Primeiro Encontro Mato Grossense de Conselhos da Comunidade Políticas Publicas de Ressocialização ão Rosangela Peixoto Santa Rita 26 de junho de 2008.
O Brasil já tem mais de 423 mil presos em seus cárceres; Ao menos 7 em cada 10 que são soltos, voltam para a prisão; Esse quantitativo está contido em pouco mais de 262 mil vagas; Mais de 250 mil tem menos de 30 anos de idade;
E a problemática do encarceramento feminino... Atualmente, o Brasil possui 27 mil mulheres presas e segundo dados obtidos junto ao Departamento Penitenciário Nacional, a taxa média de crescimento anual de encarceramento das mulheres, no último ano, foi de aproximadamente 12%, em detrimento do masculino, que ocorreu em torno de 5%. Ou seja, um número surpreendente de mulheres está entrando no sistema penitenciário, ainda que o seu percentual, em nível nacional, seja de 4 a 6% em relação aos homens. Ausência de políticas públicas voltadas às particularidades da mulher
Centro de Reeducação Feminino Maria Júlia Maranhão Penitenciária Feminina de João Pessoa PB. * Aproximadamente 53% das unidades prisionais têm exclusividade para as mulheres e 47% são alas ou celas femininas em complexos prisionais masculinos. Não obstante, ainda que sejam consideradas exclusivas para as mulheres, essas primeiras são, na sua maioria, estruturas físicas adaptadas para o recebimento de mulheres em privação de liberdade. *Do total de unidades 59,9 % não dispõem de estrutura física adequada ao atendimento às crianças, 21,6 % indicam a existência de berçário e 18,9% destas informam que as crianças ficam em creche. Centro de Inserção Social Consuelo Nasser Penitenciária Feminina de Goiânia GO. *Não uniformidade no critério de idade limite para a criança permanecer junto com a mãe que cumpre pena de prisão. -Reformas legislativas - Formulação de políticas públicas
Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May-MT MT
Políticas de re ssocialização... Um pouco do perfil da população carcerária brasileira: 1.094 prisões
3.118 1% 58 0% Analfabeto 1.460 0% 3.165 1% Alfabetizado EDUCAÇÃO 30.930 10% 40.114 12% 20.796 6% 22.293 7% 56.411 17% Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto 145.624 46% Ensino Superior Completo Ensino acima de Superior Completo Não Informado
A maioria da população prisional brasileira tem baixo grau de escolaridade. Total de Presos 160000 140000 120000 100000 80000 60000 40000 20000 0 Grau de Instrução 1 2 3 Analfabeto Alfabetizado Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo Ensino acima de Superior Completo Não Informado
Situação Jurídica Condenados - Provisórios 122.320 34% Provisorios Condenados 238.510 66%
Faixa Etária Faixa Etária Presos 47249 15% 19192 6% 3168 1% 1047 0% 99901 34% 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 34 anos 35 a 45 anos 53150 17% 46 a 60 anos Mais de 60 anos Não Informado 81269 27%
A Realidade Penitenciária... Menos de 20% da população penitenciária brasileira participa de atividades educacionais ou laborais; Existência de superpopulação carcerária que dificulta a garantia de direitos sociais; Estrutura de pessoal insuficiente e ausência de programas contínuos de capacitação; Reprodução da violência; Precária assistência de sáude e jurídica aos presos; Descompasso entre a lei e a realidade; Frágil participacão da sociedade civil na prisão; Movimento social exigindo punições mais rígidas e maior aprisionamento, em lugar de políticas de reinserção social; Considerável resistência às práticas voltadas para o respeito aos Direitos Humanos daqueles que estão encarcerados;
Como pensar em Políticas Públicas P nesse cenário prisão? Defesa pela dignidade da pessoa humana Garantia das assistências previstas na Lei de Execução Penal. Maior atuação dos órgãos da execução penal no controle, participação e fiscalização. Perspectiva de re integração social, re inserção social, re ssocialização... dentro de uma concepção de redução/minimização dos níveis de vulnerabilidades e dos agravamentos do encarceramento. Perspectiva de interdisciplinaridade e interface com as políticas sociais e de segurança pública
O que entendemos por Políticas Públicas? P favor ou direito do cidadão? função básica é de estender direitos sociais; dialogar com outras políticas de governo voltadas para a promoção de direitos sociais e inclusão social. contraria a idéia de voluntariarismo e assistencialismo. Política pública deve ser reconhecida como direito, que são construídos e efetivados pelo Estado e que o cidadão deve exigir. a concepção dessa política requer a construção de um espaço articulado refletido na imagem da rede - capaz de elaborar e desenvolver ações que envolvam os vários segmentos da execução penal e que redundem na melhoria concreta dos serviços penais.
E por que pensar na forma, na concepção e na elaboração dessa política pública? O processo de pensar, formular, conceber uma política pública pode oferecer dois caminhos: o primeiro com uma concepção emancipatória (dialógica, comunicativa e participativa) e outro com uma concepção burocrática (punitiva, formal e de dominação). Dependendo de como a proposta é construída, poderá ser participativa ou não. Daí a importância da elaboração de um projeto político-pedagógico. A participação, portanto,é fundamental por garantir a gestão democrática do projeto, pois é assim que todos os envolvidos no processo estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas, como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação. Nessa perspectiva dialógica, a política pública destina-se à garantia de direitos, à emancipação das pessoas e não à sua punição, à inclusão e não à exclusão.
Proposta de rede para a formulação de políticas públicas p emancipatórias no contexto do encarceramento
Algumas iniciativas do Departamento Penitenciário Nacional - DEPEN 1. Na área de Educação Fomento na criação de Escolas de Administração Penitenciária; Alem disso, foi criada uma Matriz Curricular estabelecendo eixos básicos na formação do funcionário penitenciário; Para a população carcerária foi desenvolvido o Projeto Educando para a liberdade, cujos eixos de ação são: Diagnóstico do cenário educacional nas prisões; Capacitação dos docentes e servidores penitenciários para oferta de educação nas prisões; Desenvolvimento de material didático adequado para a realidade prisional; A partir desses resultados será desenvolvido o Plano Nacional de Educação nas Prisões Brasileiras.
2. Na área da Saúde Em dezembro de 2003 foi lançado o Plano Nacional de Saúde do Sistema Penitenciário Nacional; Os Ministérios da Justiça e da Saúde transferem recursos para dotar as Unidades Prisionais de equipamentos e instalações médicas, além do incentivo mensal para manutenção dessas instalações; Esse plano já está em funcionamento em 13 dos 27 Estados.
3. Na área da profissionalização Estão sendo executadas ações de profissionalização em parceria com entidades Para-Estatais: Serviços Sociais Autônomos Indústria e Comércio; A profissionalização desenvolvida em cada uma das prisões assistidas pelo programa foi pensada em função das demandas existentes na região onde a prisão está situada e a realidade social da pessoa beneficiada; Diversos Estados têm experiências exitosas de profissionalização com a implantação de indústrias dentro de prisões. Centro de Detenção e Ressocialização em Londrina Paraná: Indústria de Calçados
4. Na área do Controle Social Fomento para criação e fortalecimento de Conselhos da Comunidade; - Atuação de uma Comissão Nacional com representantes especialistas na área da execução penal.
Lançado em 20 de agosto de 2007, o PRONASCI prevê 94 ações integradas envolvendo vários Ministérios, órgãos não governamentais e sociedade civil; O foco principal é a redução da criminalidade por meio de integração de políticas de combate ao crime, políticas sociais e mecanismos rígidos de controle e apoio às forças policiais; Dentre as 94 ações, estão previstas a criação de 43 mil novas vagas prisionais com a construção de prisões especiais destinadas a presos na faixa etária entre 18 e 24 anos; Essas prisões terão estrutura administrativa diferenciada (salas de aula, salas de informática, espaços produtivos, etc.) e irão operar com metodologia e modelo de gestão próprios para o público carcerário jovem; O programa está iniciando nas 11 regiões metropolitanas consideradas as mais violentas do país;
Obrigada! Rosangela Peixoto Santa Rita Coordenadora-Geral de Tratamento Penitenciário do Sistema Penitenciário Federal (61) 34299363 rosangela.peixoto@mj.gov.br