PROTEGER PROGRAMA DE TECNOLOGIA E GERENCIAMENTO DE EMISSÕES E RESÍDUOS DA EMTU/SP



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Transcrição:

PROTEGER PROGRAMA DE TECNOLOGIA E GERENCIAMENTO DE EMISSÕES E RESÍDUOS DA EMTU/SP Carlos Roberto Xavier Zundt¹; Karin Regina de Casas Castro Marins²; Adriana Capotosto³ Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S/A EMTU/SP carlosz@emtu.sp.gov.br, karinm@emtu.sp.gov.br, adrianac@emtu.sp.gov.br. RESUMO O PROTEGER Programa de Tecnologia e Gerenciamento de Emissões e Resíduos da EMTU/SP - tem por objetivo implantar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) no transporte público de passageiros sob responsabilidade da EMTU/SP, visando a reduzir, monitorar e controlar os impactos ambientais decorrentes das atividades de transporte, e que também incidem sobre usuários, colaboradores e comunidades de modo geral. A rede de transporte metropolitana conta com mais de 6.000 ônibus, sendo operada por empresas concessionárias e permissionárias que, além da frota circulante, detêm instalações próprias para guarda e manutenção veicular, armazenagem de equipamentos, insumos e descartes, onde ocorrem atividades administrativas, técnicas e operacionais. Para controle e aprimoramento dos processos envolvidos há exigências legais, normas e referências técnicas que necessitam ser aplicadas e seu resultado acompanhado, tanto do ponto de vista do gerenciamento ambiental, quanto da melhoria do desempenho operacional e da qualidade do serviço. Além do atendimento a esses aspectos, a implantação do PROTEGER visa estabelecer ações de compromisso e de iniciativa socioambiental, na busca da melhoria contínua do sistema de transporte urbano intermunicipal. O PROTEGER será implantado em duas escalas de abrangência: uma interna, nas próprias instalações da Empresa EMTU/SP; outra externa, relativa ao sistema de transporte propriamente dito, incluindo primeiramente as instalações das empresas concessionárias e, em um segundo momento, as empresas permissionárias e as de serviços de fretamento. Estão previstas as seguintes etapas de implantação do Programa: diagnóstico e avaliação de impactos ambientais, proposição de estratégias, implantação das ações do Programa e respectivo monitoramento de desempenho.

1. INTRODUÇÃO A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo - EMTU/SP, por designação da STM Secretaria dos Transportes Metropolitanos - é a autoridade metropolitana do Estado de São Paulo responsável pelo sistema de transporte de passageiros de média e baixa capacidade, no que diz respeito ao planejamento e ao gerenciamento e fiscalização operacionais. Essa rede atualmente conta com mais de 6.500 ônibus operando em serviços regulares e seletivos [1], percorrendo cerca de 54.000.000 km e realizando mais de 2,04 milhões de viagens para atender a 55,9 milhões de passageiros em média por mês [2]. A operação dos serviços é em grande parte feita por empresas concessionárias e permissionárias que, conjuntamente com a frota, detêm instalações próprias para guarda e manutenção veicular. Apesar de bastante significativa, a rede de transporte metropolitana em São Paulo é apenas uma pequena parcela do transporte por ônibus em São Paulo e no Brasil, operado por um total de 100.557 veículos [3], entre ônibus municipais e metropolitanos, sendo que quase 40% da frota situam-se em cidades com mais de um milhão de habitantes [3]. Assim sendo, o Programa proposto poderá também ser adaptado e aplicado aos diversos sistemas de transporte por ônibus nas cidades brasileiras e assim maximizar seus efeitos e resultados. Por outro lado, é importante que instituições gestoras de sistemas de transporte como a EMTU/SP também dêem o exemplo, adequando seus processos de trabalho e instalações de acordo com premissas de gestão ambiental, com a participação ativa de seus funcionários. A EMTU/SP, enquanto empresa gerenciadora, torna-se co-responsável pelos riscos e danos ao meio ambiente causados pelo sistema de transporte metropolitano sobre pneus (Lei Federal Nº 6.938/81), devendo intervir na prestação do serviço, nos casos e condições previstos em lei (Lei das Concessões). Além de vir ao encontro de uma obrigatoriedade legal, o Programa PROTEGER representa uma iniciativa integrada e catalisadora de ações em gestão e responsabilidade socioambiental, definindo procedimentos metodológicos e ferramentas para intervenção, gerenciamento e controle dos impactos e riscos ambientais envolvidos nas atividades de transporte urbano de passageiros. Assim sendo, o objetivo do PROTEGER - Programa de Tecnologia e Gerenciamento de Emissões e Resíduos da EMTU/SP é o desenvolvimento e implantação de um abrangente Sistema de Gestão Ambiental (SGA) no sistema de transporte público de passageiros sob responsabilidade da EMTU/SP, para redução, controle e gerenciamento de impactos ambientais, bem como melhoria da qualidade do serviço de transporte, das condições de trabalho e da qualidade de vida urbana. Para atingir tais metas, pretende-se: Melhorar os processos de manutenção veicular, otimizando e controlando o uso de água e insumos, a geração de falhas e o desgaste de componentes, bem como o gerenciamento de resíduos e efluentes resultantes dos processos; Reduzir e controlar o consumo de combustíveis e as emissões de poluentes;

Melhorar a qualidade da operação do sistema de transporte, agregando mais segurança para os usuários; Minimizar os danos ambientais reais e potenciais gerados pela atividade de transporte. Indiretamente, o projeto propiciará: Melhorar o monitoramento do desempenho operacional, subsidiando a avaliação dos custos variáveis e dos valores tarifários; Catalisar iniciativas de natureza socioambiental; Implantar a política ambiental da EMTU/SP, bem como políticas de qualidade, produtividade, certificação e monitoramento de desempenho ambiental; Fornecer embasamento metodológico e informações para formatação de projetos para obtenção de créditos de carbono através do mecanismo de desenvolvimento limpo. 2. DIAGNÓSTICO E PROPOSIÇÕES A operação de sistemas de transporte envolve grande quantidade e diversidade de processos de fornecimento, manutenção e descarte de insumos, participação de funcionários e de usuários do sistema. E no caso da EMTU/SP, que atende a demanda metropolitana no Estado de São Paulo, os números referentes ao consumo são bastante significativos, tais os exemplos apresentados na Tabela 01 a seguir: Consumo total anual da Frota da RMSP Consumo médio de água para lavagem de veículos (Carroceria e chassi) 310.555.458 litros/ ano [4] Consumo médio de diesel 11.778.442 litros/ ano [5] Consumo médio de óleo (motor, câmbio e diferencial) 453.652 litros/ ano [6] Consumo médio de pneus 15.825 pneus/ ano [7] Tabela 01: Consumo de principais insumos para manutenção e operação veicular O uso consciente e responsável, bem como o gerenciamento ambiental desses insumos, incluindo o esforço contínuo e progressivo pela eficiência no seu consumo e pela minimização de riscos e impactos ambientais, é de suma importância para a sustentabilidade do sistema de transportes O Programa PROTEGER foi concebido como uma plataforma de integração de iniciativas em gerenciamento e compromisso socioambiental, a serem implementadas de forma cooperativa entre a EMTU/SP e as empresas operadoras do sistema de transporte, com participação da sociedade. Tratar-se-á de um sistema de melhoria contínua, estruturado de forma modular para diagnóstico de impactos ambientais, implantação de ações de melhoria e controle de resultados, de acordo com metas, metodologia e cronograma pré-definidos. Conceitualmente, pretende-se adequar o desenvolvimento das atividades e hábitos segundo critérios de sustentabilidade, com ênfase na prevenção de impactos negativos e riscos ao meio ambiente. Considera-se ainda parâmetros ambientais

como parte dos processos de investimento, compras e contratação de serviços, bem como a promoção da gestão adequada de todos os recursos e resíduos gerados pelas atividades, desde o acondicionamento à destinação final, bem como melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Em um contexto mais amplo, propõese atuar na redução do uso de recursos naturais, minimizando impactos negativos das atividades do setor de transportes urbanos, promovendo ações de combate ao desperdício e incentivando a adoção de padrões tecnológicos e processos de baixo impacto sobre o meio ambiente. O PROTEGER está estruturado em seis módulos, como indicado na Figura 01, relacionados às principais áreas de aprimoramentos tecnológicos e de processos relativas a impactos ambientais, bem como de desenvolvimento da consciência socioambiental, abrangendo uso racional da água, gestão de efluentes; gestão de resíduos; eficiência energética, controle de emissões veiculares e capacitação de motoristas e cobradores. Trata-se, no entanto, de uma estrutura modular aberta, passível de remodelação, a partir da ampliação ou incorporação de novos módulos específicos. Gestão de resíduos Controle de emissões Gestão de efluentes PROTEGER Capacitação Eficiência Energética Uso racional da água Figura 01: Módulos Principais do Programa PROTEGER Além de atender às exigências legais, o PROTEGER está baseado em metodologias de gestão ambiental, qualidade e eficiência, tais como as Normas da Série ISO 14000, as Políticas dos 5R s (Reduzir, Reutilizar, Reaproveitar, Reciclar, Repensar) e dos 5S s (Utilização, Organização, Limpeza, Padronização, Autodisciplina), Produção Mais Limpa, além de incorporar recomendações contidas nos manuais técnicos do PROCEL, IPT/ CEMPRE, IQA, SABESP, entre outros. De modo geral, considera-se a Análise de Ciclo de Vida dos produtos e insumos, bem como a eficiência dos processos operacionais. A Figura 02 traz um esquema das principais fases e/ ou atividades relacionadas aos transportes, consideradas na avaliação de impactos ambientais.

Disposição de resíduos Fornecimento de insumos Transporte de insumos Transporte de resíduos POLUIÇÃO RISCOS AMBIENTAIS CONTAMINAÇÃO Armazenamento de insumos Acondic. de resíduos Operação Uso Manutenção Figura 02: Módulos Principais do Programa PROTEGER O Programa está estruturado em duas escalas principais: A) Escala Geral (EMTU/SP e CONCESSIONÁRIAS), que inclui as áreas para execução de trabalho administrativo e também áreas de apoio, como refeitório/ restaurante, sanitários e vestiários, entre outros; B) Escala Técnica-Operacional (CONCESSIONÁRIAS), abrangendo, os processos, instalações e colaboradores envolvidos nas áreas técnicas das empresas concessionárias (abastecimento de combustível, lavagem e limpeza de veículos e as manutenções preventivas e corretivas). Além do consumo energético, de água e insumos, são gerados subprodutos com elevado potencial poluidor e de risco à saúde humana. A seguir, são apresentados, entre outros, alguns dos processos contidos nos dois grupos de iniciativas. 2.1 Iniciativas de Caráter Geral - EMTU/SP e CONCESSIONÁRIAS: A abordagem do PROTEGER, em escala geral, abrange diagnóstico de impactos ambientais e proposição de ações de melhoria nas instalações prediais de modo geral e nos processos comuns de trabalho, sobretudo nos de caráter administrativo. Assim sendo, partindo do estudo de caso representado pela própria sede da EMTU/SP em São Bernardo do Campo, considerado uma experiência-piloto do Programa, desenvolveu-se uma metodologia para diagnóstico, visando à identificação da situação ambiental atual nas dependências da empresa. Esse diagnóstico é baseado na coleta de dados provenientes da consulta e visita direta às diversas áreas da empresa, ao Departamento de Serviços Gerais, incluindo o consumo de materiais de escritório (papel, tinta de impressão), copos plásticos, água e energia elétrica, bem como de verificação das condições de descarte, acondicionamento e destinação final de resíduos. As informações obtidas serão tabuladas, avaliadas e servirão de base para a definição de estratégias a serem adotadas na implantação do PROTEGER para esse escopo específico. A fim de auxiliar na análise do potencial de melhoria com a implantação do Programa, também foi elaborado um modelo de questionário, a ser respondido de forma individual por cada funcionário, objetivando identificar o

nível de conscientização sobre o tema e de pró-atividade, no caso das mudanças que se fizerem necessárias visando à melhoria de desempenho ambiental. De acordo com os levantamentos iniciais, as seguintes estratégias mostramse promissoras: Consolidação da coleta seletiva: além de propiciar a reciclagem e a destinação final de materiais de forma racional, segura e até com aproveitamento econômico, estimula a incorporação de princípios e critérios de gestão ambiental no cotidiano do trabalho. Além disso, a coleta seletiva favorece a implantação de outros programas continuados, como incentivo ao consumo responsável, ao uso racional de papel e à reutilização de materiais (papéis para rascunho, por exemplo), substituição de copos plásticos por não-descartáveis, de vidro ou porcelana, bem como destinação de resíduos recicláveis a cooperativas, entidades ou instituições sociais - conforme a política de Coleta Seletiva Solidária, estabelecida por meio do Decreto Federal n. 5.940/2006. Uso racional de água: incluindo redução do consumo, controle de perdas e minimização da geração de efluentes líquidos, bem como utilização de práticas de reuso da água. Algumas das ações previstas incluem a substituição das bacias e metais sanitários por peças que privilegiem a economia de água, o aproveitamento da água de pia para descarga em bacias sanitárias/ mictórios, bem como coleta e aproveitamento de água de chuva para as bacias sanitárias, em atividades de limpeza em geral e na irrigação de áreas ajardinadas. Em março de 2008, a EMTU/SP assinou com a SABESP contrato de Demanda Firme, comprometendose a adquirir mensalmente o total de 3 milhões de litros de água, tendo como contrapartida uma redução tarifária [8]. A Empresa também já implantou torneiras com acionamento automático nos lavatórios dos sanitários e vem utilizando água da chuva para lavagem de áreas externas e irrigação de jardins. Eficiência energética: promovendo a utilização racional da energia elétrica e o combate ao desperdício, mediante substituição por equipamentos mais eficientes e estímulo ao consumo consciente. Dentre as medidas e ações potenciais estão a substituição de dispositivos de iluminação artificial por outros mais eficientes, incluindo sistemas de automação em áreas comuns, aproveitamento da luz natural, redistribuição de circuitos elétricos com comando compatibilizado com o aproveitamento da luz natural, além da implementação de sistema de gerenciamento energético predial. 2.2 Iniciativas de Caráter Técnico-Operacional CONCESSIONÁRIAS: Além das medidas de caráter geral, a abordagem de caráter técnicooperacional aplica-se aos processos de trabalho relacionados ao sistema de transporte propriamente dito, desde as atividades de manutenção à

operação, incluindo iniciativas para diagnóstico, redução e controle de impactos ambientais associados. A seguir, é apresentada uma síntese do diagnóstico realizado e das medidas previstas pelo Programa PROTEGER. 2.2.1 Abastecimento de Combustível Embora abastecer veículos possa ser entendido como um procedimento aparentemente simples, na verdade envolve uma série de procedimentos complexos desde a chegada do combustível ao posto até sua entrada no tanque do veículo. Os possíveis resíduos químicos originados nesta atividade podem contaminar milhões de litros água e o solo num raio de dezenas de quilômetros. Dentre os principais impactos diagnosticados situam-se: Recebimento do combustível: no transporte via caminhão-tanque ocorre emissão de material particulado, CO2, NOx, bem como geração de ruído e trânsito; Transferência do combustível do caminhão para o tanque de armazenamento: via bomba, há emissão de vapores e pode haver geração de ruído e riscos de vazamento; Abastecimento do veículo: há a emissão de vapores de combustível; Armazenamento do combustível nos tanques: riscos de vazamento, podendo ocasionar contaminação de água e solo. Iniciativas potenciais aplicáveis do PROTEGER no Abastecimento Veicular: Usar equipamentos de fabricantes certificados, perfilados e diques para contenção de vazamentos superficiais, bem como mão-de-obra especializada para elaboração do projeto e para a manutenção das instalações, é premissa de uma operação mais segura e de minimização de riscos de contaminação subterrânea e superficial, bem como de danos ambientais em geral; Assessoria técnica para implementação de procedimentos e processos. 2.2.2 Limpeza de veículos A lavagem de veículos envolve diferentes tipos de operações, que podem variar quanto ao volume de água utilizado, carga de contaminantes e substâncias químicas resultantes do processo, havendo basicamente dois tipos de lavagem: de carroceria, chassi, peças e motores. Os resíduos e efluentes gerados em cada operação podem ser assim resumidos, de acordo com as principais etapas de lavagem: Molhar: efluentes e resíduos de poluição atmosférica; Enxaguar: resíduos químicos incluindo detergentes e saponáceos, esgoto sanitário, resíduos de poluição atmosférica e resíduos sólidos (embalagens);

Secar: ar aquecido e suspensão de material particulado; Encerar: resíduos químicos e resíduos sólidos (embalagens dos produtos aplicados, estopas, esponjas e panos). O efluente gerado por atividades de limpeza de veículos pode conter quantidades significativas de óleos e graxas, materiais sólidos em suspensão, metais pesados e substâncias orgânicas. Pode conter ainda fluido hidráulico e óleo proveniente do motor e do sistema de freios. Por isso sua composição é bastante complexa, constituindo uma fonte significativa de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda Química de Oxigênio). O efluente que contém detergente apresenta nutrientes como fosfato e nitrogênio, além de compostos fenólicos, que afetam as propriedades da água. Após o seu lançamento, pode provocar a formação de espumas disformes nos corpos de água, facilitando o transporte de uma série de microorganismos, principalmente bactérias, exercendo também o papel de veículo de parasitas. Iniciativas potenciais aplicáveis do PROTEGER na Limpeza Veicular: Reaproveitamento de água de lavagem e da água de chuva para lavagem de veículos mediante instalação de uma mini-estações de tratamento; Lançamento de efluentes residuais na rede coletora de esgoto após pré-tratamento; Separação, acondicionamento, devolução/ reaproveitamento/ descarte adequados de embalagens de produtos químicos, de forma a evitar a contaminação; Automatização dos procedimentos de lavagem; Assessoria técnica para implementação de procedimentos e processos. 2.2.3 Manutenção Veicular A manutenção de veículos pode ser basicamente dividida em dois tipos: preventiva e corretiva. Envolve atividades diversas, tais como: troca de óleo, filtros e lubrificantes; troca de componentes mecânicos e eletro-eletrônicos; funilaria e pintura. Uma oficina de manutenção produz resíduos diariamente, os quais requerem gestão adequada a fim de impedir ou pelo menos minimizar seu impacto no meio ambiente, em atendimento à legislação e às normas ambientais vigentes. Os principais subprodutos das atividades de manutenção veicular, potenciais geradores de impactos, abrangem óleos lubrificantes e solventes usados, efluentes líquidos (água misturada a óleos, resíduos químicos), resíduos sólidos, tais como peças, filtros, embalagens, panos e papelão, resíduos embebidos em óleo e graxas, resíduos

minerais e ferrosos, plásticos, baterias, materiais ferrosos e não ferrosos, pneus, vidros, lâmpadas e emissões de gases. Quanto aos impactos propriamente ditos, os maiores são a contaminação da água, do solo e do ar; a poluição sonora e os danos à saúde. O grande perigo é o de contaminação através de pequenas moléculas presentes nos óleos, graxas e lubrificantes as dioxinas, substâncias extremamente tóxicas. Elas podem provocar doenças como câncer, defeitos físicos e ausência de órgãos em recémnascidos, entre outros males. Iniciativas potenciais aplicáveis do PROTEGER na Manutenção Veicular: Pré-tratamento de efluentes contaminados com óleos lubrificantes e produtos químicos; Separação, acondicionamento, devolução/ reaproveitamento/ descarte licenciados e adequados para resíduos reutilizáveis, inertes e não inertes, incluindo embalagens de produtos químicos, peças, filtros, lâmpadas, entre outros, de forma a evitar a contaminação; Separação, acondicionamento e destinação final adequada de baterias; Substituição de galões de óleo por tanques de armazenamento, evitando desperdício e riscos de vazamento; Assessoria técnica para implementação de procedimentos e processos. 2.2.4 Operação Os veículos automotores com motores de combustão interna contribuem para a contínua deterioração da qualidade do ar, especialmente nos grandes centros urbanos. No Relatório de Qualidade do Ar de 2007 (CETESB, 2008), a CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental aponta os automóveis como os maiores contribuintes para as emissões de monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), além de emitirem a mesma quantidade de óxidos de enxofre (SOx) do que os veículos pesados. Já ônibus e caminhões são os maiores emissores de óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado (MP), além de contribuírem significativamente para os totais de CO e HC. A emissão de gases e material particulado pelo tubo de escapamento dos veículos é devida às reações químicas associadas ao processo de combustão que ocorre no motor. Os poluentes emitidos compreendem o monóxido de carbono, os hidrocarbonetos, os óxidos de nitrogênio, os óxidos de enxofre, ácidos orgânicos e material particulado. A emissão de vapores através de respiros, juntas e conexões do sistema de alimentação do combustível é denominada emissão evaporativa e depende basicamente da volatilidade do combustível e das condições do ambiente. A emissão de material particulado, além

daquela gerada no processo de combustão, também ocorre devido ao desgaste de pneus e de pastilhas ou lonas e freios. Apesar dos veículos não se constituírem na maior fonte de material particulado e de óxidos de enxofre, sua contribuição é significativa pois a emissão ocorre ao nível da rua e, com isso, a população sofre uma exposição acentuada a esses poluentes. Além disso, o material particulado emitido por motores, devido ao seu tamanho microscópico, às suas propriedades químicas, e à sua persistência na atmosfera, pode gerar riscos graves à saúde pública. Os principais impactos locais associados à operação veicular abrangem: poluição atmosférica (emissão de material particulado, CO, SOx, NOx e vapores); poluição sonora (geração de ruído e de trânsito); estresse (geração de ruído e trânsito); diminuição de reservas de combustíveis fósseis (recurso não renovável). Além disso, os sistemas de transporte contribuem de forma significativa para o efeito estufa e as Mudanças Climáticas, sendo no Brasil, por exemplo, a segunda maior fonte de geração de CO2, após as emissões provenientes do desmatamento [4]. Iniciativas potenciais aplicáveis do PROTEGER na Operação Veicular: O desempenho ambiental da operação do sistema de transportes, além dos condicionantes relativos ao combustível e tecnologias de redução de emissões, tais como filtros e catalisadores, está diretamente ligado às condições de tráfego (velocidade), à quantidade de passageiros transportados (aproveitamento da capacidade veicular), à extensão e frequência das viagens, bem como aspectos tecnológicos de regulagem veicular e características de condução, tais como calibragem de pneus e forma de dirigir. São medidas previstas nesse âmbito: Projetos de estruturação/ racionalização de rede, com melhor compatibilização entre oferta e demanda e adequação entre capacidade e tecnologias veiculares; Planejamento para manutenção da velocidade operacional em intervalos adequados; Projeto de Capacitação de Motoristas e Cobradores de ônibus, para conscientização e incentivo à atuação pró-ativa na operação segura, eficiente e com conforto; Sistemas de calibragem automatizada de pneus; Projeto de Gerenciamento e Controle Operacionais centralizados, através da implantação de uma central de controle, infra-estrutura remota e sistemas de suporte, auxiliando em adaptações rápidas na operação bem como fornecendo insumos sobre seu desempenho e necessidades de revisão; Inspeção veicular e de emissões rotineira, já iniciada com o Projeto Conscientizar;

Assessoria técnica para implementação de procedimentos e processos. 2.3 Metodologia de Implantação e Gestão do Programa O PROTEGER configura-se como um Programa Estratégico de médio a longo prazo, marco do compromisso da EMTU/SP e do setor de transporte rodoviário de passageiros nas Regiões Metropolitanas do Estado de São Paulo, no esforço de implementar ações que impactem positivamente e de forma ampla na qualidade ambiental. Diagnóstico Geração de Propostas Implantação De Projetos Controle, Monitoramento & Assessoria Técnica Sistema de documentação Regulamentação SGA Concessionárias Auditorias ESTÁGIO ATUAL 12 meses 6 meses Certificações Figura 03: Principais etapas de implantação do Programa PROTEGER Segundo as etapas de implantação do Programa, conforme indicado na Figura 03, o Programa será implantado conforme as seguintes fases: 2.3.1 Diagnóstico de impactos ambientais e respectivas causas Elaboração de base conceitual para inventário, avaliação, controle e mitigação de impactos ambientais de produtos e processos do sistema de transporte, incluindo levantamento e estabelecimento de parâmetros para os itens a serem inventariados com base em legislação e critérios para obtenção de variáveis para levantamento; Levantamento de dados das instalações das empresas operadoras do sistema EMTU/SP, incluindo número e características físicas e operacionais das garagens (administração, estacionamento, instalações para abastecimento, manutenção, funilaria, lavagem, entre outros), rotinas de manutenção, lavagem e abastecimento, número de funcionários, licenças ambientais; Levantamento de dados sobre a frota em operação, tais como tipos e quantidades de veículos por garagem, características de motor, chassi e carroceria; Levantamento de dados de funcionários, incluindo motoristas, cobradores, e funcionários administrativos; Diagnóstico ambiental dos processos de lavagem, manutenção preventiva programada e efetuada, manutenção corretiva, lavagem

de chassi e carroceria, bem como abastecimento, incluindo dados relativos a consumo de materiais (produtos químicos, componentes veiculares, água, energia, dentre outros insumos) e geração de ruído, resíduos e efluentes (baterias, pneus, graxas, óleos, solventes, filtros, emissões, embalagens e efluentes contaminados, componentes veiculares, dentre outras saídas principais), bem como seu acondicionamento, transporte e destinação final. 2.3.2 Geração de propostas Identificação, seleção e hierarquização de propostas para redução de impactos ambientais e atendimento à legislação pertinente, mediante adaptações organizacionais e operacionais e soluções de substituição tecnológica; Desenvolvimento de uma política ou plano estratégico de minimização de riscos e impactos ambientais no sistema da EMTU/SP, através de um programa de melhoria contínua, com indicadores e metas de desempenho ambiental, bem como critérios para penalização/ bonificação de empresas concessionárias. 2.3.3 Projeto de regulamentação Desenvolvimento de minuta para regulamentação de parâmetros mínimos e máximos e procedimentos técnicos e administrativos obrigatórios, relativos ao desempenho ambiental do sistema de transporte público metropolitano por ônibus, a serem observados pelas empresas concessionárias prestadoras dos serviços. 2.3.4 Projeto de sistema de gestão Desenvolvimento de metodologias de controle/ monitoramento de impactos ambientais (desempenho ambiental, sistema de gestão, conformidade legal); Desenvolvimento de um sistema informatizado para gerenciamento ambiental, incluindo rotinas para cadastramento, consulta, supervisão e controle de aspectos e impactos ambientais; Desenvolvimento de um sistema para informação/ divulgação do programa junto aos concessionários, usuários, entidades públicas e sociedade em geral; Desenvolvimento de um projeto de assessoria técnica da EMTU/SP junto aos concessionários, incluindo a elaboração de documentos de referência, treinamento e disponibilização de pessoal para assessoria. 2.3.5 Implantação do Programa PROTEGER Realização dos procedimentos técnicos e administrativos obrigatórios e necessários para regulamentação de parâmetros mínimos e máximos e de plano de metas;

Implantação dos projetos de Gestão Ambiental nas concessionárias dos serviços de transporte, incluindo procedimentos para auditorias ambientais. O PROTEGER encontra-se atualmente em fase de diagnóstico e mapeamento de estratégias potenciais tanto para a aplicação nas instalações das concessionárias e permissionárias do Sistema de Transporte quanto para aplicação na escala da EMTU/SP. A definição da prioridade e do cronograma de implantação será, a princípio, discutida com as empresas concessionárias, que terão um período inicial para implantar iniciativas de forma voluntária. Paralelamente, a EMTU/SP desenvolverá um cronograma de implantação compulsória de medidas mais relevantes, a ser executado em conjunto pela EMTU/SP e pelas concessionárias, segundo um plano de metas já aprovado, visando à promoção de melhoria contínua. As empresas que implantarem os sistemas de Gestão Ambiental, conforme previsto no Programa PROTEGER, serão monitoradas e os resultados, avaliados, para posteriormente receberem uma certificação relativa ao nível de desempenho com relação ao PROTEGER. CONCLUSÃO Conforme primeiras estimativas realizadas, o potencial de um Programa como o PROTEGER, ora apresentado, é bastante grande, tanto em relação aos ganhos econômicos e ambientais, quanto à mudança hábito e nível de consciência ambiental envolvidos, além do estímulo ao desenvolvimento de mercados alternativos para reaproveitamento, reciclagem e manejo ambiental especializado. Somente com relação à água, considera-se que o custo operacional da água de reuso (para lavagem) é da ordem de R$ 0,80 a 3,00/ m³ [10], praticamente 50% do custo da água potável adquirida de concessionária [11]. Na troca de óleo, se o armazenamento em galões for substituído por tanques e a redução do desperdício com o recurso for da ordem de 10% (considerando o óleo residual nos caminhõestanque, galões), bem como vazamentos, seriam poupados aproximadamente 45.000 litros de óleo por ano [9]. Existem ainda enormes benefícios, tais como a redução de custos operacionais advindos da capacitação de motoristas de ônibus, por exemplo, para uma condução mais uniforme e segura de veículos, como redução de acidentes, desgaste de componentes e consumo de combustível e óleo ou de implementação de planos de estruturação de transporte visando a ampliar a eficiência do sistema. Parte desses benefícios, no entanto, ainda é de difícil mensuração sem um sistema completo e específico para o setor de Transportes Urbanos. O PROTEGER vem também auxiliar na mensuração desses ganhos e contribuir para formação de benchmarking, essencial para um plano de metas e de melhoria contínua.

REFERÊNCIAS [1] EMTU/SP. Relatório do Departamento de Engenharia de Campo - Frota Operacional da RMSP. EMTU/SP: São Bernardo do Campo, Março/2009. [2] EMTU/SP. Relatório Mensal de Operação. SBC: EMTU/SP, Out/ 2008. [3] ANTP. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana. Relatório Geral 2007. São Paulo: ANTP, Agosto/2008. [4] METRA. Visita técnica à área de manutenção e lavagem da concessionária METRA. São Bernardo do Campo: Fevereiro/2009. [5] EMTU/SP. Dados relativos ao consumo de combustível do sistema EMTU/SP, informados pelo DMQ - Departamento de Monitoração da Qualidade Operacional. EMTU/SP: São Bernardo do Campo, Outubro/ 2008. [6] METRA. Relatório de Grupos de Revisão Preventiva. METRA: SBC, Fevereiro/2009. [7] MULHA, A. S; TINOCO, J. E. P. A sustentabilidade no consumo dos produtos massificados: uma reflexão ao consumo de pneus. IX ENGEMA - Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente. Departamento de Administração da FEA/USP e Centro de Estudos de Administração e do Meio Ambiente da FGV/EAESP: Curitiba, Novembro/ 2007. [8] SABESP. EMTU é a primeira empresa de economia mista a aderir ao Contrato de Demanda Firme. Disponível em WWW. Sabesp.com.br, acessado em 19.06.2009. [9] MCT. Comunicação Nacional Inicial do Brasil à Convenção sobre as Mudanças do Clima. MCT: Brasília, Novembro/ 2004. [10] MORELLI, E. B. Reuso de água na Lavagem de Veículos. Dissertação de Mestrado. POLI-USP: São Paulo, 2005. [11] SABESP. Comunicado 01/08 Custo de Fornecimento de água e/ou coleta de esgotos. Disponível em: http://www.sabesp.com.br, acessado em 05.04.2009.