MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes Departamento de História Historiografia Brasileira (HH 068) Créditos: 04 Carga horária semestral: 60 h/aula Carga horária semanal: 04 h/aula Professor: Ozias Paese Neves Ementa: Estudo das tendências da historiografia brasileira. I - Objetivos A disciplina objetiva estudar vertentes importantes da produção historiográfica brasileira, de meados do século XIX às tendências contemporâneas, considerando especialmente os diálogos estabelecidos com campos distintos de saber (sociologia, antropologia, economia e filosofia); as funções sociais atribuídas ao conhecimento histórico produzido; as especificidades teóricas e metodológicas que comportam; bem como suas continuidades e descontinuidades. II Conteúdos 1) História e historiografia brasileira
a) Historiografia e escrita da história b) História e historiografia no Brasil: um percurso crítico 2) História e civilização a) O IHGB e a formação do Estado e da identidade nacionais b) A primeira lição de Von Martius: como escrever a história do Brasil 3) Raças, nação e história a) Um Heródoto nos trópicos: Varnhagen b) A geração de 1870 : história, crítica literária e cultura nacional c) Capistrano de Abreu e a história no alvorecer da República 4-) A revolução de 30 a) O elogio da herança lusitana: Casa grande e senzala, de Gilberto Freyre b) A crítica às origens ibéricas: Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda c) Os sentidos da nação: Formação do Brasil contemporâneo, de Caio Prado Junior 5-) Conciliação e revolução: escrever a história em tempos sombrios
a) Uma história cruenta: Conciliação e reforma no Brasil, de José Honório Rodrigues b) A revolução revisitada: a historiografia dos anos de 1970 6) História social, história cultural e afins: o debate contemporâneo a) A influência de E. P. Thompson e da história social b) O impacto de Foucault na historiografia brasileira c) Da história das mentalidades à história cultural d) O debate historiográfico sobre a ditadura de 1964 e a transição política III - Bibliografia ARRUDA, José Jobson; TENGARRINHA, José Manuel. Historiografia lusobrasileira contemporânea. Bauru (SP): EDUSC, 1999. BOTTMANN, Denise Guimarães. Padrões explicativos da historiografia brasileira. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1997. BURMESTER, Ana Maria de Oliveira. A (des)construção do discurso histórico: a historiografia brasileira dos anos 70. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1998. CÂNDIDO, Antonio (org.). Sérgio Buarque de Holanda e o Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1997. CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. CERTAU, Michel. A operação historiográfica. In: A escrita da história. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2000. p. 65-119. FREITAS, Marcos Cezar de (org.). Historiografia brasileira em perspectiva. São Paulo: Contexto, 1998.
GOMES, Ângela de Castro. A República, a história e o IHGB. Belo Horizonte: Fino Traço, 2009. GOMES, Ângela de Castro. História e historiadores. Rio de Janeiro: FGV, 1996. GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Historiografia e nação no Brasil 1838-1857. Rio de Janeiro: Eduerj/Faperj, 2011. GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado (org.). Livro de fontes de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: Eduerj/Faperj, 2010. IGLÉSIAS, Francisco. Historiadores do Brasil: capítulos de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Belo Horizonte: UFMG, 2000. JENKINS, Keith. A história repensada. São Paulo: Contexto, 2001. NEVES, Lucia Maria Bastos Pereira das, GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal, GONÇALVES, Marcia de Almeida, GONTIJO, Rebeca (orgs.). Estudos de historiografia brasileira. Rio de Janeiro: FGV, 2011. NICOLAZZI, Fernando. Um estilo de história. A viagem, a memória, o ensaio: sobre Casa-grande & senzala e a representação do passado. São Paulo: Unesp, 2011. ODÁLIA, Nilo. As formas do mesmo: ensaios sobre o pensamento historiográfico de Varnhagen e Oliveira Vianna. São Paulo: UNESP, 1997. REIS, José Carlos. As identidades do Brasil: de Varnhagen a FHC. Rio de Janeiro: FGV, 1999. VENTURA, Roberto. Estilo tropical: história cultural e polêmicas literárias no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. IV Metodologia de aula Os encontros serão desenvolvidos por meio de aulas expositivas e apresentação e discussão dos textos elencados, a serem combinados e distribuídos com os alunos. V Avaliação Instrumentos:
a-) RELATÓRIOS: Deverão ser confeccionados trabalhados de sistematização de leitura dos textos de duas das unidades de estudo, a primeira delas será sobre o ponto 1) História e historiografia Brasileira, o outro pode ser escolhido livremente, exceto os dos seus seminários como grupo apresentador ou debatedor. Estes trabalhos poderão ser realizados em duplas e entregues em datas previamente combinadas. Eles deverão ter no máximo seis laudas e recuperar: ideia central dos autores, argumentos importantes para sustentar essa ideia, as fontes utilizadas, as confluências com campos distintos de conhecimento, o debate historiográfico. Serão avaliados: redação do texto segundo a norma culta da língua e os procedimentos de construção de texto acadêmico, domínio sobre as abordagens estudadas, capacidade de estabelecer relações entre os autores estudados. Cada relatório valerá no máximo 1,5 pontos. b-) SEMINÁRIOS: cada grupo deverá participar de dois seminários ao longo do semestre, num deles desempenhará o papel de apresentador e no outro o de debatedor. O grupo apresentador deverá produzir um roteiro de apresentação com uma ou duas laudas, explanar sobre os textos selecionados para discussão contemplando: tese ou problema central; pergunta principal que o autor se dedica a responder; fontes utilizadas; resumo das principais ideias; conclusões do autor e debate historiográfico sobre a obra. Serão avaliados: o roteiro de apresentação, domínio do conteúdo, fluência na apresentação e domínio do tempo. As apresentações, de até 40 minutos, poderão ser realizadas em dupla e valerão no máximo 2,0 pontos. O grupo debatedor deverá complementar a fala do grupo anterior, promover o debate das principais ideias trazidas pelo grupo anterior e dos textos, também
deverá trazer de antemão um roteiro de apresentação próprio e questões para o debate. Serão avaliados: o roteiro de apresentação, domínio do conteúdo, fluência na apresentação, capacidade de análise dos textos e da fala do outro grupo, além do domínio do tempo. Os debatedores terão intervenção inicial de até 20 minutos e valerão, no máximo 1,0 ponto. c-) Avaliação individual e escrita com consulta (os alunos poderão se valer dos textos apenas durante os primeiros 50 minutos da avaliação). Serão avaliados: domínio do conteúdo selecionado, capacidade de estabelecer relações entre os autores estudados e as confluências com campos distintos de conhecimento. A avaliação valerá no máximo 4,0 pontos.