Programa Multicêntrico de qualificação em Atenção Domiciliar a Distância



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Transcrição:

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Programa Multicêntrico de qualificação em Atenção Domiciliar a Distância 2

GUILHERME EMANUEL BRUNING MAURO BINZ KALIL SATI JABER MAHMUD UNIDADE 7 AVALIAÇÃO E MANEJO DOMICILIAR DA DISPNEIA São Luís 2013 3

Programa Multicêntrico de qualificação em Atenção Domiciliar a Distância 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Reitor Natalino Salgado Filho Vice-reitor Antonio José Silva Oliveira Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Fernando de Carvalho Silva CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - UFMA Diretora Nair Portela Silva Coutinho 5

Programa Multicêntrico de qualificação em Atenção Domiciliar a Distância Copyright @ UFMA/UNASUS, 2011. Todos os direitos reservados à Universidade Federal do Maranhão. Créditos: Universidade Federal do Maranhão - UFMA Universidade Aberta do SUS - UNASUS Praça Gonçalves Dias, Nº 21, 1º andar, Prédio de Medicina (ILA) da Universidade Federal do Maranhão - UFMA Designer instrucional: Cácia Samira de Sousa Campos. Normalização: Bibliotecária Eudes Garcez de Souza Silva. CRB 13a Região, Nº de Registro 453. Revisão de conteúdo: Leonardo Cançado Monteiro Savassi, Mariana Borges Dias. Revisão ortográfica: João Carlos Raposo Moreira. Revisão técnica: Ana Emília Figueiredo de Oliveira, Edinalva Neves Nascimento, Eurides Florindo de Castro Júnior, Renata Ribeiro Sousa. Universidade Federal do Maranhão. UNASUS/UFMA Intercorrências agudas no domicílio: dispnéia/guilherme Emanuel Bruning; Mauro Binz Kalil; Sati Jaber Mahmud (Org.). - São Luís, 2013. 15f. : il. 1. Atenção à saúde. 2. Atenção domiciliar. 3. Cuidados domiciliares. 4. Tratamento. 5. UNASUS/UFMA. I. Savassi, Leonardo Cançado Monteiro. II. Dias, Mariana Borges. III. Título. 616-08 6

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 2 DISPNEIA: como avaliar?... 11 2.1 Como diagnosticar... 12 2.2 Formas de manejo da dispneia... 13 2.3 Quando referenciar... 13 REFERÊNCIAS... 15 7

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Avaliação e manejo de casos de dispneia APRESENTAÇÃO Caro (a) aluno (a), Nesta unidade, estudaremos sobre os principais agentes causadores da dispneia. O objetivo é contribuir para sua conduta profi ssional, de forma que você saiba identifi car sintomas, causas e condutas na avaliação e manejo da patologia. Assim, exploraremos aspectos sobre como proceder mediante o diagnóstico e as medidas para prevenção e tratamento, compreendida como sintoma que se manifesta pela difi culdade ou desconforto em respirar. A dispneia está relacionada a diversas doenças, principalmente as que acometem os sistemas cardiológico e respiratório. Apontaremos, também, as principais estratégias e intervenções no atendimento em domicílio. Atente-se para a importância da avaliação inicial e investigação da provável causa do quadro de dispneia. Bons estudos! 9

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1 INTRODUÇÃO Várias são as patologias possíveis de promover dispneia, porém poucos dados epidemiológicos especifi cam apenas este sintoma. É situação comum em pacientes com doença terminal avançada, sendo um dos três principais sintomas mais comumente referidos pelos pacientes com câncer terminal nos últimos seis meses de vida, segundo revisão sistemática que avaliou prevalência de 11 sintomas em pacientes deste grupo (SOLANO, Gome e HIGGINSON, 2006). Dispneia é o termo usado para caracterizar uma sensação subjetiva de falta de ar. A relação de nível de dispneia (grau de severidade) varia entre indivíduos de forma importante. Pode resultar de condições que aumentam o mecanismo de esforço respiratório (MCPHEE e PAPADAKIS, 2010). 2 DISPNEIA: como avaliar? Paciente com alterações de sinais vitais, podendo apresentar-se com taquipneia ou bradipneia, cianose, suor frio, alteração comportamental e fala entrecortada. Veja a seguir exemplos de patologias que devem ser observadas diante de um quadro de dispneia: 11

Programa Multicêntrico de qualifi cação em Atenção Domiciliar a Distância (Adaptado com informações do Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Domiciliar 2, 2012) 2.1 Como diagnosticar Dispneia severa com instalação rápida deve ser direcionado ao diagnóstico para patologias como TEP, pneumotórax, ou disfunção ventricular. Se tosse e febre estiverem ocorrendo, a doença pulmonar de origem infecciosa pode estar presente, apesar de miocardites, pericardites e embolo séptico também terem apresentação semelhante. Dor torácica que precede dispneia deve levantar suspeita forte para doença isquêmica cardíaca (MCPHEE e PAPADAKIS, 2010). Quando o paciente refere dispneia proeminente, com pouco ou nenhuma alteração de sinais, as causas não cardíacas devem ser consideradas, como: anemia, acidose metabólica ou mesmo doenças psiquiátricas. 12

2.2 Formas de manejo da dispneia Após a realização dessas estratégias de manejo, normalmente será necessária a complementação diagnóstica com exames fora do ambiente domiciliar, na maioria dos casos. A instalação de oxigênio durante a avaliação poderá ser realizada até a defi nição de hipótese diagnóstica. Deve-se apenas atentar para pacientes reconhecidamente ou possivelmente hipercapneicos. Situações em que se esteja tratando terminalidade e o falecimento seja eminente, e já previamente discutido com a família, pode-se pensar em medidas de conforto; nestes casos, é opção o manejo domiciliar, podendo providenciar uso de opioides e acesso à oxigenioterapia domiciliar para alívio da sintomatologia (SERA e MEIRELES, 2008). 2.3 Quando referenciar Dispneia aguda demanda deslocamento para atendimento de urgência/emergência. 13

Programa Multicêntrico de qualifi cação em Atenção Domiciliar a Distância Resumo do Conteúdo Nesta unidade, estudamos que dispneia é um termo subjetivo para caracterizar a falta de ar. Discutimos as causas mais frequentes e como manejar o paciente, avaliando os seus sinais vitais, realizando anamnese e exame físico, e direcionando solicitação de exames diagnósticos, conforme cada caso. Não se esqueça: A dispneia aguda demanda deslocamento para atendimento de urgência/emergência. Analisar os sintomas e queixas do seu paciente durante a anamnese, pois esses fatores são fundamentais para a identifi cação de causas e, por sua vez, para a construção de diagnóstico. Vale ressaltar que o cansaço e a falta de ar são sintomas semelhantes e, por isso, o paciente pode não conseguir diferenciálos. Porém, de acordo com os estudos, o profi ssional pode perceber distinções. Compartilhe estes saberes em sua atuação, contribuindo para o bemestar de sua comunidade de trabalho. Precisamos agregar ao máximo nossos conhecimentos! 14

REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Caderno de atenção domiciliar. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. 2.v. 101p. MCPHEE, S.J.; PAPADAKIS, M.A. Common Symptom-Dyspnea. In: Current Medical Diagnosis & Treatment. 49.ed. McGrawHill Companies, 2010. p 24-26. SOLANO, J.P.; GOME, B.; HIGGINSON, I.J. A comparison of symptom prevalence in far advanced cancer, AIDS, heart disease, chronic obstructive pulmonary disease and renal disease. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/search. Acesso em: 11 de junho de 2013. SERA, C.T.N.; MEIRELES, M.H.C. Dispneia em Cuidados Paliativos. Cremesp, 2008. p 410-415. 15

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