XIII Seminário para Integração em Gestão Ambiental NÓS E AS FLORESTAS Expansão da fronteira agrícola e demarcação das Terras Indígenas no Brasil Alexandra Freitas Piracicaba, agosto de 2016
Expansão das fronteiras e demarcação das Terras Indígenas no Brasil 1500-1530: primeiro ciclo de exploração econômica http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/o-brasil-colonial-passado-a-limpo/ Exploração do Pau-Brasil Exploração da Mata Atlântica
Expansão das fronteiras e demarcação das Terras Indígenas no Brasil Das relações do homem com o Estado brasileiro ao longo do tempo. Das relações e das inter-relações entre culturas, concepções, cosmologias, modos de vida e economias diferentes.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Diferentes formas de ocupação têm caracterizado as fronteiras. No período colonial existiam as frentes de penetração, que avançaram por meio das atividades primárias de exploração e conquista do litoral. 15% do território nacional era ocupado pela a Mata Atlântica, que perdeu aproximadamente 93% da sua cobertura vegetal, restando apenas 7% de sua cobertura original. Hoje a Mata Atlântica é considerada a quinta área mais ameaçada do planeta.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Diferentes formas de ocupação têm caracterizado as fronteiras. No período colonial existiam as frentes de penetração, que avançaram por meio das atividades primárias de exploração e conquista do litoral. 15% do território nacional era ocupado pela a Mata Atlântica, que perdeu aproximadamente 93% da sua cobertura vegetal, restando apenas 7% de sua cobertura original. http://riosvivos.org.br/a/noticia/atlas+dos+remane scentes+florestais+da+mata+atlantica+/15676 Hoje a Mata Atlântica é considerada a quinta área mais ameaçada do planeta.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Corresponde a uma área de expansão das atividades agropecuárias sobre o meio natural e/ou terras cultiváveis. Desmatamento: realizado geralmente por madeireiros que atuam de forma ilegal. Frente de expansão: realizada por posseiros, que iniciam um processo de cultivo sobre as terras devolutas, envolvendo agricultura familiar e de subsistência. Frente pioneira: realizada por grandes fazendeiros através do processo de grilagem de terras, responsável por consolidar de forma mais acabada a atividade agropecuária.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Quando analisamos a história de ocupação do território brasileiro vemos que as fronteiras agrícolas tiveram dinâmicas de formação e evolução diferentes.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Muitas das áreas que eram chamadas de fronteiras agrícolas já foram completamente desmatadas e incorporadas ao processo de produção capitalista. http://ecologicamente-correto.blogspot.com.br/ http://pratoslimpos.org.br/?tag=monocultura/
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas A Fronteira agrícola do Brasil já esteve em várias regiões. O primeiro estágio da fronteira agrícola do Brasil localizava-se no litoral do país, com a extração do Pau-Brasil e em seguida, utilizaram essa área para o plantio da cana-de-açúcar. Na metade do século XX, a fronteira agrícola alcançou o Cerrado brasileiro, onde predominam o cultivo de grãos (soja) e a atividade pecuária. A partir da década de 2000 uma nova fronteira começou a avançar na região da caatinga e a parte nordestina da Amazônia.
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas MATOPIBA: a última fronteira agrícola? http://secom.to.gov.br
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas O avanço das fronteira agrícolas está diretamente relacionado com os incentivos governamentais e sérios problemas socioambientais como o desmatamento, a concentração de terras, os conflitos fundiários, e a questão da produção de alimentos. http://g1.globo.com
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Depois do desmatamento de quase toda Mata Atlântica e grande parte da caatinga e do cerrado brasileiro, chegou a vez da Amazônia. http://www.manualdomundo.com.br/
Dinâmica de formação das fronteiras agrícolas Desde a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 até 1970 o desmatamento na Amazônia representava pouco mais de 1% do total da área coberta por floresta primária. Nas décadas de 60 e 70 a ocupação da Amazônia foi incentivada pelas políticas de desenvolvimento e de ocupação do território adotadas pelos militares. Estado impulsiona a expansão gradual da fronteira agropecuária por meio da abertura das grandes rodovias, como o caso das rodovias Transamazônica, Belém- Brasília e Cuiabá-Santarém, dos projetos de assentamento rurais e dos créditos agrícola e fundiário...
E os povos indígenas? Políticas de assimilação, integração, civilização Submetidos ao regime de tutela http://cristendencias.com/wp-content/uploads/indios-escravos-no-brasil-quando-colonia
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil Constituição de 1988 Rompe paradigmas e abre para a diversidade na cidadania O Estado que sempre havia sido responsável por fomentar e incentivar a ocupação produtiva do território brasileiro e a expansão das atividades agropecuárias, passou a reconhecer os direitos dos povos indígenas no Brasil e regulamentar oficialmente os territórios indígenas destinados ao usufruto desses povos. Foto: Rodrigo Petrella
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil Terra Indígena (TI) é uma porção do território nacional, de propriedade da União, habitada por um ou mais povos indígenas, por eles utilizada para suas atividades produtivas, imprescindível à preservação dos recursos ambientais necessários à sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil Foto: Rodrigo Petrella Trata-se de um tipo específico de posse, de natureza originária e coletiva, que não se confunde com o conceito civilista de propriedade privada.
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil O direito dos povos indígenas às suas terras de ocupação tradicional é um direito originário. As Terras Indígenas são criadas e reconhecidas a partir de requisitos técnicos e legais, nos termos da Constituição Federal de 1988. Foto: Rodrigo Petrella
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil A Terra Indígena é inalienável e indisponível, e os direitos sobre ela são imprescritíveis. As terras indígenas são os territórios que garantem um modo de vida diferenciado e insubstituível para as centenas de povos indígenas que habitam o Brasil. Foto: Rodrigo Petrella
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil Convenção nº 169 adotada na 76ª Conferência Internacional do Trabalho que garante aos povos indígenas a posse exclusiva de seus territórios e o respeito às suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições, consolidando o Estado Democrático e Pluriétnico de Direito. A Declaração das Nações Unidas sobre Direitos dos Povos Indígenas de 2007, que reitera os direitos dos índios a uma vida autônoma, segura e plena, enfatizando a necessidade de "consentimento prévio, livre e informado" em caso de uso de suas terras por outrem.
Marco legal para criação de Terras Indígenas no Brasil Constituição de 1988 A Constituição previa um período de 5 anos para que todas as Terras Indígenas fossem reconhecidas e oficializadas. Mas as demarcações seguiram o tempo da política e não da constituição. Presidente Ano TIs Homologadas Sarney 1985-1990 67 Collor 1990-1992 112 Itamar 1992-1994 16 273 FHC 1995-2002 145 Lula 2003-2010 87 Dilma 2011-2016 21
Processo administrativo de demarcação das Terras Indígenas no Brasil A Fundação Nacional do Índio é quem coordena os processos para que se deem os estudos de identificação, aprovação e contestação, declaração no diário oficial da união, demarcação física, homologação Fase do processo Quantidade Delimitada 28 Declarada 45 Homologada 13 Regularizada 467 Total 553 Em estudo 126 Portaria de interdição 5 Total 684
Terras Indígenas no Brasil MAIS DE 800 MIL INDÍGENAS 256 Etnias 12,2% do território brasileiro APROXIMADAMENTE 700 TERRAS 98,4% se encontram na Amazônia Legal
Terras Indígenas no Brasil 75 mil indígenas 0,10 % 99,9 0% https://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/demarcacoes/localizacao-e-extensao-das-tis
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola? Mapa: Rony Almeida
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola? Mapa: Rony Almeida
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola? Mapa: Rony Almeida
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola? Mapa: Rony Almeida
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola? Mapa: Rony Almeida
Foto: Alexandra Freitas Desmatamento em Terra Indígena
Foto: Juan Doblas Desmatamento em Terra Indígena
Desmatamento em Terra Indígena https://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/desmatamento/cachoeira-seca
Terras Indígenas x Expansão das Fronteiras no Brasil PEC 237 PL 1610 PEC 215
Barreiras para conter o desmatamento e o avanço da fronteira agrícola?
Nós e as Florestas ¼ das florestas da Amazônia se encontram em Terras Indígenas Tesouros de biodiversidade e fontes permanentes de serviços ambientais inestimáveis
Nós e as Florestas Proteção A riqueza da Amazônia é a Floresta em pé!!
Nós e as Florestas Estima-se que 25% da área total desmatada na região amazônica já se encontra subutilizada, muitas vezes em estado de degradação. Somente no Estado de Mato Grosso, há entre 12 e 15 milhões de hectares abandonados
NÓS E AS FLORESTAS FLORESTA EM PÉ
NÓS E AS FLORESTAS Precisamos fazer a nossa parte... É preciso protegê-las! É preciso desenvolver mecanismos para a real proteção dessas áreas e para envolver as sociedades indígenas no processo de criação de políticas públicas Politicas públicas de incentivo do manejo florestal não madeireiro, a valorização da floresta para fins de conservação da biodiversidade e a prestação de serviços ambientais Implementar a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de Terras Indígenas (PNGATI), incorporar a temática indígena na construção e implementação Política Nacional de Mudanças Climática (PNMC) e na Estratégia Nacional de REDD+ (ENREDD)