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Transcrição:

Red Econolatin www.econolatin.com Expertos Económicos de Universidades Latinoamericanas BRASIL Dezembro 2013 Prof.ª Anita Kon PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS- GRADUADOS EM ECONOMIA POLÍTICA. 1. SITUACIÓN ECONÓMICA ACTIVIDAD ECONÓMICA A indústria brasileira registrou retração (-1,4%) no terceiro trimestre de 2013, como resultado do consumo fraco, juros mais elevados, que repercutiu em crédito caro, associados a alta inflação e reajustes salariais menores, o que compromete a renda familiar. Por sua vez, a concorrência acirrada de importados juntamente com a dificuldade das fábricas de exportar levou a uma retração do Produto Interno Bruto (-0,5%) neste trimestre. O crescimento industrial ficou concentrado em poucos setores e não foi suficiente para zerar as perdas dos meses anteriores. O principal setor impulsionador do desenvolvimento, produção de veículos, começou a acumular estoques, juntamente com a menor demanda do mercado interno e as atividades das montadoras desaceleraram em um processo de ajuste que deve se estender até o início de 2014. A queda do PIB não foi superior porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mudou a metodologia de cálculo do setor de serviços para refletir melhor o comportamento das telecomunicações e informática. O crescimento da inflação foi grandemente influenciado pela alta dos preços de alimentos, que por sua vez, foram pressionados pela alta do dólar, que encareceu produtos importados ou cotados pelo dólar. O governo tem usado o crescimento dos juros para segurar a inflação, e não através de controle dos seus próprios gastos, defendendo uma política keynesiana, o que realimenta a economia, mas também eleva a inflação.

SECTOR EXTERIOR A importação de combustíveis derivados e óleo bruto fez a balança comercial brasileira ficar deficitária em outubro, após dois meses seguidos de saldos positivos, o que repercutiu em déficit no acumulado até novembro. A manutenção de uma refinaria estatal que ficou parada resultou em compras externas para atender o aumento da demanda interna. O fraco desempenho da balança comercial em 2013 está relacionado à crise financeira internacional e, também, com o atraso na contabilização da importação de combustíveis e derivados, que ocorreu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou uma instrução normativa, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobrás, ao invés de 20 dias, como anteriormente. Mas as perspectivas para o fechamento do ano são de superávit da Balança. O dólar mais elevado deve ajudar no superávit, tornando o produto brasileiro mais competitivo no exterior. Os especialistas consideram que o enfraquecimento da indústria brasileira, por falta de investimentos, aumentos de custos e outras dificuldades logísticas, dificulta a competição no mercado externo e repercute negativamente nas exportações. Por sua vez, medidas protecionistas impostas pelo governo não foram suficientes para evitar o ingresso de produtos importados SECTOR PÚBLICO Y POLÍTICA FISCAL Os gastos públicos aumentaram consideravelmente e a arrecadação de impostos e outras receitas não foram suficientes para cobrir as despesas do governo com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos. Um ajuste fiscal prometido para julho para ajudar no controle da inflação se mostrou ineficaz e em setembro o resultado derrubou as contas públicas, ficaram negativas em R$ 9 bilhões no total das três esferas de governo. O mês de setembro é um mês de despesas elevadas, devido ao pagamento da primeira parcela da gratificação natalina, dos aposentados e pensionistas da Previdência Social. A isso se associaram novos custos criados pelo governo, para cobrir perdas do setor elétrico devido à política de redução geral das contas de luz. O governo obteve em outubro uma arrecadação tributária suficiente para evitar um novo déficit em seu caixa, mas ainda insuficiente para o governo de equilibrar as contas. Os gastos com custeio e programas sociais acumulam alta na casa dos 16% no ano, enquanto os investimentos aumentaram pouco menos de 3%, abaixo da inflação. Além disso, o aumento dos juros elevou o déficit do setor público, através do pagamento da dívida pública e a alta das despesas refletiu principalmente a desvalorização do dólar, desde que o Brasil é credor em moeda americana e a queda da divisa implica uma diminuição do valor dos ativos brasileiros. Este déficit tem crescido desde o início do ano e

está atualmente em 3,33% no acumulado em 12 meses em proporção do PIB. Porém o secretário do Tesouro ainda crê no cumprimento da meta de gastos no ano e o governo anunciou ter como meta reduzir o déficit a zero nos próximos anos EMPLEO O emprego na indústria tem mostrado queda gradual e tende a fechar 2013 com acumulado negativo, devido à situação de produção fraca, em um ambiente de menor consumo e com perspectivas de não retomar de modo firme no início de 2014, pois as indústrias deve utilizar sua capacidade ociosa antes de aumentarem as contratações. A taxa de desocupação brasileira como um todo caiu ligeiramente 5,2% em outubro (último dado oficial informado pelo IBGE), configurando uma situação de alta ocupação em um período que antecede as festas de fim de ano, em que aumentam os empregos temporários. Esta taxa inclui os empregados com carteira e sem carteira assinada e os trabalhadores do mercado informal, por conta própria. O emprego com carteira assinada não mostra vigor e, portanto a ocupação cresce devido ao aumento do mercado informal. O total de horas pagas pelos empresários tem mostrado forte tendência de queda nos últimos meses. Por outro lado, observam-se dados negativos de falta de procura por trabalho especialmente entre a população jovem, ou seja. mais pessoas partiram para a inatividade, que cresceu 3,5% ante outubro de 2012. Não declinou mais porque algumas atividades como comércio e serviços, que geram proporcionalmente muitos postos de trabalho, têm crescido acima das expectativas nos últimos meses. A taxa de desemprego também não está mais alta, pois os custos muito elevados para demissão e o mercado de trabalho ainda relativamente aquecido para as estas do fim de ano, levam a maiores preços para contratação em caso de retomada econômica, o que tem conseguido evitar uma taxa de desemprego mais elevada. POLÍTICA MONETARIA E INFLACIÓN Em relatório divulgado no final de novembro, o governo elevou a previsão de despesas do ano de 2013, graças à redução da meta para pagar os juros da dívida e das recestas extras oriundas do programa de parcelamento de dívidas tributárias. Esta decisão tende causou preocupações de analistas e investidores com a deterioração das contas federais, tendo em vista também a proximidade das eleições presidenciais do próximo ano. Esta elevação permanente de despesas se verifica como tentativa de estimular o consumo e o investimento, o que acaba alimentando a inflação, tendência que pode se agravar com a esperada alta das cotações do dólar. A maior parte dos gastos adicionais virá de benefícios da Previdência Social e dos

subsídios oficiais para bancar a redução das tarifas de energia elétrica. Embora próximo o final do ano, o governo ainda não conseguiu apresentar uma previsão clara e crível para o resultado das contas públicas de 2013, depois de várias alterações em suas metas. Em novembro, o Banco Central decidiu aumentar a taxa de juros oficial Selic, que serve de referência para o rendimento das aplicações financeiras e o custo dos empréstimos bancários, de 9,5% para 10% ao ano --a maior desde março de 2012. Este aumento visou segurar a inflação que está em tendência ascendente. O IPCA, índice de inflação que serve de referência para a política do Banco Central, chegou aos 5,77% nos 12 meses encerrados em novembro, acima da meta de 4,5%, mas ainda na faixa máxima da meta (6%). MERCADOS FINANCIEROS No Brasil os investidores em ações ficam de sobreaviso com relação aos fluxos financeiros oriundos dos Estados Unidos. A economia depende muito dos movimentos mundiais, principalmente dos fluxos financeiros vindos dos Estados Unidos, desde que as crises que acontecem lá, refletem consideravelmente nos mercados brasileiros. Desde a crise financeira de 2008, o Tesouro americano vem adquirindo mensalmente bilhões de dólares em títulos do governo e em outros atrelados às hipotecas no sentido de manter os juros cobrados em níveis bem reduzidos e os investidores internacionais se sente inseguros sobre a capacidade dos EUA de construir acordos no sentido de evitar a paralisação do governo e o calote de credores dos Estados Unidos. Dessa forma a taxa básica de juros norteamericana se torna mais elevada, com impactos no Brasil, pois força o governo brasileiro a tomar a mesma providência no sentido de evitar uma indesejada saída de capitais do país. A bolsa de valores Ibovespa no país vem oscilando entre ganhos e perdas, devido à esta preocupação dos investidores. Com relação ao crédito às empresas, o governo anunciou que nos financiamentos fornecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) haverá uma mudança nas taxas de juros, para máquinas e equipamentos em 2014, que da taxa atual de 3,5% passa para 4,5% no caso das micro, pequenas e médias empresas, enquanto taxa para ônibus e caminhões vai de 4% para 6%. No caso de outros financiamentos, o indicador de recuperação de crédito, apurado pela Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), subiu 1,7% no mês de novembro de 2013, com expectativas de manter a elevação até o final do ano. No acumulado no ano até novembro, em relação ao mesmo período de 2012, a recuperação de crédito subiu 3,6%.

TIPO DE CAMBIO Em outubro ocorreu a maior saída de dólares do Brasil para o mês desde 1997, como impacto das incertezas nos mercados internacionais e as dúvidas quanto à política fiscal do governo e o fluxo cambial ficou negativo em US$ 816,2 milhões, computando no ano, um fluxo cambial negativo em US$ 5,4 bilhões, enquanto no mesmo período de 2012, o fluxo cambial estava positivo em US$ 18,3 bilhões. O governo vem adotando uma Política Monetária do BC com um programa de intervenções diárias no mercado de câmbio, que deve continuar em 2014, o que ajuda a conter a desvalorização do real ante o dólar. Diante do fluxo cambial negativo, o BC tem garantido a oferta de dólares desde agosto com a venda de até US$ 3 bilhões por semana, através de leilões de contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro e do oferecimento de linhas de crédito em dólar com compromisso de recompra em uma data futura. Por outro lado, com o forte crescimento da economia dos Estados Unidos no terceiro trimestre foram renovadas as perspectivas dos investidores de que o Federal Reserve deve começar a cortar seu estímulo à economia, o que provocou a valorização do dólar sobre as principais moedas emergentes, uma vez que o corte do estímulo nos EUA pode restringir a oferta da moeda americana nesses mercados, pressionando o câmbio. 2. PERSPECTIVAS ECONÓMICAS O Banco Central publicou a pesquisa mensal do mercado financeiro que projeta um crescimento do PIB para o ano de 2013 de 2,5% e de 2,11% para 2014. As projeções dos analistas de mercado para a inflação acumulada no final do ano de 2013 são de 5,8% e de 5,9% em 2014, que embora se encontrem acima da meta de 4,5%, ainda se encontra dentro da meta de variação máxima de 6%. Os gastos com juros são previstos para o equivalente a 4,8% do Produto Interno Bruto, no ano, e a taxa de juros oficial Selic, deverá estar em um patamar de 10,75% ao ano no final de dezembro. Para 2014, a projeção ainda é uma taxa de 10,5%, mas os analistas com maior índice de acerto nas pesquisas do Banco Central já trabalham com 11%, com uma taxa real em 5%. No cenário do emprego as projeções são pessimistas, devido ao fraco crescimento da economia previsto e perspectivas de expansão similar em 2014. Um dos indicadores que já sinalizam piora é a renda. O Comitê de Política Monetária do Banco Central acredita na possibilidade de moderar a alta dos juros em 2013, ao excluir do texto oficial do

comunicado de fim de ano a medida a preocupação com a inflação do próximo ano. A meta oficial para o superávit primário no ano é de R$ 110,9 bilhões (2,3% do PIB), sendo R$ 37,8 bilhões a parcela de Estados e municípios. 3. SITUACIÓN POLÍTICA Em novembro, pressionado pelo governo, o Congresso aprovou um projeto que desobriga a União de garantir o cumprimento da meta de superávit primário do setor público para 2013, compensando maus resultados de Estados e municípios. Esta medida reduz a economia que a União terá que fazer para pagar juros da dívida e fixa uma nova meta fiscal (a quinta deste ano), pois o governo constata a dificuldade de cumprir as metas frente ao avanço das despesas públicas e à redução de receitas, diminuídas por desonerações para estimular a economia. A política do governo neste final de ano mudou de regra para aumentar a economia de despesas pelo setor público, que além de contribuir para conter o crescimento da dívida pública, também reduz a demanda por bens e serviços, reduzindo a pressão sobre a inflação. Quanto maior o superávit primário, maior é essa contribuição. Esta mudança na regra no final de novembro foi aprovada sob protesto dos senadores da oposição, que criticaram a manobra governamental para acelerar a votação do projeto. Em Novembro o Congresso ainda aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014, que prevê as metas de superávit primário e o limite de custeio com o pagamento de funcionários, decidindo desobrigar o governo a repor as parcelas de Estados e municípios para o superávit.a ministra-chefe da Casa Civil participou do debate sobre a política fiscal do governo e defendeu um regime de bandas para o superávit primário. Este sistema é semelhante ao de metas de inflação, em que é previsto um intervalo dentro do qual o resultado fiscal efetivo pode oscilar dependendo do desempenho da economia. Isto significa que, em tempo de crescimento maior, o governo economiza mais para pagar os juros da dívida, porém nos momentos de desaceleração do PIB, o Executivo tem folga para poupar menos.