8º SIMPÓSIO I TER ACIO AL PROCESSO CIVILIZADOR, HISTÓRIA E EDUCAÇÃO



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Transcrição:

8º SIMPÓSIO I TER ACIO AL PROCESSO CIVILIZADOR, HISTÓRIA E EDUCAÇÃO OVAS EXIGÊ CIAS DO PROCESSO CIVILIZADOR A CO TEMPORA EIDADE SEMI ÁRIO EDUCAÇÃO E TRÂ SITO: CAMI HA DO JU TOS A BUSCA DA EMA CIPAÇÃO HUMA A Joseclécia Martins Santos e Micherlane de Melo Caldeira Souto 1 I TRODUÇÃO A educação e o trânsito são fenômenos que fazem parte da vida cotidiana de todos os cidadãos. E estes são fios condutores do processo civilizador da humanidade. Desta forma não se pode negar que ambos sofrem influências das inter-relações sociais. Sendo assim não podemos negar a influência das valorações da cultura em que vive o indivíduo, os chamados valores de uma época. É importante lembrar que ao transitar o homem buscava alarga seus horizontes, assim como o desenvolvimento do comércio. Para tanto Rodrigues (2002, p. 40) elegeu a Locomoção, a Comunicação e o Convívio Social como os fios condutores ao trânsito, proporcionando assim uma visão ampla e abrangente sobre o tema, não o restringido a condutores de veículo automotores, tampouco a um fenômeno relacionado exclusivamente às grandes cidades, assim como o faz o MEC (1997, p.35) no documento dos Parâmetros Curriculares Nacionais que diz: o trânsito não é uma questão de abrangência nacional, estando vinculada somente aos grandes centros urbanos. O Trânsito desde a década de 80, segundo Gonh, (1994 p.69), já fazia parte das demandas educacionais da sociedade. Entretanto esta faz crítica ao sistema educacional em não dar o devido respeito a essa temática, É uma falácia achar que somente os órgãos 1 Pedagogas especialistas em Supervisão e Orientação Educacional pela UFPB

públicos responsáveis pelo trânsito e tráfego é que deveriam cuidar da questão. Pois a concepção predominante do trânsito está diretamente relacionada com a questão do conhecimento humano ligado ao mundo da ciência e da técnica, ao pensar legitimado pela cultura vigente. Porque os fenômenos sociais são historicamente condicionados e culturalmente determinados. Santos (2003, p. 36) Gonh (1994) menciona que a Educação para o Trânsito faz parte da educação brasileira e não pode ser descriminada, pois o trânsito está presente nas relações sociais, ou seja, as relações estabelecidas entre as pessoas e o espaço, assim como as relações das pessoas entre si. Afinal, ser cidadão é ter direitos, deveres, consciência social e ser respeitado no seu ir e vir com segurança. Respeito mútuo implica negociação das diferenças individuais. É aí que se situa o espírito de cidadania, no reiterado esforço de reconhecimento de direitos e deveres de cada um para uma coexistência democrática. É o indivíduo no usufruto de seus direitos civis e políticos de um estado ou no desempenho de seus deveres para com este. Educar para o trânsito é cumprir parte desse processo global de educação destinado ao individuo. As diretrizes da educação nacional não abordam o tema trânsito de forma explícita. Mas eles dizem que uma vez reconhecido à urgência social de um problema local, este poderá receber o mesmo tratamento dado aos outros temas transversais. PCN s V. 8 p. 35. Em 23 de setembro de 1997, foi instituído o Código de Trânsito Brasileiro CTB, em vigor a partir de janeiro de 1998, constitui instrumento legal imprescindível para balizamento das ações institucionais nesse sentido, orientadas para a melhoria das condições de mobilidade, acessibilidade, segurança e fluidez do trânsito, em benefício do cidadão. Este contempla a em seu artigo 76, inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro CTB faz menção, a educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º e 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação. Bem como, a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores. É considerando esta realidade acima mencionada que a escola precisa voltar seus olhos para a dimensão dos valores, pois se a escola silencia sobre valores, abre espaço para os valores dominantes no âmbito social (LIBANEO, 2002, p. 45). O mundo de hoje precisa não apenas de pessoas letradas ou conhecedoras de conteúdos altamente especializados, mas, antes de tudo, de cidadãos, pessoas aptas a buscar soluções para os problemas sociais urgentes

que estão aí, à nossa espera, capazes de saber viver e não sobreviver (SANTOS, 2003) ; de pessoas capazes de transformar a sociedade, reconstruindo os valores indispensáveis para uma vida fraterna e com direitos iguais para todos. É necessário que as pessoas sejam preparadas para lidar com estas situações, que a escola seja sempre um espaço de referência de solidariedade, criatividade e conquista da nossa autonomia, de extensão de nossa identidade e, claro, de nosso desenvolvimento. A mesma deve ser um lugar que constrói histórias que se perpetuam de geração a geração, de cultura a cultura, valorizando o que temos de mais precioso, nosso Pensar. As escolas são espaços determinantes para a aquisição de valores éticos e sociais. Portanto esta não pode negar a influência desse fenômeno na vida diária das pessoas: crianças, jovens e adultos. É necessário reconhecer que a escola tem um papel que nenhuma outra instância cumpre, qual seja o de despertar no aluno a capacidade de receber e interpretar informação como a de produzi-la, a partir do seu próprio conhecimento, "mas é insuficiente para fazer frente a todas as demais instituições que, por não se fazerem educativas, caminham em direção oposta, divergente e nem sempre complementar à escola. (FRA CO, 2003). Assim sendo, a tarefa pressuposta ao pedagogo (a) deverá ser de um profissional investigador da educação como prática social; assim como a tarefa de formação de um professor críticoreflexivo também a exige. Contudo estes requerem olhares diferentes, metodologias, procedimentos e preparo diferenciados, conforme enfatizados por Franco (2003, p. 125). A referida autora menciona a importância do trabalho coletivo de todos os profissionais da educação, pois só assim a prática coletiva poderá caminhar na reconstrução de uma nova ética pedagógica. (p.127). Aos profissionais da educação, cabe ter sensibilidade para proporcionar a relação dos conhecimentos vivenciados na escola, relacionado-os ao contexto físico, social e cultural do aluno, bem como investir na implementação de projetos pedagógicos inovadores; onde o papel de ambos seja de mediadores, fazendo a relação do aluno com o seu potencial cognitivo, suas capacidades e interesses, seus procedimentos de pensar, seu modo de trabalhar com os conteúdos próprios de sua disciplina, considerando a realidade vivida pelo aluno. A educação, sistemática ou assistemática, desempenha um papel fundamental na vida social, cultural e política do indivíduo. Por essa razão é um exercício de construção da cidadania. Grinspun compreende que:

Hoje mais do que nunca, a organização do trabalho na escola, tem que atender aos interesses e necessidades de uma proposta educacional voltada para emancipação dos alunos oriundos das classes trabalhadoras. As relações que ocorrem na unidade escolar devem estar a serviço da qualidade de um processo de ensino e aprendizagem comprometido com a formação da cidadania do educando. (GRINSPUN, 2002, p. 98). Neste sentido Muribeca (2001), destaca que o pedagogo que trabalha numa gestão democrática deve participar da implantação e implementação de alguns instrumentos necessários para sua efetivação como: o Conselho de Escola, o Conselho de Classe, o Círculo de Pais e Mestre, Grêmio Estudantil, o Regimento Escolar e a Formação Continuada. Os instrumentos mencionados acima assumem uma grande importância no processo de emancipação humana, pois acreditamos que a partir de um trabalho coletivo na escola chegaremos a democratização do saber. Hoje o trabalho do pedagogo de acordo com Muribeca (1994), deve ser baseado em um trabalho coletivo, dando ênfase ao currículo escolar e por conseqüência ao processo de ensino e aprendizagem, processo diretamente ligado ao professor e ao aluno e mediado por conteúdos, metodologia e avaliação. È importante que continue a realizar as atividades que sempre realizaram como Conselho de Escola, Conselho de Classe, Circulo de pais e mestres, Grêmio Estudantil entre outras atividades. Para Muribeca: O importante é que tenham clareza quanto ao para que trabalhamos em educação (em prol da democratização da escola e do saber), por que trabalhamos em educação (pela necessidade de transformação social), para quem trabalhamos em educação (para as camadas populares). (idem, 1994, p.30). Para que possamos realizar este trabalho em prol da emancipação humana se faz necessário temos uma escola democrática e de qualidade. Entendemos que na relação educação e trânsito o pedagogo tem um desafio o de contribuir para a emancipação humana, para tanto sua formação e sua atuação deverão estar

calcadas na concepção histórico-critica desenvolvida por Saviani, que aponta pressupostos que respaldam o trabalho do educador do século XXI. Neste sentido Saviani, destaca que, a pedagogia histórico-critica emerge como uma teoria que procura compreender os limites da educação vigente e, ao mesmo tempo, supera-los por meio da formulação dos princípios, métodos e procedimentos práticos ligados tanto à organização do sistema de ensino quanto ao desenvolvimento dos processos pedagógicos que põem em movimento a relação professor-aluno no interior das escolas. (SAVIANI, 2003, p. 119). Acreditamos que o pedagogo pode realizar um trabalho voltado para a emancipação da humanidade através da escola e da democratização do saber desde que tenha o compromisso político com as classes populares em prol de uma educação para todos e de qualidade. Este trabalho deverá ter como alicerce os pressupostos da concepção histórico-critica da educação. Para compreendermos melhor como esta relação educação e trânsito pode contribuir para emancipação humana em uma visão histórico-critica o pedagogo deve levar em consideração a realidade escolar do presente, Saviani, sobre esta questão apresenta dois aspectos: Nu m primeiro sentido, pode-se dizer que a relação entre a pedagogia histórico-critica e a realidade escolar presente é muito íntima. Com efeito, como se mostrou, a referida concepção pedagógica surgiu em decorrência de necessidades postas pela prática dos educadores nas condições atuais. Num outro ângulo de análise, a relação com a realidade escolar presente implica a compreensão dessa realidade nas suas raízes históricas [...].(idem, 2003, p. 93). Com esta exposição de Saviani nos traz a clareza da necessidade inata da percepção da realidade social e pedagógica existente para compreendermos como poderá se realizar sua transformação. Sendo assim a cultura existe pode adquirir novos rumos diferentes, pois o indivíduo pode descobrir novas realidades cujos horizontes encerram a proposta da requalificação de valores culturais. É esse caminho por que a educação deve enveredar no caminho da concretização da cidadania, da postura ética e do respeito à história de vida de cada sujeito e do social no qual ele se insere.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA: BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.V.8 FRANCO, Papirus, 2003. p.142 Maria Amélia Santoro. Pedagogia como ciência da educação. São Paulo: LIBÂNEIO, José Carlos. Profissão professor ou Adeus professor, adeus professora? Exigências contemporâneas e novas atitudes docentes. In:. Adeus professor, adeus professora? ovas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 2002. p. 13-53. GOHN, MARIA DA GLÓRIA. Movimentos sociais e educação.são Paulo.Cortez, 1992.p.114. GRINSPUN, Mirian P. S. Zippin. A orientação educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2002. MURIBECA, Maria Lúcia Maia. A pedagogia, o pedagogo e a prática escolar. João Pessoa, UFPB, 2001. RODRIGUES, Juçiara, Livro do professor: Rumo à Escola. Brasília: DENATRAN/UNESCO, 2002. SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. 32. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1999. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo; v.05)