A Função Manutenção e Seus Impactos no Desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial: Uma Reflexão Teórico-Analítica



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Transcrição:

A Função Manutenção e Seus Impactos no Desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial: Uma Reflexão Teórico-Analítica SOUZA, J. B. a*, SACOMANO, J. B. b a. Universidade Paulista, São Paulo PPGEP-UNIP b. Universidade Paulista, São Paulo PPGEP-UNIP * josebarrozo@gmail.com Resumo A preocupação da sociedade sobre a degradação ambiental global está levando muitas empresas à adoção de políticas ambientalmente conscientes, ou seja, empreender sustentabilidade empresarial. Nesse contexto, a função é uma estratégia utilizada na fase do ciclo de vida do produto com o propósito de prolongar a confiabilidade do sistema produtivo. Políticas proativas da função proporcionam uma vantagem competitiva, quando a meta é proteger o meio ambiente. Portanto, a filosofia da integração da função com a produção é importantes ações às empresas e academia na procura de ferramentas para avaliar os aspectos da sustentabilidade empresarial dos sistemas produtivos. Como principais resultados, este artigo apresenta uma abordagem reflexiva e objetiva para avaliar a importância da integração função e sistema produtivo, considerando a evolução das políticas da função, bem como as inter-relações dessa integração com as possibilidades do desenvolvimento da sustentabilidade empresarial (ecoeficiência) no contexto do modelo entrada-transformação-saída. Palavras-chave: Ambiental, Operações, Produção, Sustentabilidade. 1. Introdução Desde década 1990, nomeadamente, as empresas como protagonistas na sociedade têm sido pressionadas para mudar a forma de fazer negócios para integrar os princípios da sustentabilidade empresarial em suas práticas cotidianas e divulgar os seus impactos e contribuições para o desenvolvimento sustentável (KOLK et al. 2010). Assim, surgiram paradigmas alternativos para a maximização do lucro financeiro capturado em frases como o "triple bottom line", em que critérios econômicos, sociais e ecológicos de desempenho deverão ser integrados (HOPWOOD et al. 2010). A urgência e a magnitude das ameaças e riscos para a sustentabilidade global, junto com suas oportunidades, vão transformar a divulgação da sustentabilidade e transparência em um fator chave de sucesso para qualquer empresa (GRI, 2010). Com uma demanda social crescente da sustentabilidade empresarial, as empresas abraçam a importância estratégica de práticas de gestão ambiental para a vantagem competitiva (YANG et al.,

2 2010). Além disso, as empresas tendem a aumentar o seu valor de mercado quando eles anunciam que estão adotando sistemas de gestão ambiental como a ISO 14001 (JACOBS et al. 2010). A promoção da missão de desenvolvimento sustentável tem vindo a moldar a prática de todos os setores de atividade, por exemplo, incluindo o desenvolvimento de habitação para a prática sustentável, que trabalha para o equilíbrio entre o desempenho econômico, social e ambiental (XIAOLING ZHANG et al. 2011). Os estudos atuais indicam uma necessidade de integrar a gestão ambiental com a estratégia de fabrico, incluindo alguns temas, como a integração interfuncional, impacto ambiental e redução de resíduos (CHARBEL et al. 2011). Informações confiáveis sobre a disponibilidade operacional dos sistemas de produção é de grande importância para os usuários das instalações de produção complexas, especialmente quando tais instalações operam no limite da capacidade (MATTHIAS PUTZ e TINO LANGER 2012). Acompanhando as exigências das normas ambientais e o aumento da complexidade dos sistemas produtivos, ao longo das últimas décadas, a função evoluiu com o crescimento da tecnologia (ROSMAINI e SHAHRUL 2012). A função é definida como um conjunto de atividades ou tarefas utilizadas para restaurar um item para um estado em que ele pode desempenhar as suas funções designadas, com o mínimo de impacto negativo ao meio ambiente. Conforme Andrés et al. (2012), ecoeficiência é um motivo de preocupação no presente e está recebendo cada vez mais atenção nos meios políticos, acadêmicos e de negócios. Em linhas gerais, esse conceito refere-se à capacidade de criar mais bens e serviços com menor impacto sobre o meio ambiente e menos consumo de recursos naturais, envolvendo tanto o nível econômico quanto questões ecológicas. Embora as organizações tenham abraçado a retórica da sustentabilidade em seus discursos e relatórios externos, pouco se sabe sobre os processos pelos quais os sistemas de controle de gestão contribuíram para uma maior integração da sustentabilidade na estratégia organizacional (JEAN-PASCAL GOND et al. 2012). Mesmo mostrando alguma promessa, foi argumentado que o desafio da certificação é forçar as empresas a abraçar essencialmente as certificações (daí a internalizar as certificações na prática diária), não só a adotar certificações de forma simbólica (PAVEL CASTKA e DANIEL PRAJOGO 2013). Por exemplo, Ajukumar e Gandhi (2013) destacam que a qualidade dos trabalhos de e seu impacto ambiental são determinados pela utilização de energia e recursos, orientados por normas ambientais, bem como dependentes das políticas adotadas pela função e da experiência dos trabalhadores. Pesquisas sugerem que as motivações prévias para a certificação ISO 14001 podem ser um bom indicador da estratégia ambiental que uma empresa persegue. Além disso, a estratégia ambiental relaciona-se com os resultados de desempenho ambiental e práticas operacionais nas empresas (IURI GAVRONSKI et al. 2013), ou seja, o impacto das políticas proativas da função no sistema produtivo e, consequentemente, no meio ambiente são a incorporação de parâmetros ambientalmente benignos nos três níveis do modelo entrada-transformação-saida (AJUKUMAR e GANDHI 2013), portanto desenvolvendo a Sustentabilidade Empresarial. A crescente importância da do cenário industrial em evolução e os avanços tecnológicos, sobretudo os ambientais dos últimos anos, produziram o desenvolvimento de estratégias de modernas, como a baseada em condições e a preditiva (ENRICO ZIO e MICHELE COMPARE 2013). Uma questão principal de pesquisa orientou a construção deste artigo. Quais os atributos ambientais que orientam as políticas proativas da função para um mínimo impacto negativo do sistema produtivo ao meio ambiente? Ao responder a essa questão, este artigo contribui fornecendo evidências objetivas sobre como as políticas da função influenciam os resultados potenciais do sistema produtivo. Além disso, ela fornece novas evidências sobre os potenciais

3 benefícios econômicos, sociais e ambientais de esforços para o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial. As outras seções do artigo encontram-se estruturadas da seguinte forma: na seção 2, uma discussão sobre a metodologia utilizada no estudo é apresentada; na seção 3, os resultados de uma análise reflexiva são revistos; na seção 4, uma breve discussão das principais conclusões é fornecida. O artigo finaliza com conclusões e recomendações para futuras pesquisas na seção 5. 2. Métodos O objetivo principal deste ensaio teórico é apresentar, por meio de uma reflexão teórico-analítica uma nova definição mais proativa para a Função Manutenção, baseada no contexto da Gestão do Conhecimento, Gestão de Risco, Gestão da Qualidade, Relações Intraorganizacionais e Responsabilidade Social Empresarial e analisar aspectos interligados ao surgimento e à evolução do paradigma desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial. O ensaio teórico parte de pressupostos que, desde a década de 1990, a sociedade e as empresas passam por profundas e significativas mudanças, pela preocupação por novas tendências econômicas, sociais e ambientais. Para a fundamentação do ensaio teórico, a pesquisa foi apoiada no mapeamento das principais referências bibliográficas e análise da interpretação de diferentes relatórios de sustentabilidade empresarial de diferentes empresas associadas ao Instituto Ethos. A Fig. 1 apresenta, de forma esquemática, o mecanismo utilizado realizar a pesquisa, bem como responder ao problema da pesquisa: Quais os atributos ambientais que orientam as políticas proativas da função para um mínimo impacto negativo do sistema produtivo ao meio ambiente? Pesquisa bibliográfica Análise interpretativa de Relatórios de Sustentabilidade Mapeamento das referências bibliográficas Coleta de dados: Empresas associadas ao Instituto Ethos Construção do artigo Setembro 2012 Janeiro 2013 Fonte: Adaptado com base em Claudia et al. 2013. Fig. 1 Etapas gerais da pesquisa. Para classificar a pesquisa, foi tomada como base a taxonomia apresentada por Vergara (2000), que a qualifica em dois aspectos:

4 1. Quanto aos fins exploratória, porque o objetivo principal da pesquisa é esclarecer, a influência dos fatores organizacional e conceitual da integração do sistema produtivo e função na transferência de práticas de Sustentabilidade Empresarial, entendendo-se que existe pouco conhecimento acumulado e sistematizado sobre a referida integração estratégica. 2. Quanto aos meios - a pesquisa é classificada como documental e bibliográfica. Esta pesquisa se justifica pela necessidade atual e contínua da reflexão teórico-analítica no campo do gerenciamento da integração do sistema produtivo e função. Por um lado, porque o conceito teórico-analítico, aos processos do gerenciamento em questão, sobrepuja o simples conceito das práticas em campo, em primeiro plano, no entendimento do objeto de estudo, e em segundo plano, na construção da sua estrutura teórica; por outro lado; porque a integração do sistema produtivo e função consideram que o desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial tem um forte impacto da participação do capital intelectual, conforme (SVEIBY 1988), os colaboradores (pessoas) são em principio os agentes na organização. Todas as estruturas organizacionais tangíveis ou intangíveis, presentes nas empresas, são resultados das ações de seres humanos. Por conseguinte, todos dependem das ações dos seres humanos para sua existência. 3. Resultados e Discussões Busca-se de sistematizar e consolidar a revisão bibliográfica e reflexão teórico-analítica contextualizada, de maneira a ampliar o debate em curso e aprofundar o nascente campo de pesquisa. À luz desses pontos de vista divergentes, enquanto as organizações reconhecem que a sustentabilidade ambiental tem implicações para as suas posições competitivas, as empresas não são claras sobre os detalhes de implementação de práticas de gestão ambiental. Embora poucos atributos ambientais que orientam as políticas proativas da função têm sido sugeridos no mapeamento bibliográfico realizado, o artigo fornece evidências necessárias à utilização desses atributos na prática. A possibilidade de benchmarking é particularmente relevante para as empresas e organizações que operam nos mesmo setores, no mesmo país, sobretudo se estão associadas a alguma instituição ambiental com a missão de mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa, por exemplo, Instituto Ethos. Apesar do debate em curso sobre as relações entre a gestão ambiental e desempenho financeiro, a pesquisa permite observar incoerência, deixando transparecer entre as sociedades, organizações e empresas a utopia. Ao identificar possível utopia entre o binômio desenvolvimento econômico versus desenvolvimento sustentável observam-se necessidades de trabalhar com esses conflitos subjacentes a fim de encontrar soluções justas e significativas para os problemas com que nos confrontamos. A avaliação dos resultados ajuda não só a escolher uma alternativa de projeto mais adequado para um conjunto específico de requisitos e políticas de com o mínimo impacto ambiental, como também a avaliar o nível em que os aspectos de políticas proativas da podem ser incorporados ao planejamento estratégico da empresa. Além disso, os processos de e procedimentos ambientalmente benignos também têm um papel maior a desempenhar na redução do impacto ambiental, em especial com os sistemas produtivos. Facilitar a interação das operações com sistemas de por meio de interfaces intuitivas é uma vantagem competitiva em termos de tempo e custos para a indústria. Portanto, é essencial identificar as características dos três níveis do modelo entrada-transformaçãosaída, bem como os fatores que facilitam a incorporação de políticas proativas da, projetando ações sistêmicas ao sistema produtivo.

5 Os requisitos necessários à prática de políticas e estratégias proativas de, ou seja, ambientalmente consciente projeto de equipamento / características e projeto de processos ambientalmente conscientes, são destaques nas Fig. 2 e 3. Requisitos necessários à prática de políticas proativas de, como sinergia, para o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial. Projeto de sistema compatível com o meio ambiente Projeto do equipamento, incluindo características do projeto Layout da planta industrial Características de segurança Projeto de processo de ambientalmente compatível Capital intelectual Políticas e estratégias de Apoio organizacional Fonte: Adaptado com base em: Ajukumar e Gandhi 2013. Fig. 2 Requisitos necessários à prática de políticas e estratégias de proativas ambientalmente consistentes. Compreensão dos atributos ambientais que orientam as políticas proativas de tornou-se crítica, como projeto/sistema produtivo sustentável e operações eco-friendly que são atualmente a principal corrente entre as empresas e academia. A Fig. 3 mostra esses atributos, categorizados sob a forma de uma estrutura hierárquica. Todos os atributos, os quais são mostrados em retângulos sombreados na figura, podem ser cumpridos, se cuidados na fase de concepção do produto. Os outros atributos são os que podem ser cuidados durante a fase de operação de. Atributos necessários à prática de políticas proativas de, como sinergia, para o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial.

6 Compatibilidade Ambiental Eficiência Energética Saúde humana e os riscos de segurança Lubrificantes biodegradáveis e agentes de limpeza Facilidade de Regras e regulamentos Prevenção de vazamentos Lubrificantes sintéticos derivados de recursos renováveis Ventilação e iluminação adequadas Mínimos problemas com aterro Material e lubrificantes com eficiência energética Tarefas de seguras e fáceis Adaptabilidade durante a Sistema de gestão da Utilização de lubrificantes não tóxicos e solventes Políticas de tratamento de resíduos Redução de viagens desnecessárias de fácil transporte Material com longevidade Fonte: Adaptado de: Ajukumar e Gandhi 2013. Fig. 3 Atributos necessários à prática de políticas e estratégias de proativas ambientalmente consistentes. 4. Conclusões e recomendações Interesses acadêmicos nos estudos da implementação de políticas proativas da função, sobretudo quando relacionadas ao desenvolvimento do paradigma sustentabilidade empresarial (ecoeficiência) aumentaram significativamente nos últimos anos. Implementação de políticas proativas da função em uma organização representa uma oportunidade competitiva para muitas empresas, que procuram ajustar os seus sistemas produtivos no contexto triple bottam line.

7 4th International Workshop Advances in Cleaner Production Academic Work Como salientamos no início cio do item 2 deste artigo, o objetivo foi apresentar, por meio de uma reflexão teórico-analítica, uma nova definição mais proativa para a Função Manutenção, baseada no contexto da Gestão do Conhecimento, Gestão de Risco, Gestão da Qualidade, Relações Intraorganizacionais e Responsabilidade Social Empresarial e analisar aspectos interligados ao surgimento surgime e à evolução do paradigma desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial, Empresarial, com a finalidade de contribuir para o debate teórico e orientar futuros trabalhos no campo da gestão integrada. A Fig. 4 apresenta a espiral da melhoria contínua, no que tange ao o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial, por meio da integração função e processos. Análise Crítica Integração Manutenção Planejamento e Processos Verificação Melhoria Contínua & Sustentabilidade Empresarial Políticas proativas de Fonte: Adaptado pelos autores com base no no mapeamento da literatura pesquisada 2013. Fig. 4 Espiral da melhoria contínua por meio da integração e processos como sinergia para o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial. empresarial Como conclusão, o artigo apresenta uma nova definição definição para a Função Manutenção: o desenvolvimento contínuo de tarefas sistemáticas, coordenadas, econômicas e com implementos mais proativos por meio da implementação das relações intraorganizacionais de modo a desenvolver a otimização nos três níveis do modelo entrada-transformação-saída. entrada No geral, este artigo contribui para uma abordagem reflexiva e objetiva no âmbito âmb da avaliação, no que tange à importância da implementação de políticas proativas proativas da função aos sistemas produtivos de diferentes empresas que buscam mitigar as degradações ao meio ambiente, gerando uma sinergia para o desenvolvimento da sustentabilidade empresarial. empresarial Este artigo ressalta que a estratégia para um projeto de produto não deve ser centrada apenas na funcionalidade, mas também deve levar em conta questão importante, importante como a compatibilidade STRATEGIES São Paulo Brazil May 22nd to 24th - 2013

8 ambiental, durante a escolha da política ótima de, além de avaliar a estratégica das operações relacionadas às exigências do posicionamento do mercado. Portanto, é necessário que durante a seleção de tarefas de, diretrizes ambientais sejam seguidas. Dessa forma, a política de habilitada e operações podem trazer consideráveis reduções no consumo de energia e geração de resíduos durante as tarefas de, o que ajudará no desenvolvimento de produtos sustentáveis permitindo a geração futura sobreviver e prosperar, ou seja, gera sinergia para o desenvolvimento da Sustentabilidade Empresarial (ecoeficiência). Enfim, considera-se que os pontos analisados foram capazes de subsidiar os autores deste artigo no que se refere à resposta da pergunta de pesquisa: Quais os atributos ambientais que orientam as políticas proativas da função para um mínimo impacto negativo do sistema produtivo ao meio ambiente? Nesse sentido, consideramos que o problema de pesquisa foi respondido. Com base nas reflexões apresentadas neste artigo, os autores sugerem os seguintes tópicos para futuros trabalhos, pois são inúmeras as possibilidades para futuras pesquisas nesta área. Por exemplo, pesquisas futuras podem ir além da análise de conteúdo dos relatórios independentes de sustentabilidade no contexto triple bottom line. A divulgação de indicadores sobre sites corporativos, em relatórios anuais, e em outras formas, poderia ser explorada. Mais pesquisas são necessárias para identificar as interações entre função e operações, no que tange ao desenvolvimento da sustentabilidade empresarial, a fim de estabelecer as relações causa-efeito, bem como investigar os pontos fortes do relacionamento que ajudam a manter ou melhorar a produtividade da empresa. Por fim, sugerimos um estudo nas pequenas empresas, pois elas não têm recebido atenção suficiente nem estão representadas em nosso estudo. Além disso, a integração entre sistema produtivo e função, no contexto da cultura organizacional e da sustentabilidade empresarial, vai exigir uma maior exploração no âmbito de uma pequena empresa. Referências Andrés J. Picazo-Tadeo, Mercedes Beltrán-Esteve, José A. Gómez-Limón. 2012. Assessing ecoefficiency with directional distance functions. European Journal of Operational Research 220, 798 809. Ajukumar V. N., Gandhi O. P. 2013. Evaluation of green maintenance initiatives in design and development of mechanical systems using an integrated approach, Journal of Cleaner Production (2013), doi: 10.1016/j.jclepro.2013.01.010. Charbel José Chiappetta Jabbour, Eliciane Maria da Silva, Ely Laureano Paiva, Fernando Cesar Almada Santos. 2011. Environmental management in Brazil: is it a completely competitive priority? Journal of Cleaner Production xxx, 1-12.

9 Claudia de O. Melo; Daniela S. Cruzes; Fabio Kon; Reidar Conradi, 2013. Interpretative case studies on agile team productivity and management. Information and Software Technology 55, 412-427. Enrico Zio, Michele Compare. 2013. Evaluating maintenance policies by quantitative modeling and analysis. Reliability Engineering and System Safety 109, 53 65. Gri, 2010. Sustainability reporting guidelines. Available in: www.globalreportinginitiative.org. Access in: Janeiro 2013. Instituto Ethos: www.ethos.org.br acessado em 20/01/2013. Iuri Gavronski, Ely L. Paiva, Rafael Teixeira, Marta Cleia Ferreira de Andrade. 2013. ISO 14001 certified plants in Brazil e taxonomy and practices. Journal of Cleaner Production 39, 32-41. Jacobs, B. W., Singhal, V. R., Subramanian, R., 2010. An empirical investigation of environmental performance and the market value of the firm. Journal of Operations Management 28 (5), 430-441. Jean-Pascal Gond, Suzana Grubnic, Christian Herzig, Jeremy Moon. 2012. Configuring management control systems: Theorizing the integration of strategy and sustainability. Management Accounting Research 23 (2012) 205 223. Kolk A. et al., 2010. CSR in China: analysis of domestic and foreign retailers sustainability dimensions. Business Strategy and the Environment 19, 89-303. Matthias Putz, Tino Langer. 2012. Determination of extended availability and productivity for assembly systems using existing data base. CIRP Annals - Manufacturing Technology 61, 17 20. Pavel Castka, Daniel Prajogo. 2013. The effect of pressure from secondary stakeholders on the internalization of ISO 14001. Journal of Cleaner Production (2013), doi: 10.1016/ j.jclepro.2012.12.034. Rosmaini Ahmad, Shahrul Kamaruddin. 2012. An overview of time-based and condition-based maintenance in industrial application. Computers & Industrial Engineering 63, 135 149. Sveiby, K. E. A nova riqueza das organizações: gerenciando e avaliando o patrimônio do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1988. Vergara, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2000. Xiaoling Zhang, Liyin Shen, Yuzhe Wu. 2011. Green strategy for gaining competitive advantage in housing development: a China study. Journal of Cleaner Production 19, 157-167. Yang, C. L., Lin, S. P., Chan, Y. h., Sheu, C., 2010. Mediated effect of environmental management on manufacturing competitiveness: an empirical study. International Journal of Production Economics 123 (1), 210 220.