AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA DOS MILITARES DO SEGUNDO BATALHÃO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA SÍNDROME METABÓLICA DOS MILITARES DO SEGUNDO BATALHÃO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA Jayne Almeida Da Paixão Santos 1 ; Luiz Paulo Martins Ferreira Alves 2 ; Katharina Rodrigues de Lima Porto Ramos 3 ; Wilma Raianny Vieira da Rocha 4 ; Heronides dos Santos Pereira 5 1 Acadêmica da Universidade Estadual Da Paraíba jaynesantos2010@hotmail.com 2 Acadêmico da Universidade Estadual Da Paraíba - luizpaulomfa@gmail.com 3 Acadêmica da Universidade Estadual Da Paraíba katharinaporto@gmail.com 4 Acadêmica da Universidade Estadual Da Paraíba wilmaraianny@gmail.com 5 Professor Doutor do Departamento de Farmácia da Universidade Estadual da Paraíba - heronides40@icloud.com Resumo: A Síndrome Metabólica (SM) é constituída pela presença de vários fatores de risco à saúde, como dislipidemia, resistência à insulina, hipertensão arterial e obesidade. O estilo de vida sedentário, hábitos alimentares pouco saudáveis, o tabagismo, o estresse e a predisposição genética contribuem para o aparecimento da Síndrome Metabólica. O diagnóstico é dado quando o indivíduo apresentar, ao mesmo tempo, três ou mais fatores de risco (Circunferência abdominal (CA): mulheres > 88 cm e homens > 102 cm; Triglicérides: 150 mg/dl; Colesterol HDL: mulheres < 50 mg/dl e homens < 40 mg/dl; Pressão arterial sistêmica: 130 e/ou 85 mmhg; Glicemia em jejum: 110 mg/dl. Esta pesquisa busca avaliar a prevalência de síndrome metabólica em bombeiros militares do Segundo Batalhão de Bombeiros Militar da Paraíba localizado no município de Campina Grande - PB, a partir da análise das dosagens bioquímicas e dos hábitos que interferem na saúde desses profissionais. A coleta de dados foi do tipo documental e coletada no arquivo na forma de prontuários do Laboratório de Análises Clínicas (LAC) UEPB. Palavras-chave: Síndrome Metabólica, dislipidemia, obesidade, fatores de risco. INTRODUÇÃO Em 1988, Gerald Reaven descreveu um conjunto de anomalias metabólicas (hipertensão, hipertrigliceridemia, lipoproteínas de alta densidade (HDL) em nível de colesterol e hiperinsulinemia) associados a um elevado risco cardiovascular, o que ele chamou de "síndrome X", além de ter identificado a resistência

à insulina, ou seja, a menor captação de glicose pelos tecidos periféricos (REAVEN, 1988). Atualmente, é chamada de Síndrome Metabólica e é valorizada pela constatação de sua maior associação com o aumento da morbimortalidade por todas as causas e, principalmente, por doenças cardiovasculares (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). A Síndrome Metabólica é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionado à deposição central de gordura e a resistência à insulina (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). A patogênese da síndrome tem múltiplas origens, mas a obesidade e o estilo de vida sedentário, juntamente com a dieta desequilibrada e ainda fatores genéticos amplamente desconhecidos, interagem claramente para produzir a síndrome (LAKKA, 2002). A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza como ponto de partida a avaliação da resistência à insulina ou do distúrbio do metabolismo da glicose, o que dificulta a sua utilização. A definição do NCEP-ATP III (National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III) foi desenvolvida para uso clínico e não exige a comprovação de resistência à insulina, facilitando a sua utilização (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). Já a Federação Internacional de Diabetes (IDF) enfatiza que para ser um portador da SM o sujeito deve apresentar obesidade central, definida como circunferência abdominal cujo valor é específico de acordo com a etnia, acrescido de mais dos componentes utilizados para o diagnóstico de SM (SILVA 2013). É relevante destacar que a associação da SM com a doença cardiovascular, aumenta a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005). A genética, o sedentarismo, o tabagismo, o ganho de peso progressivo e uma dieta rica em carboidrato refinados, gorduras saturadas e pobres em fibras alimentares contribuem para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica, considerada um fator que eleva o risco cardiovascular (PENTEADO, 2008). Alguns fatores contribuem para o aparecimento da síndrome metabólica: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física. O diagnóstico é dado quando três ou mais fatores de risco estiverem presentes no mesmo

paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA, 2014). De acordo com a NCEP-ATP III, os critérios para a SM são cinco: obesidade central; altos níveis de triglicerídeos (TGL); baixos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL); elevação da pressão arterial (PA) e intolerância à glicose ou diabetes Mellitus tipo 2 (DM 2) previamente diagnosticado. Portanto, a presente pesquisa possui caráter relevante visto que irá contribuir para melhorar os conhecimentos sobre a síndrome metabólica, podendo ainda auxiliar e alertar sobre os riscos das doenças cardiovasculares como também o controle e prevenção já que esses profissionais são bastante susceptíveis. Além disso, promover mudanças de hábitos e melhoria na qualidade de vida. METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa quantitativa e descritiva através de exames laboratoriais bioquímicos, índice de massa corpórea, circunferência abdominal e aferição de pressão arterial dos bombeiros militares. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Análises Clínicas (LAC), da Universidade Estadual da Paraíba, localizado na cidade de Campina Grande - PB. O estudo foi realizado com um grupo de 30 voluntários profissionais bombeiros militares. Foram sujeitos do estudo os profissionais com idades entre 21 e 55 anos, de ambos os sexos, e que assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), com base na Resolução 466/12 que regulamenta a pesquisa em seres humanos. A coleta de dados foi feita a partir da aplicação de um questionário composto de informações como dados de identificação, sexo, idade, medidas antropométricas (peso, altura, circunferência abdominal, IMC e PA), sedentarismo, hábitos de etilismo e tabagismo e uso de medicamentos. A coleta de sangue (jejum de 12 horas) foi realizada com o paciente sentado e com o braço estendido. As dosagens bioquímicas foram realizadas no espectrofotômetro automatizado, através do método enzimático e seguindo as orientações dos fabricantes para as dosagens de glicose, triglicerídeos e colesterol HDL.

O Índice de Massa Corpórea (IMC), forma adotada pela Organização Mundial da Saúde para determinar o peso recomendado para cada indivíduo, foi obtido dividindo-se o peso (kg) pela altura (cm) ao quadrado. Os valores de referência para o IMC foram interpretados com base na tabela 1. Tabela 1 - Classificação internacional da obesidade segundo o índice de massa corporal ICM (kg/m²) Classificação Grau de obesidade/classe < 18,5 Magro ou baixo peso 0 18,5 24,9 Normal ou eutrófico 0 25 29,9 Sobrepeso ou pré-obeso 0 30 34,9 Obesidade I 30 39,9 Obesidade II 40,0 Obesidade grave III Fonte: Diretrizes brasileiras de obesidade 2016/ABESO A presença de Síndrome Metabólica foi definida de acordo com os critérios da NCEP- ATP III.A combinação de pelo menos três componentes presentes na tabela 2 indicará Síndrome Metabólica. Tabela 2 - Critérios para identificação da Síndrome Metabólica segundo o NCEP-ATP III Componentes Obesidade abdominal por circunferência abdominal: Homens Mulheres meio da Níveis > 102 cm > 88 cm Triglicerídeos 150 mg/dl ou uso de hipolipemiantes

HDL colesterol: Homens Mulheres < 40 mg/dl < 50 mg/dl Pressão arterial Glicemia de jejum 130 mmhg ou 85 mmhg ou uso de medicação anti-hipertensiva 110 mg/dl Fonte: I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, 2005 A circunferência abdominal, usada como avaliação indireta da gordura visceral foi medida com fita métrica inelástica, posicionando-se a mesma entre a borda inferior das costelas e a borda superior do osso do quadril. A obesidade abdominal foi determinada considerando-se valores de circunferência abdominal > 102 cm para homens e > 88 cm para mulheres, de acordo com a NCEP-ATP III. Para o registro do peso foi usada uma balança mecânica. A aferição da pressão arterial foi efetuada com o indivíduo sentado, braço apoiado sobre mesa e à altura do coração e palma voltada para cima. Seguindo as recomendações da NCEP-ATP III, foram considerados hipertensos os que apresentarem valores de pressão arterial 130/85 mmhg. A análise dos dados referentes aos resultados de HDL-c, triglicerídeos, glicose, IMC e circunferência abdominal foram apresentados através de tabelas e gráficos obtidos no EXCEL 2016. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados dados de 30 bombeiros, onde 01 era do gênero feminino (3,3%) e 29 do gênero masculino (96,6%). Estudo realizado por Lucena (2014) constatou resultado semelhante onde 93,2% eram do gênero masculino e 6,8% do gênero feminino. A faixa etária (gráfico 1) dos envolvidos na presente pesquisa foi compreendida de 21 a 55 anos. No estudo realizado por Cordeiro (2015) a faixa etária variou de 18 a 60 anos.

Gráfico 1 Distribuição da faixa etária dos militares 7% 3% 3% 21-25 anos 13% 30% 14% 30% 26-30 anos 31-35 anos 36-40 anos 41-45 anos 46-50 anos 51-55 anos Fonte: Dados da pesquisa, 2018 Avaliando o IMC (Gráfico 2), constatou-se que a frequência de sobrepeso/obesidade foi de 63,5%. Canabarro e Rombaldi (2010), ao avaliarem o risco de obesidade de soldados do Corpo de Bombeiros de Pelotas no Rio Grande do Sul, verificaram que 51,1% de indivíduos apresentavam sobrepeso/obesidade. Nos estudos de Rodrigues (2012), constatou a frequência de sobrepeso/obesidade em 44,4% em soldados do corpo de bombeiros de Belo Horizonte MG. O IMC, apesar de não estar totalmente correlacionado com a gordura corporal, ainda é um bom indicador para avaliar a obesidade (ABESO, 2016). Gráfico 2 Distribuição do grau de obesidade dos militares 60 50 40 30 20 10 0 0% 36,66% 56,66% 6,8% 0% 0 (abaixo do peso) 0 (normal) I (sobrepeso ) II (obesidade) III (obesidade) Fonte: Dados da pesquisa, 2018 Avaliando a glicose de jejum (gráfico 3), utilizando o valor de referência empregado pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, constatou-se que 33,3% da população estudada apresentaram valores alterados.

Comparando com o valor determinado pela Sociedade Brasileira de Diabetes, verificou-se que 66,7% da população estudada apresentou valores acima do recomendado. Santos e Sampaio (2016) utilizando como valor de referência indicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2014), atestaram que 33,3% dos militares estudados apresentaram glicemia de jejum alterada. Gráfico 3 Distribuição da alteração de glicose em jejum dos militares 66,70% 33,30% Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (>/=110mg/dl) Sociedade Brasileira de Diabetes (99mg/dl) Fonte: Dados da pesquisa, 2018 O gráfico 4 mostra a prevalência de síndrome metabólica na população estudada na presente pesquisa, como também os que apresentaram menos de três itens ou mais de três. Observou-se que 14% dos bombeiros, todos do gênero masculino, apresentaram três ou mais critérios caracterizando SM. Com prevalência menor, Santos e Sampaio (2016) constataram que apenas 7,4% de policiais militares apresentaram a síndrome caracterizando o risco cardiovascular. Diferente do estudo realizado por Lucena (2014), onde encontrou prevalência da SM em 24,3% dos bombeiros avaliados. Gráfico 4 Prevalência da síndrome metabólica dos militares 7% 7% <3 itens 3 itens >3 itens 86% Fonte: Dados da pesquisa, 2018

É importante ressaltar que o pequeno tamanho amostral investigado reduz a possibilidade de generalizações para o grupo populacional bombeiros militares, sendo este uma limitação do estudo. Porém, percebeu-se que os fatores que caracterizam a Síndrome Metabólica se fizeram presentes e se conseguiu verificar um percentual baixo, mas que precisa ser monitorado e intervisto dos bombeiros com a SM. A necessidade de ações e estratégias voltadas para a prevenção da SM entre aqueles bombeiros que não a possuem e mudança de hábitos alimentares e de atividade física entre os que a apresentaram é notória, contudo, isto precisa ser associado à medidas educativas e estas ações devem ser não individuais, mas também coletivas, envolvendo inclusive ações institucionais e de políticas públicas. CONCLUSÃO A presente pesquisa permitiu verificar que a síndrome metabólica foi prevalente em 14% do total dos bombeiros avaliados. Já 86% apresentam uma provável chance de desenvolver a síndrome no futuro. Além desses resultados, foi evidenciado que 56,6% dos indivíduos voluntários apresentam algum grau de obesidade, onde 6,8% já se encontram com grau de obesidade bastante elevado. A glicemia de jejum foi o componente que se apresentou em maior proporção nos bombeiros, o que representa risco elevado para complicações metabólicas, como por exemplo, a resistência à insulina. Dessa forma, a identificação precoce da SM oferece uma intervenção primordial multidisciplinar, para que se minimize a ocorrência deste agravo ou que se recupere a saúde mais brevemente. A realização de atividades educativas em saúde, bem como o controle dos fatores de risco, implica diretamente na atividade laboral dos bombeiros favorecendo a permanência por mais tempo nas suas funções, diminuindo o absenteísmo e, consequentemente, o número de atestados ou licenças médicas, além de melhorar o rendimento profissional e aumentar a qualidade de vida desses profissionais.

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