Integração de Políticas Sociais e a Garantia dos Direitos à Saúde Reprodutiva e Saúde Sexual. Rosane Silva Pinto de Mendonca

Documentos relacionados
RESULTADO SISTÊMICO 7

COPATROCINADOR UNAIDS 2015 UNFPA FUNDO DE POPULAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

CIPD além de 2014: Integração da dinâmica populacional no desenvolvimento sustentável

Secretaria de Políticas para as Mulheres Presidência da República

A importância do quesito cor na qualificação dos dados epidemiológicos e como instrumento de tomada de decisão em Políticas Públicas de Saúde

Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de

TERMOS DE REFERÊNCIA PARA CONSULTORIA INDIVIDUAL

PLANOS DE MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DO PAIR

DECRETO Nº 9.586, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2018

Saúde Sexual e Reprodutiva: um direito básico dos/das adolescentes e jovens

PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, POLÍTICAS PÚBLICAS E NORMAS LEGAIS:

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo para Utilização do. Levonorgestrel. Brasília DF

Revisão Sistemática de Literatura Científica. Adolescência, Juventude e Saúde Sexual e Reprodutiva no Brasil ( )

PLATAFORMA PARA CANDIDATAS A VEREADORAS E A PREFEITAS

PORTARIA No- 528, DE 1o- DE ABRIL DE 2013

POLÍTICA DE SAÚDE DA MULHER

Atenção Básica na Atenção Integral à Saúde da Criança. PMAQ Processo de trabalho ofertas para o cuidado

O Processo Participativo na Elaboração do PLANSAB

Qualificação da Gestão

Agravos prevalentes à saúde da. gestante. Profa. Dra. Carla Marins Silva

Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes

Sistema Único do Trabalho

Iniciativa. Trajetórias Escolares Desigualdades e Diversidades

Objetivo Geral: Objetivos Específicos:

ATENÇÃO HUMANIZADA AO ABORTAMENTO

Linha de Cuidado do Adulto: Atenção Integral à Saúde da Mulher

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO

PROJETO DE LEI Nº 9/2015 Deputado(a) Manuela d Avila

IMPLEMENTAÇÃO DO SUAS AVANÇOS E DESAFIOS

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ANEXO I ATRIBUIÇÕES DAS EQUIPES DE REFERÊNCIA EM SAÚDE E RESPONSABILIDADES SETORIAIS INTERFEDERATIVAS

Convenção de Istambul

anem Saúde Sexual e Reprodutiva Programa Nacional de Consciencialização para os Direitos Sexuais e Reprodutivos Problema Primário

Aborto, Saúde e Direitos Reprodutivos e Sexuais. Simone Lolatto

Núcleo de Atenção Integral na Saúde da Família. Coordenação da Política Nacional de Promoção da Saúde/SE Coordenação de Gestão da Atenção Básica/SAS

Francisco George Director Geral da Saúde

Estamos aqui e fazemos a diferença.

Metodologia 1º ENCONTRO DE CAPACITAÇÃO DEZEMBRO/2017

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES- TEMÁTICA DE GÊNERO, RAÇA E ETNIA, CONFORME DECRETO /2011

ANEXO 2 TEMÁTICAS E CATEGORIAS DAS EXPERIÊNCIAS

Aprimoramento do Programa diante dos avanços da cobertura e da qualificação da

Presidência da República. Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente

Secretaria Nacional de Promoção e Defesa de Direitos Humanos (SNPDDH)

Plano Municipal da Infância e Adolescência (PMIA)

3º Ciclo PMAQ Equipes de Atenção Básica. Padrões de Qualidade Essenciais e Estratégicos MARI ÂNGELA DE FREITAS

A PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMO MÉTODO DE GOVERNO

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Secretaria Especial dos Direitos Humanos Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente

Estratégias para o enfrentamento das violações dos direitos da população em situação de rua

AMQ é um projeto inserido no contexto da institucionalização da avaliação da Atenção Básica

MECANISMO DE ARTICULAÇÃO PARA A ATENÇÃO A MULHERES EM SITUAÇÃO DE TRÁFICO INTERNACIONAL

ENFERMAGEM SAÚDE DO HOMEM. Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

UNFPA Brasil/Fernando Ribeiro FECUNDIDADE E DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. UNFPA Brasil/Erick Dau

MINISTÉRIO DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA

Programa Bolsa Família Pós-coleta dos dados de acompanhamento das condicionalidades de saúde

Desafios e perspectivas do Programa Bolsa Família

Plano Municipal da Infância e Adolescência (PMIA)

Derechos reproductivos y violencia sexual: politicas y programas. CEPAL CIPD/15 Santiago -2009

4º FÓRUM DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO RIO DE JANEIRO" GARANTIA DE DIREITOS DOS PACIENTES E SEUS FAMILIARES À ASSISTÊNCIA SOCIAL.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Básica. AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação dos Programas Federais de Respeito à Diversidade Sexual nas Escolas

Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE

Setor de Ciências Exatas. Planejamento Estratégico

Ministério da Integração Nacional

31º Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

Planejamento dos Direitos Sexuais e Reprodutivos OFICINA DE PLANEJAMENTO DOS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS

Análise de dados sobre crianças e adolescentes fora da escola

Republica de Colombia

EDUCADOR SOCIAL SITE: FACEBOOK: CARITAS ARQUIDIOCESANA DE PORTO ALEGRE SAS FACEBOOK: MENSAGEIRO DA CARIDADE

Setor de Ciências Exatas. Planejamento Estratégico

A Lei /2016 e as políticas voltadas à primeira infância: saúde materno-infantil, educação, assistência social

Projeto Interfederativo: Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção - Salvador e Camaçari -

ABORDANDO A TEMÁTICA SEXUALIDADE EM GRUPO DE ADOLESCENTES DO NUCLEO DE ATENÇÃO A SAÚDE INTEGRAL DO ADOLESCENTE (NASA) RIO DAS OSTRAS/RJ

E AUTONOMIA DAS MULHERES

CONTROLE SOCIAL e PARTICIPAÇÃO NO SUS: O PAPEL DO CONSELHO ESTADUAL DE SAÚDE

Q U E M S O M O S O QUE É O FUndO de POPUlaçãO das nações UnidaS 2

Regionalização da Assistência Social

Nota Técnica nº 02/2016/ SNAS/ MDS

Objetivo Principal Fique Sabendo Jovem!

Educação em Tempo Integral M A R Ç O / A N G É L I C A D E A. M E R L I A U L A 2

Programa Prefeito Amigo da Criança

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO CONSULTOR NACIONAL OPAS/OMS

COMO É CRIADO O CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL? Através de lei municipal, regulamentando os deveres e as obrigações do órgão.

QualiAB Avaliação e monitoramento de serviços de Atenção Básica

A FORMAÇÃO CONTINUADA NOS PROGRAMAS DE SAÚDE ESCOLAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA 1

DA INDUSTRIA, no uso de suas atribuições legais, regulamentares e regimentais,

PLANO DE AÇÃO CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES CAICÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

Avanços e desafios das questões de Gênero na Educação

O PNSIA é a ferramenta do Estado para facilitar o acesso à população adolescente à construção e ao desfrute da sua saúde integral.

PALAVRAS-CHAVE Morte Fetal. Indicadores de Saúde. Assistência Perinatal. Epidemiologia.

OF. CMDH / GAB Nº 013/2016. Ref.: Resposta ao Instituto Alana. Belo Horizonte, 19 de fevereiro de Prezada Senhora,

O Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

Conselhos Fortes, Direitos Assegurados Caminhos para a implementação dos ODS nas cidades. Realização Cofinanciamento Apoio

Atenção às Mulheres em Situação de Violência

EDIÇÃO Nº A O

Programa Analítico de Disciplina EFG361 Enfermagem Materna

Tabela 1 Quantidade de Entidades Privadas/CNPJ com inscrições deferidas Quantidade de entidades/cnpj. Quantidade inscrições por CNPJ

Política Territorial da Pesca e Aquicultura

Assessoria Técnica. Essa atividade se estruturou em dois níveis: presencial e a distância.

Brasília, 27 e 28 de outubro de 2010.

Transcrição:

Integração de Políticas Sociais e a Garantia dos Direitos à Saúde Reprodutiva e Saúde Sexual Rosane Silva Pinto de Mendonca Brasília - DF, 17 de outubro de 2013

Sumário 1. Direitos à saúde sexual e reprodutiva: o que queremos garantir? 2. Onde estamos no esforço de garantir os direitos à saúde sexual e reprodutiva? 3. Como tem avançado a universalização da garantia desses direitos? 4. Qualidade do processo de universalização da garantia desses direitos universalização com igualdade. 5. Papel do estado na garantia desses direitos. 6. Vantagens da integração das políticas. 7. Políticas públicas integradas: tipos e exemplos.

Direitos à saúde sexual e reprodutiva: o que queremos garantir?

Direitos à Saúde Sexual 1. Informação, educação (acesso e interpretação da informação) e aconselhamento (apoio à tomada de decisões) sobre saúde sexual. 2. Promoção e preservação da capacidade de desfrutar plenamente a sexualidade e a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras. 3. Prevenção, cuidados e tratamento de desordens sexuais não transmissíveis (tais como impotência, entre outras). 4. Prevenção, cuidados e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis. 5. Prevenção e cuidados para as vítimas de discriminação, coerção e violência sexual. Making Reproductive Rights and Sexual and Reproductive Health a Reality for All. Reproductive Rights and Sexual and Reproductive Health Framework, UNFPA, 2008. Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva - Cadernos de Atenção Básica - n.º 26. Ministério da Saúde. Ano: 2010.

Direitos à Saúde Reprodutiva 1. Informação, educação (acesso e interpretação da informação) e aconselhamento (apoio à tomada de decisões) sobre saúde reprodutiva. 2. Prevenção, cuidado e tratamento de limitações na capacidade reprodutiva (infertilidade) e tratamento de infecções do sistema reprodutivo. 3. Planejamento familiar: informação, aconselhamento e acesso a métodos e técnicas de concepção e contracepção eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis. 4. Realização do aborto previsto em lei e garantia de atenção humanizada e qualificada às mulheres em situação de abortamento. 5. Assistência pré-natal e puerperal: informação e acesso a serviços apropriados de saúde que deem à mulher condições de passar, de forma segura e saudável, pela gestação, pelo parto e pós-parto, e que proporcionem aos casais a melhor chance de ter um filho sadio. Making Reproductive Rights and Sexual and Reproductive Health a Reality for All. Reproductive Rights and Sexual and Reproductive Health Framework, UNFPA, 2008.

Onde estamos no esforço de garantir os direitos à saúde sexual e reprodutiva?

Porcentagem de escolares do 9º ano Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental que receberam orientação na escola sobre aids ou outras doenças sexualmente transmissíveis: Brasil, 2012 96 94 92 1,5% 1,0% 0,5% Desigualdade 79% PA FL 90 0,0% Total Entre grupos MN JP BH DF 88 86 TE PV FO BV SP 84 BL 82 RJ 80 0,500 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750 0,800 0,850 0,900 IDHM Fonte: Dados do IDHM de 2010 e PeNSE de 2012

Porcentagem de escolares do 9º ano Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental que receberam orientação na escola sobre prevenção de gravidez: Brasil, 2012 92 90 88 86 84 82 80 2,0% 1,5% 1,0% 0,5% 0,0% Desigualdade Total TE 75% Entre grupos MN PV BV JP FO SP BH PA DF FL 78 76 BL 74 72 70 RJ 68 66 0,500 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750 0,800 0,850 0,900 IDHM Fonte: Dados do IDHM de 2010 e PeNSE de 2012

Porcentagem de escolares do 9º ano 82 80 2,0% 1,5% 1,0% Percentual de escolares frequentando o 9º ano do ensino fundamental, dentre os que já tiveram relação sexual, que usaram preservativo na última relação sexual: Brasil, 2012 Desigualdade 74% MN BH 78 0,5% 0,0% Total Entre grupos PV PA FL 76 BV SP 74 FO DF 72 RJ TE JP 70 BL 68 0,500 0,550 0,600 0,650 0,700 0,750 0,800 0,850 0,900 Fonte: Dados do IDHM de 2010 e PeNSE de 2012 IDHM

Como tem avançado a universalização da garantia dos direitos à saúde sexual e reprodutiva?

Qualidade do processo de universalização da garantia dos direitos à saúde sexual e reprodutiva universalização com igualdade.

Papel do estado na garantia desses direitos.

Papel do Estado na Garantia dos Direitos à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Informar Jovens e adolescentes sobre: direitos à saúde sexual e saúde reprodutiva (educação em) saúde sexual e saúde reprodutiva hábitos e comportamentos que devem ser adotados ou evitados serviços adequados para cada tipo de situação Regulamentar A oferta de serviços privados dirigidos à saúde sexual e saúde reprodutiva: regulamentar acesso, qualidade, preço. Gratuidade Oferecer gratuitamente os serviços necessários à garantia dos direitos à saúde sexual e reprodutiva a todos, em particular, àqueles que não podem pagar. Provisão Pública Provisão pública de serviços dirigidos à saúde sexual e saúde reprodutiva, em particular, aqueles que não são oferecidos pelo setor privado.

Vantagens da integração das políticas.

Vantagens da Integração de Políticas Públicas para Garantia do Direito à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva I. Defesa dos direitos: Promove maior visibilidade e melhor compreensão pelos adolescentes e jovens do leque completo de direitos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva, facilitando a defesa desses direitos pelo governo e pelas representações da sociedade civil (associações, conselhos, etc). II. Acesso à informação: Promove uma visão clara de quais são os serviços disponíveis localmente que tipos, onde são oferecidos, horários de atendimento, critérios de acesso, gratuidade. Permite a construção de diagnósticos personalizados e de planos de atendimento integral.

III. Vantagens da Integração de Políticas Públicas para Garantia do Direito à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Acesso e utilização integral dos serviços disponíveis: Facilita o acesso ao leque completo de serviços, permitindo que a complementariedade entre os serviços seja plenamente aproveitada. IV. Integração, integralidade e igualdade: A disponibilidade de um atendimento integrado é mais importante para os mais vulneráveis. Na falta de integração, os menos vulneráveis na medida em que têm mais acesso e capacidade de processamento da informação têm maior capacidade de obter um atendimento integral. Lacunas na oferta de serviços (ausência de um atendimento integral) têm maiores efeitos deletérios sobre os mais vulneráveis. Os menos vulneráveis podem com recursos próprios obter acesso aos serviços indisponíveis publicamente.

Vantagens da Integração de Políticas Públicas para Garantia do Direito à Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva V. Sinergias na provisão: A utilização compartilhada de insumos ou infraestrutura permite ganhos de escopo, com reduções de custo, possibilitando melhorias na qualidade e expansão na oferta de serviços.

Políticas públicas integradas: tipos e exemplos.

Tipos de Integração 1. Unificação: Junção de programas da mesma natureza, que pode ocorrer pela junção administrativa de programas que oferecem serviços iguais ou similares possivelmente a populações diferentes (ex. Bolsa Família, Pronatec) ou pela consolidação dos benefícios e regras de concessão de programas que oferecem benefícios similares a populações sobrepostas (ex. Abono Salarial e Salário Família). 2. Produção conjunta: Junção dos processos de produção, pelo uso conjunto de insumos ou infraestrutura, com vistas a obter ganhos de escopo e aproveitamento de sinergias. 3. Integralidade: Diagnóstico abrangente das necessidades familiares e de cada membro da família com atendimento concomitante a todos os membros.

Tipos de Integração 4. Coordenação: Racionalização da atuação das três esferas de governo e do setor privado, eliminando sobreposições e tirando proveito das vantagens comparativas de cada um na provisão dos serviços. Exemplo: Programa Saúde na Escola Esse programa é o resultado de estreita cooperação entre os três níveis de governo e organizações sociais (OS). Governo federal: aporta boa parte dos recursos necessários à execução do programa, define o leque de atividades que podem ser realizadas, estabelece critérios para o repasse de recursos, realiza o monitoramento e a avaliação. Governo municipal: seleciona as escolas a serem atendidas e as atividades optativas a serem realizadas, gerencia o programa localmente, executa o programa diretamente ou seleciona e repassa recursos à organização social para executar as atividades. Organizações sociais: executam o programa em alguns casos.

Tipos de Integração 5. Integração intersetorial na gestão: Ações intersetoriais requerem necessariamente a integração das equipes gestoras dos correspondentes órgãos setoriais. Essa integração da gestão pode ocorrer em nível federal (quando a ação é interministerial) ou em nível estadual/municipal (quando envolve ações de múltiplas secretarias estaduais/municipais). Exemplo: Programa Saúde na Escola A gestão desse programa é compartilhada por três grupos gestores intersetoriais: (i) o grupo de trabalho intersetorial municipal (GTI-M), composto ao menos pelas secretarias municipais de saúde e de educação, (ii) o grupo de trabalho intersetorial estadual (GTI-E), composto por membros das secretarias estaduais de saúde e de educação, e (iii) o grupo de trabalho intersetorial federal (GTI-F), composto por membros dos ministérios da saúde e da educação.

Tipos de Integração 6. Integração intersetorial na provisão: Ações intersetoriais requerem a atuação coordenada dos profissionais dos diferentes setores diretamente envolvidos na provisão de serviços que compõem a ação.

Tipos de Integração 6. Integração intersetorial na provisão: Possibilidades de integração entre a educação e a saúde na provisão de serviços de saúde sexual e reprodutiva i. A escola realiza ações usando apenas seus próprios profissionais (p.e., de informação sobre a existência de serviços e encaminhamento aos serviços prestados pela saúde); protagonismo é da educação e nas ações realizadas na escola não existe integração das equipes; a integração é entre ações realizadas pela escola (triagem) com outras realizadas pela saúde. ii. A escola convida a saúde para fazer uma atividade conjunta com o envolvimento de profissionais de ambos na execução da atividade; protagonismo é da educação e existe integração das equipes na realização da atividade.

6. Integração intersetorial na provisão: Possibilidades de integração entre a educação e a saúde na provisão de serviços de saúde sexual e reprodutiva (continuação) iii. A escola convida a saúde para realizar atividade a execução da atividade é feita exclusivamente pelos profissionais da saúde; protagonismo é da educação e não existe integração das equipes na iv. Tipos de Integração realização da atividade. A saúde se convida para atuar no espaço da escola com o envolvimento de profissionais de ambos na execução da atividade; protagonismo é da saúde e existe integração das equipes na realização da atividade. v. A saúde se convida para atuar no espaço da escola com o envolvimento exclusivo de profissionais da saúde na execução da atividade; protagonismo é da saúde e não existe integração das equipes na realização da atividade.

Tipos de Integração 6. Integração intersetorial na provisão: Exemplo: Programa Saúde na Escola Esse programa segue a linha de integração intersetorial na provisão do tipo (iv). A saúde se convida para atuar no espaço da escola com o envolvimento de profissionais de ambos na execução da atividade. Assim, o protagonismo é da saúde, mas existe grande integração das equipes na realização das atividades. Na verdade participam também das atividades pais e outros membros da comunidade e órgãos municipais responsáveis pela proteção social e defesa dos direitos humanos, além dos conselhos tutelares.

Tipos de Integração 7. Coordenação da mobilização: Para que os direitos à saúde sexual e reprodutiva sejam efetivamente garantidos, são necessários: Reivindicação dos direitos e, daí, demanda pelos serviços necessários. Alocação de recursos para a provisão dos serviços. Acompanhamento de que os recursos foram alocados, os serviços oferecidos e os direitos efetivamente garantidos. Para que essas três condições se verifiquem, é necessário que exista ação coletiva, que requer mobilização coordenada de lideranças, governo e sociedade civil. Exemplo: Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM). Resultado da Primeira Conferência Nacional de Políticas para Mulheres (após etapas municipais e estaduais). Comitê de articulação e monitoramento coordenado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM). Vale também ressaltar a importância do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), que tem por finalidade formular e propor diretrizes de ação governamental voltadas à promoção dos direitos das mulheres e atuar no controle social de políticas públicas de igualdade de gênero.

Muito obrigada! rosane.mendonca@presidencia.gov.br