, a referida Carta será encaminhada ao Ministério de Educação e Cultura MEC por meio da Carta Nacional,, visando ao fortalecimento da Educação Superior no Brasil. 2. CONTEXTO DA CARTA DE BRASÍLIA As palestras proferidas estão disponíveis em áudio no sítio do FORGRAD CENTRO- OESTE: http://www.forgradcentroeste.org/. 3. SÍNTESE DOS DEBATES DOS EIXOS TEMÁTICOS As oficinas de discussão das instituições comunitárias, particulares e públicas para as proposições para a carta de Brasília foram embasadas na metodologia de construção da Matriz SWOT, onde são apontados os pontos fortes, os pontos fracos, as ameaças e oportunidades relativas aos três eixos: 1) CPA; 2) Enade em foco e 3) Avaliação in loco. Os resultados estão listados a seguir: Grupo CPA Pontos fortes
Autonomia: não está vinculada a nenhum setor administrativo ou acadêmico. Não sofre interferência de órgãos superiores da instituição, o que dá transparência ao trabalho da comissão; Articulação entre Avaliação e Planejamento: a obrigatoriedade da aproximação dos dois processos possibilita o acompanhamento, a reordenação das demandas universitárias, a definição de novos rumos e o fornecimento de subsídios para melhorias necessárias; Contato com os segmentos da Instituição: a CPA atua na avaliação in loco, na avaliação das dimensões constantes no SINAES, propicia uma aproximação com as principais atividades e setores da Instituição; Representatividade da comunidade acadêmica e da sociedade civil; Processo democrático na tomada de decisões: atuação colegiada; Subsídios reais para planejamento; Aprimoramento dos cursos de graduação com a qualificação dos projetos pedagógicos e corpo docente; Ações para qualificação e profissionalização das diversas Pró-Reitorias; Investimentos em Infraestrutura e Ações Pedagógicas; Proposta e Objetivos. Pontos fracos Cultura organizacional e relação com a CPA: o Importância da CPA; o Garantia da presença da CPA nos espaços deliberativos e consultivos das IES; o Fóruns de debate com as categorias o Formação de multiplicadores do processo de avaliação nas unidades acadêmicas e administrativas; o Garantia de que os resultados da avaliação sejam considerados. Voz nas decisões dos conselhos superiores das IES: o Garantia de que a CPA possa se manifestar em decisões que se referem ou impactam a avaliação; o Legitimidade das proposições da CPA nos conselhos deliberativos; o Possibilidade de provocar os conselhos superiores. Dificuldades das CPAs em regulamentar sua atuação devido à falta de clareza e diretrizes concretas; Falta de uma garantia de computação das horas dedicadas à CPA; o Criação ou normalização das horas dedicadas ao trabalho da CPA; Falta de formação continuada para os membros da CPA; Relatório apenas descritivo;
Foco nas ações já realizadas face ao trabalho que poderá ser empreendido (metas e planejamentos futuros); Melhores ajustes na metodologia de coleta de dados; Repetição de dados; Propostas estabelecidas que não são contempladas no corpo do trabalho. Ameaças Ausência de fóruns de discussão sobre avaliação institucional em níveis local e nacional; Falta de clareza na legislação uniformização dos instrumentos; Fator tempo na realização dos trabalhos (atribuições diversas); Volumoso número de reclamações; Mudança na estrutura dos SINAES, estruturadas em cinco eixos; Resistência a mudanças para novas orientações metodológicas; Todos os pontos fracos podem ser tomados como ameaçadores para a melhoria da autoavaliação. Oportunidades Criação de nova autarquia; Criação de novo instrumento; Avaliação do SINAES após 10 anos; Elaboração de um Plano de Ação consistente; Melhor organização na realização do trabalho, resultado da contratação de novos assessores e efetivação do corpo docente; Oportunidade de contextualizar mais as mudanças e dinâmicas da PUC; Oportunidade para integralizar mais as unidades administrativas; Possibilidade de análise por intermédio dos dados descritivos. Grupo ENADE Pontos fortes Possibilitar processo de análise e reflexão institucional: PDI e PPI; Visibilidade do ES no país; Reavaliação dos PPCs da instituição; Indução de reforma curricular; Periodicidade na realização; Oportunidade para a aquisição de bolsa lato sensu via Ministério da Saúde; Melhoria na qualidade do ensino;
Capacitação da prática pedagógica; Reorganização dos modelos e propostas dos instrumentos avaliativos das IES. Pontos fracos Foco no instrumento avaliativo; Ênfase na participação do discente no processo avaliativo; Falta de cruzamento do ENADE com a avaliação in loco; A utilização das notas como rank institucional; A padronização da avaliação não privilegia as identidades dos cursos; A ausência de um modelo avaliativo adequado às linguagens específicas como: música, teatro, LIBRAS e outros; Questões anuladas e mal formuladas - modelo de prova desestimulante; Processo único - O ENADE não leva em consideração outros componentes avaliativos na IES; Obrigatoriedade de realização pela IES e pelo aluno; Pouca contrapartida das IES e do MEC (estímulo para os discentes); Foco no quantitativo. Ameaças O "rank" das instituições como ameaça aos objetivos do ENADE visto unicamente como instrumento de classificação; Falta de conscientização do corpo docente e discente sobre a importância do ENADE; A cultura de preparação dos discentes para prova, o que pode causar distorções no resultado da avaliação; Ausência de diretrizes mais fundamentadas para os cursos superiores de tecnologia; Baixa qualidade do ensino básico brasileiro; Baixa adesão e compromisso dos alunos; Pouco envolvimento docente; Expansão das IES privadas; Foco na prática do ENADE (pouca reflexão). Oportunidades Utilização dos dados do ENADE para fomento e qualificação das IES; Oportunizar negociação MEC-IES; Alterar a relação do sistema educacional brasileiro com o processo avaliativo; Ampliar a participação da comunidade acadêmica no sistema de avaliação dos cursos-instituição;
Desenvolvimento de programas de capacitação docente em avaliação; Política de estímulo e participação estudantil na ; Assegurar uma consolidação do ENADE na dinâmica universitária - Consolidar a cultura da Participação Discente; Melhoria na qualidade da educação. Grupo Avaliação in loco e seus instrumentos Pontos fortes Busca da melhoria da qualidade da Educação Superior; Permite a percepção real oferta de um curso; Explicitação e publicização dos instrumentos; Oportunizar às Instituições o aprimoramento de seus projetos; Transparência nos resultados - (Portal e-mec); Cumprimento das solicitações - (Responsabilidade Social); Organização do modelo didático pedagógico e da infraestrutura; Estabelecer diretrizes - PNE; Resguardar ao aluno o direito a educação de qualidade. Pontos fracos Falta de clareza quanto à aplicação do documento de avaliação; Número reduzido de avaliadores; Preparação inadequada dos avaliadores para diferentes realidades de instituições de naturezas diversas; Pouca flexibilidade nos recursos das IES; Instrumentos de seleção e exclusão; Pouco espaço para recomendações, sugestões e afins; Excesso de atividades para pouco tempo de visita; Regulação. Ameaças Utilização dos resultados para fins diferentes dos objetivos propostos; Fechamento de cursos; Perfil dos estudantes; Expansão das IES - Parâmetros corporativos; Desconhecimento dos gestores acerca da publicação de novos documentos e diretrizes; Expansão das IES. Oportunidades
A sociedade acompanhar as condições de oferta de cada IES; Maior envolvimento da comunidade acadêmica; Importância igualitária de todos os cursos da IES; Intercâmbio nas Relações Internacionais; Acessibilidade; Melhoria na qualidade do ensino e atenção aos propósitos do MEC. 4. PROPOSIÇÕES E ENCAMINHAMENTOS A serem construídas novas proposições on-line por meio do email: forgrad.centrooeste@gmail.com