AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS ALIMENTARES E PERFIL NUTRICIONAL DE ATLETAS DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA EM RECIFE-PE

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE PRÁTICAS ALIMENTARES E PERFIL NUTRICIONAL DE ATLETAS DA UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA EM RECIFE-PE Nellie Batista Costa Oswaldo David de Oliveira Suzana Ferreira dos Santos Rafaella Lima Morais Pollyana Luiza de Oliveira Ribeiro Carolina Estevam Fernandes RESUMO OBJETIVO: avaliar o estado nutricional de atletas da Universidade Salgado de Oliveira campus Recife. MÉTODOS: Participaram do estudo 9 atletas com faixa etária entre 20 a 26 anos. Para a avaliação nutricional foram realizadas medidas de peso, altura, dobras cutâneas, circunferências corporais e para avaliação do consumo alimentar foi utilizado o recordatório de 24h. RESULTADOS: Após análise dos dados, observou-se que apenas 20% dos avaliados apresentaram um percentual de gordura inadequado. Em relação ao consumo alimentar, 81,2% dos atletas apresentaram uma ingestão de carboidratos insuficiente, enquanto que 41,6% um alto consumo de proteínas. CONCLUSÃO: Tais inadequações tornam-se preocupantes, pois a alimentação adequada é fundamental para a performance atlética. Palavras-chave: avaliação nutricional, consumo alimentar, atletas.

INTRODUÇÃO Com a evolução da ciência da nutrição e sua inserção na prática esportiva, torna-se cada vez mais evidente a importância da alimentação adequada, tanto para atletas em nível competitivo como recreacional. Atletas de alto desempenho, nutricionistas, além da indústria alimentícia e farmacêutica, têm buscado constantemente estratégias que possam ser aplicadas às diferentes modalidades esportivas como dietas e suplementos alimentares para manter a forma, melhorar o desempenho e otimizar o resultado esperado do exercício. Excluídos os componentes hereditários e o condicionamento atlético, nenhum outro fator isolado ocupa papel mais importante que a nutrição no desempenho físico de um atleta 1, 2. Através de alimentação balanceada constituída de todos os nutrientes necessários ao organismo, o atleta conseguirá manter a saúde, preservar sua composição corporal (músculos, ossos e gordura), favorecer o funcionamento das vias metabólicas associadas à modalidade desportiva, permitir o armazenamento de energia (glicogênio muscular), retardar a fadiga, contribuir para o incremento da massa muscular (hipertrofia) e auxiliar a recuperação de lesões ou traumas, eventualmente provocados pelo exercício. De certo modo, os atletas fazem parte de um grupo específico, extremamente vulnerável à informação nutricional errônea, e às praticas não seguras que prometem potencializar seu desempenho 3, 4. Para um planejamento alimentar adequado, diversos fatores devem ser considerados, dentre eles a adequação energética da dieta, a distribuição dos macronutrientes e o fornecimento de quantidades adequadas de vitaminas e minerais. Além disso, a dieta do atleta deve ser estabelecida de acordo com as necessidades individuais, a freqüência, a intensidade e a duração do treinamento 5. Muitos atletas reconhecem a importância de uma alimentação balanceada tanto em macronutrientes (Carboidratos, Proteínas e Lipídeos), como em micronutrientes (Vitaminas e Minerais), porém, geralmente suas dietas costumam apresentar uma porcentagem baixa de carboidratos, e acreditam que a proteína funciona como combustível energético principal para prática de exercício físico 6. Nesse contexto, há necessidade de uma atenção especial aos atletas no sentido de fornecer-lhes alimentos em quantidade e qualidade que satisfaçam suas

necessidades diferenciadas. Dado o exposto, este trabalho tem como objetivo avaliar o estado nutricional de atletas Praticantes de diversas modalidades esportivas na Universidade Salgado de Oliveira campus Recife na intenção de fornecer bases para possíveis intervenções dietéticas específicas nesta população, por meio da verificação da adequação alimentar e da composição corporal. METODOLOGIA Participaram do estudo 9 atletas de diversas modalidades esportivas, sendo 5 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, de 20 a 26 anos, filiados a Universidade Salgado de Oliveira-UNIVERSO campus Recife. Os dados foram coletados de abril a junho de 2014 durante o atendimento nutricional desenvolvido pelo ambulatório de nutrição, formado por alunas do 7º período de nutrição da UNIVERSO com supervisão de um nutricionista. A análise do consumo alimentar foi realizada utilizando-se o recordatório de 24 horas (R24) sendo a coleta de dados efetuada pelas estagiárias de nutrição, supervisionadas. O inquérito R24 referiu-se ao consumo nas 24 horas anteriores à entrevista. Para o cômputo de energia e nutrientes ingeridos no R24, as medidas caseiras foram transformadas em gramas e mililitros 7. O consumo alimentar foi analisado pelo Sistema de Avaliação Nutricional do Centro de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina 8. Em adição, calcularam-se os percentuais de energia oriundos dos carboidratos, proteínas e lipídios, bem como o total de gramas consumidos por kg de peso, sendo comparados com as orientações correntes para atletas 9. Foram tomadas medidas da massa corporal, estatura, dobras cutâneas e circunferências. Para aferição da massa corporal (MC) e estatura utilizou-se uma balança digital da marca Filizola, com precisão de 0,1kg e capacidade máxima de 150 kg, modelo PL200 que contém acoplado o estadiômetro. Os atletas subiram à balança trajando roupas leves, sem sapato e nenhum acessório, posicionando-se eretos, com os pés juntos e permanecendo imóveis para a aferição da MC. Logo após, os mesmos permaneceram na mesma posição, inspiraram o ar, permaneceram imóveis e olhando para um ponto fixo para que as alturas fossem aferidas.

As circunferências foram aferidas por trena nutricional, da marca Cescorf que continha dois metros de comprimento, nas regiões: abdominal, quadril, braço (CB) e cintura (CC), enquanto as pregas cutâneas foram aferidas por um adipômetro nas áreas do tríceps, bíceps, subescapular, suprailíaca e abdominal (PCT, PCB, PCSE, PCSI, PCAb; respectivamente). Após as aferições foram calculadas a relação cintura-quadril (RCQ), a Circunferência Muscular do Braço [CMB = CB (PCT x 3,14)], e o percentual de gordura corporal (%GC) a partir do somatório das pregas cutâneas aplicando-as a equação de Faulkner 10. Ainda foram determinados o peso de gordura, o peso magro e o Índice de Massa Corporal (IMC), expresso em kg/m 2. O processamento dos dados foi realizado através do Microsoft Office Excel versão 2007. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 são apresentados os valores médios antropométricos de peso, estatura, e percentual de gordura dos atletas. Tabela 1 Dados antropométricos dos atletas da UNIVERSO N Sexo Idade Peso Estatura % de (anos) (kg) (cm) gordura 5 Masculino 23,75±1,42 74,50±3,82 1,78±2,44 12,9±1,78 4 Feminino 20,25±2,31 66,50±5,48 1,68±3,12 19,2±2,76 A composição corporal pode ser indicador indireto sobre estado nutricional. Os dados apresentados na tabela 1 apontam que a maioria dos atletas avaliados, tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino, apresentaram percentual de gordura classificado como bom, estando dentro da média recomendada para a idade 11. Resultado, portanto satisfatório tendo em vista que a composição corporal de atletas profissionais, independente da modalidade esportiva, é de fundamental importância para uma boa performance, já que o excesso de gordura corporal pode reduzir drasticamente o desempenho de tais competidores 12.

Tedesco et al 13 realizaram pesquisa com atletas do sexo feminino de várias modalidades esportivas e encontraram o valor médio de 20,56% para percentual de gordura, enquanto que Leal et al 14 em seu estudo com atletas do sexo masculino, relataram encontrar um percentual de gordura mediano de 10,2%, ambos os trabalhos apresentam resultados que não diferem muito do presente artigo. A distribuição alimentar entre os macronutrientes é apresentada na tabela 2. Tabela 2- Distribuição dietética percentual entre carboidratos, proteínas, lipídeos e valor calórico total diário dos atletas da UNIVERSO N Sexo Carboidratos Lipídeos Proteínas VCT 5 Masculino 53,09±5,82 27,58±4,88 20,53±3,40 2.987,3±6,40 4 Feminino 56,28±4,31 28,60±4,68 14,78±3,56 1.891,2±6,83 VCT * - valor calórico total Segundo a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) é recomendado uma ingestão diária de 150 a 175 g de carboidratos/1.000 Kcal, sendo 60 a 70% do valor calórico total (VCT), 22 a 28 g de lipídios/1.000 kcal, sendo 20 a 25% do VCT, e 25 a 30 g de proteínas, sendo 10 a 12% do VCT respectivamente. Ao analisar a distribuição de macronutrientes em relação ao VET, percebe-se que houve baixa ingestão de carboidrato comparado aos demais macronutrientes tendo em vista que sua contribuição em termos de percentual de calorias ingeridas encontra-se aquém do desejável (60 79%% do VET), da mesma forma, observa-se baixa ingestão de tal nutriente em termos de gramas por quilo de peso corporal (<8g/ kg peso corporal/dia). Esta inadequação pode levar a um comprometimento da performance, uma vez que a manutenção de níveis elevados de glicogênio muscular e hepático é requisito fundamental para a manutenção da intensidade do exercício 15. As proteínas, embora possam ser oxidadas, não desempenham papel significativo na geração de energia durante a atividade física, podendo, porém, gerar até 17% da energia necessária durante atividade intensa e durante o jejum prolongado. A ingestão adequada de proteínas para atletas deve variar entre 1,0 e 2,0 g/kg de peso corporal 16. Muitos atletas acreditam que devem consumir mias proteínas que a população em geral. Entretanto para que ocorra aumento na massa muscular é necessário ingerir

quantidades adequadas de energia e proteínas. No estudo de Tarnopolski et al 17 com atletas observou-se que o consumo diário de 0,86g/kg/dia resultou em manutenção de massa magra, entretanto um consumo mais elevado de 1,4g/kg/dia resultou em maior síntese protéica. No estudo atual o consumo por kg de peso corporal foi de 1,56±0,30g para homens e 1,12±0,56g para mulheres. Apesar de a ingestão de proteína atender as necessidades preconizadas, quando se considera o consumo percentual, têm-se indícios que não foi acompanhada da ingestão energética ideal quando se avalia considerando g/kg. Quanto à ingestão de lipídeos, verificou-se que a maior parte dos atletas (54,5%, n=6) ingere quantidade de acordo com a recomendada. Concordando com este resultado, Martin et al 18 obteve um valor de 29% de energia oriunda de lipídios. No trabalho de Bassit et al 19 foi relatado o valor de 28% de lipídios para atletas amadores e 26% para profissionais. Para atividades mais curtas e predominantemente anaeróbias, os lipídios devem ser diminuídos pela menor necessidade de seu consumo e para o atleta obter um aporte glicídico maior. Vale ressaltar que os lipídeos constituem fonte importante de energia dependendo da modalidade, assim, uma redução muito severa não é indicada 20. Em relação ao valor energético total da dieta (VET), percebe-se que os atletas ingerem aquém do seu gasto energético total (GET). Entretanto, 33,3% (n=3) dos atletas ingerem quantidade suficiente que deve estar entre 3.150kcal a 4.300 kcal/dia para os homens e de 2200kcal a 2980kcal para as mulheres 21. Portanto, o atleta que almeja maior rendimento deve se preocupar em ter uma nutrição adequada, consumindo energia e nutrientes de acordo com suas necessidades fisiológicas, sendo que cada modalidade esportiva exige um aporte energético específico o que dificulta uma prescrição exata para atletas, pois as pesquisas existentes fornecem uma visão geral das necessidades nutricionais para apenas algumas modalidades. CONCLUSÃO De acordo com os resultados apresentados neste trabalho, percebe-se a falta de informação acerca de uma alimentação adequada para melhora da performance,

pois notou-se claramente um déficit de consumo de carboidratos na dieta, fazendo com que as atletas busquem outras fontes alimentares para oferecer energia. De uma maneira geral, todo o grupo avaliado apresentou problemas de consumo alimentar, especialmente na questão energética, sendo observado através dos registros um consumo calórico inferior as necessidades da grande maioria dos atletas. Os resultados reforçam a necessidade de maiores informações nutricionais para que os atletas saibam aplicar de forma adequada os princípios da nutrição em suas dietas e possam otimizar o seu desempenho. Assim, é fundamental o acompanhamento de um profissional da área de nutrição para orientar sobre as condutas nutricionais mais adequadas a cada atleta.

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