PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA EM SÃO PAULO

Documentos relacionados
TERMO DE REFERÊNCIA Nº 002/ Voluntário

Thais Lara Marcozo Severo Set. 2012

A proteção dos refugiados e a migração mista: O Plano de Ação de 10 Pontos

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

Desvelando a Violência contra a Mulher com Deficiência. Acadêmica Roberta Vieira de Souza

A SECRETARIA MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA MULHERES AS AÇÕES SÃO DESENVOLVIDAS POR QUATRO ÁREAS ESTRATÉGICAS:

Documento Conceitual. Diálogo do Alto Comissário sobre os Desafios da Proteção. Desafios para Pessoas do Interesse do ACNUR em Ambientes Urbanos

PROTEGENDO. refugiados. no Brasil e no mundo. I I

PROTEGENDO. refugiados. no Brasil e no mundo. I I

QUANDO TODO MUNDO JOGA JUNTO, TODO MUNDO GANHA!

Sobre as Medidas Imediatas (Curto Prazo) de Apoio aos. Estrangeiros Residentes no Japão

1. Sobre a teoria geral do direito internacional, é correto afirmar que:

PRÊMIO SELO MÉRITO 2012 PROJETO AMBIENTAL E SOCIALMENTE RESPONSÁVEL

Cooperação científica e técnica e o mecanismo de intermediação de informações

MENSAGEM AOS ALUNOS DA UNIVERSIDADE FMU

PO AÇORES 2020 FEDER FSE

PROJETO de Documento síntese

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

implementação do Programa de Ação para a Segunda Década de Combate ao Racismo e à Discriminação Racial,

Documento em construção. Declaração de Aichi-Nagoya

O PETI e o Trabalho em Rede. Maria de Fátima Nassif Equipe Proteção Social Especial Coordenadoria de Ação Social Secretaria de Desenvolvimento Social

IESB EM AÇÃO. Projeto IESB nas Escolas. Programa de Responsabilidade Social do IESB Cátedra Unesco

APRESENTAÇÃO. Dois temas centrais foram selecionados para o debate na conferência de 2012:

Desenvolvimento da Agenda da Educação Pós-2015

Resolução 1325(2000) Aprovada pelo Conselho de Segurança na sua 4213 a reunião, em 31 de Outubro de O Conselho de Segurança,

Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias

EMATER RS. Seminário. A Extensão Rural Pública e Seus Impactos no Desenvolvimento Municipal Sustentável

SEDE NACIONAL DA CAMPANHA

Anexo II A ONU e as pessoas com deficiências

CARTA DO COMITÊ BRASILEIRO DE DEFENSORAS/ES DOS DIREITOS HUMANOS À MINISTRA DA SECRETARIA DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

OBJETIVOS GERAIS: EMENTA: 1º SEMESTRE/2016. CÁTEDRA SÉRGIO DE MELLO Direito Internacional dos Direitos Humanos e os Direitos dos Refugiados

Trabalho em grupo: modelos de deficiência 1/5

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Vice-Reitoria Curso de Abordagem da Violência na Atenção Domiciliar Unidade 2-Violência e criança

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família IV Seminário Internacional de Atenção Primária / Saúde da Família Brasília, 05 a 08 de Agosto de

Direitos das Vítimas. Convenção do Conselho da Europa relativa à Luta contra o Tráfico de Seres Humanos

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2013

Histórico Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS) agosto de 2010 no Recife Transformando a sociedade a partir da igreja local

Vai criar um novo negócio? Algumas sugestões.

Diretrizes Consolidadas sobre Prevenção, Diagnóstico, Tratamento e Cuidados em HIV para as Populações-Chave

PRÊMIO ABF- AFRAS DESTAQUE SUSTENTABILIDADE 2012 FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO Categoria Franqueado

O trabalho do CFN amplia o campo de atuação dos nutricionistas.

Projeto IPPDH Cooperação Humanitária Internacional

Prioridades do FSE para o próximo período de programação

Como vai a vida no Brasil?

Câmara Municipal de Uberaba A Comunidade em Ação LEI Nº 7.904

CARTA DE OTTAWA. PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE Ottawa, novembro de 1986

Kelly Neres da Silva 1

QUESTIONÁRIO Formas de discriminação que limitam o exercício pleno dos direitos econômicos, sociais e culturais das mulheres

No Sri Lanka, um trabalhador da etnia Tamil exibe documento comprovando a obtenção de cidadania da sua esposa.

COMO SE TORNAR UM VOLUNTÁRIO?

ÍNDICE. Crianças palestinas no campo de refugiados Ruweished, na Jordânia, que foram reassentadas no Brasil em ACNUR S.

Declaração de Brasília sobre Trabalho Infantil

DECLARAÇÃO DE POLÍTICA DE DIREITOS HUMANOS DA UNILEVER

Programa de Desenvolvimento Social

SERVIÇO DE ACOLHIMENTO INSTITUCONAL

Direitos das Pessoas Idosas e a Implementação da Convenção

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS ADOTADAS PARA O RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO. Introdução

ATIVIDADES DE ENSINO

ESPAÇO TRANSFORMADOR. Institucionalizado para a Comunidade. Transformação Baseada na tomada de consciência, na descoberta e na mudança de atitudes e

PROGRAMA CRIANÇA ESPERANÇA PROCESSO SELETIVO 2011

Declaração sobre meio ambiente e desenvolvimento (Rio de Janeiro, 1992)

ANEXO I ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS FIA Cada projeto deve conter no máximo 20 páginas

Termos de Referência. Facilitador Nacional Proteção Infantil (Brasil)

Histórico da organização

Flash RH Responsabilidade Social

UNICEF BRASIL Edital de Seleção de Consultor: RH/2014/013

A Cooperação UE no Estado de São Paulo

EDITAL SENAI SESI DE INOVAÇÃO. Caráter inovador projeto cujo escopo ainda não possui. Complexidade das tecnologias critério de avaliação que

BR/2001/PI/H/3. Declaração das ONGs Educação para Todos Consulta Internacional de ONGS (CCNGO), Dakar, 25 de Abril de 2000

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

TREINAMENTO EM PROTEÇÃO INTERNACIONAL DE REFUGIADOS DECLARAÇÃO DE CARTAGENA 1 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES I

Direito a não Viver na Pobreza

Solidariedade - É uma empatia fundamental com as causas das famílias mais excluídas, que nos move a # querer estar e trabalhar junto com elas.

PROPOSTAS PARA A REDUÇÃO DA VIOLÊNCIA

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2012.

ATIVIDADES JUNTO AO TERCEIRO SETOR

RESOLUÇÃO CNAS Nº 11, DE 23 DE SETEMBRO DE 2015.

Síntese do Plano de Promoção de Convivência Multicultural da Província de Shiga (Edição revisada) <Proposta>

OMS: Projeto Global Cidade Amiga das Pessoas Idosas

Cruz Vermelha Brasileira

ESPORTE NÃO É SÓ PARA ALGUNS, É PARA TODOS! Esporte seguro e inclusivo. Nós queremos! Nós podemos!

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM

Ensino Vocacional, Técnico e Tecnológico no Reino Unido

Sistema Único de Assistência Social

ENQUADRAMENTO LEGAL DO DIREITO DE ASILO. Constança Urbano de Sousa Ordem dos Advogados, 19 de outubro de 2015

Refúgio no Brasil Uma Análise Estatística Janeiro de 2010 a Outubro de 2014


SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE SES/GO

Viver a Responsabilidade Social sem fronteiras

O retrato do comportamento sexual do brasileiro

Trabalhando com. Refugiados

Secretaria Nacional de Assistência Social

FORMANDO AS LIDERANÇAS DO FUTURO

Declaração dos Direitos da Criança (1959)

Carta Política. Campanha Cidades Seguras para as Mulheres

Transcrição:

PROTEÇÃO E ASSISTÊNCIA EM SÃO PAULO UNHCR ACNUR

QUEM SOMOS ACNUR O ACNUR foi criado para proteger e assistir às vítimas de perseguição, da violência e da intolerância. Desde então, já ajudou mais de 50 milhões de pessoas a encontrar um novo lar e a reconstruir suas vidas. Atualmente, mais de 36 milhões de pessoas estão sob o mandato do ACNUR, entre solicitantes de asilo, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados. A Agência da ONU para Refugiados atua em 116 países, inclusive em regiões de conflito, zonas afetadas por catástrofes naturais e em operações de repatriação de refugiados. Por causa do seu trabalho, recebeu por duas vezes o Prêmio Nobel da Paz (1954 e 1981). No Brasil, o ACNUR trabalha em parceria com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério da Justiça. Além da proteção física e legal, os refugiados no país têm direito a documentação e aos benefícios das políticas públicas de educação, saúde e habitação, entre outras. Para garantir a assistência humanitária e a integração dessa população, o ACNUR trabalha com diversas ONGs no país. Entre os programas implementados estão o de integração local, que busca facilitar a inserção do refugiado na comunidade, e o de reassentamento, que recebe refugiados que continuam sofrendo ameaças e problemas de adaptação no primeiro país de asilo. Cáritas Arquidiocesana de São Paulo A Cáritas Arquidiocesana de São Paulo é uma organização da sociedade civil que integra a rede de proteção do ACNUR desde 1989, mas já trabalhava com a questão dos refugiados desde 1977, por intermédio da Comissão de Justiça e Paz. No Centro de Acolhida para Refugiados, seus funcionários atendem aqueles que chegam à cidade em busca de refúgio e os orientam para que possam receber assistência legal e pessoal. Seu trabalho foi reconhecido pelo ACNUR e pela comunidade internacional em 1985, com a entrega do Prêmio Nansen ao seu então presidente, Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Os três focos principais da Cáritas SP são: Proteção: garantir que o refugiado tenhaos direitos previstos nos acordos internacionais e na lei brasileira; Assistência: ajudar o refugiado e sua família no atendimento às n e c e s - sidades de saúde, alimentação, moradia, atendimento psicológico etc. I n t e g r a ç ã o : t r a b a l h a r p e l a autosuficiência do refugiado por mei da revalidação dos estudos, cursos profissionalizantes e encaminhamentos para procura de trabalho. A Cáritas trabalha ainda com outras instituições como: SENAI, SESI, SESC, SENAC, INSTITUTO DE PSIQUIATRIA/HC, UniFMU, entre outros. É membro do CONARE, no qual representa a sociedade civil. Dois advogados da Cáritas São Paulo dão apoio às ações do CONARE, tanto em termos de jurisprudência quanto por meio das informações que obtêm nas entrevistas com os solicitantes de refúgio.

AÇÕES CONJUNTAS As ações da parceria ACNUR / Cáritas São Paulo são implementadas no contexto do marco jurídico brasileiro, a lei 9.474 (de 1997), que incorpora as garantias e avanços do Estatuto dos Refugiados de 1951, do Protocolo de 1967 e da Declaração de Cartagena de 1984. A legislação brasileira considera também a grave e generalizada violação dos direitos humanos como um critério para o reconhecimento do refúgio. Assim, o ACNUR e a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo implementam diversos projetos para ajudar os refugiados (mulheres, homens, meninos e meninas) a reconstruir suas vidas em um prazo razoável. Assistência jurídica e proteção Todos os solicitantes de refugio têm acesso a procedimentos justos e eficazes de determinação de seu estatuto. Solicitantes e refugiados se beneficiam de todos os direitos garantidos pelos acordos internacionais, regionais e pela legislação nacional. Os solicitantes de refúgio e refugiados são devidamente documentados e desfrutam de liberdade de movimento em todo o território nacional. As crianças se beneficiam de uma proteção particular contra violência sexual, exploração e todas as formas de abuso. Necessidades familiares Refugiados e solicitantes de refúgio podem durante alguns meses, receber assistência financeira para a subsistência, de acordo com suas necessidades. Os beneficiários em situação de extrema vulnerabilidade - sobretudo mulheres chefes de família, idosos, portadores de doenças crônicas e crianças - recebem atenção particular. Serviços comunitários Os refugiados contam com programas de integração social, cultural, legal e econômica. Recebem informações sobre o Brasil, assim como encaminhamentos para o mercado de trabalho por meio de estratégias individualizadas para o desenvolvimento sócioeconômico. Saúde / Nutrição Todos os refugiados têm acesso aos serviços de saúde oferecidos pelo governo e pelas instituições da sociedade civil. O ACNUR cobre gastos de medicamentos essenciais, exames médicos e tratamentos específicos quando necessário. A população feminina tem acesso aos serviços especializados e recebe orientação sobre DST/AIDS, planejamento familiar, cuidados pré-natais e pós-natais. Educação Os refugiados têm acesso ao sistema de educação pública tanto no nível primário quanto no secundário. Todos os refugiados emidade escolar estão regularmente matricula-dos.

Fotos: arquivoacnur São organizados cursos de língua por-tuguesa em cooperação com instituições locais. Assim, todos os beneficiários terão a oportunidade de aprender o idioma e melhor se integrar à sociedade brasileira. São firmadas também parcerias com outras instituições para capacitação profissional. Alguns parceiros institucionais da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo para atendimento e assistência aos refugiados: 1) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e Serviço Social da Indústria: o SENAI e o SESI oferecem aos refugiados cursos de capacitação profissional, além de outros serviços como ensino fundamental, escola para crianças e atividades esportivas; 2) Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial: a Cáritas São Paulo encaminha refugiados para alguns dos 2.600 cursos de capacitação oferecidos pelo SENAC; 3) Serviço Social do Comércio: o SESC oferece cursos de por tuguês, tratamento odontológico, atividades esportivas e alimentação a 40% do custo total aos refugiados; 4) Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas: dois especialistas atendem os refugiados. Dois programas foram desen-volvidos: investigação do perfil psicológico da população e atendimento psicológico; 5) Arsenal da Esperança: ajuda os refugiados que chegam ao Brasil e não têm onde comer ou dormir; 6) Casa do Migrante: oferece alojamento a refugiados e famílias; 7) Obra Social Nossa Sra. Aparecida: abriga algumas refugiadas recém chegadas no Brasil; 8) UniFMU: com bolsa de estudo e pesquisas e outras atividades na área acadêmica; 9) PUC-SP, UFSCar, UNISANTOS e UNI- CAMP: Com a Cátedra Sérgio V. de Mello.

Fotos: arquivoacnur A PROTEÇÃO AOS REFUGIADOS Todos os anos, milhares de homens e mulheres são forçados a abandonar seus lares devido a guerras, conflitos armados, perseguições religiosas ou por motivos de nacionalidade, raça, grupo social e opinião política. Eles buscam refúgio em outros países para continuar suas vidas com dignidade, justiça e paz. O refugiado é uma pessoa comum que, para preservar sua liberdade, deixou para trás emprego, família e amigos. Muitas vezes, chega sozinho e sem dinheiro a umnovo país, tendo que se adaptar a um idioma e a costumes sociais que desconhece. Durante o século XX, o problema dos refugiados e de outras vítimas do deslocamento forçado se tornou objeto de preocupação da comunidade internacional. Os esforços para garantir a proteção necessária a essas pessoas (homens, mulheres, idosos, jovens e crianças) levaram à criação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), em 1950. Um ano depois, a Assembléia Geral da ONU adotou a Convenção sobre o E s t a t u t o d o s R e f u g i a d o s, estabelecendo o marco legal da proteção humanitária aos refugiados e refugiadas em todo o mundo. Os governos são os principais responsáveis por proteger os direitos humanos de todas as pessoas em seu território. No Brasil, país que é signatário da Convenção de 1951 e de outros instrumentos internacionais de proteção humanitária, o ACNUR colabora com o governo para garantir que solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas e outros indivíduos sob seu mandato possam exercer seus direitos humanos básicos, vivendo com segurança e dignidade. Nesta tarefa, a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo é uma das parcerias do ACNUR no Brasil.

Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados - ACNUR CAIXA POSTAL 8560 Brasília/DF - Brasil CEP: 70312-970 e-mail: brabr@unhcr.org Cáritas Arquidiocesana de São Paulo Rua Venceslau Brás, 78-2 andar CEP: 01016-000 - São Paulo - SP e-mail: casp.refugiados@uol.com.br UNHCR ACNUR