Avaliação do interesse dos alunos do IF Sertão Pernambucano - campus Salgueiro pela alimentação escolar: Uma proposta de educação nutricional

Documentos relacionados
ACEITABILIDADE DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR OFERECIDA POR UMA ESCOLA DE UMÃS, DISTRITO DE SALGUEIRO PE. Apresentação: Pôster

Of. nº 39/2016. Guaporé, 06 de junho de 2016.

Planejamento, Elaboração e Implementação de Cardápios

Nota Técnica nº 004 /2013 CGPAE/DIRAE/FNDE. Brasília, 11 de julho de Assunto: Inclusão de pescado na alimentação escolar

Educação alimentar e analise dos hábitos em relação à alimentação em estudantes do ensino fundamental 2 no município de Itapuranga Goiás

3. Material e Métodos

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. Prefeitura de São Bento do Sul Secretaria Municipal de Educação

FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Cartilha nacional da alimentação escolar. 2. ed. Brasília: FNDE, 2015

Trabalho desenvolvido na disciplina de estágio em saúde coletiva I do curso de nutrição da Unijuí. 2

PROCESSO SELETIVO PARA O CURSO DE CAPACITAÇÃO DE MERENDEIRAS DO MUNICÍPIO DE SALGUEIRO-PE EDITAL Nº 06/2012

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DO 5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ZONA RURAL DA CIDADE DE GUAXUPÉ-MG RESUMO

Aceitação da merenda em uma escola municipal de Barbacena-MG.

AVALIAÇÃO IMC E DE CONSUMO DE ALIMENTOS FONTE DE PROTEÍNA, VITAMINA C E MAGNÉSIO POR ESCOLARES

RESOLUÇÃO Nº 51 DO CONSELHO SUPERIOR, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2018.

IV Jornada de Alimentação Escolar

ENTENDENDO O CARDÁPIO. Centro Colaborador de Alimentação e Nutrição do Escolar (CECANE)

CONSUMO ALIMENTAR DE ESCOLARES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO NO MUNICÍPIO DE PALMAS TO

CONSUMO ALIMENTAR DE ESTUDANTES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 1

Campanha de sensibilização do pnase

Projeto desenvolvido na disciplina de Estágio em Saúde Coletiva I 2. Aluno do Curso de Graduação em Nutrição da UNIJUÍ,

INFLUÊNCIA DO BOLSA FAMÍLIA NO PERFIL ESCOLAR: estudo do município de Alterosa

Avaliação do Consumo Alimentar de Escolares da Rede Publica de Ensino Fundamental de Piracicaba

Programa de Alimentação do Trabalhador

PERCEPÇÃO ACERCA DO CONSUMO DE PRODUTOS HORTIFRUTÍCOLAS PELOS ACADÊMICOS DA UFFS CAMPUS CERRO LARGO

I CURSO DE APERFEIÇOAMENTO PARA NUTRICIONISTAS NA ÁREA DE ALIMENTAÇÃO COLETIVA - UAN

ESTADO NUTRICIONAL E HÁBITOS ALIMENTARES DE ADOLESCENTES 1

Introdução á Alimentação Coletiva

Programa Nacional de Alimentação Escolar ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

PREVALÊNCIA DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA RELATO DE EXPERIÊNCIA DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

Aceitabilidade e adesão à alimentação escolar por estudantes do IF Sertão Pernambucano campus Salgueiro

ETHANOL SUMMIT 2017 PAINEL. Açúcar: O Consumo Equilibrado Como Melhor Escolha. São Paulo junho/17

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR FORNECIDA PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL, DE ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE ÁGUAS DE LINDÓIA

Profa. Neila Maria Viçosa Machado

TÍTULO: PROJETO NUTRIR PARA CRESCER: ANÁLISE ANTROPOMÉTRICA DE PRÉ-ESCOLARES

FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

Monitoria de Bioquímica Básica: mais que uma ferramenta técnica e social

Universidade Federal de São Paulo PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

AVALIAÇÃO DO DESPERDÍCIO, QUALIDADE DO CARDÁPIO E PESQUISA DE SATISFAÇÃO DE CLIENTES EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

Universidade Federal de São Paulo PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

PREFEITURA DE OURO VERDE DO OESTE CAFÉ DA MANHÃ NA ESCOLA

LEI MUNICIPAL Nº 982

PORTIFÓLIO DE SERVIÇOS

Projeto de Extensão: Educando para o Futuro

EDITAL Nº 011 DE 13 DE MARÇO DE 2013 PROGRAMA DE BENEFÍCIOS PRONATEC

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DOS ALUNOS DE ENSINO MÉDIO NO IF SERTÃO PERNAMBUCANO- CAMPUS PETROLINA

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAJINHA ESTADO DE MINAS GERAIS PROCESSO SELETIVO PÚBLICO Nº 01/2018. RETIFICAÇÃO Nº 02 Ao Edital 01/2018

Plano de Ação. Mandato: 11/ /2014. Ano de execução 2014

ANEXO I QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO

A LEI /2009 E AS NOVAS DIRETRIZES DO PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR.

Educação e Saúde um Diagnóstico no Contexto Escolar. Stélio João Rodrigues 1

Projeto de Extensão: Clínica Escola: atendimento ambulatorial de nutrição à comunidade

Importância da Atividade Física na Redução de Gastos Publicos com o Tratamento da Diabetes Mellitus em Escolares do Ensino Fundamental

Escola Municipal de Ensino Fundamental Leocádia Becker

PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Alegre. Câmara Municipal. de Porto PROC. N. 2497/05 P.L.L. N. 118/05 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

PROGRAMA INTERDISCIPLINAR DE ATENÇÃO E PROMOÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS DE GUARAPUAVA

Curso Técnico de Nível Médio em. Alimentação Escolar

SOBREPESO E OBESIDADE

2.1 ATIVIDADE: REUNIÕES ORDINÁRIAS E/OU EXTRAORDINÁRIAS DOS CONSELHEIROS.

Marque a opção do tipo de trabalho que está inscrevendo: ( x ) Resumo ( ) Relato de Caso

NOSSOS BENEFÍCIOS NUTRILINE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL

PREFEITURA MUNICIPAL DE PARAISÓPOLIS ESTADO DE MINAS GERAIS CONCURSO PÚBLICO Nº 01/2018. RETIFICAÇÃO Nº 01 Ao Edital 01/2018

TRABALHANDO A BOA ALIMENTAÇÃO NAS FASES INICIAIS DA VIDA RESUMO

Programa Mais Saúde. Endereço: Av. Araxá, nº 156, Lagomar, Macaé RJ. CEP

QUAL O IMC DOS ALUNOS CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS AO ENSINO MÉDIO NO IFTM CAMPUS UBERLÂNDIA?

1. APRESENTAÇÃO 2. JUSTIFICATIVA

EDITAL N 0010 de junho de 2012 PROGRAMA DE BENEFÍCIOS PRONATEC

VIGITEL BRASIL Hábitos dos brasileiros impactam no crescimento da obesidade e aumenta prevalência de diabetes e hipertensão

PROJETO DE LEI N o 2.389, DE 2011 (Apensos os PLs 7.901, de 2010 e 3.348, de 2012)

PRODUÇÃO DE REFEIÇÕES. Aceitação da inclusão de refeição vegetariana na merenda por alunos

PERFIL DA POPULAÇÃO DE UMA MICRO-ÁREA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO BAIRRO FACULDADE DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL-PR

Universidade Federal de São Paulo PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA EM ADOLESCENTES ESCOLARES

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Especial Online RESUMO DOS TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO. Nutrição ISSN

Projeto Cintura Fina E.E.E.I. Ministro Costa Manso Sala 15 / 2ª. Sessão

PROCESSO SELETIVO COMPLEMENTAR PARA O CURSO INTERMEDIÁRIO DE LÍNGUA ESPANHOLA, NA MODALIDADE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA EDITAL Nº 03 / 2013

Ações Educativas e Sociais. Projeto de Promoção à Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho Campus Belém

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL RESUMO

Universidade Federal de São Paulo PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

CURSO DE NUTRIÇÃO BACHARELADO

A Direção do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais e Setor de Informática

Preocupação com a alimentação saudável

Universidade Federal de São Paulo PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ESTUDANTIS

ANEXO 1- Formulário de Solicitação para o PROGRAMA ESTUDANTE ATLETA 2.0 DADOS PESSOAIS: 3. Qual a modalidade de Curso que está frequentando?

EDITAL 016/2018 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

IFPA - SIGAA - PORTAL DO DISCENTE > CADASTRO ÚNICO DE BOLSISTAS > QUESTIONÁRIO. A+ A- Tempo de Sessão: 01:26 SAIR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ESCOLA DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ALIMENTOS E NUTRIÇÃO MESTRANDA: LANA ROSA

AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES QUE REALIZAM MASSAGENS COM FINALIDADE DE EMAGRECIMENTO

AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE CÁLCIO DAS CRIANÇAS DE UMA ESCOLA PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA 1

INQUÉRITOS NACIONAIS DE SAÚDE E NUTRIÇÃO. Profa Milena Bueno

EDITAL Nº 01/ SELEÇÃO PARA O PROGRAMA DE MONITORIA

Semeando Futuro RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Transcrição:

Avaliação do interesse dos alunos do IF Sertão Pernambucano - campus Salgueiro pela alimentação escolar: Uma proposta de educação nutricional Nataly Roberta Bezerra Santana¹; Marcela Araújo de Miranda Henriques²; Verônica Nicácio Placido³ ¹Nutricionista do IF SERTÃO PERNAMBUCANO, Campus Salgueiro, Especialista em Nutrição Clínica pela FIP. e-mail: nataly.santana@ifsertao-pe.edu.br ² Nutricionista do IF SERTÃO PERNAMBUCANO, Campus Petrolina Zona Rural, Especialista em Nutrição Clínica pelo HC/UFPE. e-mail: marcela.henriques@ifsertao-pe.edu.br ³ Nutricionista, Mestre em Alimentos, Docente no IF SERTÃO PERNAMBUCANO, Campus Petrolina. e-mail: veronica.placido@ifsertaope.edu.br Resumo: Este trabalho avaliou o interesse de alunos beneficiados pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar do IF Sertão Pernambucano/campus Salgueiro em usufruir a merenda escolar, de modo a permitir tomadas de ações em educação nutricional, elaboração de cardápios adequados à realidade dos mesmos e consciência em evitar o desperdício. Foi utilizado formulário específico para coleta de informações sobre município onde residem, meios de transporte, duração do percurso entre a casa e o Instituto, renda familiar e interesse em usufruir a merenda escolar. Após análise dos dados foi observado que dos 96 alunos que participaram da pesquisa, 59,4% eram do sexo masculino e 40,6% do sexo feminino. Dentre os municípios, houve predomínio de alunos oriundos de Salgueiro (59,4%), seguidos de Penaforte (14,6%) e Cabrobó (14,6%). Os meios de transporte utilizados para o deslocamento dos alunos entre suas residências e o Instituto foram ônibus (78,1%), carro (9,4%), lotação (7,3%) e moto (5,2%). Quanto a renda familiar, 40,6% dos alunos informaram uma renda de 1 a 5 salários mínimos, 30,2% tinham uma renda de até 1 salário mínimo, 25,0% não souberam informar, 3,1% informaram renda superior a 5 salários mínimos e 1,1% não quiseram informar. Verificou-se ainda que a maioria dos alunos (94,8%) tem interesse em usufruir da merenda escolar por ser mais saudável, sendo que apenas 3,1 % expressaram que não queriam e 2,1% referiram que queriam a merenda de vez em quando. A partir destes resultados foi possível realizar algumas ações de educação nutricional, orientando alunos e familiares acerca da importância de uma alimentação saudável. Contudo, observou-se que é necessário haver sempre a preocupação dos profissionais da instituição em analisar a realidade de cada estudante, revendo as políticas de assistência ao estudante, a fim de promover o completo acesso tanto à alimentação de qualidade, como à cidadania e ao desenvolvimento regional. Palavras chave: alunos, merenda escolar, questionário investigativo 1.INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1995), a adolescência é um período da vida que se inicia aos 10 e vai aos 19 anos da vida de um ser humano. É a fase do despertar, de mudanças e reações no corpo e na mente. É nela que a pessoa descobre a sua identidade e define a sua personalidade (ALBANO, 2001). Diante das mudanças que ocorrem nessa fase uma alimentação saudável na adolescência deve ter como objetivos possibilitar o desenvolvimento máximo das características genéticas (cerebral, óssea, etc); aumentar a capacidade de resposta imunológica para reduzir a susceptibilidade a doenças infecciosas e outras; impedir o aparecimento de doenças metabólicas degenerativas, como diabetes, obesidade, dislipidemia, hipertensão, além de doenças causadas pela preocupação com a estética como bulimia e anorexia, denominadas transtornos alimentares; beneficiar a competência mental, favorecer a atenção e assim melhorar aptidões escolares (ESCOTT-STUMP, 2000). Implantado em 1955 o PNAE Programa Nacional de Alimentação Escolar foi desenvolvido com o objetivo de atender às necessidades nutricionais de alunos da rede pública de ensino, no período que estes estão em sala de aula. O programa conta com a transferência de recursos financeiros e contribui até os dias atuais para um melhor desenvolvimento, crescimento e aprendizado dos alunos da rede escolar básica de ensino. De acordo com a Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de julho de 2009 a

educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, incluindo as modalidades de educação de jovens e adultos. O objetivo do PNAE é desenvolver uma alimentação que atenda às necessidades nutricionais dos alunos e promover hábitos alimentares saudáveis. O cardápio da merenda escolar deve ser elaborado e de total responsabilidade do nutricionista (BRASIL, 2009) e a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem, perpassa pelo currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricionais. Deve-se também respeitar os hábitos alimentares de cada localidade, sua vocação agrícola, histórias de vida e ter preferência por produtos básicos, dando prioridade dentre esses, aos semielaborados e aos in natura. Segundo a legislação, a alimentação escolar deve estar em conformidade com as necessidades nutricionais e calóricas dos alunos, durante o período letivo, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar, em conformidade com a faixa etária, o sexo, a atividade física e o estado de saúde, inclusive dos que necessitam de atenção específica (BRASIL, 2009). O presente trabalho visa à confirmação da necessidade do fornecimento da alimentação escolar no IF Sertão pernambucano Campus Salgueiro, de modo a planejar tanto os cardápios como ações voltadas para a realidade dos alunos. 2.MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um mapeamento para verificação da necessidade de alimentação escolar no IF Sertão Pernambucano/campus Salgueiro, no início de fevereiro de 2012 com os alunos do 1 ano do ensino médio integrado aos cursos técnicos em agropecuária, edificações e informática. Este mapeamento foi realizado através da aplicação de um formulário específico que requeria o preenchimento de informações sobre município onde reside, meios de transporte, duração do percurso entre a casa e o Instituto, renda familiar, interesse em usufruir da merenda escolar e justificativa. Os alunos foram orientados pelos assistentes de alunos sobre o correto preenchimento do formulário. Após a coleta das informações foi feita a análise percentual dos dados obtidos. 3.RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra foi composta de 96 alunos, sendo 59,4% do sexo masculino e 40,6% do sexo feminino. Fato semelhante observado tanto no Campus Petrolina como no Campus Petrolina Zona Rural, onde apresentam um percentual maior de adolescentes do sexo masculino comparado ao feminino. Na figura 1 é apresentada a distribuição dos alunos segundo o município onde residem. Dentre os municípios, foi verificado que há um predomínio dos alunos oriundos de Salgueiro (59,4%), seguidos de Penaforte (14,6%) e Cabrobó (14,6%), ambos apresentando o mesmo percentual. Tais cidades são próximas a Salgueiro, com Penaforte distando cerca de 30 Km e Cabrobó, 66 km. Figura 1 Distribuição dos alunos segundo município onde residem

Os meios de transporte utilizados para o deslocamento dos alunos entre suas residências e o Instituto foram ônibus (78,1%), carro (9,4%), lotação (7,3%) e moto (5,2%). Sabe-se que, quando há distância entre o domicílio dos alunos e a escola, os mesmos têm que sair mais cedo de casa. Esse fator, aliado à permanência no Instituo durante todo o dia com o retorno para casa apenas ao final da tarde, leva o aluno a buscar alimentação no local de estudo. Quanto à renda familiar, 40,6% dos alunos informaram que a renda era de 1 a 5 salários mínimos, 30,2% tinham uma renda de até 1 salário mínimo, 25,0% não souberam informar, 3,1% informaram renda superior a 5 salários mínimos e 1,1% não quiseram informar, conforme mostra a figura 2. Figura 2 Distribuição de renda dos alunos do IF-Salgueiro, 2012 Considerando apenas os dados válidos, observados na figura 3, 40,9% dos alunos informaram que a renda familiar era de até 1 salário mínimo, 54,9% tinham uma renda familiar entre 1 e 5 salários mínimos e 4,2% acima de 5 salários mínimos. Quando se pensa em alimentação, estima-se um custo mensal com tal despesa. Muitos alunos relataram que, antes da implantação da merenda escolar, consumiam pastel (frito) com refrigerante no horário do almoço, por ser uma opção barata. O preço de uma refeição tipo almoço, não pode ser comparado a um lanche e, a maioria não tem como pagar tal refeição diariamente. Figura 3 Distribuição (dados válidos) de renda dos alunos do IF-Salgueiro, 2012 Na tabela 1 é verificado que a maioria dos alunos (94,8%) tem interesse em usufruir da merenda escolar, sendo que apenas 3,1 % expressaram que não queriam e 2,1% dos alunos referiram que queriam a merenda de vez em quando. Dos alunos que não quiseram, 02 não souberam informar a renda e 01 informou uma renda familiar de 4 salários mínimos. Todos residem no município de

Salgueiro. Já os estudantes que relataram interesse ocasional, informaram renda mensal de 2 salários mínimos e ambos residem em Penaforte. Tabela 1 Interesse pela merenda escolar do IF-Salgueiro, 2012 Interesse N Percentual Sim 91 94,8% Não 3 3,1% Às vezes 2 2,1% Mais de 95% dos alunos preferem a alimentação oferecida pelo instituto por ser mais saudável e de boa qualidade e alguns justificaram o interesse em usufruir da alimentação escolar por sentirem fome, já que saem muito cedo de seus lares não dando tempo realizarem a primeira refeição do dia. Já os alunos que relataram não terem interesse na alimentação escolar justificaram não gostarem da comida e outros registraram não terem nenhuma justificativa. Assim, observa-se que há na maioria dos jovens do presente estudo uma preocupação e interesse em ter uma alimentação equilibrada e saudável, uma vez que, a alimentação escolar oferecida nas instituições de ensino tem como uma de suas diretrizes o emprego de uma alimentação saudável e adequada, que compreende o uso de alimentos variados, seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis. Contudo, este trabalho serviu como subsídio para uma proposta de educação nutricional, em que a nutricionista, através de palestras ou conversas informais, orienta os estudantes sobre hábitos alimentares saudáveis, sobre o valor nutricional das refeições servidas, além de explicar a importância de uma alimentação balanceada para o crescimento e desenvolvimento dos jovens. Os pais e/ou responsáveis dos alunos também foram esclarecidos sobre a importância de seus filhos adotarem uma alimentação saudável tanto na escola como em casa e para tal foi utilizado um espaço na reunião de pais e mestres. 4.CONCLUSÃO Faz-se necessário pensar os cardápios e as políticas de assistência aos estudantes baseado nos dados obtidos, de modo a corrigir distorções e promover o completo acesso tanto à alimentação de qualidade, como á cidadania e ao desenvolvimento regional. O aprofundamento de estudos dessa natureza poderia se dar a partir de entrevistas com os pais e/ou responsáveis pelos alunos, objetivando identificar melhor os motivos do não interesse, de alguns alunos, em usufruir à alimentação escolar, elaborando também juntamente com a comunidade escolar novas estratégias com vistas à consolidar práticas alimentares saudáveis através de programas de educação nutricional. AGRADECIMENTOS Aos assistentes de alunos do IF Sertão Pernambucano/Campus Salgueiro pela contribuição na realização deste estudo. À bibliotecária, Rousianne Virgulino, do IF Sertão Pernambucano/Campus Salgueiro pelo auxílio nas referências bibliográficas. REFERÊNCIAS ALBANO, R. D.; SOUZA, S. B. Estado nutricional de adolescentes: "risco de sobrepeso" e "sobrepeso" em uma escola pública do Município de São Paulo. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, Aug. 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0102-311x2001000400028. Acesso em 04 ago. 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Resolução/CD/FNDE n 38, de 16 de julho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de

Alimentação Escolar PNAE. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jul. 2009. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/index.php/ae-legislacao. Acesso em: 04 ago. 2011. II CONFERÊNCIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (CONSEA). Princípios e Diretrizes de uma Política de Segurança Alimentar e Nutricional. Brasília, 2004. Disponível em: https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:9f31mjshzgmj:www4.planalto.gov.br/consea/publica coes/publiucacoes-arquivos/principios-e-diretrizes-de-uma-politica-de-san+&hl=pt- BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESh4WQ5GD- 0vXFNDQr42hMn2mWFsV7b87uPoHgGrCV3B0eqOLVUIKE95NRA7x9euwv7gI0jb5Avck4YOR8 Fgwmy1rpgrUe971Sd3EdWb9021IvdZX5Y46y3RZ1q46SQcZU3xIV0o&sig=AHIEtbRAflmBmwcIn Kclv6tRB-payFjzaQ. Acesso em: 12 jan. 2011. ESCOTT-STUMP, S.; MAHAN, L. K. Krause: Alimentos Nutrição e Dietoterapia. 7 ed. São Paulo: Rocca, 2000. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO. Alimentação escolar. Disponível em: http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-alimentacao-escolar. Acesso em: 15 dez. 2010. OMS (Organización Mundial de la Salud), 1995. La Salud de los Jóvenes: Un Reto y una Esperanza. Geneva: OMS.