DESEMPENHO DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIARIA: AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E ESTRUTURAL

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Transcrição:

DESEMPENHO DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS DO GÊNERO BRACHIARIA: AVALIAÇÃO AGRONÔMICA E ESTRUTURAL André Augusto Marinho Silva 1, Emerson Alexandrino 2 1 Aluno de graduação do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína-TO; e-mail: andre_augusto89@hotmail.com PIVIC/CNPq 2 Orientador e Prof. Adj. do Dep. de Zootecnia; Campus de Araguaína-TO; e-mail: emerson.alexandrino@cnpq.br RESUMO: O presente trabalho teve como meta de execução avaliar o desempenho de espécies forrageiras do gênero Brachiaria nas condições edafoclimáticas do norte do Tocantins, utilizando as avaliações agronômicas e estruturais. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, em esquema de parcelas subdivididas, onde na parcela foram alocadas cinco espécies forrageiras (Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola, Brachiaria brizantha cv. Marandu, Xaraés e Piatã) e na subparcela os períodos de rebrota, sendo utilizados quatro repetições de área, totalizando 20 unidades experimentais. A produção de massa seca de lâmina foliar (MSLF) foi maior para a Brachiaria cv. Xaraés, seguida da Brachiaria cv. Piatã em relação às demais espécies e cultivares. Todavia, a Brachiaria humidicola teve a menor produção de massa seca de material morto (MSMM) em comparação com as demais espécies. Devido à variabilidade dos dados obtidos pelas avaliações agronômicas estruturais das espécies e cultivares de gramíneas forrageiras existe a necessidade de adotarem-se diferentes sistemas de manejo, em que a utilização de animais se faz necessário para demais avaliações. Palavras-chave: humidicola; variabilidade; rebrota; manejo INTRODUÇÃO O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com cerca de 196 milhões de cabeças, ocupando papel de destaque na exportação mundial de carne bovina (Anualpec, 2010), o qual é representando por uma alta produção agropecuária, porém de baixa produtividade, isso devido à grande predominância do monocultivo de espécies de gramíneas e o alto índice de degradação de pastagens. De acordo com Silva e Nascimento Júnior (2007), o destaque do Brasil no cenário mundial como produtor pecuário se deve, entre outros fatores, à exploração do potencial

produtivo de gramíneas tropicais. Essas espécies apresentam altas taxas de acúmulo de biomassa durante a estação chuvosa e podem, quando bem manejadas, apresentar características estruturais e de valor nutritivo compatíveis com o bom desempenho animal. Destacam-se neste contexto as gramíneas do gênero Brachiaria, as quais são bem flexíveis as condições de manejo (MARTUSCELLO et al., 2009) e adaptáveis as condições edafoclimáticas do local. Diante do exposto, objetivou-se avaliar o desempenho de espécies forrageiras do gênero Brachiaria nas condições edafoclimáticas do norte do Tocantins, pelos métodos da avaliação agronômica e estrutural. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins, Campus Araguaína, localizado a 07º12 28, Latitude Sul e 48º12 26, Longitude Oeste. O clima da região é AW Tropical de verão úmido, com estação seca e chuvosa bem definida, e período de estiagem no inverno, com temperaturas máximas de 40ºC e mínimas de 18ºC, umidade relativa do ar com média anual de 76%. As precipitações pluviais chegam a 1.640 mm/ano, sendo o solo da área classificado como Neossolo Quartzarênico Órtico típico. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de parcelas subdivididas 5x4, sendo cinco espécies (Brachiaria humidicola, Brachiaria decumbens e três cultivares de Brachiaria brizantha Marandu, Xaraés e Piatã) e quatro ciclos de rebrotação, com quatro repetições, totalizando vinte unidades experimentais. As forrageiras foram estabelecidas no início da estação das chuvas de 2008/2009, em uma área previamente corrigida e adubada com base na análise química do solo, em parcelas de 20 m 2 (4,0 x 5,0 m). Em meados de dezembro de 2011 realizouse o corte de uniformização, quando as primeiras folhas baixeiras dos perfilhos iniciaram o processo de senescência, dando início ao período. Após cinco dias decorrentes da uniformização foi realizada aplicação 150 kg ha -1 de formulado (N-P-K- 20:0:20) em cobertura, aonde foram realizadas 4 adubações de manutenção, uma ao inicio de cada ciclo. Para a avaliação das características agronômicas utilizou-se uma moldura de amostragem de 1,2 x 0,5 m (0,6 m 2 ), onde a forragem era colhida à altura de 20 cm do solo, em um ponto representativo da parcela, escolhido em função da altura

média de 15 pontos por unidade experimental e em seguida foram tiradas duas alíquotas representativas. Todo material colhido foi levado ao laboratório para a separação e pesagem dos componentes da amostra e secagem. Uma amostra foi destinada para determinar a disponibilidade de massa seca total, massa seca de lâmina foliar, massa seca de colmo e massa seca de material morto. As características estruturais mensuradas foram a altura do dossel (medida com régua graduada do solo até um plano imaginário da altura média do pasto); e relação folha/colmo (obtido pelo quociente entre massa seca de folhas e a massa seca de colmo). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, considerando 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Não foi verificada interação significativa entre espécie/cultivar para altura média das plantas (Tabela 1). Dessa maneira, a Brachiaria brizantha cv. Xaraés apresentou maior (P<0,05) altura em relação às demais gramíneas, seguido da Brachiaria decumbens, os menores valores de altura foram verificados para a Brachiaria brizantha cv. Marandú e cv. Piatã. A maior altura do capim-xaraés pode estar associada ao maior comprimento de folha, assim como ao arranjo espacial das folhas, as quais se posicionam mais verticalmente que as demais gramíneas. Por outro lado, a maior altura foi verificada para as duas primeiras avaliações, fato explicado, principalmente, pelo maior volume e disponibilidade hídrica desse período. A relação folha colmo (F/C) foi similar entre as espécies/cultivares nas duas primeiras avaliações, sendo superior (P<0,05) para a cv. Marandú e a Brachiaria humidicola em relação às demais. Todavia no ultimo ciclo o maior valor para a F/C foi observado para a Brachiaria humidicola em relação às demais (Tabela 1), seguido da Brachiaria brizantha cv. Marandu e Xaraés, sendo os menores valores verificados para a Brachiaria decumbens. Destaca-se que os maiores valores para a F/C foram verificados para o período de menor altura. Segundo Sbrissia (2004), aumentos em altura do dossel quase sempre conduzem a uma redução concomitante na relação lâmina/colmo por perfilho, pelo fato de que, para suportar o peso de um órgão (no caso as folhas), o diâmetro das estruturas de suporte (colmos) altera-se em proporção direta à força requerida para suportá-lo e não isometricamente ao seu peso.

Tabela 1 Valores médios da altura (ALT); relação folha/colmo (REL. F/C); massa seca total (MST); massa seca de colmo (MSC); massa seca de material morto (MSMM) de espécies forrageiras do gênero Brachiaria avaliados ao longo da estação de crescimento de 2011/2012 Variável ALT REL. F/C MST MSLF MSC MSMM Espécie cm g/g Kg de MS/ha Kg de MS/ha Kg de MS/ha Kg de MS/ha decumbens 48,78b 2,08c 2560,99c 1495,84d 833,68a 231,47b humidicola 47,12c 4,65a 2360,29c 1645,05cd 566,81c 148,43c Marandu 38,56d 4,73a 2536,93c 1767,24bc 485,10c 284,59ab Piatã 44,84c 3,37b 2955,29b 1918,03b 709,25b 328,01a Xaraés 66,26a 4,04ab 3387,53a 2382,48a 730,79ab 274,26ab MÉDIA 49,21 3,77 2760,20 1841,73 665,13 253,35 Médias seguidas de letras iguais, minúsculas na coluna não diferem pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Quanto à produção de massa seca de lâmina foliar (MSLF), pode-se destacar que de forma geral, esta característica foi superior para a Brachiaria brizantha cv. Xaraés ao longo do período de avaliação em relação às demais gramíneas avaliadas (Tabela 1). Por outro lado, verificou-se que a Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola e a Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentaram, na maioria das avaliações, os menores valores para a característica em questão. Vale destacar que as diferenças entre espécies/cultivares para a MSLF pode inferir maior ou menor potencial para produção de ruminantes, visto que as folhas são a porção preferencialmente selecionada pelos animais, além de apresentarem maior valor nutritivo (CÂNDIDO et al., 2005). Apesar de a Brachiaria humidicola e a Brachiaria brizantha cv. Marandu terem apresentado as menores MSLF ao longo do período de avaliação, estas espécies foram caracterizadas por apresentar baixa produção de colmo, de tal forma que apresentaram as menores massas seca de colmo (MSC) ao longo das avaliações. Tal fato proporcionou que estas espécies atingissem os valores elevados quanto a F/C durante o período experimental. Ademais, a maior produção de colmo ao longo das avaliações foi verificada para a Brachiaria decumbens, com valores intermediários para as Brachiaria brizantha cv. Piatã e Xaraés (Tabela 1). A massa seca de material morto (MSMM) foi inferior para a Brachiaria humidicola (Tabela 1) em relação às demais gramíneas para maioria das avaliações ao longo do período experimental, por outro lado, a maior produção de material morto ao longo do período de avaliação foi verificada para a Brachiaria brizantha cv. Piatã, seguido da cv. Marandu e Xaraés. A produção de massa seca total (MST) é importante para se verificar a capacidade de adaptação da forrageira a uma determinada região

(Tabela 1). Desse modo verificou-se que a Brachiaria brizantha cv. Xaraés manteve ao longo do período de avaliação maior produção de forragem que às demais gramíneas, seguido pela Brachiaria brizantha cv. Piatã, Marandu e Brachiaria decumbens e sendo a menor produção ao longo do período verificado para a Brachiaria humidicola. Os capins Xaraés e Piatã se destacaram em relação às demais forrageiras avaliadas em função dos aspectos produtivos, estruturais e agronômicos. Por outro lado, a Brachiaria brizantha cv. Marandu, assim como a Brachiaria decumbens apresentamse em situação intermediária quanto aos aspectos produtivos, sendo a menor produção atribuída a Brachiaria humidicola. Sendo assim, novas pesquisas devem ser desenvolvidas, onde o componente animal deve ser considerado para melhores indicativos de produtividade. LITERATURA CITADA ANUALPEC - Anuário da pecuária brasileira. 18.ed. São Paulo: Instituto FNP, 2010, 360p. CÂNDIDO, M. J. D.; GOMIDE, C. A. M.; ALEXANDRINO, E.; GOMIDE, J. A.; PEREIRA, W. E. Morfofisiologia do dossel de Panicum maximum cv Mombaça sob lotação intermitente com três períodos de descanso. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.2,p.406-415, 2005. MARTUSCELLO, Janaína Azevedo et al. Produção de gramíneas do gênero Brachiaria sob níveis de sombreamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.7, p.1183-1190, 2009. SILVA, S.C. da; NASCIMENTO JÚNIOR, D. Avanços na pesquisa com plantas forrageiras tropicais em pastagens: características morfofisiológicas e manejo do pastejo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, p.121-138, 2007. SBRISSIA, A.F. Morfogênese, dinâmica do perfilhamento e do acúmulo de forragem em pastos de capim-marandu sob lotação contínua. 171f. Tese (Doutorado em Agronomia Ciência Animal e Pastagens) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2004. AGRADECIMENTOS "O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil" A Deus pela força, aos amigos e minha família por todo apoio.