COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO PROGRAMA DE MELHORIAS PARA ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO GRUPO DE TRABALHO (GT) - LOGÍSTICA



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Transcrição:

COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO PROGRAMA DE MELHORIAS PARA ALVENARIA DE VEDAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO GRUPO DE TRABALHO (GT) - LOGÍSTICA

ÍNDICE LISTA DE FIGURAS...3 HISTÓRICO...5 1. INTRODUÇÃO...6 2. ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS...8 2.1. ESPECIFICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO... 8 2.2... ESPECIFICAÇÃO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO... 8 3. INFORMAÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS NO PROJETO PARA ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA...10 3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO PROJETO... 10 3.2 ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA DOS MATERIAIS... 11 4. SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATERIAIS...13 5. CONTROLE DA QUALIDADE NO RECEBIMENTO DE MATERIAIS...14 5.1 RECEBIMENTO E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA... 14 5.2 VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA... 18 5.3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO PREVISTOS EM NORMA...26 5.4 CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO...26 6. ARMAZENAMENTO...29 6.1 ARMAZENAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO... 29 6.2 ARMAZENAMENTO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA... 29 7. PLANEJAMENTO LOGÍSTICO...30 7.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO... 33 7.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL... 34 7.3 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO DE PRODUÇÃO... 60 8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA...65 2

LISTA DE FIGURAS FIGURA 01 ETAPAS ANALISADAS NO MANUAL...6 FIGURA 02 ESPECIFICAÇÃO PARA COMPRA...8 FIGURA 03 SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES...13 FIGURA 04 CONTROLE DA QUALIDADE DO RECEBIMENTO...14 FIGURA 05 FOTOS DE FRATURA EM BLOCO DE CONCRETO...19 FIGURA 06 FOTOS DE BLOCOS DEFEITUOSOS...19 FIGURA 07 EXEMPLOS DE INSPEÇÃO DE MEDIDAS DE BLOCOS DE CONCRETO...24 FIGURA 08 EXEMPLOS DE INSPEÇÃO DE MEDIDAS DE BLOCOS DE CONCRETO...25 FIGURA 09 ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DO MATERIAL...29 FIGURA 10 NÍVEIS ESTRATÉGICOS LOGÍSTICOS...31 FIGURA 11 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL...35 FIGURA 12 - DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CANTEIRO...36 FIGURA 13 CAMINHÃO ABASTECENDO SILO DE ARGAMASSA EM OBRA...38 FIGURA 14 CRONOGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS TRANSPORTES HORIZONTAIS E VERTICAIS...41 FIGURA 15 TRANSPORTE MANUAL DE BLOCOS DE CONCRETO...43 FIGURA 16 TRANSPORTE MANUAL DE BLOCOS DE CONCRETO...44 FIGURA 19 TRANSPORTE DE CAMINHÃO DE BLOCOS DE CONCRETO...48 FIGURA 20 TIPOS DE ARGAMASSA PARA ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL...52 FIGURA 21 FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE ARGAMASSA NO CANTEIRO...53 FIGURA 22 FLUXOGRAMA DOS PROCESSOS DA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA...56 FIGURA 23 SILOS DE ARGAMASSA NA OBRA...57 FIGURA 24 TIPOS DE PREPARO DAS MISTURAS DE ARGAMASSA PARA ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL...59 FIGURA 25 UTILIZAÇÃO EM OBRA...60 3

FIGURA 26 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO OPERACIONAL DA ALVENARIA SEM FUNÇÃO ESTRUTURAL NO CANTEIRO...61 4

HISTÓRICO Este relatório foi digitado e ilustrado por membros dos grupos de trabalho. Não tem uma formatação final e não foi revisado gramaticalmente. Pedimos a todos os leitores que colaborem com o aperfeiçoamento deste material, enviando suas sugestões, críticas e colaborações (especialmente nas ilustrações) ao coordenador e relator deste trabalho. Antecipadamente nos desculpamos e agradecemos. Este relatório é a conclusão dos trabalhos do grupo de logística, que faz parte do programa elaborado pela Comunidade da Construção de Campinas, com base nas respostas da pesquisa realizada com 25 construtoras da cidade. Baseado nestas respostas, foi detectada uma grande preocupação com a aquisição, recebimento e movimentação dos materiais utilizados em obra. Assim, foram estudadas as melhores práticas construtivas utilizadas nestas atividades. 5

1. INTRODUÇÃO Para garantir a qualidade na aquisição e recebimento de materiais, deve-se considerar o envolvimento dos diversos departamentos da empresa relacionados com essa atividade: departamentos de projetos e de compras e a obra. A qualidade na aquisição e recebimento visa integrar as seguintes etapas (SOUZA; MEKBEKIAN, 1996): especificação técnica para compra dos produtos; seleção e avaliação de fornecedores de materiais; controle no recebimento dos materiais em obra; controle no armazenamento e transporte dos materiais. PROJETOS AQUISIÇÃO LOGÍSTICA Especificação para Compra Seleção e Avaliação de Fornecedores Controle e Registro da Qualidade do Recebimento Armazenamento de Materiais Utilização do Material em Obra Figura 01 Etapas analisadas no manual A figura 01 ilustra as etapas principais analisadas para a elaboração deste manual. Ao fazer as especificações técnicas para a compra do produto, as mesmas devem ser claras, com requisitos bem definidos e documentados, garantindo que o pessoal de compras tenha uma comunicação eficiente com os fornecedores para reduzir eventuais desentendimentos. Especificações de materiais detalhadas permitem uma cotação de preço objetiva entre vários fornecedores, que resulta na escolha de fornecedores qualificados e capacitados. A escolha 6

dos fornecedores deve estar baseada em preço, prazo de entrega e conformidade dos produtos às normas relativas ao produto especificado. Durante a aquisição de materiais, as informações referentes à especificação e ao controle de recebimento dos materiais em obra devem ser documentadas e disponíveis em formulários simples e de manuseio fácil. Estes documentos irão compor o acervo técnico da empresa, auxiliando na tomada de decisões em escritório e na obra (SOUZA; MEKBEKIAN, 1995). O material já adquirido e entregue na obra, obrigatoriamente deve passar pelo controle de recebimento, que fará os registros da conformidade do produto. Estes registros somados às observações levantadas pelo pessoal da obra em relação ao prazo de entrega e o desempenho do material durante a execução, fornecerão subsídios para a melhoria contínua de todas as etapas. Portanto, as etapas envolvidas na aquisição e recebimento de materiais devem ser avaliadas periodicamente. 7

2. ESPECIFICAÇÃO DE MATERIAIS Neste item são apresentadas considerações para a especificação de materiais na compra com fornecedores (figura 02). PROJETOS AQUISIÇÃO LOGÍSTICA Especificação para Compra Seleção e Avaliação de Fornecedores Controle e Registro da Qualidade do Recebimento Armazenamento de Materiais Utilização do Material em Obra Figura 02 Especificação para compra 2.1 ESPECIFICAÇÃO DE BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO Os blocos de concreto simples para alvenaria de vedação devem cumprir as disposições da norma NBR 7173 Blocos vazados de concreto simples para alvenaria sem função estrutural Especificação. 2.2 ESPECIFICAÇÃO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA PARA EFEITO DE AQUISIÇÃO As argamassas industrializadas para assentamento de blocos de concreto devem atender às disposições da norma NBR 13281 Argamassa industrializada para assentamento de paredes e revestimentos de paredes e tetos Especificação. 8

Dica: No caso do material não ter certificado de conformidade, o comprador deverá verificar se o mesmo segue os ensaios mínimos previstos pela norma NBR. No caso da empresa fornecer o certificado de conformidade do material (emitido por órgão credenciado e acreditado), este deve ser renovado pela empresa fornecedora a cada quatro meses, a fim de assegurar a qualidade dos produtos e manter os dados do fornecedor atualizados no cadastro da empresa. Dica: Para se proceder à qualificação dos fornecedores, antes da primeira compra, deve-se exigir do fabricante o certificado de ensaio comprovando a conformidade do produto aos requisitos da norma. 9

3. INFORMAÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS NO PROJETO PARA ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA Neste item são apresentadas considerações para a elaboração do pedido de compra dos materiais. 3.1 ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS NO PROJETO 3.1.1 BLOCOS DE CONCRETO Na especificação deverão constar as seguintes informações: Todas as dimensões nominais do bloco; Tipo do bloco (canaleta, jota, etc.); Resistência característica à compressão do bloco (MPa); Solicitação do laudo de ensaio do lote (quando fornecedor não certificado); Local de entrega; Forma de entrega (pallets, etc.); Programação de entrega; Norma técnica pertinente (NBR 7173 blocos de vedação). Uma vez de posse da especificação, o pessoal de compras deverá elaborar o pedido de compra, que será encaminhado para o fornecedor de blocos. Dica: Especialistas da área recomendam que o valor para a resistência característica à compressão deve estar em torno de 3,5 MPa. 10

3.1.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA De acordo com a classe da argamassa, as especificações devem incluir: Resistência à Compressão (MPa); Teor de ar incorporado (%); Retenção de água (%). 3.2 ELABORAÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA DOS MATERIAIS 3.2.1 PEDIDO DE COMPRA PARA BLOCOS DE CONCRETO No pedido de compra deverão constar as seguintes informações: Dimensões nominais dos blocos (por tipo, conforme projeto de alvenaria ver Manual do Grupo de Trabalho - Projeto de Alvenaria de Concreto); Observação de que os blocos deverão atender aos requisitos previstos na NBR 7173 ; Resistência à Compressão (MPa) prevista; Quantidade de blocos; Preço Unitário; Preço Total; Endereço de entrega; Data e horário de entrega; Forma de entrega ( pallets, embalagens, etc); 11

Se a descarga está ou não incluída no fornecimento. Em caso afirmativo, o pedido deve ter um aviso esclarecendo que os blocos quebrados no ato da descarga deverão ser repostos pelo fornecedor. Aviso esclarecendo que os blocos serão ensaiados de acordo com os critérios previstos no item 6.1.1 deste manual. Dica: Se possível, no pedido deverá constar o nome do responsável pelo recebimento e pelas inspeções visuais na data prevista. 3.2.2 PEDIDO DE COMPRA PARA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA Neste pedido de compra deverão constar as seguintes informações: Quantidade de argamassa a ser entregue; Classe da Argamassa ( Segundo a NBR 13281); Preço unitário; Preço Total; Endereço de entrega; Data e horário de entrega; Forma de entrega (sacos, silos, etc). Dica: A argamassa deverá ser ensaiada em obra quanto às suas condições visuais, destacando que os lotes considerados inadequados para o recebimento serão devolvidos ao fornecedor para reposição ou desconto no pagamento. Esta cláusula deverá constar em contrato de compra do material. Dica: Verificar se a descarga está ou não incluída no fornecimento. 12

4. SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES DE MATERIAIS Neste item são apresentadas considerações para a seleção e avaliação de fornecedores de materiais (figura 03). PROJETOS AQUISIÇÃO LOGÍSTICA Especificação para Compra Seleção e Avaliação de Fornecedores Controle e Registro da Qualidade do Recebimento Armazenamento de Materiais Utilização do Material em Obra Figura 03 Seleção e avaliação de fornecedores A avaliação de fornecedores durante o recebimento de materiais deve ser realizada para certificar a qualidade do fornecimento e garantir a manutenção do histórico dos fornecedores. Esta avaliação se inicia com uma seleção prévia (se for o primeiro fornecimento de blocos ou argamassa) e uma avaliação do fornecimento ao longo dos contratos realizados. Dica: Sugere-se também que o comprador visite as instalações do fornecedor para fazer uma avaliação da capacidade de produção do mesmo e da qualidade dos materiais produzidos. Os meios e os critérios para tal verificação deverão ser estabelecidos no pedido de compra e/ou no contrato de fornecimento. 13

5. CONTROLE DA QUALIDADE NO RECEBIMENTO DE MATERIAIS Neste item são apresentadas considerações para o controle da qualidade dos materiais em obra (figura 04). PROJETOS AQUISIÇÃO LOGÍSTICA Especificação para Compra Seleção e Avaliação de Fornecedores Controle e Registro da Qualidade do Recebimento Armazenamento de Materiais Utilização do Material em Obra Figura 04 Controle da qualidade do recebimento 5.1 RECEBIMENTO E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA 5.1.1 RECEBIMENTO EM OBRA Deve-se considerar os seguintes aspectos no recebimento dos materiais em obra: No caso dos blocos de concreto, na nota fiscal (NF) deve constar a resistência à compressão prevista, bem como a data de fabricação dos lotes, objeto da entrega; Para a argamassa industrializada, na NF deve constar a classe da argamassa segundo NBR 13281, bem como a data de fabricação e a validade dos lotes objeto da entrega; A inspeção e recebimento dos blocos e/ou da argamassa cabe à pessoa designada para a verificação do cumprimento das especificações descritas no pedido de compra. 14

Dica: Sugere-se providenciar infra-estrutura para recebimento dos materiais (planejamento do canteiro, rampas, local adequado para carregamento e descarregamento ver item 7.2.2 deste manual). O descarregamento pode ser realizado com grua, carrinho hidráulico ou outra forma conveniente, dependendo do tipo da material, ou seja, blocos, argamassa em sacos, ou silos, etc. 5.1.2 FORMAÇÃO DE LOTES/ AMOSTRAGEM 5.1.2.1 Blocos de Concreto Para efeito de formação de lotes de blocos de concreto, deve-se levar em conta o tipo de inspeção/ensaio que será realizado, ou seja: a) Lote para inspeção visual (ver item 5.2.1) Nesse caso, o lote é o próprio caminhão recebido (aproximadamente 1000 blocos); b) Lote para verificação das dimensões e ensaios laboratoriais (ver itens 5.2.1.3 e 5.3.1), levando-se em conta as seguintes condições: Para lotes de até 10.000 blocos a amostra mínima (a) será de 10 blocos (a = 10 blocos). 15

Para lotes maiores que 10.000 blocos, a amostra mínima (a) deverá ser calculada segundo a fórmula a seguir: a = 10 + a1, sendo: a1 = N / 10.000 a1 = parte inteira do quociente N = número de blocos do lote Dica: Especialistas recomendam que o lote definido deve ser igual a capacidade de produção por turno e por máquina do fabricante, respeitando-se o teto máximo de 10.000 blocos. 5.1.2.2 Argamassa Industrializada a) Argamassa em Sacos O tamanho do lote deve ser acordado entre fabricante e cliente e deve ser objeto de contrato. Na falta desse acordo, pode ser considerado um lote a quantidade de argamassa, de cada tipo e fabricante, de mesma data de fabricação. Uma vez estabelecido o tamanho, a amostragem deve ser feita para cada lote. Essa amostragem é feita, com uma amostra mínima de 50Kg, dividida em duas 16

partes aproximadamente iguais, identificadas e acondicionadas hermeticamente, para não perder as características. Um dos exemplares é usado para realização dos ensaios previstos em norma e o outro deve ser reservado para eventual comprovação de resultados. b) Argamassa dosada em obra, pré massa de caçamba e/ou central dosadora O tamanho do lote deve ser de no máximo 200 toneladas para cada classe de argamassa. A amostra consiste na quantidade de argamassa preparada com um saco de cimento, quantificando os outros componentes em função do traço escolhido para a aplicação pretendida. DICA: Deve ser reservada igual porção de materiais componentes da argamassa como testemunho para ensaios comprobatórios. Alternativamente, podem ser registradas todas as informações sobre os materiais empregados na preparação da argamassa, incluindo marca, tipo, procedência, lote de fabricação e outras informações de interesse, que possibilitem a realização de ensaios comprobatórios, caso necessários, com os mesmos materiais dosados na mesma proporção. DICA: Deve ser informado ao laboratório responsável pela realização dos ensaios de argamassa: a composição e sua porcentagem dos materiais componentes, a dosagem de água, bem como a forma de mistura utilizada. 17

5.2 VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS EM OBRA 5.2.1 INSPEÇÃO VISUAL E VERIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 5.2.1.1 BLOCOS DE CONCRETO Antes da descarga do caminhão, recomenda-se realizar uma inspeção visual do lote sendo recebido. Essa inspeção tem por objetivo detectar a presença de defeitos (ver exemplos de defeitos nas figura 05 e figura 06 a seguir), os quais podem fornecer uma rápida e eficiente conclusão a respeito da qualidade do lote a ser descarregado. Deve ser verificada a presença dos seguintes aspectos: Peças quebradas; Arestas vivas sem a presença de trincas; Fraturas; Superfícies e arestas irregulares; Deformações; Falta de homogeneidade. 18

Figura 05 Foto de fratura em bloco de concreto Figura 06 Foto de blocos defeituosos 19

Uma vez realizada a avaliação do lote (um caminhão = aproximadamente 1.000 blocos) segundo esse critério, caso sejam identificados 10 (dez) ou mais blocos com quaisquer dos defeitos acima, recomenda-se rejeitar o lote. IMPORTANTE: Esse critério deve ser objeto de negociação prévia com o fornecedor e constar no contrato/pedido de fornecimento. OBS.: Ver fluxograma para a realização de inspeções e ensaios para blocos sugerido no Anexo I. Dica: No caso de blocos aparentes (que não receberão revestimento), a inspeção também deverá contemplar a presença de pequenas lascas ou imperfeições na face que ficará exposta. Dica: A quebra de muitas peças no ato da descarga pode denotar blocos com cura deficiente ou resistência mecânica insuficiente. 5.2.1.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA (SACOS) As argamassas fornecidas em sacos devem ter impressas, de forma bem visível, as seguintes informações, além das eventuais disposições legais vigentes: nome do fabricante; designação normalizada do produto; massa líquida de produto contida na embalagem; 20

indicação do tipo de argamassa (por exemplo: assentamento; múltiplo uso, revestimento interno ou externo, assentamento estrutural); composição qualitativa e quantitativa de água a ser incorporada ao produto, expressa em litros; data de fabricação e validade do produto; tempo de mistura e maturação, conforme NBR 13276; informações sobre o armazenamento do produto; tempo de utilização do produto. Além das informações mencionadas anteriormente, deve também ser realizada uma inspeção visual para checar as condições dos sacos, avaliando-se o estado de conservação dos mesmos (Por exemplo: alteração da embalagem, rasgos, violação, mudança de cor, pontos de umidade, argamassa com coloração amarelada e argamassa empedrada). Dica: A argamassa recebida em sacos deve ser vistoriada e dependendo do que foi acordado e constante do contrato, poderá ser recusada pelo cliente, caso o caminhão do fornecedor não tenha uma lona protetora. 21

5.2.1.3 VERIFICAÇÃO DAS DIMENSÕES PARA BLOCOS DE CONCRETO Uma vez aceito o lote de blocos através da inspeção visual (ver item 5.2.1.1), os blocos deverão ser avaliados segundo às suas dimensões (ver figura 07 e figura 08 a seguir). Para efeito dessa avaliação durante o recebimento, seguem na tabela 01 as dimensões reais dos blocos de concreto, de acordo com a norma NBR 7173. Tabela 01 Dimensões reais Designação Largura Altura Comprimento 19 19 39 (Blocos de 20 cm 19 19 29 nominais) 19 19 19 M-20 19 19 9 19 9 19 14 19 39 (Blocos de 15 cm 14 19 34 nominais) 14 19 29 M-15 14 19 19 9 19 39 (Blocos de 10 cm 9 19 29 nominais) 9 19 19 M-10 9 19 14 9 19 9 9 9 19 22

Todos os blocos da amostra terão verificadas as dimensões, que devem atender à tabela com tolerância de 3 mm para mais e 2 mm para menos (+ 3 mm e - 2 mm). Quanto à espessura das paredes dos blocos, o lote será aceito caso a inspeção na amostra de dez unidades encontre, no máximo, uma unidade defeituosa, considerando a espessura mínima de 15 mm e uma tolerância de 3 mm para mais e 2 mm para menos (+ 3 mm/ - 2 mm). Deve-se ainda verificar o esquadro dos blocos. OBS.: Ver detalhes de exemplo da verificação na figura 07 e figura 08. 23

Figura 07 Exemplos de inspeção de medidas de blocos de concreto 24

Figura 08 Exemplos de inspeção de medidas de blocos de concreto 25

5.3 ENSAIOS DE LABORATÓRIO PREVISTOS EM NORMA 5.3.1 BLOCOS DE CONCRETO Segundo a NBR 7173, nos blocos de concreto da amostra selecionada segundo os critérios mencionados no item 5.1.2.1, deverão ser realizados os seguintes ensaios: Resistência à Compressão Absorção de Água 5.3.2 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA Segundo a NBR 13281, para a argamassa industrializada deverão ser realizados os seguintes ensaios: Resistência à compressão (NBR 13279) Retenção de água (NBR 13277) Densidade de massa no estado fresco (Teor de ar incorporado NBR 13278) Dica: A Norma NBR 13281 recomenda também os seguintes ensaios: densidade de massa aparente no estado endurecido (NBR 13280); resistência à tração na flexão (NBR 13279); resistência potencial de aderência à tração (Projeto de Norma 18:400.04-007); coeficiente de capilaridade (Projeto de Norma 18:400.04-009). 5.4 CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO 5.4.1 BLOCOS DE CONCRETO 26

Segundo a NBR 7173, os blocos de concreto deverão atingir os seguintes valores para serem aceitos: Resistência à compressão - Mínimo = 2,0 MPa Dica: Embora a norma NBR 7173 recomende uma resistência à compressão de no mínimo 2,0 MPa (média de 2,5 MPa) para blocos de vedação, especialistas recomendam que o bloco apresente no mínimo 3,5 MPa. Absorção de água - máxima = 10% Dica: Analogamente ao exposto na dica anterior, especialistas recomendam que a absorção seja no máximo 7%. Dica: Caso os blocos sejam destinados à alvenaria não exposta às intempéries ou não venham a ter contato com umidade, não serão necessários os ensaios de absorção. Dica: Os ensaios mencionados (resistência e absorção) são feitos normalmente depois que os blocos já foram aplicados na obra. Dessa forma, tais ensaios servem muito mais para avaliação do lote e do fornecedor do que para aceitação ou rejeição do lote. 5.4.2 Argamassa Industrializada Para o requisito resistência à compressão, a norma NBR 13281 divide as argamassas industrializadas em classes de P1 a P6. Analogamente, para os 27

requisitos de retenção de água e teor de ar incorporado, a norma classifica as argamassas de U1 a U6 e D1 a D6, respectivamente. Neste sentido, cada classe de argamassa deverá atender aos três requisitos mencionados previstos em norma. Apenas para efeito de referência, mencionamos a seguir os valores recomendados por especialistas para cada um destes requisitos: resistência à compressão entre 1,5 e 3,0 MPa (Classe P2); retenção de água entre 80% e 94% (Classes U3 e U4); massa específica 1.400 a 2.000 Kg/m 3 (Classes D3 e D4). 28

6. ARMAZENAMENTO Neste item são apresentadas considerações para o bom armazenamento dos materiais (Figura 09). PROJETOS AQUISIÇÃO LOGÍSTICA Especificação para Compra Seleção e Avaliação de Fornecedores Controle e Registro da Qualidade do Recebimento Armazenamento de Materiais Utilização do Material em Obra Figura 09 Armazenamento e transporte do material 6.1 ARMAZENAMENTO DE BLOCOS DE CONCRETO Os blocos deverão ser armazenados cobertos, protegidos da chuva em pilhas não superiores a 1,5 metro de altura (ou 7 blocos de altura), e de preferência, próximos ao local de transporte vertical ou de uso. No caso de armazenamento em lajes, verificar a resistência da mesma para evitar a concentração das cargas em pontos localizados. Deve-se armazenar os blocos em terreno plano sobre um lastro de brita ou piso cimentado. Atentar para não misturar blocos diferentes na mesma pilha e identificar as diferentes pilhas com placas para facilitar a visualização na obra. Recomenda-se ainda que a data de entrega e o local de estocagem sejam planejados com antecedência, de forma a evitar a préestocagem em calçadas públicas, interferência com outros serviços da obra ou a necessidade de transporte horizontal interno. 6.2 ARMAZENAMENTO DE ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA O armazenamento da argamassa deve ser feito em local previamente planejado, isento de umidade e deterioração. O armazenamento dos sacos deve respeitar 29

distâncias mínimas: do chão, da parede e do teto. O empilhamento dos sacos deve obedecer à seguinte recomendação: no caso de argamassa em sacos, o local deve permitir a utilização contínua dos sacos entregues a mais tempo, em detrimento da entrega dos mais novos (FIFO) 1. 7. PLANEJAMENTO LOGÍSTICO O planejamento logístico de uma obra envolve o manuseio de equipamentos e materiais na obra. É importante, definir uma estratégia para a racionalização de recursos materiais e humanos nesta etapa do planejamento (SILVA, 1999). O planejamento logístico, pode ser definido em três níveis: estratégico, gerencial e operacional (SILVA; CARDOSO, 1998). O planejamento logístico deve dispor o material, mão-de-obra e equipamento certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas. Na Figura 10, podemos observar a hierarquia entre os níveis citados: 1 FIFO First In, First Out (Primeiro que entra, é o primeiro que sai) 30

Nível Estratégico Nível Operacional Nível Gerencial Planejamento Figura 10 Níveis estratégicos logísticos Também é importante definir regras para o controle de estoque e uma avaliação constante dos materiais armazenados em obra, sempre verificando a viabilidade de se manter estoques, para o caso de uma necessidade. É importante planejar o uso de equipamentos, otimizando ao máximo seu uso. Ao se elaborar um projeto de canteiro, deve-se contemplar o estudo técnico e econômico para a movimentação de materiais e considerar o dimensionamento de equipamentos críticos para as diversas etapas da obra. IMPORTANTE: A prevenção e os cuidados com a contaminação do meio ambiente, inclusive na construção civil, também devem ser uma preocupação do planejamento estratégico. Este assunto tem sido objeto de preocupação constante não só dos 31

governantes e entidades do terceiro setor mas também de empresários conscientes e preocupados com o impacto ambiental de seus empreendimentos. Ao mesmo tempo, há também um foco na redução de custos e desperdícios e também na otimização dos canteiros de obras e no reaproveitamento de resíduos de materiais e matérias primas. A gestão de resíduos na construção civil, sejam restos de materiais danificados como blocos, argamassa, madeira, plásticos e outros tantos é não só uma demonstração de cidadania e respeito ao meio ambiente mas também uma forma de reduzir custos e otimizar os recursos empregados nas obras. Essa é uma questão estratégica e que deve ser discutida e avaliada com o devido cuidado na fase do planejamento estratégico da obra, de modo a adequar o canteiro de obras e suas atividades a essa visão. Há várias publicações acerca desse tema como é o caso do Manual Gestão Ambiental de Resíduos da Construção Civil A Experiência do Sinduscon- SP resultado do Programa de Gestão Ambiental de Resíduos de Canteiros de Obras e que reflete as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de resíduos na construção civil, criando responsabilidades para a cadeia gerador / transportador / receptor / municípios, da Resolução nº 307 do CONAMA, de Julho de 2002. 32

7.1 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO Para a realização do planejamento estratégico é necessário reunir todas as informações e documentos relacionados ao empreendimento, definindo: Quem vai fazer? Como fazer? Onde fazer? O que fazer? Porquê fazer? Quando fazer? 7.1.1 ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMA DA OBRA A elaboração do cronograma da obra é fundamental para o planejamento de todas as suas atividades e durações. É importante identificar as atividades críticas para a definição da seqüência de atividades e a duração para o dimensionamento das equipes e equipamentos. 7.1.2 ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DA OBRA O orçamento da obra corresponde ao direcionamento do custo da obra e visa o lucro do empreendimento. 7.1.3 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE CANTEIRO 33

É necessário se estudar e projetar o canteiro, analisando todas as etapas produtivas que serão executadas na obra. Pode-se comparar o canteiro a uma fábrica de obras (SOUZA, 2000). A elaboração do projeto de canteiro é fundamentada no cronograma e no orçamento da obra. Nesta fase, os engenheiros deverão se reunir e levantar todos os pontos favoráveis e desfavoráveis para a locação da Infra-estrutura básica. Sua missão é dotar a obra de uma infra-estrutura básica para execução das atividades. Dica: Um bom planejamento sempre deve ser aprimorado ao longo do empreendimento. 7.2 PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL O Planejamento logístico gerencial deve ser discutido entre os gestores do projeto e da obra, a fim de estabelecerem metas e objetivos conjuntos como: qualidade mínima exigida na entrega de materiais, qualidade mínima de serviços executados, prazo de entrega e custo previsto para a execução. Normalmente, estes itens serão elaborados pelo gerente de obra e uma equipe. Os itens contemplados foram apresentados na Figura 11 e serão descritos no texto a seguir: 34

PLANEJAMENTO LOGÍSTICO GERENCIAL COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA PROJETO DE LIGAÇÕES HIDRÁULICA E ELÉTRICAS PROVISÓRIAS NO CANTEIRO CRONOMAGRAMA E DIMENSIONAMENTO DOS TRANSPORTES HORIZONTAIS E VERTICAIS PLANEJAMENTO DA LOCAÇÃO DAS CENTRAIS DE PRODUÇÃO INFRA ESTRUTURA PARA O PREPARO DOS MATERIAIS NOS CENTROS DE PRODUÇÃO Figura 11 Planejamento logístico gerencial 7.2.1 COORDENAÇÃO DAS EQUIPES DE TRABALHO A necessidade de atender o cronograma é determinante para o dimensionamento das equipes. A mobilização, desmobilização, reaproveitamento de equipes e tempo de aprendizado, são etapas que devem ser dimensionadas e previstas no cronograma de trabalho. 7.2.2 DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA A Infra-estrutura deve ser dimensionada em função das equipes da obra, atividades e prazos a serem executados, área disponível, vias de acessos para a obra, disponibilidade de recursos financeiros, etc. No dimensionamento deve-se prever um estudo de viabilidade de alocação dos recursos planejados. O dimensionamento da infra-estrutura deve contemplar elementos como: 35

estoques escritório vestiário refeitório área de lazer ambulatório almoxarifados centrais de produção Na Figura 12, foram levantados seis tópicos fundamentais para garantir um dimensionamento satisfatório da infra-estrutura de canteiro: DIMENSIONAMENTO DA INFRA-ESTRUTURA DO CANTEIRO LOCALIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO LOCALIZAÇÃO DO ALOJAMENTO, ESCRITÓRIO E VESTUÁRIO ACOMODAÇÃO DO MATERIAL EM OBRA ACOMODAÇÃO DO EQUIPAMENTO EM OBRA LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO DESENVOLVIMENTO DE RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES Figura 12 - Dimensionamento da infra-estrutura do canteiro 36

7.2.2.1 LOCALIZAÇÃO DO ALMOXARIFADO Deve-se levar em conta: A proximidade do almoxarifado em relação ao local de recebimento, para facilitar o descarregamento de materiais; A proximidade do almoxarifado em relação ao ponto de distribuição. O ponto de distribuição é o ponto escolhido para a locação de um equipamento importante que fará a movimentação dos materiais na obra ( elevador, grua, ponte rolante, etc.) É importante ressaltar que as distâncias sejam encurtadas e distribuídas racionalmente pela obra. Nota: Em grandes obras, convém realizar estudos de viabilidade para verificar se existe a necessidade de locar dois almoxarifados ou mais na mesma obra. 7.2.2.2 LOCALIZAÇÃO DO ALOJAMENTO, ESCRITÓRIO E VESTIÁRIO Estas dependências devem ser dimensionadas considerando a quantidade de funcionários na obra. As dependências devem atender às necessidades da equipe (banheiros masculino e feminino quando necessário, refeitório em local arejado e escritório de fácil acesso). O alojamento, escritório e vestiário, se possível, devem ficar agrupados para evitar dispersão de pessoal na obra. 37