Observatório da Criação de Empresas



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Transcrição:

Observatório da Criação de Empresas Resultados do inquérito 2006 Maio de 2007

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 1 Nota Introdutória O espírito empresarial, ou empreendedorismo, constitui a dinâmica de identificação e aproveitamento económico de oportunidades, fundamental para a promoção do crescimento económico qualificado. Não há crescimento económico sem dinâmica de empreendimento. Independentemente das estratégias promotoras de factores dinâmicos de competitividade inovação, qualificação, design, marketing, decisiva será a promoção de quem as dinamize, isto é, dos nossos empreendedores, empresários e empresas, razão pela qual a promoção das condições que facilitam a implementação daquelas estratégias, por um lado, e do espírito empresarial, por outro lado, será fundamental. Esta é uma ideia central do Plano Estratégico do IAPMEI 2005-2008. O conhecimento do fenómeno do empreendedorismo em Portugal é, por isso, particularmente relevante para o IAPMEI, enquanto organismo público nacional que tem como missão constituir-se como instrumento de política económica privilegiado do agenciamento público das condições favoráveis para o reforço do espírito e da competitividade empresarial. Nesse sentido, o Instituto tem vindo a desenvolver, desde 1999, com a colaboração da Rede Nacional de Centros de Formalidades das Empresas (CFE), o Observatório da Criação de Empresas, projecto que tem por objectivo manter um bom nível de conhecimento dos novos empresários e das novas sociedades, dos seus pontos fortes e das suas principais necessidades, através da recolha de informações relevantes sobre os empreendedores e as start-ups portuguesas. Os dados que se apresentam de seguida resultam da análise dos inquéritos recolhidos durante o ano de 2006 na Rede Nacional de CFE, respeitando a 1084 empresas (sociedades) e a 1748 empresários. A maioria das empresas inquiridas pretende vir a exercer a sua actividade principal nos serviços (42,2%), comércio (27%), construção (12,2%) e turismo (11,2%), mas a amostra inclui também empresas que operarão nos sectores da agricultura e pescas (1,1%) e indústria e energia (6,4%).

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 2 Os empreendedores Qual o perfil dos empreendedores portugueses? A juventude é uma das características dos empreendedores portugueses mais de metade destes (52,5%) têm 35 anos ou menos e mais de ¾ (78,3%) têm, no máximo, 45 anos. A idade mais frequente (moda) é de 30 anos, sendo que a idade média é de 37 anos. Contudo, apesar de a maioria ser jovem, encontram-se também empreendedores entre os estratos etários mais elevados. Na verdade, 1,6% dos empreendedores têm 65 anos ou mais, alguns dos quais mais de 70 anos, sendo que a idade máxima detectada foi de 78 anos. E é interessante verificar que para 28% deles se trata da primeira experiência enquanto empresário. Cerca de 2/3 dos empreendedores desta faixa etária (64,3%) encontravam-se já em situação de reforma, enquanto que mais de 1/5 (21,4%) ainda exerciam actividade como empresários (quer em nome individual quer noutras sociedades). O predomínio masculino, ainda que progressivamente atenuado, continua a ser outra característica do empreendedorismo nacional, numa relação aproximada de 2/3 para 1/3 (65,6% de homens e 34,4% de mulheres, respectivamente). Género dos empreendedores Feminino 34,4% Masculino 65,6% De salientar, contudo, que esta relação tende a aumentar um pouco a favor do género feminino nos escalões etários mais jovens, designadamente entre os 26 e os 35 anos. Neste caso, a relação passa a ser 60,6% e 39,4%. Ou seja, ainda que se mantenha a preponderância masculina, pode ver-se que a proporção de mulheres

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 3 empreendedoras tende a aumentar entre as camadas mais jovens, o que indicia uma tendência de alteração no tempo no sentido de um maior equilíbrio entre géneros. Peso de cada género em cada escalão etário 100% 80% 60% 40% 20% 0% <= 25 anos Entre 26 e 35 anos Entre 36 e 45 anos Entre 46 e 65 anos >= 65 anos Masculino Feminino O relativamente reduzido baixo nível de habilitações é outro dos aspectos característicos do empreendedorismo em Portugal, sendo que o processo de inversão deste fenómeno tem sido muito lento metade dos empreendedores nacionais concluiu, no máximo, o ensino secundário, sendo que a maioria destes só fez a escolaridade obrigatória.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 4 Habilitações literárias dos empreendedores Licenciatura 22,6% Pós-graduação ou Mestrado 5,5% Doutoramento 0,6% Ensino Básico 9,3% Escolaridade Obrigatória 20,9% Frequência universitária ou bacharelato 13,2% Curso médio ou formação técnica ou profissional 8,3% Ensino Secundário 19,6% Apesar disso, é de destacar o facto de 22,6% dos empreendedores terem uma licenciatura, sendo que outros 6,1%, para além disso, concluíram uma pós-graduação, mestrado ou mesmo um doutoramento. Mais uma vez se pode observar que a situação tende a melhorar ligeiramente com a diminuição da idade dos empreendedores, o que prenuncia os passos que estão a ser dados na direcção da elevação da escolaridade média dos empreendedores. No escalão entre os 26 e os 35 anos o peso dos licenciados ou pós graduados em geral é superior a 37%, ao mesmo tempo que a percentagem de indivíduos com o ensino secundário ou menos desce um pouco, para os 42%.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 5 Habilitações dos empreendedores, por escalão etário 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% <= 25 anos Entre 26 e 35 anos Doutoramento Pós-graduação ou Mestrado Licenciatura Frequência universitária/bacharelato Entre 36 e 45 anos Curso médio ou formação técnica ou profissional Ensino Secundário Escolaridade Obrigatória (9º ano) Ensino Básico (4ª classe) Entre 46 e 65 anos >= 65 anos E é interessante verificar que são as empreendedoras e, em particular, as empreendedoras mais jovens que tendem a possuir maiores níveis de habilitações. Por exemplo, enquanto que entre os empreendedores (género masculino) a percentagem de licenciados ronda os 19%, entre as empreendedoras essa percentagem sobe para os 29%. E mesmo entre os mais jovens (26-35 anos) persistem algumas diferenças de género 24,5% e 37,9% de licenciados, respectivamente. Qual o seu nível de envolvimento com a nova empresa? Os empreendedores nacionais revelam ter um forte envolvimento com a empresa que estão a criar, o qual fica patente, por um lado, na participação no capital social que assumem e, por outro, no nível de envolvimento activo que pretendem ter na sua gestão e também no tempo de trabalho que tencionam dedicar à mesma. No que respeita a participações no capital social, e independentemente do número de sócios da nova empresa, pode constatar-se que cerca de 70% dos empreendedores têm participações no capital social da sua empresa iguais ou superiores a 50%, sendo que a maioria (41,2%) participa em metade do capital, o que está directamente relacionado com o facto de a maior parte das start-ups ser constituída por dois sócios.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 6 Mas, independentemente da participação que detêm, a quase totalidade (90,6%) afirma querer envolver-se activamente na sociedade, tencionando também dedicar largas horas de trabalho à mesma. Na verdade, 77,6% dos empreendedores dizem querer trabalhar na sua start-up, pelo menos, algumas horas por dia, sendo que 63% destes pretendem trabalhar a tempo inteiro. Tempo de dedicação à nova empresa Tempo integral 48,6% Algumas horas por mês Algumas horas por 7,1% semana 14,0% Apenas ao fim-de-semana 0,8% Algumas horas por dia 29,0% Isto, apesar de perto de 2/3 (62,1%) não tencionarem, pelo menos para já, abandonar a sua actividade anterior. Aliás, 86% dos empreendedores que optaram por manter a sua actividade profissional anterior tencionam ter também esse envolvimento activo na gestão da sua empresa. Manutenção da situação profissional após início de actividade da empresa Não 37,9% Sim 62,1%

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 7 De salientar que a vontade de ter um envolvimento efectivo na gestão da start-up é comum à generalidade das situações profissionais, ainda que com especial destaque para os empreendedores que já exerciam actividade empresarial ou liberal (mais de 90%) e também para os empreendedores com actividade por conta de outrem (88%). Naturalmente, também a quase totalidade dos empreendedores que se encontravam anteriormente em situação de desemprego tenciona envolver-se activamente na gestão da sua empresa (98%). De destacar também o facto de não se registarem diferenças significativas entre géneros, quer no que respeita à decisão de envolvimento activo na nova sociedade quer no que respeita a tempo de dedicação à mesma. Somente no que concerne à opção pela manutenção da situação profissional anterior se observa uma ligeiramente maior propensão por parte dos empreendedores masculinos (64,5% dos empreendedores, face a 57,3% das empreendedoras). Contudo, tal, fica a dever-se, em parte, ao facto de haver proporcionalmente mais situações de desemprego entre as empreendedoras do que entre os empreendedores (20,8% e 11,5%, respectivamente); e também ao facto de algumas empreendedoras serem anteriormente domésticas, deixando de o ser com o exercício da sua actividade empresarial. Que percurso profissional fizeram? Cerca de 1/3 dos empreendedores (32,7%) já era empresário em nome individual ou numa sociedade, enquanto que outro 1/3 trabalhava por conta de outrem (32,1%). Por outro lado, 9,2% exerciam uma profissão liberal. Situação profissional anterior Desempregado(a) 14,7% Reformado(a) 2,9% Outra 2,9% Empresário(a) noutra(s) sociedades(s) 23,1% Profissional liberal 9,2% Empresário(a) em nome individual 9,6% Trabalhador(a) por conta de outrem 32,1% Estagiário(a) 0,4% Estudante 2,7% Doméstico(a) 2,4%

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 8 Isto significa que a experiência profissional no mundo empresarial tem alguma relevância em matéria de dinâmica empreendedora, mas está longe de ser um factor essencial. Apesar disso, é inegável que, independentemente da sua situação profissional mais recente, grande parte dos empreendedores (45,9%) já possui experiência empresarial anterior. E, na maioria dos casos, essa experiência foi bem sucedida 58% continuam a ser sócios nas suas outras empresas, enquanto que 15,7% cederam as suas quotas, ainda que as empresas de que foram sócios se tenham mantido em actividade. Os casos de falência são mínimos (1,4%), sendo que cessações de actividade terão ocorrido em ¼ das situações. Situação dos empreendedores com experiência empresarial face à empresa anterior Cedeu as quotas 15,7% A empresa faliu 1,4% Continua a ser sócio 58,0% A empresa cessou actividade 24,9% Similarmente, também a experiência empresarial na família parece ser um factor incentivador da dinâmica empreendedora 2/3 dos empreendedores têm familiares empresários, na maior parte das vezes familiares muito próximos. Em 47,1% dos casos trata-se de pais ou sogros, enquanto que em 36,8% dos casos de irmãos ou cunhados. Em 7% dos casos o empreendedor tem filhos com experiência empresarial. Curiosamente, para alguns destes empreendedores com filhos já envolvidos no mundo empresarial (para mais de 1/5), trata-se da primeira experiência empreendedora. De qualquer modo, a falta de experiência empresarial própria ou próxima (família) está longe de ser condicionadora da iniciativa empreendedora. A grande maioria dos trabalhadores por conta de outrem, dos desempregados e dos estudantes, por exemplo, não tem experiência empresarial, sendo que perto de 40% dos primeiros e mais de 1/5 dos últimos não tem sequer essa experiência na família.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 9 Já com uma expressão considerável entre os empreendedores, para além dos grupos atrás referidos, estão os desempregados (14,7%). De facto e esta é uma tendência que se tem vindo a acentuar ao longo dos últimos anos, muito possivelmente em resultado da recessão económica por que o país passou recentemente e da qual ainda se está a recuperar e que, entre outras coisas, fez aumentar os níveis de desemprego, a dificuldade de encontrar saídas no mercado de trabalho parece estar a incentivar cada vez mais profissionais a criar o seu próprio emprego, assumindo uma postura empreendedora. Esta opção surge, na maior parte das vezes, sem que estes empreendedores tenham experiências prévias como empresários (em 78,8% dos casos não a têm), ainda que por vezes essa experiência exista na família (63% dos que não têm experiência como empresários têm familiares empresários). Trata-se, naturalmente, de empreendedores que se vão envolver activamente na sua empresa recém criada, na quase totalidade dos casos a tempo inteiro (96% tencionam trabalhar diariamente na sua empresa, sendo que 90% o pretendem fazer a tempo integral). Também os reformados são um grupo que, ainda que perfeitamente minoritário, tende a ir adquirindo, progressivamente, algum peso entre a classe empreendedora (2,9%). E também no caso destes indivíduos, muito possivelmente, a iniciativa empreendedora se trata, muitas vezes, de uma alternativa às saídas oferecidas pelo mercado de trabalho. Ou seja, a procura de profissionais acima de determinada faixa etária tende a ser, cada vez mais, inferior à oferta, pelo que a criação de uma empresa surge como uma forma de prolongar a vida activa de muitos indivíduos. De notar que cerca de metade destes empreendedores já possui experiência empresarial anterior mas que, ainda assim, para outros tantos, se trata de uma primeira incursão no mundo empresarial. Apesar disso, 54,5% dos que não têm experiência empresarial própria têm familiares com essa experiência, o que pode facilitar o processo. Talvez por, muitas vezes, esta opção pela criação de um negócio não ser principalmente motivada pela necessidade de um emprego, dada a idade do empreendedor e pelo facto de ele ter rendimentos alternativos (pensão de reforma), nem sempre existe a vontade de haver um envolvimento activo na sociedade (cerca de ¼ não o pretendem ter). Além disso, e ainda que a maioria (53%) pretenda trabalhar diariamente na nova empresa, um grande número destes empreendedores (45%) apenas tenciona dedicar algumas horas por mês ou por semana à mesma.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 10 É interessante, por outro lado, verificar que, em matéria de situação profissional anterior à iniciativa empreendedora, os perfis entre géneros apresentam algumas diferenças. Situação profissional anterior, por género 40% 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Empresário(a) noutra(s) sociedades(s) Profissional liberal Estudante Doméstico(a) Estagiário(a) Trabalhador(a) por conta de outrém Empresário(a) em nome individual Desempregado(a) Reformado(a) Outra Masculino Feminino Por um lado, verifica-se que, entre os empreendedores, há proporcionalmente menos casos de mulheres já empresárias noutras sociedades ou em nome individual do que de homens (somente 18,2% das mulheres o eram, face a 40,5% dos homens). Por outro, e em consequência, que era mais comum a actividade por conta de outrem entre as empreendedoras do que entre os empreendedores (36,8% e 29,5%). Além disso, constata-se que há proporcionalmente mais situações de desemprego anterior à iniciativa empreendedora entre as mulheres do que entre os homens (20,8% e 11,5%, respectivamente). Por fim, e a provar que há questões que teimam em não mudar, foram apenas identificadas situações de trabalho doméstico anteriores ao início de uma carreira empresarial entre as mulheres (6,8% das empreendedoras), não havendo qualquer caso entre os homens. Sem surpresa, pode observar-se também que, entre as empreendedoras, tende a haver menos casos de experiência empresarial anterior. De facto, enquanto mais de metade dos homens já possui experiência empresarial (53,9%), são menos de 1/3 as mulheres que a detêm (31%). Já no que respeita a experiência empresarial próxima,

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 11 designadamente por parte de familiares, não se registam quaisquer diferenças entre géneros. Em termos gerais, os empreendedores portugueses apresentam uma longa experiência profissional perto de 2/3 trabalham há mais de 10 anos. No entanto, há vários casos de iniciativa empreendedora em carreiras relativamente curtas cerca de 9% dos empreendedores está no mercado de trabalho há menos de 3 anos. São os homens que tendem a ter percursos profissionais um pouco mais longos 68,7% trabalham há mais de 10 anos, face a 55% das mulheres o que, em parte, pode ser explicado pelo facto de haver proporcionalmente mais empreendedoras do que empreendedores com menos de 35 anos (58,5% e 49,2%, respectivamente). Outro facto interessante tem a ver com a satisfação dos empreendedores com a sua situação profissional anterior. Grau de satisfação com a situação profissional Muito satisfeito(a) 10,2% Muito insatisfeito(a) 10,3% Insatisfeito(a) 12,6% Satisfeito(a) 47,8% Nem satisfeito(a) nem insatisfeito(a) 19,0% E, de facto, a iniciativa empreendedora não parece prender-se, na grande maioria dos casos, com uma eventual insatisfação com o seu trabalho por parte dos empreendedores, já que 58% se dizem satisfeitos ou mesmo muito satisfeitos com o mesmo. Na verdade, somente 23% se afirmam insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Ainda que as diferenças entre géneros não sejam muito grandes, as empreendedoras revelam níveis de insatisfação um pouco mais elevados do que os empreendedores (18,3% das mulheres estavam insatisfeitas com a sua situação profissional, face a 9,8% dos homens). Contudo, esta insatisfação está associada maioritariamente a situações prévias de trabalho doméstico ou de desemprego, mais frequentes, como já referido, entre o género feminino.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 12 O que motiva os portugueses a serem empreendedores? A possibilidade de ser criativo ou inovador, de assegurar uma situação económica estável ou de aproveitar uma oportunidade são os factores mais referidos pelos empreendedores nacionais como estando na base da decisão de criar a sua empresa (45% dos casos, em qualquer dos factores). Mas outras motivações são também muito frequentemente apontadas, como a possibilidade de ser independente (38,5%) ou a necessidade de realização pessoal (31,6%). A necessidade ou desejo de assegurar o futuro dos filhos, o desejo de enfrentar desafios e riscos, poder aproveitar o valor de uma ideia, diversificar a actividade empresarial ou ter consciência de que se adquiriu suficiente capacidade para tal são outros aspectos muito focados (entre 20% e 28% dos casos). Motivações Desejo de investir poupanças pessoais Possibilidade de ser criativo/inovador Possibilidade de ser independente Gosto pelo poder/ambição Desejo de reconhecimento pessoal Aproveitar uma oportunidade Assegurar uma situação económica estável Poder escolher as pessoas com quem vai trabalhar Gosto pela direcção e animação de uma equipa Necessidade de realização pessoal Aproveitar o valor da ideia Iniciar/diversificar a actividade empresarial Aproveitar os incentivos existentes Consciência de ter adquirido suficiente capacidade Contribuir para a prosperidade colectiva Desejo de enfrentar desafios/riscos Necessidade/desejo de assegurar o futuro dos filhos 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Questões como vantagens fiscais, a necessidade de criar o seu próprio emprego por ausência de soluções no mercado de trabalho ou continuar negócios de família, ainda que pontualmente, são outras explicações apresentadas pelos empreendedores nacionais.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 13 As motivações para iniciar uma actividade empresarial não apresentam diferenças significativas entre géneros. Motivações, por género Desejo de investir poupanças pessoais Possibilidade de ser criativo/inovador Possibilidade de ser independente Gosto pelo poder/ambição Desejo de reconhecimento pessoal Aproveitar uma oportunidade Assegurar uma situação económica estável Poder escolher as pessoas com quem vai trabalhar Gosto pela direcção e animação de uma equipa Necessidade de realização pessoal Aproveitar o valor da ideia Iniciar/diversificar a actividade empresarial Aproveitar os incentivos existentes Consciência de ter adquirido suficiente capacidade Contribuir para a prosperidade colectiva Desejo de enfrentar desafios/riscos Necessidade/desejo de assegurar o futuro dos filhos 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Masculino Feminino Contudo, constata-se que os factores de ordem económica, designadamente, a possibilidade de assegurar a estabilidade económica do agregado, se revelam comparativamente mais importantes para as mulheres do que para os homens. Este factor é, aliás, o mais apontado pelas empreendedoras como estando na origem da sua decisão de lançar um negócio (46,9% dos casos); entre os empreendedores, a principal motivação tem a ver com a possibilidade de serem criativos ou inovadores (46,5% dos casos). Por outro lado, pode observar-se que a necessidade de realização pessoal, o quinto factor mais referido por qualquer dos géneros, é também comparativamente mais relevante para as empreendedoras do que para os empreendedores (38,3% e 27,9% dos casos, respectivamente).

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 14 As start-ups Como é, em traços gerais, uma start-up em Portugal? A reduzida dimensão é a grande característica das start-ups portuguesas. Isto porque as empresas são criadas, na sua maioria, por um pequeno número de empreendedores, com os valores mínimos legalmente estabelecidos para o capital social, e iniciam a sua actividade com poucos trabalhadores. Além disso, os seus empreendedores tendem a realizar investimentos iniciais de pouca monta, e a apresentar expectativas muito moderadas relativamente à sua facturação no primeiro exercício, não sendo também particularmente ambiciosos em relação à dimensão do mercado que pretendem conquistar no arranque da sua actividade. De facto, 85,4% das sociedades em Portugal são constituídas apenas por um ou dois empreendedores (36,6% somente por um e 48,8%, a opção mais frequente, por dois), sendo que empresas com cinco ou mais sócios (o máximo detectado na amostra foi de sete sócios) representam menos de 2% das situações. Número de sócios nas start-ups 3 sócios 10,7% 4 sócios 2,4% >= 5 sócios 1,4% 1 sócio 36,6% 2 sócios 48,8% Talvez por isso, ou seja, pelo facto de serem fruto da iniciativa de tão poucos empreendedores, na maior parte dos casos a totalidade dos sócios pretende manter um envolvimento activo na sua empresa (nas empresas com dois sócios mais de ¾ contarão com o envolvimento activo de ambos e nas empresas com três sócios perto de 70% operarão com o envolvimento activo de todos, por exemplo). Dado este nível de envolvimento dos sócios, cerca de 20% das start-ups opera no primeiro ano de actividade sem qualquer trabalhador para além dos empreendedores, sendo que outros 2/3 funcionam com 1 a 4 trabalhadores (para além dos sócios), o

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 15 que significa que apenas 14% têm 5 ou mais pessoas ao serviço no momento em que se inicia a sua actividade (somente 4,2% empregam 10 ou mais trabalhadores). Número de postos de trabalho a criar no 1º ano de actividade (além dos sócios) Entre 5 e 9 10,2% Entre 10 e 49 3,8% Entre 50 e 249 0,4% Nenhum 19,4% Entre 1 e 4 66,2% Já no que respeita ao capital social, pode ver-se que os empreendedores optam, na sua grande maioria, por constituir as suas empresas com o capital social mínimo, ou seja, 5000 euros. Assim acontece em 77% das start-ups. 18% das empresas recém constituídas têm um capital social de 10 000 euros ou superior, enquanto que são menos de 3% aquelas que são criadas com um capital social de 50 000 euros ou superior. De notar que o valor máximo identificado foi de 1 milhão de euros. Também os investimentos feitos inicialmente pelos empreendedores são relativamente baixos em mais de metade das novas sociedades o investimento não ultrapassa os 25 000 euros, sendo que em perto de ¼ é mesmo igual ou inferior a 5000 euros. Talvez também por isso as expectativas dos empreendedores no que respeita a facturação sejam bastante moderadas, prevendo estes que na maior parte das startups (62%) o volume de negócios realizado no primeiro exercício não exceda os 50 000 euros. A maioria (23,5%) estima que a sua empresa terá uma facturação entre 12 500 euros e 25 000 euros, sendo que 21% esperam facturar entre 25 000 euros e 50 000 euros; por seu turno, em 17,6% das empresas não se pensa gerar mais de 12 500 euros de negócios. Não obstante, em cerca de 7% das novas empresas as expectativas são de realizar negócios de valor superior a 250 000 euros e em 0,6% dos casos chega a prever-se atingir facturações que ultrapassam os 2 500 000 euros.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 16 Volume de negócios esperado no 1º ano de actividade Entre 125 000 e 250 000 9,9% Entre 250 000 e 500 000 4,5% Entre 500 000 e 2 500 000 1,7% Mais de 2 500 000 0,6% Menos de 12 500 17,6% Entre 50 000 e 125 000 21,3% Entre 12 500 e 25 000 23,5% Entre 25 000 e 50 000 21,0% O facto de um grande número de empreendedores privilegiar o mercado local enquanto palco de actuação, pelo menos, numa primeira fase, pode justificar este tipo de expectativas mais moderadas. E, efectivamente, pode observar-se que 60% das empresas recém criadas prevêem realizar mais de metade da sua facturação no mercado local no primeiro ano de actividade, sendo que 27% pretendem mesmo operar exclusivamente neste mercado (a menos de 25 km da sede da empresa). Quais as principais características das sociedades constituídas? A sociedade por quotas é a forma jurídica dominante das start-ups nacionais (62,9% das sociedades). Mas é também frequente a constituição de sociedades unipessoais por quotas (36,4%). Forma jurídica Unipessoal por Quotas 36,4% Outra 0,2% Quotas 62,9% Anónima 0,5%

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 17 Como já mencionado, as start-ups são criadas, na sua grande maioria, por um pequeno número de empreendedores, os quais tencionam permanecer activamente envolvidos no negócio. Estes empreendedores são na sua quase totalidade de nacionalidade portuguesa, mas em cerca de 10% das start-ups existem sócios estrangeiros. Nuns casos, as sociedades são constituídas exclusivamente por empreendedores de outras nacionalidades (um ou dois); noutros, por empreendedores nacionais e estrangeiros em conjunto. A título indicativo refira-se que cerca de metade das empresas com um sócio estrangeiro são constituídas unicamente por esse empreendedor, da mesma forma que mais de 1/3 das que têm um sócio de nacionalidade não portuguesa têm outro sócio português. É curioso registar que, em anteriores edições deste projecto, era menos frequente encontrar-se sócios estrangeiros nas start-ups criadas em Portugal. Em particular, eram mais raros os casos de sociedades constituídas exclusivamente por estrangeiros, um fenómeno agora um pouco mais expressivo (cerca de 5% das empresas analisadas), como mostram estes dados. Por seu turno, a constituição de sociedades com/por empresas é uma opção relativamente pouco frequente em Portugal somente 7,6% das start-ups têm outras empresas como sócias. Contudo, em mais de metade dos casos, quando tal acontece, estas sociedades são constituídas exclusivamente por empresas, ou seja, sociedades entre empreendedores e empresas representam pouco mais de 40% dos casos em que existem empresas como sócios das start-ups. O desenvolvimento da iniciativa empresarial com familiares é, por sua vez, uma escolha frequente dos empreendedores nacionais, sendo que em cerca de 1/3 das start-ups existem sócios com laços familiares entre si. Além disso, pode observar-se que, na grande maioria destes casos (86%), estas empresas são constituídas unicamente por familiares. Como investem e se financiam as start-ups nacionais? Em Portugal, o investimento feito pelas start-ups, como já referido, é, na maioria dos casos, relativamente reduzido. Em 56,1% dos casos esse investimento é inferior a 25 000 euros, sendo que em 23,4% das empresas nem atinge os 5000 euros. Em termos médios, o investimento realizado pelas start-ups é de cerca de 68 mil euros. Apesar disso, há também um número significativo de projectos que envolvem níveis de investimento mais substanciais em 16,3% das empresas o investimento realizado é igual ou superior a 100 000 euros, sendo que em 1,8% dos casos ele supera os 500

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 18 000 euros. A título indicativo refira-se que o valor máximo de investimento apurado foi da ordem dos 4,1 milhões de euros. A aquisição de equipamentos é a tipologia de investimento mais frequente (cerca de ¾ das start-ups indicam ter realizado este tipo de despesa). Tipologia do investimento inicial Aquisição de terrenos Aquisição de instalações Aquisição de equipamento Despesas de constituição Estudos e diagnósticos Aquisição de software Campanhas de divulgação Fundo de maneio Investigação 0% 20% 40% 60% 80% Seguem-se as despesas de constituição (56%) e a aquisição de software (52%) referidas por mais de metade das empresas, bem como o fundo de maneio (43%). Além disso, 14% das start-ups investem ainda na aquisição de instalações e 8% na aquisição de terrenos. Despesas com estudos e diagnósticos são, por sua vez, apontadas por 10% das start-ups, ao passo que o investimento em investigação é somente efectuado por 2% das novas empresas. A componente com mais peso ao nível do investimento inicial é, por seu turno, a aquisição de terrenos. Ou seja, nas empresas que investem na compra de terrenos, em ¾ dos casos esta despesa representa, pelo menos, metade do investimento total realizado. Aquisição de instalações e de equipamentos são também componentes de grande peso num investimento inicial em 57% das empresas que fazem este tipo de aquisições esta componente absorve, pelo menos, metade das quantias investidas. Por sua vez, mais de ¼ das empresas que constituem fundo de maneio dedicam ao mesmo, pelo menos, metade das verbas investidas. As restantes tipologias de investimento representam, regra geral, parcelas mais pequenas do investimento realizado, ou seja, apenas em menos de 10% das empresas que fazem esse tipo de despesa são canalizados para aquisição de

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 19 software, despesas de constituição, estudos e diagnósticos, campanhas de divulgação e investigação 50% ou mais dos montantes totais investidos. A grande maioria das start-ups (79%) utiliza o capital social para financiar o investimento inicial, sendo também muito usuais enquanto fontes de financiamento os empréstimos bancários (31%) e os suprimentos de sócios (24%). O leasing é, por seu turno, um instrumento utilizado por 9% das start-ups para o efeito, enquanto que 8% das novas empresas recorrem a empréstimos de familiares ou de amigos e 7% a incentivos financeiros ao investimento. Um número relativamente reduzido de start-ups recorre, pois, à utilização de instrumentos de financiamento como o capital de risco (0,9%), o microcrédito (0,8%) ou a garantia mútua (0,1%). Financiamento do investimento inicial Capital social Empréstimos bancários Incentivos Capital de risco Garantia mútua Microcrédito Leasing Suprimentos de sócios Empréstimos de familiares/amigos Adiantamentos de clientes Crédito de fornecedores Empréstimos de outras empresas 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% Para as empresas que recorrem a essa forma de financiamento, os empréstimos bancários tendem a financiar, na maioria dos casos, uma parcela muito substancial do investimento inicial. E situação idêntica se passa com o capital social, ou com os suprimentos de sócios, o leasing, o microcrédito e os empréstimos de familiares ou amigos. Ou seja, as start-ups que usam qualquer um destes meios de financiamento usamnos, em mais de metade dos casos, para financiar, pelo menos, metade do seu investimento inicial. Assim, 72% das empresas que recorrem a crédito bancário para o efeito financiam 50% ou mais do seu investimento por essa via; da mesma forma que 65% das empresas que usam o capital de risco, 61% das que se financiam com suprimentos de sócios, 58% das que recorrem ao leasing, 57% das que são

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 20 financiadas por microcrédito e 51% das que solicitaram empréstimos de familiares ou amigos também financiam por esses meios, no mínimo, metade do investimento por elas realizado. De salientar que as fontes mais frequentemente utilizadas pelas start-ups como meio de financiamento exclusivo do investimento inicial são o capital social (48% das startups recorrem unicamente ao capital social para financiar o seu investimento), o microcrédito (29%) e os empréstimos bancários (22%). Uma nota ainda para o capital de risco. Se bem que a maioria das start-ups utilize este instrumento para financiar somente pequenas parcelas do seu investimento, ¼ delas usam-no para financiar 60% ou mais do investimento inicial que realizam. Como se posicionam as start-ups relativamente ao mercado? O conhecimento prévio do mercado parece ser uma preocupação dos empreendedores nacionais. Na verdade, na grande maioria das start-ups foram feitas análises preliminares, quer da concorrência (64,5%) quer de potenciais clientes (70,5%). Contudo, análises formais de projectos de investimento ou de estudos de mercado apenas foram levadas a efeito em cerca de ¼ das novas empresas. Conhecimento do mercado 100% 80% 60% 40% 20% 0% Análise de projecto de investimento/estudo de mercado Análise do mercado (concorrência) Análise do mercado (potenciais clientes) Sim Não É interessante verificar que a maioria das empresas que efectuou uma análise do seu mercado quis conhecer, tanto a oferta como a procura, existente ou potencial. Ou seja, a quase totalidade das empresas que procederam à análise dos seus concorrentes procederam igualmente ao estudo dos seus potenciais clientes (95,7%). De forma análoga, e como seria expectável, pode observar-se que praticamente todas as

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 21 empresas em que foi feito, de forma formal, um projecto de investimento ou um estudo de mercado, realizaram análises de clientes e também de concorrentes (95,9%). O sector da construção mostra ser aquele em que existem menores preocupações neste domínio, sendo mesmo o único em que a maioria das empresas não efectuou uma análise da concorrência previamente à sua constituição (apenas em 42,6% das start-ups que vão operar na área da construção foi feita esta análise). A análise de potenciais clientes revela-se como sendo uma preocupação um pouco maior também para os empresários deste sector mas, ainda assim, a construção foi também o sector de actividade onde menor percentagem de empresas optou por proceder a este tipo de análise (63,6%). Em que mercados se lançam as start-ups nacionais? Se bem que, como atrás referido, o mercado local seja o palco de actuação privilegiado para o início de actividade das empresas portuguesas, é também importante salientar que mais de ¼ das start-ups tenciona trabalhar, não só no mercado local, mas também nos mercados regional e nacional. Inclusivamente, para várias start-ups estes mercados mais distantes deverão representar uma parcela importante do seu negócio 25% prevêem realizar pelo menos metade da sua facturação no mercado regional (25 km a 100 km da sede) e 12% esperam gerar ¾ ou mais do seu negócio nesse mercado; ao passo que 20% têm a expectativa de que metade ou mais do seu volume de negócio tenha origem no mercado nacional (a mais de 100 km da sede da empresa, portanto), sendo que 13% prevêem mesmo que daí possa provir, pelo menos, 75% da sua facturação. É interessante verificar que a opção por operar no mercado nacional tende a estar positivamente relacionada com melhores expectativas em termos de negócio. Ou seja, enquanto que a maior parte das empresas recém criadas com mais moderadas previsões em termos de facturação afirma não tencionar actuar no mercado nacional, a maior parte das empresas que esperam conseguir atingir maiores níveis de vendas no primeiro exercício, pelo contrário, diz pretender operar a nível nacional. Por exemplo, enquanto que apenas 29% das empresas que prevêem facturar menos de 12 500 euros no primeiro ano têm intenção de realizar negócios a nível nacional, essa percentagem sobe para os 45%-47% entre as empresas que esperam facturar entre 25 000 euros e 250 000 euros e mesmo para os 80% nas empresas com as expectativas mais elevadas em matéria de vendas (acima de 2 500 000 euros). Contudo, esta relação já não se verifica com o aumento de dimensão da empresa quando avaliado pelo emprego gerado, isto é, a opção por actuar ou não a nível

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 22 nacional não parece ser condicionada pelo número de trabalhadores da empresa e vice-versa. Os processos de internacionalização fazem parte, por outro lado, das estratégias de um número significativo de start-ups, sendo que em mais de ¼ destas existem planos de penetração em mercados externos no decorrer dos primeiros três anos de actividade. Intenção de internacionalização nos três primeiros anos Sim 25,8% Não 74,2% O comércio externo, em especial as vendas para o exterior, são a modalidade de internacionalização prevista mais frequente, mas encontra-se também já um número muito significativo de intenções de investir directamente no estrangeiro por parte das start-ups nacionais. Cerca de metade das start-ups o que é francamente relevante tem o propósito de vender os seus produtos ou prestar os serviços noutros países num prazo de três anos, da mesma forma que aproximadamente 1/5 pretende mesmo vir a investir no exterior nesse período de tempo. Curiosamente, as start-ups tendem a optar por uma ou outra forma de internacionalização, não sendo muito frequentes os casos em que há intenção de exportar e de realizar investimentos em países estrangeiros em simultâneo (cerca de 6% dos casos). Apesar destas intenções de internacionalização, a verdade é que, de acordo com as previsões dos empreendedores, Portugal será, pelo menos nos primeiros exercícios económicos, o grande mercado das start-ups nacionais 92,2% destas prevêem fazer, no mínimo, metade do seu negócio no nosso país. Contudo, também há casos de empresas que apenas pretendem facturar no exterior (2,4%).

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 23 Quanto a mercados de destino dos produtos ou serviços das start-ups nacionais o destaque vai, naturalmente, para a União Europeia, com 19% das empresas recém criadas a indicarem que prevêem realizar uma parte do seu volume de negócios noutro ou noutros Estados-membros da UE-15. Mercados de internacionalização UE-15 "Países do Alargamento" Brasil PALOP EUA Ásia 0% 5% 10% 15% 20% De salientar que, de entre estas, mais de 36% têm a expectativa de vir a gerar, pelo menos, metade da sua facturação junto dos nossos congéneres europeus e 17% pensam, inclusivamente, que ¾ ou mais das suas vendas ou prestação de serviços no exterior serão feitas no seio da UE. Sem surpresa, PALOP e Brasil surgem, a seguir à UE, como os mercados mais atraentes para os processos de internacionalização das start-ups portuguesas (5,8% e 3,7% das intenções), sendo que foram identificados ainda intuitos de internacionalização, se bem que menos expressivos, para os EUA (2,4%), para os Países do Alargamento (1,8%) e para os mercados asiáticos (0,8%). É interessante verificar que as intenções de internacionalização das start-ups nacionais tendem a aumentar com a dimensão da empresa, quer quando analisada sob o ponto de vista dos postos de trabalho quer quando analisada sob o ponto de vista do volume de negócios que se prevê gerar. Por exemplo, enquanto que as intenções de internacionalização rondam os 20%-25% em empresas com menos de 5 postos de trabalho, elas sobem para os 30%-35% nas empresas com 5 a 49 trabalhadores e para os 50% entre as unidades com mais de 50 pessoas ao serviço. De forma idêntica, a percentagem de empresas com o objectivo de se internacionalizar nos primeiros três anos de actividade não chega aos 20% entre aquelas que pensam facturar menos de 12 500 euros; sobe para os cerca de 25%-35% entre aquelas que

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 24 prevêem uma facturação entre 12 500 euros e os 250 000 euros; ultrapassa os 40% no caso das empresas com negócios entre 250 000 euros e 500 000 euros; e supera os 80% entre as empresas com as expectativas mais elevadas em termos de vendas. De salientar que os sectores com mais propensão de internacionalização ao nível das start-ups são os sectores industrial e energético e, ao nível dos serviços, as áreas da informática e da consultoria e serviços às empresas. Outro mercado de crescente importância é o mercado electrónico. E isso mesmo está a ser amplamente reconhecido pelos empreendedores nacionais que, aproveitando os benefícios trazidos pelas tecnologias de informação e comunicação, estão cada vez mais a recorrer aos websites como uma montra das suas empresas e dos seus produtos e serviços desde o primeiro momento. Site na Internet Não 30,2% Sim 69,8% Assim, cerca de 70% das start-ups vão ter um site na Internet, na sua grande maioria com informações sobre a empresa e informações sobre os seus produtos ou serviços, eventualmente mesmo com catálogos (89% e 67% dos casos, respectivamente). Para além disso, são já em grande número aquelas que também terão funcionalidades de venda nos seus sites em 29,1% dos casos haverá a possibilidade de recepção de encomendas e em 26,8% existirão plataformas de comércio electrónico.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 25 Funcionalidades do site Comércio electrónico Recepção de encomendas Informação sobre produtos/catálogos Informação sobre a empresa 0% 20% 40% 60% 80% 100% De notar que um instrumento como um website, por facilitar contactos comerciais à distância, se revela de especial interesse para empresas em processo de abordagem a mercados externos ou já internacionalizadas. Possivelmente por esse facto, mais de 86% das start-ups com intenções de se internacionalizarem (face a 64,4% das que não têm esse objectivo imediato) já possuem ou irão possuir no curto prazo um site na Internet. A que serviços de apoio recorrem as start-ups no nosso país? O número de start-ups que optam por se instalar em infra-estruturas de acolhimento empresarial é ainda muito reduzido somente 5,5% o fazem, sendo que a grande maioria (67,3%) das que o fazem escolhe parques empresariais para o efeito. Inserção em infra-estrutura de acolhimento empresarial Sim 5,5% Não 94,5%

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 26 Os centros de apoio à criação de empresas (CACE) são procurados por 14,3% das start-ups que procuram beneficiar dos serviços de infra-estruturas de acolhimento, enquanto que os centros de incubação alojam 8,2% daquelas e os centros de empresas e inovação (BIC) 4,1%. Os parques tecnológicos, por seu turno, são uma solução neste domínio para 6,1% das start-ups que recorrem a infra-estruturas de acolhimento. Também os apoios especializados na área da incubação e da intermediação tecnológica têm uma reduzida procura por parte das start-ups apenas 2,8% recorrem aos mesmos. Utilização de serviços especializados nas áreas da incubação e intermediação tecnológica Sim 2,8% Não 97,2% De entre estes, a intermediação tecnológica é o serviço com mais procura, sendo que 48,1% das empresas que recorrem a apoios especializados nestas áreas vão beneficiar de serviços de intermediação tecnológica em centros de inovação e 44,4% em centros tecnológicos. Por outro lado, em cerca de ¼ dos casos, as start-ups que recorrem a apoios especializados procuram esse serviço na área da incubação. De notar que a maior parte das start-ups procura apenas uma destas tipologias de serviços de apoio especializado, sendo relativamente poucos os casos em que se pretende recorrer a intermediação tecnológica em centros de inovação e também em centros tecnológicos, ou em que se procura apoio na área da incubação e também no domínio da intermediação tecnológica. È interessante verificar, contudo, que a opção pela instalação em infra-estruturas de acolhimento empresarial tende a aumentar com a dimensão da empresa, tanto quando medida em termos de número de trabalhadores como em termos de volume de

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 27 negócios. O mesmo não acontece, no entanto, no que respeita ao recurso a apoios especializados, em que não se identifica qualquer relação linear entre as variáveis. Por outro lado, constata-se que em mais de 30% das start-ups há recurso ao IAPMEI no âmbito do processo de criação da empresa. A procura de informação é a motivação mais frequente, mas existe também procura por outros produtos e serviços de apoio às empresas e ao empreendedorismo. Motivo da utilização dos serviços do IAPMEI Solicitação de informações sobre o processo de criação de empresas Solicitação de informações sobre produtos/serviços de apoio Solicitação de informações apenas sobre os incentivos existentes Candidatura a serviços de apoio ao empreendedorismo e às empresas Candidatura a sistemas de incentivo 0% 20% 40% 60% 80% 100% De facto, em 95,5% dos casos o IAPMEI foi contactado para obtenção de informações sobre o processo de criação de empresas, sendo que em 14% dos casos se recolheram informações sobre os produtos e serviços de apoio existentes disponíveis para empreendedores e para as empresas e em 12% se pretendeu obter informações especificamente sobre incentivos. Por sua vez, em 4,5% dos casos foi feita uma candidatura a um sistema de incentivos, e em 6,8% uma candidatura a outro produto ou serviço de apoio a empresas ou ao empreendedorismo. Independentemente de terem já recorrido ou não aos serviços do IAPMEI numa fase prévia à constituição da empresa, os empreendedores de cerca de 30% das start-ups manifestam a intenção de o vir a fazer no prazo de um ano. Destes, aproximadamente 42% já o fizeram no âmbito do processo de criação da sua empresa, sendo que, consequentemente, para 58% das start-ups, o primeiro recurso ao IAPMEI acontecerá já quando as mesmas estiverem em actividade e não na fase de criação.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 28 Utilização dos serviços do IAPMEI 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Já utilizou Pretende utilizar Sim Não A utilização de serviços de informação (ex.: legislação, oportunidades de negócios), de assistência empresarial, a procura de soluções de financiamento e de programas de formação, bem como a candidatura a apoios ao investimento são os motivos mais referidos por parte daqueles que tencionam recorrer aos serviços do IAPMEI no primeiro ano de actividade. Por fim, uma nota para o facto de a intenção de vir a recorrer aos serviços do IAPMEI tender a ser um pouco mais elevada entre as start-ups que pretendem operar no primeiro ano com 1 a 9 postos de trabalho (para além dos sócios), em especial entre aquelas com 5 a 9 postos de trabalho, comparativamente com as start-ups de outras dimensões. Quais as dificuldades que se colocam a uma start-up em Portugal? Ainda que a maioria (63,7%) das start-ups afirme não ter tido quaisquer dificuldades no decorrer do processo de constituição da sua empresa, a verdade é que mais de 1/3 sentiram algum tipo de constrangimento, pelo que importa perceber que matérias continuam a causar problemas aos empreendedores neste domínio. E rapidamente se conclui que os elevados custos do processo são o factor de queixa mais frequentemente apontado (em 56% dos casos de empresas que se dizem ter deparado com dificuldades). Por outro lado, algumas start-ups afirmam que a distância aos locais de realização dos actos de constituição constitui uma dificuldade (27% dos casos), sendo que a dificuldade de acesso à informação é referida também com alguma frequência (21%).

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 29 O processo de licenciamento é também alvo de algumas críticas, nomeadamente a morosidade e a dificuldade que lhe estão inerentes (18%). Dificuldades no processo de constituição Dificuldade de acesso a informação Morosidade na constituição Custos elevados do processo Distância aos locais de realização dos actos de constituição Morosidade/dificuldade no processo de licenciamento 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Já a morosidade no processo de constituição, que em edições anteriores se revelava como um dos principais constrangimentos apontados, é somente indicada agora em 14% dos casos, ou seja, é a dificuldade tipificada menos vezes referida, muito possivelmente em resultado da implementação do projecto Empresa na Hora, que veio permitir reduzir ainda mais, depois dos progressos já alcançados com o continuado desenvolvimento da Rede Nacional de Centros de Formalidades das Empresas, os tempos de constituição de sociedades em Portugal.

Observatório da Criação de Empresas Relatório 2006 30 Fora das respostas tipificadas, as dificuldades associadas ao processo de escolha e registo do nome da empresa foram as mais frequentes, se bem que apontadas por uma reduzidíssima percentagem de empreendedores. Ao contrário do que acontece com o processo de constituição, e se bem que 43% não pensem que tal virá a acontecer, mais de metade das start-ups (57%) pensa vir a ter dificuldades na fase inicial de desenvolvimento da sua actividade. Dificuldades na fase inicial de actividade Acesso à informação Acesso ao financiamento Recrutamento de RH com habilitações académicas Recrutamento de RH com as competências necessárias Acesso a serviços de formação/qualificação Regulamentação do trabalho Regulamentação ambiental 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% O acesso ao financiamento surge como a grande preocupação para estas empresas, apontada em 60% dos casos. Questões de carácter laboral são também referidas pelos empreendedores de um grande número de start-ups, constituindo especial preocupação o recrutamento de recursos humanos com as competências necessárias e a regulamentação do trabalho (28% e 22% dos casos que entendem que virão a ter constrangimentos, respectivamente). O acesso à informação pode ser também uma dificuldade com algum peso, como referido em 16% dos casos.