Palavras-Chave: Osseointegração, Implantes dentários, mini-implantes



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Transcrição:

MINIIMPLANTES PARA ANCORAGEM ORTODONTICA: REVISÃO DE LITERATURA 1 Blaya, Diego³; Ferreira, Juliana 2 ; Gertz, Andressa 2 ; Grossi, Thiago²; Mota, Humberto²; Rosa, Ronildo²; Souza, Eliezer 2 ; ¹- Trabalho realizado na disciplina de Cirurgia Bucal ²- Acadêmicos do curso de graduação em odontologia do Centro Universitário Franciscano UNIFRA ³- Ms. Professor do curso de graduação em odontologia do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA e-mail: diegobalya@gmail.com, julianatfsm@hotmail.com, andressagertz@hotmail.com, t.l.g@hotmai.com, humbertofmota@hotmail.com, roonildo-rs@hotmail.com, eliezermv@hotmail.com RESUMO Desde a descoberta da osseointegração dos parafusos de titânio várias formas de empregá-los começaram a ser pensadas, iniciando com os implantes dentários. Evoluindo posteriormente no ramo da ortodontia, os mini implantes para ancoragem ortodontica, os quais permitiram mais uma possibilidade tratamento, facilitando assim casos que anteriormente necessitavam de tratamentos que dependiam exclusivamente da cooperação do paciente, a qual em grande parte das vezes não acontecia. Sabe-se que antes de tudo para realizar um procedimento não considerado habitual o profissional deve dominar a técnica a ser utilizada, para isso, vamos descrever os diferentes tipos de mini implantes assim como suas indicações, baseando sempre em um referencial teórico conceituado. Palavras-Chave: Osseointegração, Implantes dentários, mini-implantes 1. INTRODUÇÃO A partir do trabalho de Roberts et al. em 1984, sobre o surgimento de implantes de titânio como ancoragem ortodôntica, denominado ancoragem esquelética, o qual não permite a movimentação de unidade reação tornando os mesmos resistentes a fraturas, sendo menos bioativos que os parafusos utilizados anteriormente, surge uma nova era dos princípios de ancoragem ortodôntica. Esta conseguida com a ausência de movimentação da unidade de ancoragem frente à mecânica ortodôntica. Segundo Nerone et al. (2006), os parafusos de titânio começaram a atrair a atenção dos ortodontistas e então passaram a ser mais utilizados possibilitando as seguintes vantagens: limitação anatômica mínima para a instalação, custo menos elevado, procedimento de simples execução e mínimo desconforto para o paciente. A estabilidade dos mini-implantes de titânio parece estar relacionada com a ausência de peri-implantite e com o diâmetro do parafuso. Conforme Herman e Cope (2005), Maino, Muro E Brdnar (2005) e Lioi, Pai E Lin, (2004) a utilização dos mini-implantes como alternativa de ancoragem proporciona 1

benefícios referentes a dimensões reduzidas, simplicidade de colocação e remoção, grande variedade de locais de inserção e indicações, tempo de espera reduzido (às vezes inexistentes), trabalho laboratorial desnecessário, e grande aceitação por parte dos pacientes em relação aos demais sistemas de ancoragem obtidos através de implantes, onplants, mini-placas e parafusos. Park, Kwon E Sung (2004) mencionaram que esses mini-implantes podem ser colocados em locais que normalmente não aceitariam um implante convencional, como no osso alveolar intra-arcos sem prejuízo para as raízes dos dentes adjacentes, alem das demais regiões onde normalmente se empregam outros sistemas de ancoragem temporária. Os mini-implantes devem ser inseridos em região de mucosa queratinizada (gengiva inserida). Assim reduzindo o risco de infecção peri-implante ou de a mucosa livre cobrir a cabeça e implante. Conforme Squeff et al. (2008), o diâmetro reduzido do mini-implante, e a decorrente facilidade as sua inserção minimizam a possibilidade de erro do operador e de contato entre a rosca do mini-implante e a raiz dentaria. Entretanto o risco de fratura da peça aumenta à medida que seu diâmetro é diminuído. Os mini-implantes apresentam-se como uma técnica simples e pouco invasiva, sem necessidade da utilização de terapia medicamentosa antes ou durante sua inserção, sendo confortável para o paciente. Essa alternativa de ancoragem é utilizada para problemas complexos em ortodontia. Os implantes promovem pontos de ancoragem efetiva para movimentações dentarias, mesmo sendo realizada uma carga imediata, com a realização deste tipo de ancoragem podemos evitar a utilização de aparelhos extra-bucais ou barras transpalatinas, bem como a inserção dos segundos molares como reforço de ancoragem. Ainda conforme Squeff et al. (2008), a maioria dos mini-implantes é confeccionada de liga de titânio, variando quanto à forma, design e medidas de acordo com a marca comercial, mas geralmente medindo entre 1,2 e 2 mm de diâmetro com 6 a 12 mm de comprimento, sendo selecionados de acordo com o local de instalação e a aplicação clinica planejada. Possuem três porções distintas, Cabeça (anteparo ortodôntico), porção transmucosa (ou pescoço) e porção rosqueável (parte ativa dos mini-implantes). Confome Celenza e Hochman (2000) as forças ortodônticas são incapazes de provocar atividade osteolitica na interface óssea do implante, assim com a falta de movimentação nestes locais nos dando uma maior previsibilidade do tratamento, não dependendo da ajuda do paciente. 2

2. OBJETIVO Este projeto tem como objetivo geral realizar uma revisão literária sobre a importância da ancoragem ortodôntica proporcionada com o auxilio dos mini-implantes. 3. METODOLOGIA Foi realizada uma revisão de literatura com artigos encontrados no Pubmed e livros que tratam do tema desde o seu surgimento até a atualidade o qual visa a demonstração do avanço no conceito de ancoragem ortodôntica, movido pela utilização de mini-implantes, nos dando um resultado final com maior excelência na grande maioria dos tratamentos ortodônticos. 4. DISCUSSÃO Em 1945, Gainsforth e Higley sugeriram pela primeira vez a utilização de parafusos de vitálio e fios de aço inoxidável que foram implantados na mandíbula de cães para obtenção de ancoragem ortopédica. Mesmo não alçando sucesso, esses resultados incentivaram outros pesquisadores a estudar formas de contornar essas deficiências a fim de demonstrar a possibilidade real de se conseguir ancoragem através de implantes (BUJ, M. et al. 2005). Foi em 1965 que Branemark et al., através da colocação de implantes de titânio no fêmur de coelhos, observaram que era possível se obter uma ancoragem firme do titânio ao osso sem resposta tecidual adversa. Mais tarde Branemark e associados colocaram implantes de titânio endosseo em áreas de cicatrização pós-extrações na arcada superior e inferior de cães (BUJ, M. et al. 2005). Em 1984, Roberts et al. realizaram um extenso estudo de implantes de titânio em coelhos nos quais os resultados mostraram que os implantes desenvolveram uma interface rígida com o osso e que permaneceram estáveis com as com as continuas aplicações de cargas. Como conclusão, essas pesquisas ressaltaram que os implantes endósseos de titânio têm potencial para uma firme ancoragem óssea para ortodontia e ortopedia dento facial (BUJ, M. et al. 2005). 3

Figura 1: caso clínico com planejamento de intrusão de dentes posteriores para correção de mordida aberta anterior, com arco contínuo: A) visão lateral e B) visão do elástico passando de vestibular para palatino. FONTE: Araujo, T. M., et al. (2006) Segundo SCHNELLE, BECK, JAYNES ET AL. (2004) a quantidade adequada de osso alveolar inter-radicular (3 a 4mm) para a colocação de mini-implantes de 1,2 a 2,0mm de diâmetro esta localizada na metade apical do comprimento total das raízes. Os achados de seu estudo confirmaram a indicação da região entre primeiros molares e segundos molares como a mais favorável para receber os mini-implantes nos casos de retração de caninos e/ou incisivos. A técnica cirúrgica esta diretamente relacionada com o tipo de sistema empregado. Normalmente o procedimento é simples, sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica. São inseridos sobre o tecido mucoso ou através de uma pequena incisão sobre a mucosa. Um orifício para guiar o implante é confeccionado com uma broca em baixa rotação(500 RPM, em média), sob irrigação com solução estéril. (HERMAN e COPE, 2005. MAINO, MURA e BEDNAR, 2005; MELSEN e VERNA, 2005). Essa velocidade confere sensibilidade ao operador em sentir o limite de transição entre o osso cortical e medular, bem como minimiza o superaquecimento do osso adjacente. Após a inserção a cabeça do implante deve estar fora da mucosa com sua base justaposta, mas sem comprimir, à mucosa. Após a inserção desses implantes, MAINO, MURA e BEDNAR (2005) recomendam bochecho com solução de clorexidine digluconato 0,2% durante 7 dias. Os sistemas utilizados originam-se de duas linhas. A primeira proveniente do implante dentário osteointegrado, dentre estes estão os implantes ortodônticos, os quais são de menor tamanho que os implantes dentários convencionais, mas com superfícies tratadas de maneira semelhante, promovendo osteointegração, incluem-se nesta categoria os 4

implantes retromolares e os palatinos, ambos são utilizados para a ancoragem indireta (SQUEFF, L. R., et al 2008). O segundo tipo de sistema originou-se dos mini-implantes, tendo sido especificadamente projetado para uso ortodôntico, como ancoragem direta e indireta, diferentes dos implantes osteointegrados, estes possuem diâmetro menor, têm superfícies lisas e são projetados para aplicação de força imediata ou pouco tempo após sua inserção (SQUEFF, L. R., et al 2008). Figura 2: Partes do mini-implante: A) cabeça; B) perfil transmucoso e C) ponta ativa FONTE: Araujo, T. M., et al. (2006) Figura 3: Modelos de diferentes cabeças de mini-implantes, sendo A e B autorosqueantes e C e D autoperfurantes. FONTE: Araujo, T. M., et al. (2006) 5

Os mini-implantes perfurantes têm o ápice extremamente fino e afiado, dispensando na maioria dos casos, a utilização de qualquer procedimento adicional para perfuração óssea, enquanto os de ápice arredondados necessitam de perfuração com broca, no sítio onde serão posicionados, sendo estes denominados implantes auto-rosqueantes (SQUEFF, L. R., et al 2008). O diâmetro é escolhido de acordo com o sitio e o espaço disponível (definido através de radiografia intrabucal) (SQUEFF, L. R., et al 2008). Figura 4: Mini-implantes com diferentes comprimentos da ponta ativa e do perfil transmucoso. FONTE: Araujo, T. M., et al. (2006) Os sítios possíveis de inserção na maxila são: a área abaixo da espinha nasal, o palato, o processo alveolar, a crista infra zigomatica, devendo os mini-implantes ser colocados em ângulo obliquo e em direção apical (SQUEFF, L. R., et al 2008). Na mandíbula, as áreas de escolha são o processo alveolar, a área retromolar e a sínfise mandibular, devendo a inserção ser feita paralela as raízes, quando na presença de dentes. O mini-implante transcortical pode ser utilizado para dar mais estabilidade à área edêntula, onde o osso trabeculado é geralmente escasso (SQUEFF, L. R., et al 2008). Um dos problemas mais comuns relatados com a utilização dos mini-implantes é a ocorrência de fratura, este diretamente relacionado ao diâmetro muito fino ou cujo pescoço não seja resistente o suficiente para suportar a tensão no momento de sua remoção. Outro problema comum é a infecção nos tecidos moles, devido à utilização de mini-implantes com a porção transmucosa mal polida. A higiene bucal pós-cirúrgica é outro fator de suma importância para a estabilidade dos mini-implantes, sendo imprescindível orientar o paciente 6

quantos as medidas necessárias para o controle do biofilme, bem como realizar consultas semanais para controle clinico no primeiro mês (SQUEFF, L. R., et al 2008). A estabilidade primaria é um pré-requisito para a cicatrização e esta intimamente relacionada ao suporte ósseo. Estudos clínicos demonstram mais sucesso na utilização dos mini-implantes autoperfurantes, uma vez que estes apresentam maior estabilidade primaria, quando comparados aos auto-rosqueaveis (SQUEFF, L. R., et al 2008). 5. CONCLUSÕES Desde a primeira tentativa pela utilização de mini implantes para tracioonamento ortodontico mesmo que frustada ela abriu um mundo de novas pesquisas para que posteriormente passase a ser utilizada, após a descoberta do implantes de titânio uma nova era começou a ser desenvolvida, surgiram então mini implantes para tracionamento ortodontico, os quais permitiram uma melhor confiabilidade e previsão quanto ao resultado do tratamento, permitindo uma ancoragem confiável para o tracionamento dentário, além de menor desconforto para o pacientes, sendo este um procedimento considerado pouco invasivo. REFERÊNCIAS 6. BUJ M, VARGAS IA, HERNANDEZ PAG. O uso de implantes para ancoragem em ortodontia. Canoas: Universidade Luterana do Brasil, 2005. 7. ARAÚJO TM, NASCIMENTO MHA, BEZERRA F, et al. Ancoragem esquelética em Ortodontia com mini-implantes. Revista Denta Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 11, n. 4, p. 126-156, jul./ago. 2006. 8. CELENZA, F.; HOCHMAN, M. N. Absolute anchorage in orthodontics: direct and indirect implant-assisted modalities. J Clin Orthod, Boulder, v. 34, no. 7, p. 397-402, July 2000. 9. MARASSI C, MARASSI C, COZER TB. Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares. Cap1, p.199-206. 7

10. SQUEFF LR, SIMONSON MB, ELIAS CN, et al. Caracterização de mini-implantes utilizados na ancoragem ortodôntica. Revista Denta Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 13, n. 5, p. 40-56, set. /out. 2008. 8