Plano de Transporte Públicos no Vale do Minho Transfronteiriço MOBITRANS

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Transcrição:

Plano de Transporte Públicos no Vale do Minho Transfronteiriço MOBITRANS Apresentação: Integrado no Projeto CoopMinho Reforço da Cooperação Institucional no Vale do Minho Transfronteiriço aprovado em Janeiro de 2009, a UNIMINHO procedeu à elaboração de um plano de transporte públicos rodoviários diários para ligar o Alto Minho português e o Baixo Minho Galego. O sistema de transporte público transfronteiriço em vigor, de acordo com o assinalado no diagnóstico, possui vários problemas que necessitam de resolução com o objetivo de potenciar todo o sistema no seu conjunto. Uma das maiores limitações dos municípios de fronteira são os transportes, que nestes territórios são escassos, muito embora constituam um elemento chave ou facilitador da concretização de outras iniciativas e projectos que se podem desenvolver no âmbito da Cooperação Transfronteiriça. Pensando na consolidação do território, a UNIMINHO procedeu à elaboração do Plano de Transportes Públicos no Vale do Minho transfronteiriço (MOBITRANS), com o objetivo de melhorar as condições de mobilidade transfronteiriça e incrementar a acessibilidade proporcionada pelo sistema de transportes de passageiros nos vinte e dois Municípios do âmbito do estudo, tendo em conta o seu papel na estruturação do território e a interdependências com regiões vizinhas.

Diagnóstico: Na elaboração deste diagnóstico foram adoptadas várias técnicas e metodologias de recolha de informação, compilando-as posteriormente numa base comum, permitindo elaborar análises sobre os dados recolhidos: - Em primeiro lugar foi efetuada uma caraterização geral à escala municipal, com base em dados estatísticos disponíveis, com o objetivo de identificar a diversidade do território e as pautas de distribuição espaciais das variáveis relevantes no espaço do Vale do Minho Transfronteiriço; - Posteriormente foi realizado um processo participativo que permitiu efetuar um estudo sobre a situação do espaço do Vale do Minho Transfronteiriço através de especialistas e agentes sociais, económicos e institucionais. Este processo de participação para a elaboração do diagnóstico organizou-se em três Focus Groups: administrações/instituições, utilizadores e organizações com interesses na região; - Para além da recolha de dados estatísticos e processo de participação, realizou-se um extenso trabalho de campo, que permite conhecer com maior rigor o perfil das viagens e utilizadores que procuram atualmente a mobilidade transfronteiriça. - Por outro lado foram recolhidos os dados necessários para caraterizar a oferta de transporte presente atualmente na zona. A relação entre oferta e procura será uma das principais conclusões no que toca à caraterização da situação atual em termos de mobilidade transfronteiriça, e da sua adequação/desadequação surgirão naturalmente as propostas de atuação futuras. O diagnóstico assim elaborado constituiu-se como a base de todo o trabalho desenvolvido nas fases posteriores. Proposta para a implementação do MOBITRANS As medidas para melhorar a situação atual do transporte público transfronteiriço foram concebidas com base nas principais conclusões do diagnóstico, na identificação das barreiras existentes e nas melhores práticas internacionais. As medidas propostas foram agrupadas em 3 grupos de acordo com o seu período de execução:

- Curto prazo: até 2013 - Médio prazo: até 2016 - Longo prazo: até 2021 Partiu-se de uma situação de quase ausência de serviços de transporte público transfronteiriços e pretende-se chegar a uma situação de completa integração dos serviços transfronteiriços. Medidas de Curto Prazo Numa fase inicial de melhoria dos serviços de transporte público transfronteiriços, as medidas a propor deverão ter em consideração os seguintes aspetos: - Começar com soluções de baixo custo: o financiamento de melhorias no sistema de transporte público poderá ser um problema e, por isso mesmo, as soluções de baixo custo apresentam um grande potencial de implementação nesta fase. - Propor medidas simples: as medidas transfronteiriças poderão ter maior êxito se as ideias e soluções forem simples. Uma vez que ainda não existe nenhum serviço de transporte público transfronteiriço, as medidas propostas em termos de níveis de serviço incluem o fornecimento de novos serviços. Medidas de Médio Prazo Num momento em que as ligações transfronteiriças já tenham sido iniciadas, deverão ser efetuados esforços extra para melhorar a oferta de transporte e a sua coordenação, assim como o enquadramento organizacional necessário. Propõe-se medidas para consolidar o sistema de transportes públicos, que incluem a criação de novos serviços, mas também a coordenação dos serviços existentes. Medidas de Longo Prazo

Numa fase em que já se dedicaram muitos esforços ao transporte transfronteiriço, a questão-chave é criar as bases necessárias para uma maior integração. Uma vez que as linhas de transporte transfronteiriço tendem a combinar diferentes tipos de procura (local, transfronteiriça e regional), poderão existir desvios e círculos. Para tornar o sistema mais eficiente e mais atrativo em termos de tempo de viagem, deverá considerar-se a implementação de um serviço transfronteiriço axial para o qual seriam definidos serviços alimentadores (dando resposta aos desvios necessários). Projetos Piloto No âmbito deste projeto propõe-se o desenvolvimento de dois projetos-piloto, a serem concretizados a 5 anos, os quais tem como objetivo ligar as localidades transfronteiriças na área de estudo. O projecto-piloto 1 Prolongamento da linha Vigo - Ponte Internacional até Valença: Esta é uma medida simples, de fácil implementação tanto do ponto de vista operacional, como do ponto de vista legal e institucional, correspondendo à extensão de um serviço já existente atualmente. Uma vez que Valença apresenta uma forte ligação com a cidade de Vigo, foi um objetivo da medida promover a acessibilidade ao longo do corredor Valença-Vigo, compreendendo também os pontos de Tui e Porriño. A extensão do serviço desde a Ponte Internacional até Valença implica a realização de apenas mais 2,23km. Deverão efetuar-se: - 3 expedições diárias em cada sentido, num dia de semana normal; - 5 expedições diárias em cada sentido, em dia de mercado em Valença (4ª); e - 1 expedição diária em cada sentido, ao sábado. O projecto-piloto 2, estabelecimento de uma concessão de transporte interurbano transfronteiriço, interligando assim os principais pólos atractores e geradores de viagens na zona em estudo.

O itinerário do percurso circular deverá percorrer os itinerários concessionados actualmente aos operadores Empresa Raúl SA (linhas 1998 e 1984) e Grupo AVIC (linha 5568), realizando apenas dois troços novos que correspondem aos troços transfronteiriços, através das pontes de Tui-Valença e Salvaterra- Monção. Este serviço apresenta, assim, uma extensão total de 46km. Propõe-se que, numa fase inicial de lançamento do projeto, o serviço se inicie com 3 expedições diárias em cada sentido, de segunda a sexta, reforçando a oferta para 5 expedições diárias numa fase posterior, quando esteja já consolidado. As estimativas de procura para este projeto apontam para cerca de 21.000 passageiros anuais em 2016. Em 2021, quando se aumenta a frequência, a procura cresce para valores próximos dos 35.000 passageiros anuais. Estes níveis de procura supõem uma taxa de ocupação entre 13 passageiros (cenário 1) e 14 passageiros (cenário 2) em cada expedição transfronteiriça.