Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 28/02/2018. Da Pessoa Natural. O início da personalidade civil se dá com o nascimento com vida, artigo 2 CC, como segue: Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. O nascituro tem os direitos sucessórios assegurados, se nascer com vida recebe no caso do pai vier a falecer no curso da gestação. Se a criança nascer morta a sucessão do pai vai para os ascendentes se não tiver descendentes, se a criança nascer com vida e morrer logo após o nascimento a herança vai para a mãe. Capacidade. De direito todos têm, basta nascer com vida, uso, gozo e aquisição. 1
De fato é a capacidade de exercício, nem todos têm capacidade de fato, é poder agir por si só nos atos da vida civil, maior de 18 anos. Capacidade plena junto. Capacidade limitada exemplo, menor, incapaz. é ter tanto a capacidade de direito como a de fato é aquele que só possui a capacidade de direito, Incapacidade. Absoluta aquela que a pessoa não pode praticar o ato por si só, apenas pode praticar o ato por representação. Se praticar o ato é nulo, por ser nulidade absoluta pode ser arguida em qualquer momento não ocorrendo a prescrição. Prevista no artigo 3º do CC, sendo reconhecido com absolutamente incapaz o menor de 16 anos. Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 2
Aquele que não consegue exprimir sua vontade ficou desprotegido, exemplo, pessoa e estado vegetativo, pois, é relativamente incapaz. Relativa pode praticar o ato assistido, neste caso, se praticar o ato sem assistência o ato é anulável, se não pedir anulação no tempo em que determina a lei o ato é convalidado. Pessoas relativamente incapaz: maiores de 16 anos e menores de 18 anos, viciados em tóxicos, ébrio habitual, pródigo, artigo 4º CC. Pessoa sem discernimento precisa ter a curatela decretada para evitar ficar desprotegido. Menores púberes maiores de 16 anos e menores de 18 anos. Ébrio habitual viciado em álcool, precisa ter habitualidade (constância) na embriaguez, é necessário laudo médico para comprovar que é ébrio. Viciado em tóxico médico para comprovar. pessoa que usa drogas, também é necessário laudo Pessoa que por causa transitória ou permanente não puder exercer sua vontade antes era absolutamente incapaz, exemplo, pessoa que está em coma. 3
Pródigo aquele que dilapida o patrimônio. Ser pródigo é uma doença e precisa de laudo médico. Tem três tipos de pródigos: Na assistência tanto o assistido quanto a pessoas que presta assistência assinam o ato. Cessa a incapacidade: Com a maioridade, 18 anos; Quando cessar sua causa, exemplo, pessoa viciada em álcool que não consome mais álcool; Com a emancipação que é um fenômeno civil, em que um menor de idade passa a ter poder de agir por si só civilmente, exemplo, casamento. São três espécies de emancipação: Legal é determinada pela lei, como, casamento, economia própria, exercício efetivo do cargo público, colação de grau em nível superior, militar, alguns casos de emancipação legal são tratadas no artigo 5º do CC, in verbis: Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação 4
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. (Grifo nosso). Emancipação judicial dos 16 anos; autorizada pelo juiz, concedida ao menor a partir Emancipação voluntária feita pelos pais (ambos) aos filhos menores a partir de 16 anos por escritura pública em cartório de notas e deve ser registrado no registro civil e não se admite revogação. A emancipação legal feita por casamento pode ser revogada pela anulação ou casamento nulo. Extinção da pessoa natural. A extinção da pessoa natural se dá pela morte, e são quatro espécies: Real acidental; é a morte morrida, temos três espécies: natural, provocada ou Civil é aquela em que a lei civil mata a pessoa, indignidade e deserdação; Comoriência duas pessoas morreram na mesma ocasião que disputariam na sucessão e não se distingue quem morreu primeiro, previsto no artigo 8º do CC, como segue: 5
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Presumida de ausência. ocorre quando há declaração de ausência e sem declaração Sem declaração de ausência ocorre quando a pessoa vai para guerra e cessada a guerra a pessoa não retorna em 2 anos. A outra hipótese ocorre quando a pessoa desaparecida estava e provável risco e perigo de vida, exemplo, avião que cai no mar. A viúva pode casar novamente, pois, a morte presumida equiparasse a morte real. Contudo, se o marido que teve sua morte presumida retornar o segundo casamento é nulo (casamento putativo). Casamento putativo quando as pessoas estavam de boa-fé, tem validade e efeitos patrimoniais, mesmo sendo nulo. Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. Com declaração de ausência é pessoa que desaparece sem deixar paradeiro, exemplo, irmã do Vitor Belfort, precisa fazer a busca em IML, delegacia, hospitais. A declaração de ausência gera efeitos sucessórios e precisa ser decretada por Ação Judicial, primeiro precisa fazer a publicação em edital buscando a 6
pessoa, esta não retornando o juiz declara a ausência, contudo, precisa de um curador, artigo 22 CC. O juiz declarará a ausência por sentença, transcorrido 1 ano se a pessoa não tiver deixado procurador ou se tiver procurador o prazo é de 3 anos, ajuíza-se outra ação agora de sucessão provisória. Na sucessão provisória, os herdeiros não podem alienar os bens, somente tem a posse e administração dos bens, exceto se os bens de fácil deterioração e os de fácil desvalorização neste caso é possível a alienação, mas o dinheiro arrecadado precisa ser depositado judicialmente. Declarada a sucessão provisória os herdeiros precisam esperar 10 anos para ajuizar a sucessão definitiva, exceção se o ausente era maior de 80 anos de idade o prazo será de 5 anos para ingressar com a sucessão definitiva. Após o formal de partilha os herdeiros podem alienar os bens. Porém, se o ausente retornar após a sucessão definitiva, este tem direito a ser indenizado pelos bens que foram alienados e tem o prazo 10 anos para reclamar. Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo. Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal. Nome. O nome é observado no artigo 16 do CC, como segue: 7
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Elementos de estruturação do nome. Prenome é o primeiro nome, exemplo, Nelson. Sobrenome é um sinal de procedência familiar, chamado também de patronímico, é a identidade materna e paterna do sujeito, exemplo, Shikicima, não é possível alterar, exceto na adoção e no casamento que pode acrescentar sobrenome do marido ou da esposa. Agnome homenagem familiar, serve para distinguir pessoa da mesma família, exemplo, neto, júnior, filho. Axiônimo excelência, doutor. forma de tratamento respeitoso com a pessoa, exemplo, Hipocorístico Maria de Lurdes = a Malu. é forma de tratamento carinhoso com a pessoa, exemplo, Pseudônimo nome utilizado por quem não usa o seu nome civil verdadeiro, é um nome fictício, tem os mesmos direitos do nome civil, exemplo, Silvio Santos. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Alcunha em razão de uma característica da pessoa, é um apelido popular, não tem direito da personalidade assegurado, exemplo, Lula. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 8