NOÇÕES DE DIREITO PENAL CRIME DOLOSO, CULPOSO E PRETERDOLOSO E ERRO DE TIPO 1) (Policial Rodoviário Federal PRF - 2013 CESPE) O ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de ocorrência de tipicidade sem antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem culpabilidade. 2) (Titular de Serviços de Notas e Registros TJ-ES - 2013 CESPE - adaptada) Conforme a teoria finalista da ação, só há crime se o fato for, concomitantemente, típico, antijurídico e culpável. 3) (Defensor Público DPE-MA - 2011 CESPE - adaptada) O dolo direto classifica-se em alternativo e eventual: o primeiro ocorre quando o aspecto volitivo do agente se encontra direcionado de maneira alternativa em relação ao resultado ou à vítima; o segundo, quando o agente, embora não querendo praticar diretamente a infração penal, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e aceito 4) (Juiz TJ-PB - 2011 CESPE - adaptada) Suponha que, com intenção de fraudar o seguro que contratara, Mauro tenha instalado explosivos em embarcação de sua propriedade e detonado o dispositivo de explosão por meio de controle remoto antes de uma viagem programada. Suponha, ainda, que, em decorrência da explosão, a embarcação tenha sido destruída e a tripulação, morta. Nesse caso, com relação à conduta de Mauro, fica caracterizado o dolo de primeiro grau, ainda que as mortes não tenham sido por ele desejadas. 5) (Analista Legislativo Câmara dos Deputados - 2014 CESPE) Age com dolo eventual o agente que prevê possíveis resultados ilícitos decorrentes da sua conduta, mas acredita que, com suas habilidades, será capaz de evitá-los. 6) (Analista Judiciário TJ-DFT - 2008 CESPE) Excetuadas as exceções legais, o autor de fato previsto como crime só poderá ser punido se o praticar dolosamente.
7) (Auditor Fiscal da Receita Estadual SEFAZ-ES - 2013 CESPE - adaptada) Em se tratando de culpa consciente, o agente prevê o resultado, mas não se importa que ele venha a ocorrer. 8) (Analista-Advocacia DETRAN-DF - 2009 CESPE) João atropelou Pedro. O pai de João, que estava no banco docarona, ao seu lado, no intuito de eximi-lo da responsabilidadecriminal e civil, alterou a posição da vítima e do carro antes de aperícia chegar ao local. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes. A conduta de João poderá ser considerada dolosa, caso fique demonstrado que assumiu o risco de produzir o resultado, ou culposa, caso tenha agido com imprudência, negligência ou imperícia. 9) (Defensor Público DPE-MA - 2011 CESPE - adaptada) Caracteriza-se como imprudência a conduta positiva praticada pelo agente que, por não observar o dever de cuidado, causa o resultado lesivo que lhe era previsível; como negligência, o ato de deixar de fazer o que a diligência normal impõe; e como imperícia, a inaptidão permanente, ou seja, não momentânea, do agente para o exercício de arte, profissão ou ofício. 10) (Defensor Público DPE-MA - 2011 CESPE - adaptada) A culpa inconsciente distingue-se da consciente no que diz respeito à previsão do resultado: naquela, este, embora previsível, não é previsto pelo agente; nesta, o resultado é previsto, mas o agente acredita sinceramente que não será responsabilizado, por confiar em suas habilidades pessoais. 11) (Analista de Controle Externo TCU - 2008 CESPE) Durante um espetáculo de circo, Andrey, que é atirador de facas, obteve a concordância de Nádia, que estava na platéia, em participar da sua apresentação. Na hipótese de Andrey, embora prevendo que poderia lesionar Nádia, mas acreditando sinceramente que tal resultado não viesse a ocorrer, atingir Nádia com uma das facas, ele terá agido com dolo eventual.
12) (Analista Judiciário TJ-DFT - 2008 CESPE) Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime, não quer diretamente o resultado, mas assume o risco de produzilo, o crime será culposo, na modalidade culpa consciente. 13) (Juiz do Trabalho TRT 3R MG 2009 - TRT 3R) José, estudante de curso de pósgraduação em Direito, estava dirigindo um automóvel por uma estrada, quando percebeu, à sua direita, um ciclista. Apesar de ter verificado a possibilidade de ocorrência de atropelamento, José não reduziu a velocidade e pensou: existe risco de atropelamento, mas sou muito hábil no volante e não haverá acidente. Na hipótese de vir a ocorrer o acidente, José poderia ter agido: a) com dolo eventual b) com dolo direto c) com culpa consciente d) com culpa inconsciente e) em legítima defesa 14) (Juiz TJ-PR 2008 FAE) George Shub, conhecido terrorista, pretendendo matar o Presidente da República de Quiare, planta uma bomba no veículo em que ele sabe que o político é levado por um motorista e dois seguranças até uma inauguração de uma obra. A bomba é por ele detonada à distância, durante o trajeto, provocando a morte de todos os ocupantes do veículo. Com relação à morte do motorista, George Shub agiu com: a) Dolo direto de primeiro grau b) Dolo direto de segundo grau c) Dolo eventual d) Imprudência consciente 15) (Delegado de Polícia PC-BA - 2013 CESPE) Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por desconhecimento invencível de algum elemento do tipo quanto a conduta do agente que age acreditando estar autorizado a fazê-lo ensejam como consequência a exclusão do dolo e, por conseguinte, a do próprio crime. 16) (Analista Judiciário TRE-GO - 2005 CESPE) Quem se apodera de coisa alheia, que erroneamente considera sua, encontra-se em erro de tipo, pois não sabe que subtrai coisa alheia. Quem acredita ter direito de fazer justiça com as próprias mãos e se apodera de coisa alheia encontra-se em erro de proibição, sobre a ilicitude de sua conduta. Quem desconhece que a coisa de que dispõe está penhorada ou embargada
erra sobre uma característica do tipo, mas quem, sabendo-o, acredita erroneamente ter direito de dispor dela, encontra-se em erro de proibição. 17) (Advogado Caixa - 2006 CESPE) O erro de tipo é aquele que recai sobre os elementos ou circunstâncias do tipo, excluindo-se o dolo e, por conseqüência, a culpabilidade. 18) (Oficial Técnico de Inteligência ABIN - 2010 CESPE) Incorrendo o agente em erro de tipo essencial escusável ou inescusável, excluir-se-á o dolo, mas permanecerá a culpa caso haja previsão culposa para o delito. 19) (Delegado de Polícia PC-AL - 2012 CESPE) O erro de tipo, se vencível, afasta o dolo e a culpa, estando diretamente ligado à tipicidade da conduta do agente. 20) (Juiz TJ-MA - 2013 CESPE) Com relação ao que dispõe o Código Penal brasileiro sobre o erro de tipo, assinale a opção correta. a) Se o erro de tipo for evitável, isenta-se de pena o agente. b) O erro de tipo inevitável exclui o dolo e a culpa. c) Sendo inevitável o erro de tipo, exclui-se a culpabilidade. d) Se o erro de tipo for evitável, diminui-se a pena de 1/6 a 1/3 em relação ao total legalmente estipulado. 21) (Titular de Serviços de Notas e Registros TJ-RR - 2013 CESPE - adaptada) É isento de pena, em razão da ausência de dolo ou culpa, o agente que age mediante erro de tipo acidental, ou seja, o agente que desconhece os dados acessórios ou secundários do crime. 22) (Juiz TJ-SE - 2008 CESPE - adaptada) Acerca do erro na lei penal brasileira, assinale a opção correta. a) O erro inescusável sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo e a culpa, se prevista em lei.
b) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta o agente de pena, sendo consideradas as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. c) É inimputável quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. d) Quando, por erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por dolo eventual. 23) (Analista Judiciário TRF-4ªR - 2014 FCC) Com uma velha espingarda, o exímio atirador Caio matou seu próprio e amado pai Mélvio. Confundiu-o de longe ao vê-lo sair sozinho da casa de seu odiado desafeto Tício, a quem Caio realmente queria matar. Ao morrer, Mélvio vestia o peculiar blusão escarlate que, de inopino, tomara emprestado de Tício, naquela tão gélida quanto límpida manhã de inverno. O instituto normativo mais precisamente aplicável ao caso é, doutrinariamente, conhecido como a) error in personan (Código Penal, art. 20, par. 3º ). b) parricidium enquanto circunstância genérica de pena (Código Penal, art. 61, II, e, 1ª hipótese). c) aberratio ictus de unidade simples (Código Penal, art. 73, 1ª parte). d) aberratio ictus de unidade complexa (Código Penal, art. 73, 2ª parte). e) aberratio delicti (Código Penal, art. 74). Gabarito: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 C C E E E C E C E C E E 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 C B E C E E E B E B A