O Livro Didático de História: Algumas reflexões sobre seus usos, finalidades, indicações e sua relação com a Consciência Histórica.



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Transcrição:

O Livro Didático de História: Algumas reflexões sobre seus usos, finalidades, indicações e sua relação com a Consciência Histórica. Leda Virgínia B. C. Potier. Mestranda PPGH/UFRN. RESUMO Qual o papel do livro didático de História? Quais elementos envolvem sua produção, distribuição e uso no Espaço Escolar? De quais formas sua utilização e indicações metodológicas, como, por exemplo, a indicação de filmes ajuda a desenvolver uma consciência histórica nos alunos? Essas são algumas indagações iniciais que visam refletir sobre o um recurso didático que está para além da sala de aula e que passou, ao longo dos anos a ser considerado objeto de pesquisas no âmbito acadêmico, constituindo-se, também, em fonte histórica. Para discutir o livro didático a partir dessas questões, iremos refletir sobre o papel dos autores na criação desse material, das editoras, do governo a partir do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), bem como da perspectiva de Jörn Rüsen, acerca do desenvolvimento de uma consciência histórica nos alunos. Palavras-chave: Livro didático; PNLD; Consciência Histórica. Introdução De maneira geral quando pensamos, ou somos levados a pensar, em livros didáticos, algumas imagens podem nos vir à mente (o professor, o aluno, as provas, as estratégias de ensino), imagens essas que estão diretamente relacionados ao espaço no qual esse material, o livro didático, objeto de tantas discussões e reflexões entre os que o utilizam está inserido: o Espaço Escolar 1. Talvez, de maneira imediata, possamos construir em nossa mente a imagem de uma sala de aula, que está inserida em um conjunto arquitetônico maior, a escola, organizado para atender a expectativas previamente definidas por parâmetros nacionais, diretrizes e leis para o ensino, que, por sua vez, tem como propostas e metas a construção do conhecimento e a educação para a formação de cidadãos. Se deixarmos, porém, nossa mente vagar pelo Espaço Escolar com olhares mais aguçados, talvez consigamos perceber que este é, também, formado por uma série de camadas simbólicas, discursivas, materiais, que se entrecruzam e acabam por constituí-lo. Essas camadas se relacionam e compõe o Espaço Escolar a partir de 1 1 O Espaço Escolar é objeto de estudo do projeto de pesquisa conduzida pela discente no mestrado em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1

elementos da sociedade, de indivíduos que participam das instâncias dos processos de ensino (alunos, pais, professores, dirigentes, legisladores, produtores de materiais didáticos), pelo poder público, onde essas relações se desenrolam sob o âmbito das leis, dos currículos, das disciplinas, dos materiais didáticos adotados, como é o caso do livro didático, objeto principal dos argumentos desse texto. O foco das reflexões deste texto estará voltado para a História enquanto disciplina escolar e, consequentemente, para o livro didático de História, enquanto recurso didático amplamente adotado e utilizado na construção de conhecimentos históricos empregados na formação do aluno cidadão. Compreender as finalidades e usos do livro didático de História a partir de sua relação com os diversos elementos constituintes do Espaço Escolar, será de extrema importância para o desenrolar da nossa reflexão, já que este (o livro) e os demais elementos desse espaço estão intimamente ligados, mas precisam ser entendidos em suas especificidades e nesse momento, devem ser observados sob a luz da teoria e da metodologia da História. Antes de falarmos do livro didático de História, é importante, sob alguns aspectos, discutir a função social da ciência histórica. Seria um erro e um reducionismo gravíssimos crer que a História ensinada não possui funções ligadas à formação da cidadania. Pelo contrário, é necessário que se perceba e se discuta a real importância do ensino de História a partir de sua capacidade de contribuir para que o aluno possa se perceber enquanto sujeito histórico, que precisa se compreender a partir do seu presente e das relações que este tem com processos sociais, econômicos e culturais que vem se desenvolvendo a partir de diversos momentos do passado. O profissional de História deve demonstrar essas ligações do passado com o presente e, embora não deva instituir uma como verdade única (o que entendemos por história tradicional é exatamente essa operação), deve ter claro que a memória influencia a história e a história influencia a memória. Por outro lado, o pesquisador e o professor de História precisam refletir (o segundo, como dever de ofício e ter clareza do momento em que é recomendável, necessário, desejado (para o público com quem trabalha) conhecer narrativas, confrontá-las, interpretá-las e compreendê-las. i Essa perspectiva está intimamente ligada com a teoria e metodologia da História desenvolvida pelo historiador alemão Jörn Rüsen. Para esse pesquisador todos os indivíduos são providos de algum nível de consciência histórica. Esta não advém apenas do conhecimento adquirido em salas de aula de História, pelo contrário, Rüsen defende que consciência histórica é uma categoria geral que não apenas tem relação 2

com o aprendizado e o ensino de história, mas cobre todas as formas de pensamento histórico ii. Partindo desse ponto de vista, entendemos que os alunos chegam à sala de aula com algum tipo de conhecimento, referente à sua existência no tempo e no espaço, obtidos a partir de meios, como a televisão, o cinema, as histórias familiares e de amigos. Esse capital cultural prévio não deve ser excluído no processo de construção do conhecimento, mas sim, deve ser desenvolvido em conjunto com o que pode ser construído e aprendido em sala de aula. Para Rüsen, o conhecimento histórico que é produzido nas academias (pesquisas, artigos, dissertações, teses) deve poder ajudar a suprir as carências de orientação no tempo e os interesses da sociedade, retornando a ela sob a forma de resposta a essas carências, podendo e devendo, inclusive, ser utilizados no Espaço Escolar pelo professor de História. Sabemos, porém, que existe um grande fosso que acaba por afastar a produção do conhecimento histórico acadêmico do que é levado para as salas de aula de História. Não nos cabe nesse momento discutir, ou mesmo tentar encontrar soluções para resolver esse problema, já que esse não é o objetivo central deste trabalho, mas podemos tecer algumas reflexões iniciais, tomando por base as ideias de Oliveira quando afirma que: Ter como parâmetro a forma de produção do conhecimento histórico para a produção do conhecimento histórico escolar significa vivenciar com os alunos a elaboração de problemas, o entendimento da construção da verdade científica, a relatividade do conhecimento, entre outras questões... O que está em discussão aqui não é a contraposição de um pensamento conservador a um pensamento transformador, mas sim, o desafio para um ensino-aprendizagem de História que seja coerente com as demandas sociais. iii Percebemos pelos posicionamentos acima elencados que existem desafios a serem transpostos. Sabemos da recorrência da já citada distância entre a produção do conhecimento acadêmico em História e o conhecimento ensinado nas escolas, porém, não adianta apenas termos conhecimento da existência desses campos de forças. Propomos aqui trabalharmos a partir dessas perspectivas a fim de construir problematizações acerca de como se constrói conhecimento Histórico em sala de aula, quais abordagens teórico-metodológicas poderiam ser adotadas, mas, principalmente, como o livro didático pode ser utilizado em consonância com essas construções de conhecimentos, e como esse recurso didático pode ser percebido em sua condição de documento que comporta vários outros documentos na sua estrutura, ou seja, além do 3

texto principal de cada capítulo iv. Propomos que o livro didático seja, também, entendido em sua complexidade, partindo-se dos preceitos da teoria e metodologia da História. O Livro Didático de História: reflexões e funções para o desenvolvimento de uma consciência histórica. O livro didático, em geral, e o livro didático de História, especificamente, têm sido alvo dos mais diversos tipos de debates, problematizações e pesquisas produzidas a partir de várias instâncias produtoras de conhecimento. Dentre as diversas perspectivas que são elencadas pelos pesquisadores no sentido de buscar compreender as finalidades e usos do livro didático de História, podemos citar a problemática que gira em torno daquilo que poderia ser o livro didático ideal. Essas discussões têm sido bastante recorrentes no meio acadêmico, que busca estabelecer as formas de como seria possível se chegar a certo estágio de excelência para esse recurso didático. Também têm sido recorrentes as discussões acerca das relações entre esse material e a formação docente necessária para que se faça o melhor uso desse recurso na construção do conhecimento. O livro como fonte historicizável também tem se constituído em um meio profícuo para os mais diversos debates. Todos os elementos acima citados são levados em conta pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), que realiza sob a tutela do Governo Federal, a avaliação dos livros que deverão ser considerados adequados a serem distribuídos nas escolas públicas brasileiras. O PNLD foi criado no ano de 1985 e vem sendo reconfigurado desde então, tendo, com o tempo, se tornando um dos maiores programas de avaliação e distribuição de livros didáticos de todo o mundo v. Além do processo de distribuição, o PNLD tem como missão, avaliar os livros didáticos que são produzidos pelas editoras Brasileiras. Nesse tipo de processo, regido por editais, alguns elementos são levados em consideração para a efetivação ou não de determinadas livros no programa. Alguns elementos como erros de informação, conceituais ou de desatualizações graves; veiculação de preconceitos de gênero, condição social ou etnia, bem como de quaisquer formas de proselitismo e, por último, verificação de incoerências metodológicas graves vi, são considerados fatores importantes para um parecer desfavorável ao material, efetivado pela equipe de avaliação. 4

Para termos uma noção da abrangência e alcance deste programa, podemos analisar os números de nossa realidade local. No ano de 2010, apenas para o ensino fundamental, no estado do Rio Grande do Norte, foram distribuídos 1.680.507 livros didáticos, que atenderam a 2.819 escolas e beneficiaram mais de 480.000 alunos vii. Esses números nos levam a alguns questionamentos que podem ser suscitados, tais como: de qual forma são utilizados esses livros pelas escolas? Ou ainda. O que se espera desses materiais? De acordo com Freitas, O mecanismo que leva o Livro Didático até as mãos do estudante na escola compreende várias etapas: lançamento de edital para as editoras; avaliação dos livros, a cargo de especialistas recrutados nas escolas e universidades públicas de todo o Brasil; escolha dos livros pelos professores, mediante o Guia do Livro Didático; aquisição dos exemplares e distribuição dos mesmos sob a tutela do FNDE. viii É notório que a seleção e distribuição dos livros didáticos movimentam uma grande soma financeira, que faz deste um mercado bastante interessante para as editoras que publicam e produzem esses materiais. Parece existir, entretanto, uma forte preocupação com a qualidade do material que está sendo aprovado e distribuído aos alunos e professores. Deve-se a isso, ao fato de que todas as coleções de livros passam por uma avaliação criteriosa, realizada por profissionais especializados nesse tipo de material. Apesar da existência do processo de avaliação, não podemos esquecer também dos interesses mercadológicos das editoras, que devem se preocupar não apenas com o conteúdo do livro e sua aprovação no programa, mas também devem tentar compreender todas as facetas deste processo, incluindo, nesse cenário, o professor, que por muitas vezes acaba por escolher o livro didático que mais se identifique com seu modo de dar aula, mesmo que algumas vezes sejam preferidos os livros com um teor teórico mais simples, em detrimento de um mais complexo. Em artigo publicado sobre Manuais didáticos e formação da consciência histórica, Daniel Medeiros, em entrevista a uma grande editora conseguiu captar que, Na entrevista com a Editora, foi detectado que a determinação principal do livro didático é o cenário do mercado. Como o material é líder de mercado, há uma exigência maior de sustentabilidade da posição e, portanto, um espaço menor para quaisquer inovações. Por outro lado, como o material é feito para quatro anos, ele precisa incorporar algumas inovações. No entanto, segundo a Editora, o material incorpora as inovações mais consolidadas no mercado, com o propósito de diminuir as resistências dos clientes ix. 5

Mas afinal, partindo das perspectivas acima demonstradas, o que se espera de um livro didático de História? Sabemos que esse material é, muitas vezes, uma das únicas fontes as quais os alunos terão acesso, tornando-se assim uma ferramenta importante para o desenvolvimento de uma consciência histórica nos alunos. Jörn Rüsen ao refletir sobre esse material chega a discorrer sobre como deveria ser o Livro Didático ideal x, que estaria em consonância com as orientações, na vida prática, dos sujeitos na sociedade, elencando alguns elementos que poderiam fazer parte de um livro didático de História que pudesse contribuir efetivamente com o aprendizado histórico. Assim, entendemos que, O livro ideal de História (a redundância é necessária) está no plano das ideias, está na cabeça de cada professor e não pode ser extensível a uma comunidade. O livro ideal (útil para todos) é uma utopia. Sempre haverá divergência sobre formatos, projetos pedagógicos, correntes historiográficas, personagens, fatos e abordagens xi. O livro didático de História não precisa ser utilizado como muleta para a efetivação da ação docente. Sua importância, no que tange ao auxílio ao professor pode parecer óbvia, porém, um livro não fala por si, tendo em vista que, ao realizarmos uma leitura interna mais profunda, perceberemos uma série de elementos que envolvem sua produção. Mesmo assim, a correta mediação realizada pelo professor/historiador é imprescindível, e acontecerá de maneira mais proveitosa se esse detiver domínio sobre os métodos e técnicas relativos à pesquisa histórica, aplicando-os com o objetivo de ajudar a desenvolver consciência histórica junto a seus alunos em salas de aula de História. Nesse ponto entramos em algumas questões cruciais, que dizem respeito não apenas a utilização do livro didático de História, mas também, às series de camadas de elementos que se entrecruzam e constituem o Espaço Escolar. Não podemos deixar de perceber as relações que vão se construindo neste espaço. Pensar a utilização de um recurso didático está para além da sua função básica. Questões relacionadas à formação do professor, aos currículos de História (de todos os níveis de ensino), às políticas públicas como um todo, são de extrema importância para o desenvolvimento de novas perspectivas e pesquisas acerca do ensino de Historia. No que tange a formação do profissional de História, bem como aos parâmetros que norteiam seus currículos, Oliveira defende que, de algum modo os editais do PNLD acabam por gerar uma orientação sobre o desenvolvimento da disciplina, seus 6

conteúdos e temas. Assim por meio da escolha dos professores, os livros didáticos de História têm funcionado como norteadores do ensino xii, já que sua utilização é de certa forma constante e unanime entre os professores. Não nos cabe nesse momento questionar o fato do livro ser, muitas vezes, a única ferramenta de trabalho de alguns professores, e que estes em alguns momentos batem o livro de capa a capa, sentindo que sua obrigação foi cumprida. Não precisamos nesse momento fazer uma historiografia da falta 2. Precisamos refletir sobre o que já vem sendo realizado em anos de pesquisas relacionadas ao ensino de história, bem como devemos pensar e discutir os efeitos que modelos, programas, recursos didáticos tem exercido no desenvolvimento da consciência histórica dos nossos alunos, nas suas percepções enquanto sujeitos capazes de se entender e orientar no tempo. Afinal, se os livros didáticos de História são selecionados por professores conhecedores daquilo que se espera poder viabilizar a instrumentação de um ensino de história norteado por operações historiográficas consonantes com a proposta de desenvolver consciência histórica a partir de preceitos teóricos e metodológicos da história, não estaríamos alguns passos mais adiante na tarefa de viabilizar um ensino de história com maior qualidade e mais consoante com o que se espera do ensino escolar de História? Estariam os professores, diretores e demais sujeitos ligados ao fazer pedagógico em História, informados sobre esses processos e aptos a operar com esses materiais, a partir de uma boa compreensão acerca das formas sob as quais eles lhes chegam às mãos? Essas são algumas perguntas que, acreditamos, se amplamente respondidas poderiam contribuir com a qualidade do ensino de História e com a utilização eficaz e eficiente do livro didático de História no espaço escolar. A História enquanto ciência e enquanto disciplina escolar tem uma grande importância na formação das identidades dos indivíduos e das sociedades. Jörn Rüsen nos aponta algumas perspectivas para o vislumbre desse material didático, tanto por pesquisadores quanto por professores: Antigamente, o livro didático de história era um dos canais mais importantes para levar os resultados da investigação histórica até a cultura histórica de sua sociedade [...] Outro motivo de seu interesse reside em seu modo de entender o alcance prático do saber produzido pela sua investigação [...] não pode deixa-los indiferentes sobre qual aplicação se faz dos conhecimentos históricos nos livros didáticos de história [...] Finalmente. [...] interessam-se pelo livro didático porque estão sempre 2 Termo utilizado por Oliveira na sua tese de doutorado, ao analisar as produções de pesquisas relacionadas ao ensino de História, que acabam por apontar mais faltas do que soluções. 7

envolvidas nele, também, mensagens políticas, pois o ensino de história é uma das instâncias mais importantes para a formação política. xiii Compreendemos que o livro didático de história pode também ser percebido como um termômetro, no que tange a produção do conhecimento histórico nas academias e sua apropriação nas salas de aula, porém, as fontes encontradas nesse material podem propiciar questionamentos no que tange a aprendizagem histórica, que é de acordo com Rüsen, um dos fundamentos da Didática da História. Essas fontes que vão desde textos, até imagens e suas respectivas indicações como quadros, charges e filmes, nos possibilitam novos olhares acerca do conhecimento histórico que pode ser produzido no Espaço Escolar, bem como podemos refletir sobre a consciência histórica que esta sendo desenvolvida na vida prática dos alunos e nas salas de aulas das escolas. Os alunos levam pra sala de aula muitos conhecimentos construídos em seu cotidiano, a televisão, os jornais e os próprios filmes colaboram para que estes tenham um entendimento de si, enquanto, pelo menos, sujeitos que estão inseridos em uma trama social muito mais complexa do que as percepções que essas ferramentas do dia a dia podem lhes propiciar. O livro didático de História, por muitas vezes, tem em seu conteúdo, esses elementos, que ajudam no desenvolvimento e na compreensão de determinados recortes espaciais e temporais, pelo menos, é a isso que parece se pretender a partir de indicações de sites, documentários e filmes. As imagens são um recurso bastante utilizado para, em alguma medida, dar um sentido de visibilidade a História que encontramos no material didático. Os filmes podem ser considerados um dos elementos que contribuem para o desenvolvimento de uma consciência histórica nos alunos, e o acesso a esse material é adquirido muitas vezes na vida prática cotidiana. O cinema possui uma linguagem própria, mas que também pode ser utilizada pela História, não apenas em filmes considerados de teor histórico, mas também em filmes que auxiliem aos alunos a compreender a sociedade na qual ele esta inserido. No que tange ao ensino, é sabido das inúmeras possibilidades de se trabalhar com esse material, já que a didática da história analisa agora todas as formas e funções do raciocínio e conhecimento histórico[...] isso inclui o papel da história na opinião pública e as representações nos meios de comunicação de massa xiv. Assim, podemos nos perguntar como essa linguagem voltada à mídia da massa influencia no desenvolvimento de consciência histórica nos alunos, e quais implicações as indicações 8

fílmicas nos livros didáticos podem contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem histórica. No que tange ao cinema em sala de aula, muitos trabalhos tem sido realizados. O filme acabou por ser apropriado como recurso didático, embora saibamos que muitas vezes este é apresentado como uma legitimação/visualização de um dado acontecimento histórico. Cabe a nós utilizarmos elementos teóricos e metodológicos para compreender o filme enquanto possuidor de uma linguagem própria, onde imagem em movimento e som são combinados, a partir de técnicas inerentes a esse tipo de texto, na composição de discursos construídos em um determinado tempo e contexto de produção. Os filmes são, portanto, produtores de significados culturais e pode-se discutir a possibilidade de problematizar seus discursos, articulando-os aos seus respectivos contextos de produção, bem como as assimilações realizadas pelos produtores dos livros didáticos. Em recente levantamento de fontes, realizado para analisar as indicações fílmicas nos livros didáticos de História, aprovados no PNLD 2002, do 8º ano do ensino fundamental, percebemos que muitas perguntas e hipóteses podem ser levantadas acerca destas indicações, bem como das possibilidades de essas indicações, contribuírem efetivamente com o desenvolvimento de uma consciência histórica, em parceria com a historiografia e os conteúdos ministrados em sala de aula. No decorrer das analises de 19 livros, tentamos fazer um apanhado geral sobre os autores, se as indicações eram acompanhadas de problematização, se eram apenas ilustração, qual a recorrência desses filmes, e mesmo se estes se relacionavam com os assuntos aos quais faziam referência. De modo geral, percebemos que a atuação do autor, enquanto professor que faz uso deste material, influência nas indicações dos filmes, bem como na reflexão do uso desse material por parte do professor, com o desenvolvimento de atividades, para tornarem o momento mais proveitoso. Percebemos também, que nem todos os livros faziam indicações de filmes para os alunos, dos 19, apenas 15 livros utilizaram esse recurso, sendo que destes 7 faziam indicações nos manuais do professor e apenas 8 apresentavam as indicações para os alunos. O filme é um material pertencente à vida prática do aluno, em grande medida, fora do ambiente escolar. Muitas vezes sua produção visa apenas o entretenimento, sem nenhum interesse ou acordo com a História, por exemplo, mas esse material tem sido utilizado e pode ser problematizado enquanto produtor de consciência histórica, já que o local de fala de um filme pode dizer muito da sociedade na qual ele foi produzido. Suas 9

indicações em livros didáticos também podem nos dizer muito dessa ferramenta, utilizada e debatida por tantos profissionais. Considerações finais O livro didático de história pode ser considerado um dos importantes elementos que compõe o Espaço Escolar. Ele se articula e é articulado às mais diversas instâncias do saber que são apropriadas por quem os utiliza diretamente e indiretamente. Ele é simbólico para os pais dos alunos, que o compreendem muitas vezes como ferramenta capaz de fazer seu filho aprender, além de estar ligado a uma ampla rede que envolve as mais diversas políticas públicas, como o Programa Nacional do Livro Didático, e tem se tornado com frequência, objeto e fonte de estudos para pesquisadores que querem compreender esse objeto e o espaço na qual ele esta inscrito. Assim, entender seu processo de produção, divulgação, apropriação a luz da Teoria da História, pode contribuir no desenvolvimento de uma aprendizagem histórica e na construção de identidades, onde seus sujeitos se sintam figuras pertencentes e ativas no processo histórico na qual estão inseridos. As possibilidades de reflexão em relação ao livro didático, a aprendizagem histórica, as indicações fílmicas, podem colaborar para um desenvolvimento mais aprofundado da História enquanto disciplina escolar capaz de contribuir para o desenvolvimento dos alunos no que tange sua orientação temporal, e por que não espacial, no que concerne a compreensão do passado, do nosso presente e porque não do futuro. 10

i OLIVEIRA, Margarida Maria de. Ensino de História: questão estatal ou publica? In.: Diálogos, v. 15, n. 3, p. 521-532, set.-dez./2011. p. 529. ii RÜSEN, Jörn. Didática da História: Passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. In.: Jörn Rüsen e o Ensino de História. Organizadores: Maria Auxiliadora Schimitd, Isabel Barca, Estevão de Rezende Martins. Curitiba: Ed. UFPR, 2010. p..36. iii OLIVEIRA, Margarida Dias de. Op. Cit. p. 528 iv TIMBÓ, Isaide Bandeira. O livro didático de história e a formação docente: uma reflexão necessária. In.: O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Margarida Maria Dias de Oliveira e Maria Inês Sucupira Stamatto (Org.). Natal:EDUFRN, 2007. v Programa Nacional do Livro Didatico, Decreto n 91.542, de 19 de agosto de 1985. vi MIRANDA, Sonia Regina; LUCA, Tania Regina de. O livro didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD. Rev. Bras. Hist.,São Paulo, v.24, n. 48, 2004. Disponível em: <a http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-01882004000200006&lng=pt&nrm=iso > Acessos em:24/05/2012. vii PNLD 2010 Dados estatísticos por estado. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/pnlddados-estatisticos> Acesso em:25/05/2012. viii FREITAS, Itamar. et. al. A Ação do PNLD em Sergipe e a escolha do Livro Didático de História (2005/2007). In.: O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Margarida Maria Dias de Oliveira e Maria Inês Sucupira Stamatto (Org.). Natal:EDUFRN, 2007. P.54 ix MEDEIROS, D. H. Manuais didáticos e a formação da consciência histórica. Revista Educar. Editora UFPR: Curitiba, 2006. P. 73-92. P.76. x RÜSEN, Jörn. O livro didático ideal. In.: op.cit. xi FREITAS, Itamar. et. al. Op.cit. p. 55. xii OLIVEIRA, Margarida Maria de. Op.cit. p.524. xiii RÜSEN, Jörn.. O livro didático ideal. In.: Op.Cit.p.110. xiv RÜSEN, Jörn. Didática da História. In.: Op.cit. p.32 11

Referências FREITAS, Itamar. et. al. A Ação do PNLD em Sergipe e a escolha do Livro Didático de História (2005/2007). In.: O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Margarida Maria Dias de Oliveira e Maria Inês Sucupira Stamatto (Org.). Natal:EDUFRN, 2007. MIRANDA, Sonia Regina; LUCA, Tania Regina de. O livro didático de história hoje: um panorama a partir do PNLD. Rev. Bras. Hist.,São Paulo, v.24, n. 48, 2004. Disponível em: <a http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-01882004000200006&lng=pt&nrm=iso > Acessos em:24/05/2012. OLIVEIRA, Margarida Maria de. Ensino de História: questão estatal ou publica? In.: Diálogos, v. 15, n. 3, p. 521-532, set.-dez./2011.. O DIREITO AO PASSADO (Uma discussão necessária à formação do profissional de História).Tese de Doutorado: Recife:2003. 292p. Disponível em:< http://www.liber.ufpe.br/teses/arquivo/20040708113921.pdf> Acesso em:23/05/2012. PNLD 2010 Dados estatísticos por estado. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-dados-estatisticos> Acesso em:25/05/2012. RÜSEN, Jörn. Didática da Historia: Passado, presente e perspectivas a partir do caso alemão. In.: Jörn Rüsen e o Ensino de História. Organizadores: Maria Auxiliadora Schimitd, Isabel Barca, Estevão de Rezende Martins. Curitiba: Ed. UFPR, 2010 TIMBÓ, Isaide Bandeira. O livro didático de história e a formação docente: uma reflexão necessária. In.: O livro didático de história: políticas educacionais, pesquisas e ensino. Margarida Maria Dias de Oliveira e Maria Inês Sucupira Stamatto (Org.). Natal:EDUFRN, 2007. 12