As Classes de Alfabetização: Espaços Únicos Cícero Dantas Remanso Abaré Ribeira do Pombal São Félix do Coribe Jacobina. Quando eu era pequena, meu pai, com sua ignorância, não deixava a gente ir para a escola, então eu nunca fui! Meu sonho era entender e aprender aquelas palavras bonitas que escuto por aí. Depois que construí família, fiz questão de colocar meus filhos para estudar e, quando tem as reuniões no prédio (escola), fico admirando as professoras e a diretora falar coisas bonitas. E hoje estudando eu já estou entendendo um pouquinho... Alfabetizanda de Ibipitanga 20
A Presença dos Filhos e Netos nas Classes de Alfabetização Estar na sala de aula para um adulto das classes populares exige superação de grandes limites impostos pelas condições objetivas de vida. Por exemplo: onde deixar os filhos e netos pequenos? As crianças vão às classes com suas mães e avós. Mais uma especificidade da EJA que exige grande sensibilidade e habilidade por parte do alfabetizado. Geórgia Clark Coordenação Pedagógica do Programa no NEJA Bom Jesus da Lapa Riacho de Santana Andorinha Juazeiro Candiba 21
A Arte na Formação Barrocas Os homens e as mulheres que buscam os Programas de Alfabetização são trabalhadores, que pelo lugar de classe que ocupam, não têm tido acesso ao saber produzido pela humanidade, ao longo da história. Todos portadores de uma igualdade formal - aquela decorrente da cidadania, mas vivenciando a pobreza e a desigualdade real. São assalariados, associados ou por conta própria, fixos ou temporários, imersos em Shoppings Centers ou em mercados a céu aberto afirmam Tiriba e Sichi (2011, p. 240-241). Fazem da rua seu espaço de trabalho... Vendem sua força de trabalho como faxineiros, porteiros ou guardas de segurança nos conglomerados particulares e comerciais. Trazem consigo as experiências dos mundos do trabalho e, cotidianamente, constroem estratégias de preservação da vida e de luta, em um modo de viver regido pela lógica da exploração. Os homens e as mulheres que estão nas classes de alfabetização dos Programas de Alfabetização pertencem a esses coletivos. Lamarão Precisamos desvendar seus modos de se locomover no mundo, haja vista a importância das experiências individuais e coletivas para o processo educativo. Esse desvendar exige inventariar as experiências comuns, as quais resultam em um modo de viver que diferencia esses grupos de jovens, de adultos e de idosos de Lamarão outros grupos sociais. Há que se saber sobre o modo como essas experiências aparecem na cultura - as tradições e valores, para que possamos considerar as necessidades de aprendizagem desses homens e dessas mulheres. Trata-se de compreender a cultura como criação humana. E como nos ensina o mestre Paulo Freire (1976, p. 109) Tanto é cultura o boneco de barro feito pelos artistas, seus irmãos do povo, como cultura também é a obra de um grande escultor, de um pintor, de um grande místico, ou de um pensador É com essa compreensão que buscamos atuar no atendimento às necessidades de aprendizagens dos jovens e adultos da classe trabalhadora, ou melhor, das classes trabalhadoras. Fátima Urpia Coordenação Colegiada do NEJA 22
A Parceria do Programa com os Movimentos Sociais Acreditamos que mudanças precisam acontecer em várias dimensões para fazer acontecer a EJA como um direito inalienável. Seja no âmbito das Políticas Públicas, na Formação de Educadores, nas Práticas pedagógicas ou na Pesquisa. Magdalania Cauby França Coordenadora de Núcleo do NEJA Inhambupe Inhambupe Caravelas 23
O Programa no Meio Rural O Movimento dos Sem Terra Araçás Quebrando ouricuri Senhor do Bonfim A educação no meio rural foi sempre tratada pelo poder público com políticas compensatórias, historicamente não houve para o sistema de educação rural a formulação de diretrizes (políticas/pedagógicas) para atender seu funcionamento, tampouco um financiamento que possibilitasse a institucionalização e manutenção de uma escola em todos os níveis, com qualidade e dignidade. Hoje, os alunos, particularmente os jovens e adultos do campo querem ter acesso a mais informação e conhecimento. A sociedade organizada e a escola do campo necessitam estabelecer um diálogo permanente em busca de soluções para melhoria da qualidade de vida, além de construir uma educação que de fato se coloque a serviço do desenvolvimento sustentável, que valorize a vida e acima de tudo assegure os direitos negados. Edite Farias Formadora do Programa no NEJA 24
O Desafio do Teste Cognitivo Itaguaçu Conde A realização do Teste Cognitivo de Entrada e Saída para os alfabetizandos do P r o g r a m a é d e s u m a importância, pois possibilita diagnosticar o que os alunos já sabem o que precisavam aprender e o que aprenderam no final do processo de alfabetização em relação à escrita, leitura e a matemática. América Dourada Os pressupostos teóricos do Teste são as Matrizes de Referência - CEALE que objetiva identificar as competências e conhecimentos dos alfabetizandos. O Núcleo de Educação de Jovens e Adultos organiza e orienta o grupo de profissionais que acompanham e instrumentalizam os coordenadores de turma para aplicar os testes nos municípios parceiros. Percebemos que muitos alfabetizandos que participam do Programa e realizam os testes são moradores da região do campo, quilombolas, pescadores, mulheres que trabalham com artesanato, presidiários, dentre outros e o trabalho de avaliação dos conhecimentos dos alfabetizandos contribui para que os alfabetizadores desenvolvam diversas atividades que valorizem essa diversidade cultural. Luciene Ribeiro Sousa Coordenação Administrativa Comunidade indígena de Banzaê Diversidade 25
O Desafio do Teste Cognitivo Jandaira Serra do Ramalho Conde Jandaira Jandaíra 26
Coronel João Sá Caetité Pindobaçu 27 Rio Real
PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO MEC/FNDE GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO - PROEX NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - NEJA Ministério da Educação 28