III Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico CONSOLIDAÇÃO DE DADOS FUNDIÁRIOS: UM CAMINHO PARA GESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA LEGAL

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1 III Seminário Governança de Terras e Desenvolvimento Econômico CONSOLIDAÇÃO DE DADOS FUNDIÁRIOS: UM CAMINHO PARA GESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA LEGAL Prof. Dr. Girolamo Domenico Treccani MSc. Aianny Naiara Gomes Monteiro Maria Sebastiana Barbosa Pinheiro

2 PLANO DE APRESENTAÇÃO 1 INTRODUÇÃO 2 RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA QUESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA 3 ESTRUTURA DE GESTÃO FUNDIÁRIA E AMBIENTAL DA AMAZÔNIA LEGAL 4 CONSOLIDAÇÃO DE DADOS FUNDIÁRIOS: DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE 4.1 Unidades de Conservação (Amazônia Legal) 4.2 Terras Indígenas (Amazônia Legal) 4.3 Territórios Quilombolas (Amazônia Legal) 4.4 Desapropriações (SR-01) 4.5 Arrecadações (Estado do Pará) 4.6 Assentamentos (Amazônia Legal) 4.7 Sisglebas (Estado do Pará) CONSIDERAÇÕES FINAIS

3 1 INTRODUÇÃO Constatação do caos fundiário na Amazônia Legal. Gestão fundiária da Amazônia Legal realizada por diferentes órgãos de diferentes esferas. Inexistência de atuação integrada dos diferentes órgãos. Apresentação dos resultados dos levantamentos realizados pela CIDHA. Contribuir para a discussão da construção de um sistema integrado de gestão fundiária e ambiental que auxilie na elaboração de políticas públicas capazes de atenuar os efeitos negativos do processo de ocupação da Amazônia Legal.

4 2 RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA QUESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA Regime sesmarial ( ) Regime de Posse ( ) Regime de Lei de Terras ( ) Período Republicano (1889 até os dias atuais)

5 2 RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA QUESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA Surgimento da Amazônia Legal enquanto região de planejamento, onde uma política de desenvolvimento seria aplicada através do Plano de Valorização Econômica da Amazônia (PVEA). Hoje a delimitação desta região está prevista na Lei Complementar nº 124, de 3 de janeiro de 2007.

6 2 RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA QUESTÃO FUNDIÁRIA NA AMAZÔNIA Espaço complexo em razão do processo de colonização brasileiro, somado à diversidade de povos indígenas, comunidades de remanescentes de quilombos e demais comunidades tradicionais que que usam a terra como recurso natural. Assim, exigem-se do Estado modalidades específicas de regularização.

7 3 ESTRUTURA DE GESTÃO FUNDIÁRIA E AMBIENTAL NA AMAZÔNIA Povos indígenas: Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Comunidades Quilombolas: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). População Tradicional: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e INCRA. Comunidades Ribeirinhas em área de várzea: Superintendência do Patrimônio da União (SPU). Agricultor Familiar: INCRA. Assentados: INCRA. Médio Produtor Rural: INCRA + Terra Legal. Grande Produtor Rural: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento + Terra Legal (MP 759/2016).

8 Desmatamento x grilagem x ordenamento territorial x negação de direitos É assim que índios, quilombolas e ribeirinhos são invisibilizados (outro modo de tratar o mais abjeto racismo), apenas considerados se transformados em força de trabalho semiescravizada ou escrava (2017, p. II). Fonte: arquivos/dono_e_quem_desmata_conexoes_entre_gril1.pdf último acesso em 10 de maio de 2017.

9 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Percebeu-se que os andares de sobreposição presentes na Amazônia iniciam nas informações conflituosas relativas ao tamanho e localização das terras incorporadas no patrimônio públicos e foram destinadas. Preocupação em consolidar informações, verificando o que foi incorporado no patrimônio público da União e dos Estados, através das arrecadações, desapropriações, compras e demais formas previstas em lei, e o que foi destinado para Terras Indígenas, Territórios Quilombolas, Unidades de Conservação e Assentamentos. O trabalho de levantamento envolveu estudantes bolsistas e voluntários graduandos e pós-graduandos da Clinica de Direitos Humanos do Programa de Pós-Gradução em Direito do Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA.

10 O r g e m d o s d a d o s 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Unidades de Conservação Esfera da UC Área Atual (ha) Área Site ISA (ha) Área Site MMA (ha) Área Site ICMBio (ha) Federal , , , ,4990 Estadual , , ,9600 Não foram encontradas informações sobre UC Estaduais Não foram encontradas Municipal ,8468 informações sobre UC Municipais ,0000 Não foram encontradas informações sobre UC Estaduais. [1] A área atual corresponde a área informada no diploma legal de criação ou de alteração.

11 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Terras Indígenas Área homologada de ORIGEM DOS acordo com o decreto + DADOS em processos ÁREA (HA) , ,5351 = ,016,4130 Área Site da FUNAI Área Site do ISA Área I3Geo (2016) , , ,2349

12 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Territórios Quilombolas ESTADO/ETAPA Certificado FCP RTID Portaria Presidente INCRA Decreto de desapropriação Tituladas Pará Maranhão Mato Grosso Amazonas Rondônia Amapá Tocantins A área total desses títulos da FCP excluídos de todas as tabelas do INCRA é de ,3664 ha.

13 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Desapropriações: necessidade de rever a titularidade da terra para alienar Processos INCRA-PA SR 01 Processos localizados durante a pesquisa no INCRA sem Total Porcentagem informação judicial (novo número de processo) Processos localizados durante a pesquisa no INCRA com informação judicial (novo número de processo) Processos não localizados durante a pesquisa no INCRA Total

14 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Arrecadações SR Geral Com Portaria Sem Portaria ALT INCRA Estado 28 SERFAL 23 Total 359

15 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Assentamentos Modalidades Quantidade Área (Ha) Projeto de Assentamento Agroextrativista ,6356 Projeto de Assentamento ,9023 Projeto de Desenvolvimento Sustentável ,3409 Polo Leiteiro 1 207,5421 Projeto de Assentamento Casulo Agro-Hortifrutigranjeiro 2 163,4425 Polo Agroflorestal ,2027 Polo Sustentável ,4248 Projeto de Assentamento Estadual ,3202

16 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Assentamentos Modalidades Quantidade Área (Ha) Projeto De Assentamento Casulo ,7390 Projeto De Assentamento Florestal ,5003 Reserva Extrativista ,4931 Reserva De Desenvolvimento Sustentável ,5487 Floresta Nacional ,8714 Floresta Estadual ,9970 TOTAL ,9606

17 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Assentamentos Os dados coletados dizem respeito, além das modalidades, à origem do assentamento. Os dados utilizados estão atualizados até 31 de maio de ASSENTAMENTOS TRANSFERÊNCIA REVERSÃO DE DOMÍNIO RECONHECIMENTO OUTRAS FORMAS INCORPORAÇÃO ESCRITURA ÚBLICA DE DOAÇÃO EM OBTENÇÃO - T.COOP.TEC. SPU DOAÇÃO DISCRIMINAÇÃO DESAPROPRIAÇÃO DESAFETAÇÃO DAÇÃO CONFISCO COMPRA E VENDA CESSÃO ARRECADAÇÃO ADJUDICAÇÃO QUANTIDADE

18 4 CONTRIBUIÇÃO DA CLÍNICA DE DIREITOS HUMANOS DA AMAZÔNIA (CIDHA) Sisglebas No decorrer do segundo semestre de 2016 a CIDHA participou da inserção de dados relativos às glebas do Estado do Pará, na plataforma digital SISGLEB, que visava a padronização em uma única plataforma de dados registrais das glebas fazendo assim com que houvesse uma conformidade de dados. A CIDHA detectou varias falhas no sistema que por vezes não conseguia abarcar a complexidade da realidade da Amazônia. Diante disso, foram sugeridas diversas alterações para que a plataforma fosse adequada à realidade amazônida. Por hora, a CIDHA aguarda resposta sobre o aperfeiçoamento do programa para dar continuidade na inserção de dados.

19 CONSIDERAÇÕES FINAIS A Clínica consolidou as informações disponíveis nos sites dos órgãos ambientais e fundiários da Amazônia Legal, reunindo, portanto, os diferentes instrumentos de incorporação (decretos e portarias e resoluções) e de destinação (decretos, instruções normativas, e portarias e resoluções). Observaram-se diversas incongruências entre os documentos disponibilizados pelos diferentes órgãos em seus sites e o que consta no Diário Oficial, reiterando a necessidade de padronização, integração e compartilhamento das informações fundiárias.