Atualidades no Treinamento Resistido de força em pacientes Cardiopatas: Uma revisão de literatura.

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Transcrição:

Atualidades no Treinamento Resistido de força em pacientes Cardiopatas: Uma revisão de literatura. News in Resistance Strength Training in Cardiac Patients: A literature review. Artur Rodrigues de Souza 1 Andréa Thomazine Tufanin 2 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada Goiânia GO Autor correspondente: Artur Rodrigues de Souza Rua Centro - Nerópolis GO CEP: 75.460-000 E mail: artu_vip@hotmail.com 1- Fisioterapeuta Pós-graduando em Fisioterapia Cardiopulmonar e Terapia Intensiva pelo Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada CEAFI Pós Graduação/GO. 1

2 Fisioterapeuta, Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP, Coordenadora Técnica do Instituto Movimento de Reabilitação Especializada/GO e Docente do CEAFI Pós Graduação/GO. Resumo INTRODUÇÃO: A atividade física é fator importante na prevenção primária e secundária, bem como no tratamento das várias doenças cardiovasculares. As doenças cardíacas podem ser congênitas ou adquiridas decorrentes do sedentarismo, tabagismo, maus hábitos alimentares, hipertensão arterial, colesterol alto e estresse excessivo, entre outros. OBJETIVOS: Sendo assim, o estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica evidenciando os benefícios do treinamento resistido com pacientes cardiopatas. MATERIAIS E MÉTODOS: O presente estudo baseou-se em um levantamento literário científico, tendo como fonte artigos científicos nas bases de dados PUBMED (National Library of Medicine) e LILACS (Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online), Google acadêmico e livros. As palavras chaves utilizadas para realização da busca de artigos científicos foram: treinamento de força, cardiopatia. E seus respectivos sinônimos em inglês: strength training, heart disease Para os artigos incluídos nos resultados, a pesquisa foi limitada a trabalhos publicados no período de 1993 a 2011, nos idiomas: português e inglês. RESULTS E DISCUSSÃO: Atualmente o treinamento resistido de força passou a integrar os programas de reabilitação cardíaca, contribuindo para redução dos fatores de risco coronarianos, melhora da função cardiovascular, da resistência muscular, melhora do metabolismo, e garantia do bem estar geral, visto que os pacientes com doenças cardiovasculares apresentam redução da capacidade funcional global. CONCLUSÃO: Observou-se que o treinamento resistido é uma modalidade de exercício imprescindível para integrar os programas de reabilitação cardíaca, pois a sua utilização mostrou-se eficiente para o ganho de força muscular tanto em membros superiores quanto em inferiores, auxiliando ainda na otimização das habilidades físicas, melhora da qualidade de vida e da capacidade funcional dos pacientes. Descritores: reabilitação, cardiopatias, força. Abstract INTRODUCTION: Physical activity is an important factor in primary and secondary prevention as well as treatment of various cardiovascular diseases. Cardio disease can be congenital or acquired arising from sedentary lifestyle, smoking, poor eating habits, high blood pressure, high cholesterol and excessive stress. OBJECTIVE: Thus, the study aims to review literature demonstrating the benefits of resistance training in cardiac patients. MATERIALS AND METHODS: The present study was based on a scientific literature survey, whose source scientific articles in PUBMED (National Library of Medicine) and LILACS (Latin American and Caribbean Literature on Science of Health Care) and SCIELO (Scientific Electronic Library Online) and google 2

scholar the book.. Key words used to conduct the literature search were: STRENGHT TRAINING AND HEART DISEASE. For items included in the results, the search was limited to papers published in the period of 1993-2011, in the respective languages: Portuguese and English. RESULTS AND DISCUSSION: Currently the resistive strength training became part of the cardiac rehabilitation programs, contributing to reduction of coronary risk factors, improves cardiovascular function, muscle strength, improves metabolism, and ensuring the general welfare, since patients with cardiovascular disease have reduced overall functional capacity. CONCLUSION: Was observed with the study that resistance training is a form of exercise essential to integrate cardiac rehabilitation programs, because their use was efficient for gaining muscle strength in both upper limbs and lower, even assisting in the optimization physical skills, improving quality of life and functional capacity of the patients. Keywords: cardiopathy, rehabilitation, strength. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e sua ocorrência tem aumentado de forma considerável nos países em desenvolvimento 1. A inatividade física tem sido considerada um fator de risco importante nas doenças cardiovasculares e é relacionada (direta ou indiretamente) aos outros fatores de risco para enfermidades crônicas tais como hipertensão, altos níveis de colesterol, glicemia e alarmantes taxas de obesidade adulta e infantil 2,3. A atividade física é um fator importante na prevenção primária e secundária, bem como no tratamento das várias doenças cardiovasculares. Pacientes com doenças cardíacas, que participam de programas de treinamento físico regular, e os quais recebem orientação sobre controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, apresentam menor número de eventos pós-operatórios e de reinternações hospitalares, além de redução da mortalidade 4. A reabilitação cardíaca (RC) é o processo de desenvolvimento e manutenção de um nível desejável das condições físicas, mentais e sociais, assegurando o retorno do paciente a uma vida ativa e produtiva da melhor maneira possível 5,6. Pode ser definida como processo de restauração e ciência de restituir as capacidades vitais, compatíveis 3

com a capacidade funcional do coração daqueles indivíduos que já apresentaram manifestações prévias de coronariopatias 7,8,9. É o processo pelo qual o paciente busca retornar às suas atividades diárias habituais, com ênfase na prática do exercício físico, acompanhada por ações educacionais voltadas para mudanças no estilo de vida 9,10. A partir deste exposto observou-se que a inserção de exercícios como o treinamento de força nos programas para reabilitação cardíaca atingiram efeitos favoráveis tanto na melhora física do paciente quanto no bem-estar geral, auxiliando na otimização da resistência e da força muscular, na eficiencia do metabolismo, na utilização máxima de oxigênio e na notória diminuição da percepção de esforço em atividades submáximas, justificada a partir da melhora dos valores de débito cardíaco e na significante melhora da função cardiovascular 11,12. Com isso observamos tanto na Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardíaca quanto na American Collegeof Sports Medicine (ACSM) que a força muscular é tida como peça fundamental para a manutenção de um íntegro estado de saúde, e a utilização da prática de treinamento resistido é uma técnica eficaz e segura para indivíduos com cardiopatias, promovendo não só a melhora dos fatores de risco relacionados às doenças cardiovasculares como dislipidemia, hipertensão arterial, sensibilidade à insulina, mas também benefícios no controle do peso e aumento da capacidade funcional, garantindo satisfatória melhora sobre a qualidade de vida 11,13. O exercício resistido pode ser indicado a partir da primeira fase no processo de reabilitação e tem início dentro do ambiente hospitalar com duração indefinida visando evitar a evolução da doença 14,15. Para Carvalho et al 16 normalmente o que podemos observar é que os programas de reabilitação cardiovascular estão estruturados em 4 etapas-fases de atuação de forma distinta, a fim de se caracterizar a partir da condição física dos indivíduos com cardiopatias 23. FASE 1: Esta fase tem início logo após o período de otimização do tratamento clínico com o predomínio de campanhas que buscam informar a cerca dos fatores de risco para cardiopatas, a utilização de procedimentos que visam o controle do estresse e a prática de exercício físico com intensidade reduzida. Nesta fase, o objetivo primordial é a alta hospitalar com as melhores condições físicas e psicológicas possíveis, aliado a 4

uma nova percepção do paciente sobre a importância de um estilo saudável de vida, e a necessidade de seguir um programa de reabilitação cardíaca. Cabe ressaltar ainda que o tempo de duração desta fase recentemente tem decrescido em razão da diminuição do tempo de internação hospitalar 16. FASE 2: Esta etapa tem início imediatamente após a alta hospitalar, posterior a estabilização do quadro clínico cardiovascular, pulmonar e metabólico, com duração prevista em média de três a seis meses. Pode ocorrer em caráter ambulatorial ou em ambiente próprio para execução de exercícios físicos, salientando a importância da individualização dos exercícios no que diz respeito à frequência, duração, intensidade, progressão e a modalidade de treinamento. Durante este período é importante a monitorização da frequência cardíaca, glicemia, pressão arterial e saturação periférica de oxigênio, além de reeducação alimentar e eliminação do tabagismo. Com o objetivo de retornar o mais breve possível a condição física e emocional do paciente para realização de suas atividades sociais e laborais 16. FASE 3: Destina-se ao atendimento subsequente dos pacientes já liberados da fase 2, porém não é obrigatório a sequência das fases anteriores, pois a melhora do quadro clínico do paciente não impede esta progressão. Esta etapa pode ser iniciada em qualquer momento após a alta hospitalar, possui uma duração prevista de 6 a 24 meses e detém como principal objetivo a melhora da condição física do paciente, além de ofertar a promoção do bem estar e consequentemente melhora da qualidade de vida contribuindo para a redução dos fatores de risco para complicações clínicas 16. FASE 4: É um programa a longo prazo, sendo de duração indefinida, muito variável. As atividades não são necessariamente supervisionadas, devendo ser adequadas à disponibilidade de tempo para a manutenção de um programa de exercícios físicos nas quais sejam contempladas todas as etapas que compõem uma sessão padrão de exercício, com as etapas de aquecimento, parte principal e desaquecimentorelaxamento. Os objetivos principais desta fase são o aumento e a manutenção da aptidão física. Não há obrigatoriedade de que esta fase seja precedida pela fase 3. A equipe da reabilitação deve propor a programação de atividades que sejam mais apropriadas, prescrevendo a carga de exercícios que atendam às necessidades individuais de cada paciente 16. 5

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica evidenciando os benefícios do treinamento resistido em pacientes cardiopatas. MATERIAIS E MÉTODOS O presente estudo baseou-se em um levantamento literário científico, tendo como fonte artigos científicos nas bases de dados PUBMED (National Library of Medicine) e LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Electronic Library Online), google acadêmico e livros. As palavras chaves utilizadas para realização da busca de artigos científicos foram: reabilitação, cardiopatias, força. E seus respectivos sinônimos em inglês: cardiopathy, rehabilitation, strength. Para os artigos incluídos nos resultados, a pesquisa foi limitada a trabalhos publicados no período de 1993 a 2011 nos idiomas: português e inglês. Foram selecionados 36 artigos, sendo incluídos os artigos científicos sobre treinamento de força com pacientes cardiopatas e excluídos 9 artigos que não se adequavam ao tema. RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde a década de 40, o Brasil, vem passando por um processo de inversão das curvas de mortalidade em que se observa um declínio das doenças infecciosas e um aumento na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis e causas externas. Esse processo chamado fenômeno de transição epidemiológica ocorreu em todos os países hoje desenvolvidos onde a população é cada vez mais sedentária 17. Em 1930 as doenças cardiovasculares eram responsáveis por apenas 11,8 % das mortes nas capitais do país. No final do século XX este percentual era de 27,4%, isso significa que mais de 308 mil pessoas faleceram principalmente de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo) mostram que 60% dessas vítimas são homens, com média de idade de 56 anos. A alta frequência do problema coloca o Brasil entre os 10 países com maior índice de mortes por doenças cardiovasculares 17,18. 6

Recentemente, a prática de atividade física aeróbia ou de resistência aliada ao tratamento clínico e cirúrgico tem se tornado uma ferramenta essencial no tratamento de doenças cardiovasculares. O treinamento resistido de força tem crescido ao longo dos anos, e hoje merece uma atenção especial, sendo um dos métodos mais utilizados como parte de um programa de reabilitação cardiovascular 19. Os pacientes cardiopatas são beneficiados com a prática de exercícios, e isso se dá a partir de um programa de reabilitação cardíaca 6,20,21. As melhorias iniciais são normalmente vistas depois de quatro semanas de treinamento físico 22. De acordo com Arthur et al 23 o treinamento resistido de força passou a integrar os programas de reabilitação cardíaca, contribuindo para redução dos fatores de risco coronarianos, melhora da função cardiovascular, da resistência muscular, melhora do metabolismo, e garantia do bem estar geral, visto que os pacientes com doenças cardiovasculares apresentam redução da capacidade funcional global. A capacidade de realização de exercício resistido e/ou aeróbio será determinada pela perfeita harmonia dos sistemas muscular, respiratório, metabólico e cardiovascular modulado a partir do sistema nervoso autônomo. A realização do exercício resistido em pacientes com insuficiência cardíaca pode ser limitado pela diminuição da capacidade funcional que é determinada por alterações de ordem central com incapacidade de garantir adequadamente o volume sistólico, a frequência cardíaca e consequentemente reduzir a fração de ejeção e do débito cardíaco por fraqueza da musculatura periférica. Já nos pacientes com cardiopatia isquêmica, a prática de exercício físico também é limitado por apresentar riscos de desencadear isquemia miocárdica devido ao esforço empregado 24. De acordo com Taranto 11, para se classificar o exercício especificamente como resistido, faz-se necessário a sua execução com carga entre 50% a 100% da carga máxima que pode ser atingida a partir do teste de repetição máxima (1RM). Em indivíduos cardiopatas, preconiza-se a realização de 8 a 10 tipos distintos de exercícios, envolvendo os principais grupos musculares em exercícios com séries que vão de 10 a 15 repetições, utilizando como parâmetro de acompanhamento a escala de Borg, com valores entre 11 a 13 para garantia de segurança na execução. 7

Lamotte et al 24 e Taranto 11 afirmam que o treinamento resistido com cardiopatas devem utilizar halteres leves com carga entre 990 g a 2.270 g para membros superiores e 2.270 a 4.500 g para membros inferiores, mantendo um bom ritmo nas repetições, podendo iniciar de 2 a 3 séries de 8 a 10 repetições com carga referente a 30%-40% de 1RM, aumentando assim a adesão dos pacientes ao treinamento físico, e quanto ao aumento de carga e o número de séries devem ocorrer de forma gradual e progressiva, sem que altere o número de repetições, até alcançar o máximo de 70% da força de contração máxima, evitando ainda durante a execução do exercício a realização de manobra de Valsalva. De acordo com a Diretriz de Reabilitação Cardíaca o incremento de carga no exercício resistido, descreve o aumento da intensidade entre 50%-60% de 1 RM. Em contrapartida, alguns estudos sugerem o incremento de 1 a 3 kg de carga por semana, tendo como parâmetro de avaliação a escala de Borg. Outro componente importante para a prescrição de exercício resistido é o número de séries. No treinamento de múltiplas séries, observa-se maiores benefícios ao cardiopata no que diz respeito ao aumento do limiar anaeróbico ventilatório, elevação dos valores de VO 2 pico e melhora da endurance e força musculares 13,25,26. As atividades aeróbias caracterizam-se pelo seu componente dinâmico envolvendo vários grupos musculares, são essencialmente de longa duração e de menor intensidade. O oxigênio é o principal componente no processo de geração de energia para os músculos, sendo essencial para a garantia do bom funcionamento do sistema cardiorrespiratório, comprovando nos pacientes benefícios cardiovasculares, pulmonares e metabólicos. Assim, o exercício físico a médio e longo prazo pode ser utilizado na prevenção e no tratamento de inúmeras doenças cardíacas. 16. A prática do exercício resistido passou a integrar cada vez mais as prescrições de exercicio. Volaklis et al 27 avaliou a associação do exercício resistido ao aeróbico de membros inferiores e membros superiores a uma melhora da aptidão cardiorrespiratória em coronariopatas, em oito meses de exercício supervisionado, quatro vezes por semana, duas sessões de exercícios aeróbicos com intensidade entre 60% e 70% da frequência cardíaca máxima e duas sessões de exercícios resistidos de intensidade equivalente a 60% de 1RM. Pode ser incrementado a partir do acréscimo de repetições 8

ou da carga de resistência. A execução do exercício dá-se de forma rítmica e controlada, dividida em duas fases concêntrica e excêntrica, apresenta ainda como particularidade a presença de períodos de execução e recuperação entre a realização das séries e repetições. A frequência do treino pode variar entre duas e quatro vezes na semana. Porém, após três meses, o programa notou a perda dos benefícios adquiridos, evidenciou a necessidade da realização contínua de exercícios físicos por este grupo com intuito de manter a força muscular, melhorar o desempenho cardiovascular e garantir um bom estado de saúde 27. A aplicação do treinamento resistido de força de forma isolada ou associado à prática aeróbia torna-se segura e apresenta repercussões tanto metabólicas quanto funcionais sobre a musculatura músculo esqueléticas evitando sinais de atrofia muscular e melhorando a força muscular periférica. Recomenda-se que o exercício seja realizado lentamente com sequência de 8 a 10 repetições, com tempo de execução, acompanhado de um período para recuperação em proporção de 1:2, onde a intensidade preconizada varia entre 50%-60% 1RM 28. Os pacientes que apresentaram menor tolerância à prática resistida de exercício devem realizar as atividades de resistência de maneira segmentar, com o auxilio de faixas elásticas e pesos que pode em ir de 0,5 a 3 kg. Este tipo de atividade tem como finalidade a promoção da capacidade funcional e consequentemente melhora do desempenho hemodinâmico. Para a garantia da manutenção desses benefícios, faz-se necessário o treinamento resistido combinado ou não com o aeróbico de maneira contínua ao longo de toda vida 28. Os pacientes com cardiopatia em geral apresentam alterações miocárdicas, vasculares, hemodinâmicas, metabólicas, alimentares e psicológicas que repercutem diretamente sobre a sua condição física, para tanto os programas de reabilitação cardiovasculares tem como intuito controlar os fatores de risco e à melhora da qualidade de vida deste grupo de pacientes 10. Tabela 1. Descreve os principais estudos. 9

10

CONCLUSÃO Com esse estudo podemos considerar que os programas de reabilitação cardíaca, realizados adequadamente apresentam redução do índice de mortalidade por fatores cardiovasculares em pacientes com cardiopatias, uma vez que todos os artigos selecionados afirmam boa tolerância de seus voluntários ao longo do período de treinamento e ausência de eventos ou complicações cardíacas. Por se tratar de um método seguro e efetivo, deve ser realizado em todos os pacientes cardiopatas, associado ao tratamento clínico e/ou cirúrgico. É necessário a avaliação prévia e específica a cada indivíduo, visando a indicação precisa de métodos e intervenções fisioterapêuticas quanto ao treinamento resistido junto ao programa de reabilitação cardíaca de maneira precoce e eficaz e com isso reduzir os sinais e sintomas relacionados aos fatores de risco cardiovasculares e a melhora funcional e da qualidade de vida dos cardiopatas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 1. Reddy KS, Yusuf S. Emerging epidemic of cardiovascular disease in developing countries. Circulation. 1998; 97(6): 596-601. 11

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