PALAVRAS-CHAVE: Educação Nutricional. Adolescência. Autoestima.

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Transcrição:

1 AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR E NA AUTOESTIMA DOS ADOLESCENTES Shirley Nilda Pereira Dutra 1 Raquel Patrícia da Silva 2 Ana Claudia Lages Teixeira 3 Maria Góes Drumond 4 RESUMO Na adolescência, ocorrem mudanças fisiológicas e emocionais que podem interferir no comportamento alimentar e psicológico. Os meios de comunicação podem funcionar como um difusor de ideias. A Educação Nutricional na adolescência é uma ferramenta para a aquisição de hábitos saudáveis. O objetivo do projeto foi analisar a influência dos meios de comunicação na autoestima e no comportamento alimentar dos jovens. O projeto #soumaisfelizassim foi desenvolvido nos meses de abril, maio e junho do ano de 2017. Utilizou-se de pesquisa bibliográfica, para embasamento teórico e pesquisa de campo, para avaliar a adesão dos participantes e no planejamento das intervenções. Os adolescentes foram convidados a participarem do projeto, sendo 2 meninos e 7 meninas, com idades entre 13 e 17 anos, na cidade de Sete Lagoas. Os resultados do questionário de percepção da autoimagem revelam que 67% dos jovens estão insatisfeitos com a aparência e 78% citaram que a mídia influencia na alimentação. Os resultados do questionário somatório, aplicado no último encontro, evidenciam que todos os adolescentes aderiram ao projeto e apresentaram relatos positivos de mudança de hábitos. O Projeto de Educação Nutricional na Adolescência buscou uma intervenção integral visando melhorar a qualidade da alimentação e do bem estar dos adolescentes. PALAVRAS-CHAVE: Educação Nutricional. Adolescência. Autoestima. 1 INTRODUÇÃO A adolescência é uma etapa de grandes desafios no desenvolvimento humano. Período de transformações fisiológicas e emocionais que interferem no comportamento alimentar e psicológico, podendo comprometer a saúde do indivíduo a longo prazo. Os recursos disponíveis na internet são as preferências dos adolescentes, que ficam horas seguidas em frente ao computador ou celular, resultando na falta de sono, queda do 1 Graduando de Nutrição da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; e-mail: shirelynpdutra@gmail.com 2 Graduanda de Nutrição da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; e-mail: raquel-psilva@hotmail.com 3 Graduanda de Nutrição da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; e-mail: anaclaudia_lages@hotmail.com 4 Docente do curso de Nutrição da Faculdade Ciências da Vida, Sete Lagoas-MG; e-mail: marrigoes@gmail.com

2 rendimento escolar, pouco relacionamento real com os amigos, além de afetar o comportamento alimentar. Em resposta à exposição do adolescente aos meios de comunicação faz- se necessário avaliar a influência que circunda o comportamento alimentar dos adolescentes, uma vez que os mesmos estão diariamente vinculados às informações da mídia, grupos sociais, que abordam temas como alimentação e beleza, estabelecendo padrões difíceis de serem alcançados. O objetivo geral do presente trabalho foi analisar a influência dos meios de comunicação na autoestima e no comportamento alimentar dos adolescentes. 2 METODOLOGIA O Projeto de Educação Nutricional na Adolescência #soumaisfelizassim foi planejado, na disciplina de Educação Nutricional, em fevereiro de 2017 e desenvolvido em abril, maio e junho do mesmo ano, sendo um encontro mensal. Na elaboração do projeto, utilizou-se de cronograma, onde foi determinado o passo a passo das ações e recursos que seriam utilizados. Uma pesquisa bibliográfica foi realizada, em fevereiro e março, para embasamento do tema e levantamento de informações para o planejamento do projeto. Os adolescentes foram convidados a participarem do projeto em março. No primeiro encontro, realizado no dia 02 de fevereiro de 2017, em uma igreja em Sete Lagoas, participaram do encontro 9 (nove) jovens, com idades entre 13 e 17 anos, sendo 2 meninos e 7 meninas. Os seguintes recursos foram utilizados: técnica dinâmica; anamnese clínica; questionário de frequência alimentar e questionário de percepção da autoestima corporal. Após análise dos dados coletados, fez-se o planejamento da intervenção nutricional e dos recursos necessários para os encontros subsequentes. No dia 07 de maio, os adolescentes e seus responsáveis participaram do encontro. Os últimos foram por iniciativa própria de buscar informações sobre alimentação saudável. Os recursos utilizados no segundo encontro foram: respostas às dúvidas geradas no primeiro encontro (crescimento e atividade física); leitura de rótulos (levantamento de informações sobre os teores de sódio, açúcar e gordura dos alimentos consumidos pelos adolescentes); esclarecimento de dúvidas sobre alguns alimentos e questionário de avaliação intermediário para avaliar a adesão dos participantes. O último encontro, realizado no dia 04 de junho, utilizou-se de: palestra onde abordou-se o tema autoestima, a influência da mídia na adolescência, aceitação dos grupos

3 sociais e o preconceito, com uma psicóloga convidada. Os recursos utilizados foram: técnica dinâmica (percepção da importância de si próprio); panfletos sobre a alimentação saudável; banner informativo da Clínica Escola da Faculdade Ciências da Vida, para os interessados em atendimento nutricional e psicológico; questionário somatório, para avaliar o nível de adesão dos participantes ao projeto. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Na análise dos dados coletados durante o projeto constatou-se que 78% dos participantes responderam que a mídia influencia na escolha dos alimentos, através de anúncios de alimentos industrializados e de produtos que deixam o corpo perfeito. Enquanto 33% dos grupos sociais influenciam na alimentação. A mídia, com suas propagandas fazem com que os alimentos não saudáveis pareçam gostosos e me dá vontade de comer (S.A.N, 13 anos). Gostaria de ser magra como as minhas amigas. Sou gorda em excesso. Quero emagrecer e não consigo. Não consigo manter uma dieta fixa, é muito difícil. Tomo remédios, vou ao médico, faço academia, vou à psicóloga e não adianta. Preciso de mais força de vontade. É muito fácil escapar da dieta comendo muito e cabo me arrependendo. Como quando sinto fome, o que acontece sempre (E.C.A, 13 anos). Segundo Alcar (2014), o problema nesta questão da mídia é a inexperiência dos jovens que acabam sendo prejudicados pela incapacidade de julgamento crítico de um produto. A prática da atividade física foi constatada em 56% dos adolescentes, que evidenciaram Índice de Massa Corporal (IMC) eutrófico, representado pela média de 21,66kg/m² entre as meninas e 18,57kg/ m² nos meninos, segundo as Curvas de Crescimento para Adolescentes (OMS, 2007). Analisou-se também, a frequência das refeições que os adolescentes fazem habitualmente. O gráfico a seguir evidencia a importância de abordar sobre a frequência da alimentação, variável investigada no projeto.

4 Gráfico 1- Refeições realizadas habitualmente pelos adolescentes no Projeto de Educação Nutricional na Adolescência - #soumaisfelizassim. A alimentação adequada em calorias e nutrientes é importante para o desenvolvimento dos adolescentes, para suportar maturação e atividade física. Manter a frequência da alimentação nesse público favorece a saúde dos adolescentes (MACHADO, 2009). Em relação à autoestima, 67% dos participantes relataram estar insatisfeitos com o corpo, enquanto 56% citaram que já sofreram algum tipo de preconceito em relação à aparência física. Apenas 33% dos adolescentes conversam com os pais sobre os problemas relacionados à alimentação e/ou desconforto com a autoimagem. Visto que a educação nutricional na adolescência é uma ferramenta de incentivo à alimentação e aquisição de hábitos saudáveis, na pesquisa foi constatado que 44% dos jovens já foram a um nutricionista buscar orientações e 67% deles têm interesse em fazer um acompanhamento nutricional. O questionário somatório, aplicado no último encontro, buscou verificar a adesão dos participantes no projeto e as mudanças que ocorreram neste período. O projeto foi excelente em 67% dos questionários, as informações foram esclarecedoras e satisfatórias em todos os relatos. A opinião mudou a respeito da mídia social em 88% dos adolescentes, 12% não houve mudança porque a mídia não interferia no comportamento alimentar. Em relação à imagem corporal, após o projeto todos afirmaram que houve mudança positiva de percepção da autoimagem.

5 Eu achava os padrões muito bom, pensava em um dia ser igual aqueles padrões que eles mostram, mas depois desse projeto eu mudei a minha opinião de que eu não tenho que seguir nenhum padrão dito nas redes sociais (Adolescente). Só atrapalham a nossa vida (Rede Social). Minha opinião mudou muito após o projeto, pois me fez rever os meus conceitos. (Adolescente). Os resultados obtidos em todas as etapas de avaliação do projeto evidenciaram que a intervenção foi satisfatória e o objetivo foi alcançado, os adolescentes relataram que as informações foram importantes e deixaram sugestões para futuros trabalhos. Antes do projeto, não ligava para o quanto comia diversos alimentos maléficos para a saúde. Depois do projeto, vejo que minha percepção mudou. Alimentos não muito calóricos e exercícios físicos foram adquiridos na minha rotina (Adolescente). Antes eu me comparava muito com minhas amigas, agora estou bem comigo mesma (Adolescente). Minha autoestima era baixa e me achava feia e agora não me preocupo mais com isso (Adolescente). A mídia influencia na aquisição de padrões que levam ao comportamento alimentar inadequado, restrições alimentares rígidas e baixa da autoestima. A educação voltada para a mídia tende a minimizar os efeitos sobre os adolescentes (ALCAR, 2010). O projeto buscou informar os adolescentes sobre a necessidade de usar as redes de comunicação com cautela e serem mais críticos com as propagandas de alimentos que são ofertados como opções saudáveis. 4 CONCLUSÃO O Projeto #soufelizassim buscou avaliar a influência das redes sociais no comportamento alimentar e na autoimagem. As análises dos questionários aplicados possibilitaram o planejamento das intervenções subsequentes. O trabalho multidisciplinar foi importante para alcançar os objetivos propostos. Obtivemos 100% de adesão dos adolescentes no projeto e não ocorreu desistência nos encontros mensais. Os resultados da pesquisa evidenciaram a melhora da percepção dos jovens em relação à própria imagem e da necessidade de hábitos alimentares saudáveis.

6 REFERÊNCIAS ALCAR Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia. A influência da mídia na crianças/pré-adolescente e a educomunicação como mediadora desse contato. Universidade Federal de Tocantins. Palmas, 2010. MACHADO, Vivian Pupo de Oliveira. Planejamento Alimentar. 2009 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Cartilha nacional da alimentação escolar. Brasília, 2015. OMS- Organização Mundial da Saúde. Pontos de corte de IMC para idade estabelecidos para adolescentes. 2007